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ARTRITE REUMATÓIDE Artropatia inflamatória. A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória sistêmica, autoimune, crônica e progressiva, caracterizada primariamente pelo comprometimento da membrana sinovial (preferencialmente das articulações periféricas), podendo levar à destruição óssea e cartilaginosa. Bastante erosiva, ocasionando erosões ósseas, causando incapacidade ao paciente, com características de deformidade. Eventualmente, pode haver acometimento de outros sistemas e mais risco cardiovascular como: angina, doença arterial coronariana, infarto agudo do miocárdio, AVC. Trata-se de doença com grande impacto social e econômico em decorrência de suas elevadas morbidade e mortalidade, deixando o paciente incapacitado. Epidemiologia: A AR é uma das doenças reumáticas mais comuns, acometendo todas as raças em todo o mundo. - 0,5 a 1,0% no Brasil - A prevalência aumenta com a idade, variando de 0,3% para pessoas abaixo de 35 anos até 10% em pessoas acima de 65 anos. - 35 a 74 anos - Frequente nasmulheres - Universal Etiopatogenia: A etiopatogênese da AR é heterogênea, mas três fatores têm se mostrado fundamentais: a quebra da tolerância imunológica (fase geradora), relacionada a fatores ambientais, principalmente o tabagismo e a interação com o microbioma , em indivíduos que possuem variantes genéticas em moléculas que controlam a resposta imune. Cadeia beta do HLADR (HLADRB1) classe II Epítopo Compartilhado (aumenta predisposição genética para AR, indicado na patogênese, estimulando a produção de auto anticorpo) Linfócitos TCD4+ Tabagismo 1. Perda da autotolerância em indivíduos geneticamente predispostos resulta em ativação aberrante de respostas imunes inatas e adaptativas, o que resulta em hiperplasia sinovial e destruição óssea. 2. Tabagismo (mimetismo molecular, o sistema imunológico perpetua a inflamação, como gatilhos, agindo toda vez que está inalando), infecções periodontais, ou alterações do microbioma intestinal podem induzir a produção de enzimas como a peptidil arginina desaminase tipo IV (PAD4). Essas enzimas são responsáveis por alterar peptídeos próprios ao transformar resíduos de arginina em citrulina, o que resulta no aparecimento de neoepítopos, não encontrados pelo timo durante o desenvolvimento inicial. 3. A predisposição genética, entretanto, explica apenas 15% da suscetibilidade à AR, sendo a concordância entre gêmeos monozigóticos (genoma igual) de 15 a 30% e em dizigóticos (genoma diferente) de 5%. Inflamação da Membrana Sinovial: Estará na circulação toda e a articulação sinovial é altamente VASCULARIZADA, a inflamação chega pelas células autoimunes. Causando o PANUS Sinovite A característica básica da manifestação articular da AR é a inflamação da sinóvia (sinovite), podendo acometer qualquer uma das articulações diartrodiais do corpo. A queixa clínica é de dor, edema e limitação dos movimentos das articulações acometidas. Ao exame físico, observa-se presença de dor e edema das articulações e, eventualmente, sinais de derrame intra articular. Articulações profundas, como quadris e ombros, podem não mostrar sinais evidentes de inflamação ao exame. Características da artrite: - Acometimento poliarticular: geralmente mais de quatro articulações estão envolvidas. No entanto, a doença pode ser oligo ou até monoarticular (raras - geralmente joelho). - Artrite em mãos: o acometimento de punhos, metacarpofalangeanas (MCF) e interfalangeanas proximais (IFP) é frequente, desde o início do quadro. O acometimento das interfalangeanas distais (IFD) é raro, o que é útil para diferenciar a AR de outras condições, como a osteoartrite (não acomete metacarpofalangeana e interfalangeana proximal, acomete na distal mas pode acometer proximal também, menos MCF) e a artrite psoriásica. - Artrite simétrica: acometimento simétrico das articulações dos dois lados do corpo é a regra, embora nos casos das MCF e metatarsofalangeanas (MTF), a simetria não necessite ser completa. - Artrite cumulativa ou aditiva: a sinovite costuma ter padrão cumulativo (acometer progressivamente novas articulações, sem deixar de inflamar as anteriormente afetadas). - Rigidez matinal: rigidez matinal prolongada, caracterizada por enrijecimento e sensação de edema, percebida sobretudo pela manhã, é um aspecto quase universal da inflamação sinovial. Diferente da breve rigidez observada na osteoartrite (5 a 10 minutos), no caso das doenças inflamatórias, a rigidez dura mais de 1 hora. Este fenômeno relaciona-se à imobilização que ocorre durante o sono ou repouso e não à hora do dia. A duração tende a se correlacionar com o grau da inflamação, sendo um parâmetro que deve ser documentado para acompanhar a evolução da doença. - De forma Insidiosa, progressão Manifestações extra articulares: Embora as manifestações articulares sejam as mais características, a AR pode ocasionar acometimento específico em outros órgãos e sistemas. As manifestações extra articulares são mais frequentes em pacientes com doença grave e poliarticular, FR positivo e com nódulos reumatóides. Há também uma possível predisposição genética (HLADRB1*0401). - Acometimento no pulmão que pode dificultar a respirar. - Cervicalgia inflamatória C1 e C2 pode afetar o bulbo Manifestação Exame Físico: - Limitação do movimento - Atrofia muscular interóssea por desuso - Deformidades - Desvio Ulnar dos Dedos: Luxação das metacarpofalangeanas - Dedo de Cisne e Botoeira Pode ser consequência uma compressão do nervo mediano, dor neuropática, síndrome do túnel do carpo. Sendo bilateral na artrite reumatóide, com as manobras de Tinel (percussão) e Phalen. Manifestações cutâneas: Nódulos reumatoides Presentes em cerca de 30% dos pacientes com AR (95% são FR positivo), os nódulos reumatóides são nodulações subcutâneas de tamanhos variados (mm a cm). São mais frequentemente observados em zonas de atrito, nas faces extensoras do antebraço, tendão do calcâneo, ísquio, metatarsofalangeanas e superfícies flexoras dos dedos. Outras manifestações cutâneas Púrpura palpável (possivelmente por vasculite leucocitoclástica), úlceras isquêmicas e equimoses (por plaquetopenia pela doença ou associada ao uso de drogas para tratamento) são menos frequentes. Manifestações respiratórias A mortalidade por doenças respiratórias é 2 vezes maior na população com AR do que na população em geral. Embora estatísticas de necropsias apontem para um acometimento intersticial pulmonar na maioria dos pacientes, as exteriorizações clínicas são menos frequentes, sugerindo que muitos casos sejam assintomáticos. Os quadros pulmonares podem ser decorrentes da própria AR ou da terapia utilizada (metotrexato, sais de ouro e penicilamina) que causam doença intersticial semelhante à AR. As manifestações mais características incluem: Fibrose intersticial: predomina em bases. Nódulos pulmonares: podem ser solitários ou múltiplos. A presença de nodulose pulmonar em pacientes com pneumoconiose (mineradores de carvão) recebeu a denominação de síndrome de Caplan. Derrame pleural: o líquido pleural nestes casos tem baixos níveis de glicose e complemento, altos níveis de desidrogenase lática e contagem leucocitária inferior a 5.000/mm3, com predomínio de linfócitos. Em estudos de necropsias, alterações pleurais podem ser observadas em até 50% dos pacientes. Bronquiolite obliterante: manifestação rara. Exames Complementares: Para a avaliação da atividade inflamatória, a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C Reativa (PCR), demonstrando a inflamação no corpo inteiro. Na osteoartrose estão negativos. PRIMEIRO AUTO ANTICORPO: Fator Reumatóide (FR) 70% dos pacientes terá ele, associação com diagnóstico mas também com prognóstico. Ele pode aparecer em outras doenças - SEGUNDO AUTO ANTICORPO: O normal não é se ter o peptídeo ciclonidado cíclico, tem haver com o genoma do paciente, já que ele aparecendo o corpo por causa do cigarro, dará uma resposta imunológica, tentando combater. Anti CCP, os tabagistas têm mais anti ccp positivo do que os não. Não apareceem outras doenças, diferente do fator reumatóide. Métodos de imagem - Radiografia convencional: Em decorrência de seu baixo custo, fácil acesso e maior experiência do médico, é o método preferencial para avaliação do dano estrutural da AR, sendo útil tanto para o diagnóstico quanto para o monitoramento regular da progressão da doença e da resposta terapêutica. Erosões marginais nos dedos. - Ultrassonografia (US): Recentemente, a US, com power Doppler, vem assumindo um papel cada vez mais importante na avaliação da AR, tanto para o diagnóstico quanto para o monitoramento da atividade inflamatória de doença e dos sinais de dano articular. - Ressonância magnética (RM): Método muito sensível para demonstrar alterações sugestivas de AR, como edema ósseo, tenossinovite, erosões e dano da cartilagem. Entretanto, seu alto custo, falta de padronização e relativo desconforto do paciente na realização do exame têm limitado seu emprego no nosso meio
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