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Ambiente Organizacional e Planejamento Estratégico Estratégias de Gestão e Organização Empresarial Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria LUCILIANE RIBEIRO AUTORIA Luciliane Ribeiro Sou formada em Letras Inglês, pós-graduada em gerenciamento de projetos, gestão negócios internacionais e administração. Experiência intensiva em empresas de médio e grande porte com mais de 15 anos. Hoje, atuo em mapeamento de processos, controles internos em empresas. Possuo flexibilidade e habilidade facilitadora para transitar em diferentes segmentos e compartilhar minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Como Aplicar os Conceitos nas Organizações ............................... 10 Organizações e Análise Ambiental .................................................................................. 10 Ambiente Interno.......................................................................................................... 12 Ambiente Externo ....................................................................................................... 13 Planejamento Estratégico ....................................................................................................... 16 Planejamento Estratégico Versus Gestão Estratégica ................22 Modelos de Planejamento Estratégico ............................................. 35 Modelo 1: Matriz SWOT ...............................................................................................................35 Modelo 2: 5 Forças de Porter ............................................................................................... 38 Modelo 3: Canvas ........................................................................................................................... 40 Modelo 3: Matriz GUT ...................................................................................................................42 Matriz Participação de Mercado/ Crescimento do Mercado - Matriz BCG ............................................................................................................................................................44 Estrutura das Áreas de Produção, Comercial, Recursos Humanos e Financeira ...................................................................................................46 7 UNIDADE 02 Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 8 INTRODUÇÃO Neste módulo, vamos efetuar algumas reflexões acerca de como aplicar os conceitos de estratégia e gestão nas organizações. Além de se preocupar com as questões internas, os administradores devem levar em conta as condições socioeconômicas e políticas do mercado em que uma organização está inserida. A identificação de ameaças, oportunidades, pontos fracos e pontos fortes auxiliam os empresários na definição dos rumos e ações voltadas aos clientes de forma precisa e real. Para isso, vamos conhecer um novo conceito que está atrelado aos resultados de uma organização, o sucesso. Também veremos as principais estratégias de formulação dos objetivos e metas, levando-se em conta as culturas de satisfação, otimização e adaptação internas. Então, vamos lá? Ao final desta unidade letiva, você entenderá como o planejamento deve ser conduzido e como a gestão deve orientar os seus administradores. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Como colocar em prática os conceitos e fundamentos da gestão nas organizações. 2. Entender como a estratégia atua em conjunto com a gestão estratégica. 3. Apontar modelos de Planejamento Estratégico. 4. Definir a estrutura de Gestão Estratégica. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 10 Como Aplicar os Conceitos nas Organizações OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como desenvolver a análise ambiental e o planejamento estratégico nas organizações. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. Compreender esses aspectos é essencial para conhecer a organização e o cenário no qual ela está inserida. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Organizações e Análise Ambiental As organizações operam constantemente em um ambiente que as envolve. Esse ambiente é dinâmico e mutável, de forma que qualquer modificação nos fatores ambientais podem impactar a organização. O intercâmbio entre a organização e o ambiente faz com que ela tenha de operar como um sistema aberto em constantes transações com esse ambiente (CHIAVENATO e SAPIRO, 2020). Para Chiavenato e Sapiro (2020) os administradores das organizações precisam escolher, dentro de uma diversidade quantidade de dados e informações, os fatores relevantes e entender como eles interferem nos negócios para tomar as decisões estratégicas adequadas a partir desse conhecimento estratégico. Esse conhecimento estratégico deve ser construído baseado em duas vertentes: • A organização deve olhar o mundo ao seu redor e compreender o contexto ambiental para realizar um diagnóstico estratégico externo e conhecer o ambiente dos negócios atuais da organização, além de explorar os cenários futuros desse contexto externo. • A tarefa é conduzir um diagnóstico estratégico interno. Inclui olhar para dentro da organização para analisar suas fortalezas e suas fragilidades. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 11 No ambiente organizacional interno são analisados os principais elementos que compõem um negócio, ou seja, as deficiências e qualidades, o que uma empresa necessita melhorar e o que ela tem de mais positivo. Ao listarmos essas deficiências e qualidades, distribuímos elas de acordo com os seguintes elementos: • Organizacional – TIC (comunicação e internet); estrutura; cases de sucesso; estrutura dos objetivos; política; procedimentos e normas; know-how de seus colaboradores. • Financeiro – capacidade de transformar um produto ou serviço em moeda corrente; aferição de lucros; aplicação dos ativos e capital de giro. • Recursos humanos – gestão de pessoal; sistemas de recrutamento e avaliação do desempenho; programas internos de premiações; aperfeiçoamentoe turnover. • Marketing – estratégias de comunicação e publicidade; formação do custo final dos produtos e serviços de logística. • Produção – infraestrutura; tecnologia; material; estoque e terceirização. Figura 1 – Estrutura demonstrativa das áreas internas Fonte: Freepik. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 12 Ambiente Interno Um diagnóstico estratégico interno da organização (análise organizacional ou auditoria interna da organização) se refere a uma avaliação de suas vantagens competitivas e capacidades (pontos fortes que necessitam ser aproveitados e pontos fracos que precisam ser corrigidos) (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Uma análise organizacional consiste em um processo de procurar ou criar vantagens competitivas por meio da identificação dos recursos capazes de criar valor) (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). O diagnóstico estratégico de uma organização deve iniciar pelos recursos organizacionais, que se referem a parte mais simples, concreta e visível (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Os recursos organizacionais consistem em ativos produtivos de propriedade da organização, bens que uma organização pode acumular como produto de investimento em escala, plantas, localização, etc; Eles também podem ser o know-how dos indivíduos, conjunto de aprendizado coletivo que sustenta a execução de atividades funcionais por meio dos processos organizacionais e de atividades gerenciais (planejamento, organização, etc.) (CHIAVENATO e SAPIRO, 2020). As competências organizacionais são o que a organização pode realizar com seus recursos. Segundo Chiavenato e Sapiro (2020) existem três tipos de recursos, a saber: tangíveis, intangíveis e humanos. • Recursos tangíveis: são recursos que podem ser vistos e quantificados, a exemplo equipamentos, instalações etc. Eles são fáceis de identificar, pois podem ser identificados no balanço da organização. • Recursos intangíveis: correspondem às competências produzidas ao longo da evolução da organização e que não são explícitas para os concorrentes, a exemplo do conhecimento corporativo, da cultura organizacional etc. Esses recursos estão principalmente associados à reputação ou a tecnologia. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 13 • Recursos humanos: estão relacionados às habilidades, a motivação, a atitudes, a valores e a colaboração. Os recursos organizacionais devem ser utilizados como fundamento para o desenvolvimento de habilidades. Essa dinâmica que possibilita a uma organização superar-se por meio de incremento no desempenho (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Ambiente Externo Para começar, você recorda que o ambiente contextual ou macroambiente diz respeito à situação que envolve a organização, não é mesmo? Além disso, como vimos na aula anterior, uma organização é um sistema aberto, que sustenta transações e intercâmbios com o ambiente que a rodeia. Com isso, tudo o que acontece externamente no ambiente impacta a organização (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). O ambiente contextual deve ser continuamente monitorado por meio de identificação, previsão e avaliação dos possíveis impactos ambientais, socioeconômicos, culturais e outros (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Segundo Chiavenato e Sapiro (2020) essa avaliação inclui um processo contínuo que envolve as seguintes etapas: Rastreamento e Triagem; Monitoramento; Previsão; Avaliação e Mitigação; Gestão de Impactos e Implementação: • Rastreamento e triagem - aponta mudanças e tendências do ambiente contextual, bem como define os potenciais impactos positivos ou negativos. • Monitoramento - determina o escopo das análises sistemáticas, avaliações das observações baseado em diferentes indicadores, bem como descreve as alternativas do projeto e consulta os parceiros. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 14 • Previsão - inclui a avaliação dos cenários futuros, bem como o levantamento de medidas para promover ou mitigar impactos adversos. • Gestão de impactos - inclui o desenvolvimento de plano necessário para abordar medidas de promoção ou mitigação dos riscos. • Implementação - envolve a execução de ações planejadas, bem como a gestão dos impactos ao projeto. A análise demográfica corresponde ao estudo de uma população por meio de ferramentas estatísticas. Esse tipo de análise é essencial para as organizações tendo em vista que os mercados e as condições demográficas são de interesse estratégico para as organizações (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Exemplos de indicadores utilizados no processo informacional associado ao ambiente demográfico são: • Tamanho, densidade e distribuição da população. • Taxa de mobilidade populacional e processo migratório. • Taxa de crescimento e de envelhecimento. • Taxa de natalidade, de matrimônios e de mortalidade. • Estruturas etária, familiar e residencial. • Grau de escolaridade. • Constituição étnica e religiosa. Em relação à análise do ambiente econômico, podemos dizer que essa a análise explora tendências das variáveis econômicas que impactam a demanda e a oferta de produtos e serviços (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Alguns indicadores usados nessa análise são: • Renda real da população. • Taxa de compartilhamento da renda. • Taxa de aumento da renda. • Níveis de consumo e poupança. • Taxa de emprego. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 15 • Taxas de juros, de inflação e de câmbio. • Grau do Produto Interno Bruto (PIB). • Reservas cambiais. No que diz respeito à análise do ambiente político-legal, temos a exploração de tendências relativas a legislação, códigos, instituições públicas e privadas e ideologias (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Essa análise envolve os seguintes indicadores: • Política (monetária, tributária, fiscal, etc.). • Legislação (ambiental, tributária, comercial, trabalhista, etc.). • Estruturas de poder. Na análise do ambiente sociocultural, as organizações devem explora tendências associadas às crenças básicas, valores, normas e costumes da sociedade (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). No geral, os indicadores utilizados nesse processo são: • Crenças e anseios pessoais. • Relações interpessoais e estrutura social. • Mobilidade entre classes. • Constituição da força de trabalho. • Estrutura educacional. • Preocupação com o meio ambiente. • Preocupação com saúde das pessoas. Ao analisar o ambiente tecnológico, as empresas buscam tendências vinculadas ao conhecimento humano que influenciam a utilização das matérias-primas e dos insumos ou a aplicação de processos operacionais ou gerenciais (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Os principais indicadores utilizados nessa análise são: • Destruição criativa. • Aplicações em novos áreas da ciência. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 16 • Reações quanto aos avanços tecnológicos. • Adoção, desenvolvimento e transferência de tecnologia. • Rapidez das mudanças tecnológicas e de atualizações. • Acolhimento de marcas e patentes. • Grau de pesquisa e desenvolvimento da região. Quando a análise do ambiente que dispõe de recursos naturais, temos exploração da capacidade e dos limites da Terra em prover alimento, água e energia para a população (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Exemplos de indicadores usados nessa análise são: • Insuficiência das matérias-primas. • Custo da energia. • Aquecimento global. • Poluição. • Ameaças de doenças. • Desastres naturais. • Sustentabilidade. Planejamento Estratégico O processo de planejamento estratégico vem variando nos últimos anos em um continuum que vai desde o forte e rígido (prescritivo e normativo) até o maleável (caráter descritivo e explicativo) (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Para proporcionar melhor compreensão, Chiavenato e Sapiro (2020) descrevem diferentes escolas ou dimensões diferentes definidas por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, conforme segue: SegundoChiavenato e Sapiro (2020) as escolas de caráter prescritivo e normativo incluem três abordagens: • Escola do planejamento - a formulação da estratégia inclui um processo formalizado e documentado de dividir o planejamento Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 17 estratégico em planos táticos e em planos operacionais, formando uma hierarquia de planos entre si. Essa escola possui forte influência para a Administração que se sustenta até hoje, especialmente no que se refere a cascata ou hierarquia de objetivos. • Escola do design - a principal premissa dessa escola considera que o desenvolvimento da estratégia precisa ser um processo deliberado de forma consciente. Nesse sentido, a estratégia é um processo de adequação, ajustamento e compatibilização entre os aspectos internos e aspectos externos da organização. • Escola do posicionamento - segundo essa escola, o planejamento estratégico busca definir um posicionamento estratégico da organização frente ao ambiente externo que deve ser previamente explorado e reconhecido. • Em relação às escolas de caráter descritivo e explicativo, Chiavenato e Sapiro (2020) descrevem as seguintes escolas: • Escola do empreendedorismo - considera o processo estratégico como visionário. Ele é formado mais pela visão que constitui em uma imagem mental dos gestores, do que um plano articulado em palavras e em números. Essa escola foca em aspectos subjetivos dos líderes (intuição, julgamento, experiência e sabedoria dos líderes, etc.) e na criação de condições para execução de ideias. • Escola cognitiva - considera que o planejamento estratégico é um processo mental em função da forma como a realidade ambiental é observada e compreendida pelos indivíduos. • Escola da aprendizagem - considera que a formulação estratégica é um processo emergente de aprendizagem e de desenvolvimento incremental, tanto individual como coletivo. Seu foco está voltado para a gestão gradual das transformações e não da estratégia. Ela considera como premissa que a alta complexidade e competitividade do mercado tornam quase impossível planejar estratégias de forma controlada. Nesse caso, as estratégias emergem como padrões em um fluxo de decisões e, lentamente, se desenvolvem em planos futuros. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 18 • Escola do poder - o processo de planejamento estratégico possui natureza política, e o poder é disputado na organização, abrangendo persuasão, negociação e barganha. Cada organização cria diferentes estratégias de forma proativa para tentar mudar o ambiente de forma que este fique adequado às suas capacidades, mediante um processo político de interagir com o ambiente externo ao invés de simplesmente reagir. • Escola da cultura - nessa abordagem, a estratégia é um processo coletivo e social. Por sua vez, o planejamento estratégico é um processo que se fundamenta na cultura organizacional para tratar de interesses comuns. Para essa escola, a cultura é inibidora de mudanças estratégicas mais expressivas. Considera que a ideologia também é importante e que as organizações são dominadas por valores essenciais (atendimento ao cliente, qualidade e inovação, etc.). • Escola do ambiente - a estratégia é considerada como um processo reativo às circunstâncias do ambiente externo. O planejamento estratégico deixa de ser compreendido como um processo formal, rígido e sequencial que segue passos predefinidos. Ele tenta compatibilizar alternativas de comportamento da organização no sentido de tirar vantagens das situações e evitar possíveis ameaças. • Escola da configuração - considera a estratégia como um processo de mudança, onde o planejamento estratégico é um processo de arranjo da organização para cada tipo de situação ambiental no sentido de integrar suas diferentes partes. Dando sequência, precisamos falar sobre a abrangência do planejamento. Você recorda que a organização possui níveis hierárquicos, não é mesmo? Tratamos sobre isso na Unidade anterior. Vamos refletir sobre o assunto? Como mostramos, a organização possui níveis de poder e cada nível possui propósitos diferentes. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 19 Compreendido esses aspectos, podemos considerar que também existem níveis de planejamento, Chiavenato e Sapiro (2020) descrevem três níveis distintos de planejamento: estratégico, tático e operacional. Segundo Chiavenato e Sapiro (2020) o planejamento estratégico é amplo e envolve toda a organização. Suas principais características são: • Focado no longo prazo, possui efeitos e consequências estendidos a vários anos. • Envolve a empresa como uma totalidade, inclui seus recursos e áreas de atividade, buscando atingir os objetivos em nível organizacional. • Desenvolvido no nível institucional, diz respeito ao plano maior ao qual todos os demais estão sujeitos. No que diz respeito ao planejamento tático, Chiavenato e Sapiro (2020) apontam que ele está focado nos departamentos da organização. Suas características são: • Focado no médio prazo, normalmente é voltado para o exercício anual. • Abrange cada departamento, considerando seus objetivos e recursos específicos. • Desenvolvido no nível intermediário, em cada unidade da organização. Por sua vez, Chiavenato e Sapiro (2020) afirmam que o planejamento operacional considera cada tarefa ou atividade da organização. Esse planejamento possui as seguintes características: • Focado no curto prazo (imediato). • Abrange cada tarefa ou atividade de forma isolada. • Desenvolvido no nível operacional para cada atividade. Para proporcionar melhor compreensão a respeito do exposto, o quadro 1 mostra as principais características segundo cada nível de planejamento. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 20 Quadro 1– Síntese dos três níveis de planejamento Nível/ Atributo Conteúdo Extensão de tempo Amplitude Estratégico Genérico sintético e abrangente Longo prazo Aborda a organização como um todo. Tático Menos genéricos e detalhado. Médio prazo Voltado para cada unidade da organização. Operacional Detalhado, específico e analítico. Curto prazo Voltado para cada tarefa ou operação. Fonte: Chiavenato (2014, p. 179) Chiavenato e Sapiro (2020) apontam que o planejamento estratégico gera os seguintes benefícios: • Torna explícito o sentido de visão estratégica para a organização. • Permite um entendimento do ambiente altamente mutável, dinâmico e competitivo. • Possibilita focar nos aspectos importantes para a organização no futuro, com propósitos de longo prazo. • Oferece suporte para uma atuação proativa em relação aos elementos do ambiente externo, de forma interdependente com os componentes do ambiente interno. • Viabilizar uma visão sistêmica e holística incluindo toda a organização. • Permite interdependência com o ambiente externo. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 21 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido os fundamentos e práticas de análise ambiental e de planejamento estratégico. A analise ambiental considera a necessidade de os gestores das organizações levantarem informações para tomarem decisões em um ambiente dinâmico e mutável. Esse conhecimento estratégico deve ser construído baseado em duas vertentes: (i) diagnóstico interno, se refere a uma avaliação de suas vantagens competitivas e capacidades; (ii) diagnóstico externo, que se refere ao monitoramento voltado para o ambiente externo da organização. Essa avaliação é um processo contínuo que inclui as etapas: Rastreamento e Triagem; Monitoramento; Previsão; Avaliação e Mitigação; Gestão de Impactos e Implementação. Tambémtratamos sobre o planejamento estratégico, bem como sobre as escolas da administração estratégica: Escola do planejamento, Escola do design, Escola do posicionamento, Escola do empreendedorismo, Escola cognitiva, Escola da aprendizagem, Escola do poder, Escola da cultura, Escola do ambiente e Escola da configuração. Por sua vez, mostramos que o planejamento pode ser realizado nos três níveis hierárquicos da organização, assim temos: o planejamento estratégico, planejamento tático e o planejamento operacional. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 22 Planejamento Estratégico Versus Gestão Estratégica OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como o planejamento estratégico atua em conjunto com a gestão estratégica. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão, pois muitos profissionais costumam confundir esses dois construtos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. Agora vamos discutir sobre um assunto que para alguns é simples e claro, mas para a maioria causa interpretações duvidosas. Já vimos anteriormente os conceitos de planejamento e gestão, mas agora vamos associar esses dois elementos de forma a esclarecer suas funções. Para começar, vamos apresentar algumas premissas que apoiam o processo de elaboração do planejamento estratégico que precisam ser consideradas pelos parceiros responsáveis pela gestão estratégica. Segundo Chiavenato e Sapiro (2020) o planejamento estratégico tem como objetivo formular estratégias e assegurar a sua implementação por meio de planos táticos e operacionais, baseado nas seguintes premissas: • Preparação - considera que a organização precisa estar preparada para todas as situações, quando elas se manifestarem. • Sistemático - o planejamento estratégico está relacionado com o comportamento sistêmico e holístico. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 23 Figura 2 – Pense fora da caixa Fonte: Pixabay. • Foco no futuro - o planejamento estratégico está orientado para o longo prazo. • Criação de valor - o planejamento estratégico está relacionado ao comportamento orientado para objetivos estratégicos que criam valor para todas as partes interessadas (acionistas, clientes, fornecedores, etc.). • Participação - o planejamento estratégico tem de ser formulado e compreendido por todos os membros da organização. Figura 3 – Equipe de negócios Fonte: Freepik. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 24 • Continuidade - o planejamento estratégico não é descontínuo. Quanto maior a mudança ambiental, mais o planejamento tem de ser feito e refeito frequentemente. • Implementação - o planejamento estratégico tem de ser colocado em ação por todas os indivíduos da organização. • Monitoramento - faz necessário avaliar o planejamento estratégico quanto ao seu desempenho e resultados. Segundo Maximiano (2018) considerando a abordagem da administração estratégica, a estratégia é construída, implementada, executada, avaliada e reiniciada por meio de processos. Nesse contexto, podemos entender que: • De forma genérica, que a gestão estratégica é responsável pela implementação, monitoramento e o reinício do ciclo de decisões. • O planejamento estratégico inclui o modelo de negócios, os objetivos as vantagens competitivas, etc. Diz respeito ao processo maior do processo de administração estratégica. IMPORTANTE: De acordo com Souza(2020) o modelo de negócio diz respeito ao modo pelo qual uma organização cria valor seus parceiros (clientes, acionistas e outros parceiros). No geral, um modelo de negócio tem de explicar cinco elementos- chave, a saber: • O diferencial da organização em relação ao mercado. • O modo de interação com o consumidor, considerando marca, relacionamento etc. • O modo pelo qual a organização tem de funcionar e assegurar o suprimento dos seus consumidores. • A estratégia – curso de ação utilizado para que a organização alcance objetivos de longo prazo. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 25 • Como a organização faz para gerar resultados econômicos e assegurar sua viabilidade financeira. Dessa forma, podemos compreender que elas estão intimamente associadas. Segundo Chiavenato e Sapiro (2020) o planejamento estratégico inclui uma sequência de análises e decisões que compreende os seguintes componentes: a. Análise da missão ou modelo de negócios - busca identificar em que ponto está a organização. Figura 4 – Conceito abstrato de missão Fonte: Freepik. b. Análise do ambiente externo - a organização precisa identificar quais as ameaças e as oportunidades. c. Análise do ambiente interno - diz respeito a identificação dos pontos fortes e fracos do ambiente interno da organização. d. Definição do plano estratégico - no geral, inclui os objetivos estratégicos específicos da organização. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 26 e. Implementação - corresponde a aplicação dos planos de ação. f. Execução e avaliação - consiste na avaliação dos resultados com os objetivos definidos. Como forma de integrar essas etapas, os responsáveis pela gestão estratégica vêm usando o Balanced Scorecard. Esta ferramenta permite desdobrar de objetivos estratégicos, desde a alta administração até o nível operacional. A Balanced Scorecard (BSC) foi criado por Kaplan e Norton (2001). Ela está apoiada em quatro perspectivas, a saber: i. Financeira - diz respeito ao juízo de valor de diferentes parceiros, sobretudo de acionistas, quanto ao desempenho econômico e financeiro das empresas (lucro, retorno sobre o investimento, etc.) ii. Cliente - trata sobre o modo no qual as organizações são compreendidas pelo consumidor. Figura 5 – Consumidor Fonte: Pixabay. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 27 iii. Processos internos - se refere à avaliação de processos organizacionais com o intuito de verificar se os resultados estão conforme o esperado pela organização. iv. Inovação e aprendizagem - considera a disposição das organizações a investirem em inovações de produtos e processos. Figura 6- Inovação Fonte: Pixabay. Podemos compreender que o BSC possui grande importância para a administração da organização, e também para a gestão e o gerenciamento de diferentes áreas estratégicas (operações, finanças, etc.) considerando suas respectivas responsabilidades e processos (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Um exemplo do BSC é apresentado no Quadro 2. Quadro 2 – Exemplo de BSC Perspectiva Objetivo Meta Ações Indicador Financeira - - - - Cliente - - - - Processos internos - - - - Inovação e aprendizagem - - - - Fonte: Kaplan e Norton, 1997 Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 28 Para facilitar a compreensão dos objetivos, metas, ações e indicadores vinculados a cada uma das perspectivas do BSC, a administração pode desenvolver um mapa estratégico. O mapa estratégico é uma representação visual que relaciona as perspectivas do BSC e os desempenhos das organizações (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). A figura mostra um exemplo do mapa estratégico do BSC. Figura 7 – Mapa das perspectivas do BSC Perspectiva dos clientes (sistema de relacionamento com clientes). Lucro Perspectiva dos processos internos (otimizar processos). Perspectiva financeira (eficiência financeira). Perspectiva da inovação e aprendizado (assegurar o desenvolvimento dos colaboradores). Fonte: Kaplan e Norton, 1997. Dados os atributos do BSC, é relevante mostrar as fases necessárias para a sua aplicação. De acordo com Kaplan e Norton (1996) para conectar as estratégias organizacionais às ações estabelecidas para alcançar os objetivos e metas organizacionais, faz necessário a execução das seguintes etapas: Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 29 Figura 8 – Etapas de execução do BSC Detalhamento da estratégia. Disseminaçãoda estratégia. Desenvolvimento da estratégia. Execução e controle da estratégia. Avaliação da estratégia. Planejamento das operações. Fonte: Kaplan e Norton, 1996. Como você pode observar, para começar a aplicação do BSC é necessário desenvolver a estratégia. Na sequência, faz necessário a construção de um planejamento baseado em instrumentos gerenciais. Quando elaborados, os gestores precisam alinhas objetivos, metas e estratégias com os integrantes da organização. Depois deste alinhamento, é necessário planejar e organizar as operações, bem como estabelecer métricas e instrumentos para acompanhar o processo e otimizar os recursos disponíveis. Depois disso, a empresa precisa monitorar a execução das estratégias e seus planos operacionais com o intuito de identificar os pontos fortes e as limitações. Por fim, é necessário realizar o levantamento de dados operacionais dos ambientes interno e externo para avaliar e adaptar estratégias (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Para alcançar competitividade e sustentabilidade durante suas atividades, os gestores precisam adotar uma visão estratégica, ou seja, usar uma visão abrangente que está apoiada em quatro formas de entender as organizações, conforme descreveram Chiavenato e Sapiro (2020): • Visão sistêmica - consiste em observar o todo, não somente uma parte dele. Observar a totalidade para entender o papel e os relacionamentos entre suas partes. Ou seja, ver a floresta e não cada uma de suas árvores. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 30 Figura 9 – Floresta Fonte: Pixabay. • Visão periférica - os gestores têm de compreender o ambiente externo no qual a organização está inserida. Ou seja: olhar fora da caixa. Figura 10 – Sucesso Fonte: Pixabay. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 31 • Visão antecipatória - está associado a percepção de tendências ou consequências de ações no presente. Figura 11 – Pesquisa de tendências de negócios Fonte: Freepik. • Insight e intuição - consiste em imaginar, intuir e entender o curso de ação do jogo para chegar ao objetivo antes dos outros. Para proporcionar melhor compreensão, a figura 12 resume os elementos básicos da visão estratégica. Figura 12 – Elementos da visão estratégica Visão estratégica Visão sistêmica Visão antecipatória Insight e intuição Visão periférica Fonte: Chiavenato e Sapiro (2020) Muitas vezes falta ligação entre a visão de alto nível da administração e os objetivos dos colaboradores, nesse caso, o BSC pode ser considerado Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 32 como um instrumento de ligação, que traduz a visão em objetivos e usa indicadores mensuráveis que podem ser aplicados para avaliação de desempenho (SOUZA, 2020). Sobre esse instrumento, Souza (2020) faz as seguintes considerações: • Tradução da visão - os integrantes do corpo gerencial sênior precisam explorar a visão e o objetivo da organização para esclarecê-los. Por exemplo, suprir segmentos chaves. Possivelmente cada executivo possui uma percepção diferente sobre cada segmento atendido pela organização. Figura 13 – Balão de pensamento Fonte: Pixabay. • Comunicação e conexão - envolve o compartilhamento da visão da organização com os departamentos da organização, ou seja, inclui o desdobramento de objetivos e indicadores em níveis inferiores da organização. • Planejamento de negócios - inclui a conexão entre o plano de negócios e o plano financeiro. • Feedback e aprendizado - permite que os gestores avaliem de maneira contínua o progresso de seus indicadores. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 33 Figura 14 – Conceito de feedback Fonte: Freepik. Em resumo, Souza (2020) aponta que o BSC pode ser utilizado principalmente para: • Elucidar e atualizar a estratégia. • Comunicar a estratégia em toda a organização. • Conectar metas das unidades e das pessoas com a estratégia. • Vincular objetivos estratégicos com metas de longo prazo, bem como com orçamentos anuais. • Levantar e alinhar as ações estratégicas. • Avaliar o desempenho de forma periódica para melhorar a estratégia. Diante do exposto, você precisa entender que a gestão estratégica é a aplicada pelos executivos para “mover” a organização de um estado atual para um estado futuro melhor, no que diz respeito a participação de mercado, rentabilidade, valor da companhia, satisfação dos clientes etc. (SOUZA, 2020). Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 34 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o planejamento estratégico atua em conjunto com a gestão estratégica. A gestão estratégica é responsável pela implementação, monitoramento e o reinício do ciclo de decisões. Por sua vez, o planejamento estratégico inclui o modelo de negócios, os objetivos as vantagens competitivas, etc. O planejamento estratégico inclui uma sequência de análises e decisões que compreende os seguintes componentes: análise da missão ou modelo de negócios, análise do ambiente externo, análise do ambiente interno, definição do plano estratégico, implementação, execução e avaliação. Para integrar essas etapas, os responsáveis pela gestão estratégica vêm usando o Balanced Scorecard. Esse instrumento é usado para desdobrar objetivos estratégicos para os demais níveis hierárquicos, baseado em quatro perspectivas: Financeira, Cliente, Processos internos, Inovação e aprendizagem. Por fim, falamos sobre visão sistêmica que está associado a visualização da totalidade do contexto. A visão estratégica é formada pelas seguintes visões: sistêmica, antecipatória, insight e intuição e periférica. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 35 Modelos de Planejamento Estratégico OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender os principais modelos que usados para apoiar o planejamento estratégico. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram desenvolver um planejamento sem a devida instrução tiveram problemas para alcançar objetivos e metas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. No geral, o planejamento estratégico básico inclui: • Definir os objetivos. • Definir as formas de alcançar os objetivos. • Definir as metas para atingir os objetivos. • Acompanhar e requalificar as metas à medida em que os processos vão se desenvolvendo. Modelo 1: Matriz SWOT Para começar, você precisa entender que a Matriz SWOT vem do acrônimo em Inglês: Strengths (Forças), Weaknesses (Fragilidades), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças) (CIAVENATO; SAPIRO, 2020). Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 36 Figura 15 – Análise SWOT Fonte: Freepilk. Segundo Chiavenato e Sapiro (2020) esse instrumento é um dos mais utilizados no processo de planejamento estratégico. Sua base de aplicação é o cruzamento de oportunidades e as ameaças externas à organização, considerando sua missão, visão, valores e objetivos estratégicos, bem como as forças (pontos fortes) e fragilidades (pontos fracos ou para melhoria). Para Chiavenato e Sapiro (2020) quando aplicamos a Matriz SWOT, precisamos realizar os seguintes procedimentos: • Realizar o levantamento de oportunidades e ameaças do ambiente externo, bem como de forças e fragilidades relativas ao ambiente interno da organização. • Interpretar a relação de forças e fragilidades internas, bem como de oportunidades e ameaças externas. Esse cruzamento inclui quatro células da Matriz SWOT, onde cada célula aponta um rumo a ser seguido. Sobre os Quadrantes da Matriz SWOT, considere o seguinte descrito por Chiavenato e Sapiro (2020): Estratégias de Gestão e Organização Empresarial37 • Quadrante 1 - indica políticas de ações ofensivas, isto é, o uso de forças e competências da organização para usufruir das oportunidades levantadas. • Quadrante 2 - aponta que as fragilidades da organização dificultam o aproveitamento de oportunidades ambientais e sugere uma política de manutenção do status quo. • Quadrante 3 - sugere que as forças da organização precisam criar barreiras às ameaças ambientais externas. • Quadrante 4 - expressa a fraqueza da organização em lidar com as ameaças, podendo apontar crise ou declínio. Essa Matriz possibilita identificar tendências nos ambientes (interno e externo). Na geral, as organizações lidam com todas as situações registradas na matriz SWOT de forma simultânea. Nesse sentido, os estrategistas planejam as políticas mais adequadas para cada situação, buscando fazer com que os fatores chave de sucesso sejam contemplados nelas (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). No que diz respeito à dificuldade na preparação da matriz SWOT, podemos destacar o processo de reconhecimento das ameaças ou oportunidades. Precisamos ter em mente que não é um procedimento simples e, por outro lado, análises superficiais podem gerar equívocos que podem ser fatais (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Diante do exposto, ao utilizarem esse modelo, os gestores precisam considerar as seguintes questões ou ações: • Análise SWOT – pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças. • Os administradores identificam as maiores questões e os objetivos. • Reavaliar a missão, visão e valores da empresa. • Desenvolver planos de metas (se possível anuais). • Identificar o capital necessário. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 38 • Acompanhar e requalificar as metas à medida em que os processos vão se desenvolvendo Modelo 2: 5 Forças de Porter Baseado no modelo das 5 Forças de Porter, compradores, produtos substitutivos, fornecedores, concorrentes e entrantes potenciais de um setor são forças que influencia no nível de competitividade setorial. Esse modelo possibilita ampliar a visão periférica de um negócio, bem como analisar de forma profunda a situação de cada segmento de atuação (AAKER, 2012). Para proporcionar melhor compreensão, essas forças serão descritas a seguir: No que se refere à ameaça de novos entrantes, entende-se que uma organização que ingressa em um setor de negócios traz ameaças às organizações que já atuam, por ter potencialidade de produção adicional, forçando as outras a serem mais eficazes e a concorrerem em novas dimensões (MAXIMIANO, 2018). Segundo Maximiano (2018) para impedir a entrada de novas organizações, as empresas utilizam barreiras de entradas: • Economias de escala - quando o volume de um produto produzido cresce e os custos unitário de fabricação reduzem. Dessa forma, o novo entrante encara o desafio frente às economias dos concorrentes. • Diferenciação de produto - as empresas atuantes em um segmento diferenciam o produto, tornando-o exclusivo e possivelmente mais valorizado pelo cliente. Nesse caso, o novo entrante tem de empregar muitos esforços para superar a fidelidade dos clientes. • Requisitos de capital - para ingressar no segmento, as organizações precisam dispor de capital e de outros recursos. • Custos de mudança - com custos de mudança elevados, o novo entrante encara desafios. Isso ocorre, quando, as empresas adquirem algo e precisam de custos adicionais para atualizar um item. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 39 No que diz respeito ao poder de barganha dos fornecedores, Maximiano (2018) entende-se que um grupo de fornecedores é considerado forte quando possui as seguintes características: • É formada por uma pequena quantidade de grandes fornecedoras concentradas. • Não existem produtos substitutos satisfatórios para o segmento. • Consideram as organizações como clientes importantes. • Seus itens são essenciais para o sucesso do comprador no mercado. • Representam uma ameaça de integrar-se para a frente no setor dos compradores. No tocante ao poder de barganha dos compradores, Maximiano (2018) afirma que o cliente possui poder, especialmente, quando: • Adquire grande parte da produção do setor. • O produto comprado representa uma parcela expressiva dos custos do comprador. • Os itens da indústria não são diferenciados ou padronizados. Em relação à ameaça de produtos substitutos, podemos entender que são os diferentes bens ou serviços vindos de fora do setor e que oferecem as mesmas funções de um item fabricado no setor (MAXIMIANO,2018). Quanto à intensidade da rivalidade entre os concorrentes, entende- se que em cada setor existem organizações que concorrem ativamente para obter competitividade estratégica (MAXIMIANO,2018). Entre os fatores que influenciam no grau de rivalidade entre as organizações, Maximiano (2018) destaca: • Quantidade expressiva de concorrentes ou igualmente equilibrados. • Expansão lenta do setor. • Custos fixos altos. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 40 • Capacidade ampliada em grandes incrementos. • Concorrência contrárias de metas e de estratégias. • Desafios estratégicos elevados. Modelo 3: Canvas O modelo Business Model Canvas (BMC) foi construído por Alexander Osterwalder. Diz respeito a um mapa visual que mostra o caminho para o administrador, proporcionando melhor compreensão do modelo de negócio de empresas embrionárias ou maduras (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). De acordo com Chiavenato e Sapiro (2020) esta ferramenta está organizada em nove blocos, a saber: • Segmentos de clientes - se refere a pessoas, grupos e organizações que a empresa pretende atender. Figura 16 – Segmentação Fonte: Pixabay. • Proposta de valor - diz respeito a proposta de valor criada por produtos e serviços para determinado grupo de clientes. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 41 • Relacionamento com clientes - envolve o tipo de relacionamento que se pretende desenvolver com os segmentos de clientes. • Canais - inclui comunicação, distribuição, venda e pós-venda. • Fluxo de receitas - trata sobre a renda gerada por cada grupo de cliente. • Recursos-chave - trata a respeito de itens tangíveis e intangíveis utilizados para entregar a proposta de valor. • Atividades-chave - se refere as atividades mais relevantes que uma organização deve executar para obter sucesso no mercado. • Parceiros-chave - considera fornecedores e parceiros que fazem o modelo de negócio da organização funcionar. • Estrutura de custos - considera a estrutura de custos mais importantes para a eficiência do modelo de negócio. Na prática, todas essas informações são colocadas em uma única folha para possibilitar uma visão objetiva do negócio, como mostrado a figura 17. Figura 17 – Canvas Fonte: Wikimedia commons. De acordo com o Sebrae (2019) entre as vantagens do Canvas estão: Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 42 • Simplicidade de comunicação e aplicação. • Demanda menor de tempo e outros recursos para a seu desenvolvimento e aplicação. • Visualização intuitiva e dinâmica de principais ideias. No que diz respeito às desvantagens, Sebrae (2019) destaca: • Falta de documentação. • Análise de risco simplória. • Escassez de detalhamento de custos. • Falta de gerenciamento de aquisições. • Cronograma macro, o que aponta a necessidade de instrumentos complementares. Modelo 3: Matriz GUT Esta seção trata sobre a Matriz GUT que é um instrumento usado para priorização de problemas. Na maioria das decisões os recursos tangíveis (dinheiro, máquina etc.) e intangíveis (tempo, motivação etc.) são limitados e para realizar uma boa escolha faz necessário a aplicação de um processo racional (SOUZA, 2019). Segundo Souza (2019) a Matriz tem como função priorizar os problemas segundo sua Gravidade, Urgência e Tendência. Esses termossão usados para observarmos os problemas com o propósito construir uma hierarquia. Observe os significados desses termos a seguir: a. Gravidade - problema que gera maiores consequências para um projeto. b. Urgência - problema que precisa de atenção imediata. c. Tendência - consiste na consequência da ausência de ação em relação a determinados problemas. EXEMPLO Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 43 Suponha que um processo de trabalho apresentou falhas. Na sequência, essas falhas devem ser listadas e avaliadas com o auxílio da Matriz “GUT” para que sejam priorizadas conforme a sua gravidade, urgência e tendenciosidade. Figura 18 – Problema Fonte: Pixabay. Sobre essa ferramenta, você precisa entender que: I. Ela aponta caminhos mais racionais que podem apoiar na tomada de decisão a respeito dos problemas precisam ser priorizados. II. Ela está intimamente associadas à percepção do indivíduo quanto à Gravidade, à Urgência e à Tendência dos problemas analisados. III. Para identificar a gravidade, a urgência e a tendenciosidade do problema, uma escala de 1 (um) a 5 (cinco) pontos. Deste modo, podemos considerar que a Matriz GUT (Gravidada, Urgência e Tendência) é um instrumento subjetivo que pode ser usada para classificar problemas segundo a sua prioridade. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 44 Matriz Participação de Mercado/ Crescimento do Mercado - Matriz BCG A matriz de participação de mercado/crescimento do mercado é uma técnica de análise da carteira de negócios usada para formular estratégias. Ela foi criada pela consultoria Boston Consulting Group (BCG). Sua proposta é classificar produtos ou linhas de produtos conforme dois fatores: sua parcela de mercado relativa à concorrência e a taxa de crescimento do mercado do produto. Esses dois fatores são divididos em categorias alta e baixa, como exposto no Quadro 3. Quadro 3 - BCG Alta Taxa de crescimento do mercado Estrelas Pontos de interrogações Vacas leiteiras Bichos de estimação Baixa Participação relativa no mercado Alta Baixa Fonte: Elaborado pela autora (2021). Na prática, Chiavenato e Sapiro (2020) afirmam que os produtos direcionados para cada quadrante recebem nomes sugestivos para denotar suas propriedades em função dos fatores explorados. A partir dessas classificações são elaboradas indicações de estratégias, que consideram a dinâmica dentre quatro diferentes situações de produtos: • Estrelas - os produtos possuem altas parcelas de mercado e as altas taxas de crescimento. • Vacas leiteiras - produtos que possuem grande participação em um mercado que cresce cada vez menos e provavelmente estão atravessando o estágio de maturidade de seu ciclo de vida. • Pontos de interrogação - conhecidas como crianças-problema, são produtos reconhecidos por baixas parcelas de mercado, mas com altas taxas de crescimento. • Bichos de estimação - se refere a produtos com baixas parcelas de mercado e atuam em setores com baixas taxas de crescimento. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 45 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido quais modelos podem ser usados para apoiar o processo de planejamento estratégico. Foram explorados os seguintes modelos: Matriz SWOT, modelo das 5 Forças de Porter, Business Model Canvas (BMC), Matriz GUT e Matriz BCG. A Matriz SWOT é um dos mais utilizados no processo de planejamento estratégico. Ela cruza oportunidades e ameaças externas à organização, considerando sua missão, visão, valores e objetivos estratégicos, bem como as forças e fragilidades. As 5 Forças de Porter são usadas para avaliar a competividade de segmentos e possui as seguintes dimensões: ameaça de novos entrantes, poder de barganha dos fornecedores, poder de barganha dos compradores, ameaça de produtos substitutos e intensidade da rivalidade entre os concorrentes. O modelo Business Model Canvas (BMC) traz uma visão geral do modelo de negócio da empresa, considera aspectos como segmentos de clientes, proposta de valor, relacionamento com clientes, etc. A Matriz GUT é um instrumento usado para priorização de problemas conforme sua Gravidade, Urgência e Tendência. A Matriz participação de mercado/ crescimento do mercado (Matriz BCG) busca classificar produtos e considera quatro situações: Estrelas, Vacas leiteiras, Pontos de interrogação e Bichos de estimação. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 46 Estrutura das Áreas de Produção, Comercial, Recursos Humanos e Financeira OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender a estrutura da gestão estratégica. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram administrar organizações sem a devida instrução tiveram problemas para alcançar objetivos e metas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. A estrutura da organização inclui as linhas de autoridade e o modo como os indivíduos e os departamentos estão agrupados, pode estimular a cooperação, o compartilhamento e a comunicação (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Segundo Maximiano (2018) os cursos de ação que executam a estratégia corporativa definidas pela alta administração, em parceria com diferentes áreas funcionais, tais como: • Operações - se refere a estruturação e a mudança do sistema de operações e gerenciamento da cadela de suprimentos. Inclui, por exemplo, instalações para gerar novos produtos e serviços, montagem de instalações produtivas em outras regiões etc. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 47 Figura 19 – Trabalhador de armazém transportando mercadorias Fonte: Freepik. • Marketing - responsável por gerenciar Pesquisas de mercado e de satisfação de clientes. Inclui campanhas promocionais associadas aos produtos, à praça, etc. • Recursos Humanos - inclui o planejamento de mão de obra, atividades de recrutamento, seleção, desenvolvimento, entre outras. Figura 20– Pessoas Fonte: Pixabay. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 48 • Tecnologia - considera o desenvolvimento de materiais e produtos, o aperfeiçoamento do sistema de operações, gestão do conhecimento, etc. Figura 21 – Conhecimento Fonte: Freepik. • Finanças - considera o planejamento financeiro necessário para a implementação das estratégias. De acordo com Certo (2010) existe três principais funções identificadas associadas à administração estratégica de uma organização são: marketing, produção e finanças. • Marketing na administração estratégica - o Marketing na administração estratégica, expressa o relacionamento entre os princípios básicos do marketing e da administração estratégica, conexão que possibilita uma análise situacional exitosa para o processo de administração estratégica. De forma genérica, podemos entender que o processo de marketing estratégico inclui: análise de relacionamento consumidor/produto, escolha de estratégia de segmentação de mercado, projeto de estratégia de mix de marketing e execução e controle da estratégia de marketing. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 49 Figura 22 – Meios de comunicação Fonte: Pixabay. • Operações na administração estratégica - explora os princípios básicos das operações organizacionais conectando com o processo de administração estratégica. Caracteriza os processos como elemento determinante da estratégia, mostrando o projeto de produtos como uma questão relevante para a estratégia e explora a natureza da tomada de decisões dentro do departamento de operações. Figura 23 – Equipe discutindo sobre projeto industrial Fonte: Freepik. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 50 • Finanças na administração estratégica- finanças consiste no processo de avaliação de ativos, passivos e lucro e de tomada de decisão. Esses conceitos são essenciais para as análises do processo de administração estratégica. Nesse contexto, as abordagens analíticas costumam incluir análises como: relação financeira, ponto de equilíbrio e valor líquido presente. Outra importante área que integra a administração estratégica é a gestão de pessoas. Segundo Chiavenato (2014) as pessoas são responsáveis pela execução das estratégias organizacionais, nesse sentido, ela deve ser compreendida por todos os membros da organização, de forma que todos saibam o sentido dos esforços e das contribuições geradas por todos os membros da organização. Diante desse contexto, é necessário traduzir objetivos e estratégias organizacionais em objetivos e estratégias de Gestão de Pessoas (CHIAVENTATO,2014). Provavelmente você estar se perguntando como realizar este procedimento, não é mesmo? Vamos lá. Essa conexão é realiza por meio do planejamento estratégico de GP. Segundo Chiavenato (2014), o planejamento estratégico de GP é a forma como a função de GP deve contribuir para alcançar objetivos organizacionais e, simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos objetivos funcionais de suas áreas e dos objetivos individuais dos colaboradores. Consiste em alinhar talentos e competências com as necessidades e propósitos da organização. Para cada estratégia organizacional deve corresponder uma estratégia de GP, que deve integrar o planejamento estratégico da organização. Para facilitar a sua compreensão, a respeito desta relação observe a figura 24. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 51 Figura 24 – Relação entre o planejamento estratégico organizacional e o planejamento estratégico de gestão de pessoas PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE GP Fonte: Elaborado pela autora (2021). Importante destacar que o planejamento estratégico de gestão de pessoas não mais se restringe ao volume de pessoas necessárias às operações da organização, envolve muito mais do que isso. Ele se inicia com a missão e a visão organizacional, a definição dos objetivos e precisa lidar com competências disponíveis e aquelas necessárias para êxito organizacional (CHIAVENTATO, 2014). A literatura especializada aponta que a competência é a junção de três elementos: conhecimento, habilidade e atitude, conforme mostra a figura 25. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 52 Figura 25 – Elementos da competência Expressa a familiaridade ou compreensão de ganhos por meio de estudos e de experiências. Conhecimento Consiste na capacidade de transformar o conhecimento em ação para alcançar o desempenho esperado. Habilidade É o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a forma de liderar, de motivar, de comunicar, etc. Atitude Fonte: Chiavenato (2014) Segundo Chiavenato (2014), o planejamento da Gestão de Pessoas baseado em competências é executado por meio dos seguintes passos: 1. Definir a visão de futuro e os objetivos da organização a serem alcançados em função de determinado período. 2. Defini as competências organizacionais necessárias para alcançar os objetivos. Figura 26 – Lista de controle Fonte: Pixabay. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 53 3. Avaliar as competências presentes na organização. 4. Estimar a lacuna (gap) entre as competências necessárias e as competências da organização. 5. Desdobrar a lacuna em termos de competências organizacionais a serem criadas ou adquiridas. 6. Desdobrar a lacuna em termos de competências funcionais de cada departamento da organização (finanças, marketing, produção etc.). 7. Desdobrar a lacuna em termos de competências gerenciais ou administrativas que cada gestor deve possuir para lidar com sua equipe. 8. Desdobrar a lacuna em termos de competências que cada colaborador deve possuir. 9. Desenvolver programas de treinamento e desenvolvimento (T&D) e promover o desenvolvimento organizacional (DO) para construir competências internas. 10. Desenvolver programas de recrutamento e seleção para agregar talentos na obtenção externa de competências. Figura 27 – Conceito de contratação e recrutamento Fonte: Freepik. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 54 11. Avaliar os resultados alcançados e retroação ao sistema de forma constante. A liderança estratégica é uma competência essencial para alcançar o desempenho estratégico da organização. Na atualidade ela possui as seguintes características: Empowerment e patrocinador, criativo e inovador, aprendiz, apoiador, generalista com expertise em várias áreas, perspectiva global e sistêmica, etc. (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). A liderança apresenta diferenças dependendo do nível hierárquico considerado, ou seja, no nível institucional é realizada pela presidência ou diretoria, no nível tático é exercida pelos gerentes e executivos, e no nível operacional é conduzida pelos supervisores de primeira linha (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). Para proporcionar melhor compreensão, as características da liderança em cada nível hierárquico são mostradas a seguir, conforme descrito por (CHIAVENATO; SAPIRO, 2020). a. Institucional (estratégico), o dirigente tem de ser: • Global thinker. • Estrategista. • Impulsionador de mudanças e renovação. • Missionário e visionário. • Advogado e mentor. • Empreendedor. • Guardião do negócio. b. Intermediário (tático), o gerente tem de: • Impulsionar na busca por metas e resultados. • Identificar e selecionar talentos. • Mobilizar os indivíduos para a mudança e inovação. • Treinar e desenvolve líderes. c. Operacional (operacional), o supervisor tem de: Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 55 • Conduzir colaboradores para a execução do trabalho. • Impulsionar o desempenho excelente. • Construir parcerias dentro e ao longo das equipes. • Gerenciar o trabalho cotidiano. • Influenciar pelo seu poder pessoal. • Inspirar lealdade e confiança. Figura 28 – Gerente de fábrica visitando a linha de produção Fonte: Freepik. Segundo Maximiano (2018) o princípio de que a estrutura é orientada pela estratégia foi popularizado por Alfred Chandler. Baseado nessa lógica, a estrutura organizacional esquematizada no organograma é o reflexo da estratégia, pois o processo de desenhar a estrutura organizacional é situacional. Nesse sentido, a relação entre estruturas organizacionais básicas e principais estratégias são mostradas a seguir: • Humanograma - diz respeito a estrutura usada por empresas familiares, em sua fase embrionária, onde não existe uma definição rígida de cargos ou divisão formal de trabalho. Está associado à estratégia de estabilidade, pela qual os proprietários querem manter o controle da organização. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 56 • Organização funcional - é uma estrutura simples, que basicamente reúne as seguintes funções: produção, vendas, finanças. Ela pode ser desenvolvida em organizações de diferentes tamanhos, que operam com pouca produção fazendo uso das mesmas tecnologias. • Organização por produto - organização que possui diferentes linhas de produtos ou diferentes serviços, cada um focado em um mercado. Exemplo: empresas do setor automobilístico. • Organização por clientes - produtos/serviços iguais são oferecidos para clientes diferente. Exemplo: agências de propaganda. Figura 29 – Marketing digital Fonte: Pixabay. • Organização geográfica - organizações que possuem a estratégia de se espalhar por muitas regiões. • Organização por projetos - vinculada a organizações que fabricam produtos ou prestam serviços por encomenda. Exemplo: empresas de consultoria. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 57 Figura 30 – Conceito de consultoria Fonte: Freepik. • Organização por processos -inclui equipes responsáveis pela administração de processos interligados. Está vinculada à gestão da cadeia de suprimentos. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido quais os elementos que formam a estrutura da gestão estratégica. De forma geral, mostramos que a estrutura da organização inclui as linhas de autoridade e a forma como os indivíduos e os departamentos estão organizados. A estratégia corporativa é definidas pela alta administração com o apoio das seguintes áreas funcionais: operações, marketing, recursos humanos, Tecnologia, Finanças. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 58 Reconhecido esses aspectos, exploramos as principais funções que se relacionam à administração estratégica: marketing, produção, finanças, gestão de pessoas. Também falamos sobre a liderança estratégica é uma competência fundamental para alcançar o desempenho estratégico da organização, assim, destacamos os atributos dos líderes atuais (Empowerment e patrocinador, criativo e inovador, aprendiz, apoiador, etc.). Por fim, mostramos a relação entre estruturas organizacionais básicas e principais estratégias adotadas pelas organizações, assim, falamos sobre: humanograma, Organização funcional, Organização por produto, Organização por clientes no contexto da gestão estratégica. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial 59 REFERÊNCIAS AAKER, D. A. Administração estratégica de mercado. Porto Alegre: Bookman, 2012. KOTLER, P; KELLER, K. L. Administração De Marketing. São Paulo: Pearson, 2012. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Organização orientada para a estratégia: como as empresas que adotam o Balanced Scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Using the Balanced Scorecard as strategic management system. [s.l.] Harvard Business School Press, 1996. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. Porto Alegre: Bookman, 2012. SOUZA, J. O. L. 50 Ferramentas de Gestão: Diagnosticar e resolver problemas. Natal: eBook Kindle, 2019. Estratégias de Gestão e Organização Empresarial Como Aplicar os Conceitos nas Organizações Organizações e Análise Ambiental Ambiente Interno Ambiente Externo Planejamento Estratégico Planejamento Estratégico Versus Gestão Estratégica Modelos de Planejamento Estratégico Modelo 1: Matriz SWOT Modelo 2: 5 Forças de Porter Modelo 3: Canvas Modelo 3: Matriz GUT Matriz Participação de Mercado/ Crescimento do Mercado - Matriz BCG Estrutura das Áreas de Produção, Comercial, Recursos Humanos e Financeira
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