Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Icterícia Neonatal Definição Coloração amarelada da pele e das mucosas, ocasionada pelo aumento dos níveis séricos de bilirrubina, que acomete cerca de 60% dos RN a termo e 80% dos prematuros tardios na primeira semana de vida Classificação Precoce ou patológica Tardia ou fisiológica Fatores de Risco Hiperbilirrubinemia indireta significante Icterícia precoce (primeiras 24h de vida) Incompatibilidade materno-fetal (Rh, ABO, antígenos irregulares) Deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD) Idade gestacional < ou = a 36 semanas Presença de céfalo-hematoma ou equimoses Mãe diabética Aleitamento materno exclusivo com dificuldade ou perda de peso superior a 7% Irmão anterior com icterícia neonatal com necessidade de fototerapia Descendência asiática Bilirrubina total na zona de alto risco ou risco intermediário (normograma de Bhutani) antes da alta hospitalar Neurotoxicidade neonatal Idade gestacional ≤ 36 semanas Doença hemolítica Asfixia perinatal Sepse Acidose Albumina < 3 g/dL Avaliação Clínica Progressão craniocaudal Zonas de Kramer Zona 1 Icterícia de cabeça e pescoço BT = 6mg/dL Zona 2 Icterícia até o umbigo BT = 9mg/dL Zona 3 Icterícia até os joelhos BT = 12mg/dL Zona 4 Icterícia até os tornozelos e/ou antebraço BT = 15mg/dL Zona 5 Icterícia até região plantar e palmar BT = 18mg/dL ou + Laboratorial Dosagem de bilirrubina transcutânea Teste de coombs direto Teste de coombs indireto Teste do Eluato Normograma de Buthani P95 = sempre tratar P75 = tratar se fator de risco P40 = não tratar Manejo Terapêutico Objetivo Impedir a neurotoxicidade associada a bilirrubina indireta 4 fatores principais Dosagem de bilirrubina total Idade gestacional e peso de nascimento Idade pós-natal Presença de fatores de risco para lesão bilirrubínica neuronal Fototerapia Atua transformando a bilirrubina indireta em isômeros que são excretados facilmente Indicação baseada em: Normograma de Buthani Academia Americana de Pediatria Protocolos institucionais Eficácia Comprimento de onda da luz (ideal lâmpadas azuis de 430-490 nm) Irradiância espectral O mínimo considerado eficaz é de 8-10 μW /cm2/nm (fototerapia convencional), mas a fototerapia é considerada de alta intensidade quando irradiância ≥ 30 μW /cm2/nm Distância entre as luzes e o recém-nascido Superfície corporal exposta à luz: quanto maior a superfície exposta (manter RN apenas de fraldas e proteção ocular), maior a eficácia Cuidados Durante a fototerapia, devemos ter cuidado com a temperatura do recém- nascido (risco de hipo ou hipertermia), oferta hídrica (aumento das perdas insensíveis pela pele) e proteção dos olhos, devendo-se utilizar uma cobertura radiopaca Complicações Diarreia Rash macular eritematoso Queimaduras Desidratação Síndrome do bebê bronzeado Suspensão Diferentes critérios são utilizados para a suspensão da fototerapia: Bilirrubina total < 8-10 mg/dL Bilirrubina total em níveis inferiores ao da entrada Bilirrubina total 2 mg/dL abaixo do nível de indicação atual Rebote A bilirrubina sérica deve ser reavaliada em 12 a 24 horas após suspensão para a detecção de rebote (bebê volta a ficar ictérico, por isso deve-se monitorizar) Imunoglobulina Humana Está indicada quando ocorre aumento da bilirrubina total apesar do uso de fototerapia intensiva ou quando a bilirrubina total se aproxima de 2 a 3 mg/dL do nível de indicação de exsanguineotransfusão Exsanguineotransfusão Indicada quase exclusivamente na doença hemolítica grave por incompatibilidade Rh Icterícia Neonatal Precoce Definição Características Icterícia nas primeiras 24 horas de vida Frequentemente está associada à ocorrência de doença hemolítica Investigação Completa Bilirrubina total e frações Hemograma completo Esfregaço sanguíneo Reticulócitos Albumina Tipagem sanguínea da mãe e do RN Teste de Coombs direto e indireto Teste de Eluato Dosagem quantitativa de G6PD Dosagem de TSH (teste do pezinho) e T4 livre Quadro Clínico - Tratado de Pediatria trás até 36 horas de vida - Não fisiológica = olhar bilirrubina direta Elevação da bilirrubina sérica em velocidade superior a 5mg/dL/dia Bilirrubina sérica > 12mg/dL em RN a termo ou > 15mg/dL em RN prematuro Icterícia que persiste após 10 a 14 dias de vida Hiperbilirrubinemia direta BD > 1mg/dL se bilirrubina total < 5mg/dL ou BD > 20% da bilirrubina total se bilirrubina total > 5mg/dL Hepatomegalia Esplenomegalia Vômitos Letargia Recusa alimentar Bradicardia Apneia Incompatibilidade do Rh Incompatibilidade ABO 1:1.000 nascidos vivos A genitora apresenta o antígeno D negativo (Rh negativo) e o RN apresenta o antígeno D positivo (Rh positivo) 1ª gestação 2ª gestação Produção de anticorpos anti-D (IgM), que não ultrapassam a barreira placentária Produção de anticorpos IgM que ultrapassam a barreira placentária e se ligam às hemácias do RN, causando hemólise intensa, anemia e reticulocitose Prevenção Administração da imunoglobulina humana anti-D nas primeiras 72 horas do contato com sangue Rh positivo Causa mais comum de doença hemolítica no RN 20 - 25% das gestações Genitora do grupo sanguíneo O e o RN do grupo sanguíneo A ou B Hemólise menos intensa Coombs direto pode ou não ser positivo, embora o Coombs indireto e o Eluato sejam positivos Pode-se encontrar esferócitos em sangue periférico Hemólise Icterícia < 24h Anemia Reticulocitose > 10% Velocidade hemólise - BI > 0,5 mg/dL/h Teste de Coombs Coombs indireto negativo: não houve produção de anticorpos, a paciente não está sensibilizada Coombs indireto positivo: há produção de anticorpos e o feto possui riscos se eles passarem pela barreira placentária USG + doppler através do estudo da circulação da artéria cerebral do feto para verificar o grau de anemia fetal Quando anêmico, possui um sangue menos viscoso e assim, a velocidade do fluxo sanguíneo é maior Diagnóstico Doppler Cardiotocografia Espectrofotometria do líquido amniótico Cordocentese Manejo Transfusão intrauterina (TIU) com sobrevida fetal de 94% (fetos não hidrópicos) e 74% (fetos hidrópicos) Imunoglobulina anti-RH Deve-se administrar, inicialmente, 300 microgramas Se houver hemorragias gestacionais acima de 30 mL, deve-se acrescentar 300 microgramas para cada 30 mL de sangue Tratamento adjuvante Prometazina Plasmaferese Fototerapia Icterícia Neonatal Icterícia Associada ao Aleitamento Materno Icterícia Associada ao Leite Materno Forma precoce Forma tardia Ocorre pelo inadequado aleitamento por dificuldade de sucção ou pouca oferta láctea Leite materno atua como modificador ambiental, reduzindo a atividade da glicuniltransferase, comprometendo a conjugação hepática Clínica Perda de peso acima de 7% Desidratação Hipernatremia Aumento da circulação êntero-hepática Conduta Correção da técnica da amamentação Manejo A icterícia supera a 1ª semana de vida, atingindo valores de bilirrubina entre 10 a 30mg/dL entre 2 e 3 semanas de vida Interrupção da amamentação por 48 horas Observar até 10 a 12 semanas, pois irá normalizar Não patológica Patológica Prescrever fórmulas infantis Hiperbilirrubinemia Direta Colestase Neonatal Patologias que cursam com redução do fluxo biliar por alterações anatômicas ou funcionais do sistema biliar Período Após 14 dias de vida Valores de Referência - Bilirrubina direta > 1 mg/dL se bilirrubina total < 5 mg/dL - Bilirrubina direta > 20% da bilirrubina total se bilirrubina total > 5 mg/dL Clínica Icterícia persistente Hipocolia ou acolia fecal Colúria Hepatomegalia Retardo do crescimento Dismorfismos faciais Exames Laboratoriais Bilirrubina total e frações Função hepática Atresia de Vias Biliares Caracterizada pela obstrução das vias biliares extra-hepáticas e colangiopatia progressiva das vias biliares intra-hepáticas Forma Perinatal 70 a 85% dos casos Cursa com atresia biliar isolada Causa desconhecida Forma Embrionária Associada a malformaçõesClassificação por Local e Gravidade Obstrução do ducto biliar comum (DBC) Obstrução do ducto hepático comum (DHC), podendo ser dividida em tipos: Mantém a patência da vesícula biliar (VB), do ducto cístico (DC) e do ducto biliar comum (DBC) Mantém apenas a patência dos ductos hepáticos (DH) direito e esquerdo Obstrução de toda a árvore biliar extra-hepática Clínica Diagnóstico Conduta Hepatomegalia Fibrose hepática Enzimas hepáticas Provas de função hepática USG Sinal do cordão triangular Cintilografia hepatobiliar Biópsia hepática Colangiograma Padrão-ouro Muito invasivo Cirurgia de Kasai pode ser realizada até 8 semanas de vida, objetivando restabelecer o trânsito biliar paliativamente enquanto aguarda o transplante hepático Avaliação Complementar Sepse Hemograma PCR Hemocultura Urocultura Infecções congênitas Sorologias Radiografia de ossos longos Fundoscopia ocular Endocrinopatias TSH T4 Livre Doenças metabólicas Urina tipo 1 Dosagem de aminoácidos séricos e urinários Pesquisa de substância redutora na urina Ferro Ferritina Alfa-1-antitripsina Deficiência de alfa-1-antitripsina Alfa-1-antitripsina Fibrose cística USG abdominal Cintilografia hepatobiliar Biópsia hepática
Compartilhar