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* Proteínas na Alimentação Animal Bromatologia Animal Prof. José Laerte Nörnberg jlnornberg@smail.ufsm.br * Introdução Conceito: Compostos orgânicos de alto peso molecular, formados pelo união de aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas formando longas cadeias, em várias estruturas geométricas e combinações químicas para formar proteínas específicas, cada uma com sua especificidade fisiológica. * Introdução B. Composição elementar C= 50-55%; H= 6-8%; O= 20-24%; N= 15-18% Frequentemente: S= 0,2-0,3% (Algumas: Fe, P, Cu, Zn) Média= 16 g N por 100g de proteína = 6,25 %N x 6,25 = % PB * Teor protéico de alguns alimentos: diferenças em relação ao uso constante do fator 6,25 (Crampton & Harris, 1974) * Introdução C. Principal constituínte do corpo (50 – 80% da matéria seca) D. Necessidades de proteína * E. Propriedades - Diversificadas - Várias solubilidades - Funções biológicas F. Compostas de 20-22 ou mais aminoácidos Aminoácidos essenciais Aminoácidos não essenciais Introdução * Classificação Geral Difícil classificação pela complexidade Proteínas Simples: aquelas que por hidrólise fornecem AA como únicos produtos - Albuminas: altamente solúvel em água (clara do ovo, leite, grãos de leguminosas) - Globulinas: insolúveis em água (músculos, grãos de leguminosas) - Glutelinas: somente em vegetais (trigo) - Prolaminas: somente em vegetais (trigo, centeio, milho, cevada) - Protaminas: peixes - Histonas: ácidos nucléicos - Escleroproteínas: queratina, colágeno * Classificação- cont. B. Proteínas Conjugadas: Proteínas Simples ligadas a substâncias não protéicas Cromoproteínas Lipoproteínas Nucleoproteínas Glicoproteínas Fosfoproteínas Metaloproteínas Proteínas Derivadas Produtos da degradação das proteínas * Funções das proteínas (Básicas) Estrutural Colágeno e elastina Tecido conectivo - contrátil Sistema circulatório (vasos) – expande e contrae Músculo contrátil Queratina – pêlos Sangue– ligação e transporte de proteínas LDL, HDL, etc. * Proteínas envolvidas no metabolismo Enzimas Lipase, maltase, tripsina, etc. Envolvidas na digestão e metabolismo Hormônios Hormônio do crescimento e insulina Regulam o metabolismo Sistema Imune Anticorpos IgG, IgA, IgM Transporte no corpo Quilomicra Albumina * Aminoácidos (alfabeto das proteínas) Estrutura geral dos aminoácidos Glicina Amino Carboxil * Aminoácidos ocorrem naturalmente na natureza Somente 20–22 são comumente encontrados em quantidades significativas nas proteínas Aminoácidos Essenciais: F = fenilalanina T = triptofano V = valina I = isoleucina T = treonina M = metionina H = histidina A = arginina L = leucina L = lisina Aminoácidos * Aminoácidos D. Propriedades físicas: - Sólidos e incolores, cristalinos e fundem a altas temperaturas - Solúveis em água, mas insolúveis em solventes orgânicos - Solúveis em soluções diluídas de ácidos e bases - A solubilidade é influenciada pela cadeia lateral (hidrofílica mais solúvel em água) - Em soluções aquosas são dipolares (anfótero) tem função de ácido e de base. * Aminoácidos estão ligados por ligações peptídicas Grupo carboxil com grupo amino + H2O Aminoácidos Ligação Peptídica * Aminoácidos como fontes de energia Esqueleto carbônico pode ser usado para energia Glicogênicos (aminoácidos) Glicina, alanina, treonina, cistina, metionina Convertidos a glicose e entram no ciclo de Krebs Cetogênicos (aminoácidos) Lisina, leucina Convertidos em Acetil CoA cetonas Aminoácidos * Proteinas - Digestão Alimentos protéicos (fontes) Origem vegetal Origem animal Proteínas são hidrolizadas em aminoácidos Proteínas Aminoácidos; tri - dipeptídeos Exceção: mamíferos jovens > absorvem proteínas intactas Leite- Colostro: imunoglobulinas (imunidade) Digestão – Química/Enzimática HCl Pepsina Enzimas Pancreáticas Enzimas- células da mucosa intestinal * Etapas da Digestão das Proteínas Bôca Redução no tamanho das partículas Estômago (digestão química & enzimática) HCl Reduz pH para 2-3 Rompimento das ligações & desnaturação das proteínas Pepsina (pepsinogênio) Secretada pela mucosa gástrica Clivagem das proteínas em AA Quebra das ligações peptídicas * Etapas da Digestão das Proteínas (cont.) Enzimas Pancreáticas Secretadas no duodeno Secretadas com o suco pancreático Suco pancreático Tamponante pH = 7 – 8 Enzimas pancreáticas Tripsina Quimotripsina Carboxipeptidase A Carboxipeptidase B - Todas rompem ligações peptídicas das proteínas Secretadas como Zimogêneos (pró-enzimas) * Etapas da Digestão das Proteínas (cont.) Peptidase Intestinal secretada pelas células intestinais (borda em escôva) Absorção - AA, di- e tri-peptídeos absorvidos de forma passiva e ativa * AA AA-AA AA-AA-AA Absorção Ativa & Passiva AA HCL Pepsina Tripsina Quimotripsina Carboxi A Carboxi B Peptidase intestinal * Destino dos aminoácidos após absorção Síntese nos tecidos Dentro de 5-10 min. após a absorção, são usados para síntese de proteínas Síntese de enzimas e hormônios AA se movem em direção as células que secretam enzimas e proteínas Pâncreas, TGI, fígado, órgãos reprodutivos Desaminação AA não usados para síntese de proteínas: desaminação - Não há estoque de AA! * Estado dinâmico das proteínas A renovação da proteína corporal é constante Combinação de síntese e degradação Portanto: há necessidade diária Ex: Em 1 ano, toda a proteína é mobilizada Em 60 dias, toda proteína muscular Em 20 dias, toda proteína do TGI * Síntese de proteínas Complexa, envolve vários sistemas Energia necessária: 20 ATP por ligação peptídica Ácidos nucleicos: DNA, RNA Reação muito rápida Hemoglobina = 146 AA - Leva 1,5 min. para ser formada * Aminoácidos / catabolismo protéico Excesso de AA não usados para síntese protéica são catabolizados Desaminação NH3 + NH4+ * Aminoácidos/Catabolismo proteico Amônia é convertida em uréia NH3 + NH3 + esqueleto carbônico O | | H2N – C – NH2 Uréia Urina * Aminoácidos / Catabolismo protéico Aminoácido Esqueleto carbônico Energia Via Kreb’s Cetonas Via Acetil CoA Gordura Via Acetil CoA Glicose Via Kreb’s Outros Aminoácidos Desaminação + NH3 Uréia NH3 N reciclagem Energia e outros compostos * Deficiência de Proteina e AA Reduz o crescimento Reduz a eficiência alimentar Anorexia Acúmulo de gordura no fígado Infertilidade Reduz o peso ao nascimento Reduz a produção de leite * Nutrição Protéica Animais não regulam voluntariamente o consumo de proteína Saciedade é regulada pelo consumo de energia % PB na dieta é suficiente para atender as necessidades protéicas ? Aminoácidos! Deficiência de aminoácidos Resulta na desaminação Sintomas similares a deficiência de proteina * Desbalanço entre aminoácidos Balanço ideal de aminoácidos Consumo de AA em proporções similares as necessidades Ex: AA na dieta necessário para formação de músculos AA na dieta necessários para a produção do leite Nutrição Protéica * Proteína degradável e não degradável no rúmen Proteína Degradável -utilizada pelos microrganismos Proteína Não Degradável – não utilizada pelos microrganismos Proteína “by-pass”: proteína sobrepassante Usualmente proteínas de alta qualidade que foram processadas Digestão similar aos não-ruminantes Uréia e outras fontes de Nitrogênio Não Protéico Uréia - ingrediente alimentar MOs podem usar N para formar Proteína Microbiana Toxicidade!!!!!! Fontes de Proteína para Ruminantes * NH3 + Esqueleto Carbônico MO Proteína Microbiana Fígado Uréia Urina Uréia Desaminação Urease Saliva NNP Proteína Verdadeira Proteina Passante (By-pass) P/ abomaso & ID HCl, pepsina, tripsina, etc. AGV Fonte microbiana Fonte da dieta * Estômago HCl Pepsina Intestino Delgado Tripsina Quimotripsina Carboxipeptidases Peptidases Intestinais Proteína Peptídeos AA,AA-AA, AA-AA-AA Absorção Proteina ou AA NH3+ + Esqueleto C MO Proteína MO AGV Absorção Intestino Grosso Esquema em não-ruminantes Fezes * Qualidade da Proteína dos Alimentos Conceito: Eficiência relativa com que a proteína de determinado alimento satisfaz as necessidades protéicas do animal. * Qualidade da Proteína dos Alimentos Valor Biológico: Corresponde a fração da proteína do alimento digerida e absorvida que é utilizada como proteína. * Valor Biológico Proteína a ser sintetizada no organismo: A48 B10 C4 D32 E6 Proteína A: A26 B28 C2 D34 E10 Qual o valor biológico da proteína A ? A24 B5 C2 D16 E3 síntese protéica A2 B23 C0 D18 E7 energia * Valor Biológico Proteína a ser sintetizada no organismo A48 B10 C4 D32 E6 Proteína B A46 B18 C6 D20 E10 96% 63% Qual o valor biológico da proteína B ? * Valor Biológico Proteína a ser sintetizada no organismo A48 B10 C4 D32 E6 Mistura das Proteínas= A + B A36 B23 C4 D27 E10 75% 84% Qual o valor biológico de A+B ? * Valor Biológico Proteína de alto VB: proteína que apresenta os aminoácidos em teores necessários a manutenção da vida e crescimento dos novos tecidos. Proteína de baixo VB: não tem os aminoácidos em teores adequados. Proteínas incompletas: apresenta um ou mais aminoácidos limitantes. Ex.: cereais (deficientes em lisina, triptofano e treonina) e grãos de leguminosas (deficientes em metionina). * Proteína(%) de alguns alimentos e sua classificação como fonte de aminoácidos essenciais * Efeito do aquecimento no valor nutricional do grão e farelo de soja Obs.: valores adequados são de 0,05 a 0,25 pH para o farelo de soja * Alternativas para fornecer uréia (NNP) para ruminantes Mistura com sal: 30-60% Mistura com volumosos: 0,5-1,0% Mistura com concentrados: 1,5-3,0% Mistura com melaço líquido: até 10% Nível máximo na MS da dieta: 1% Qual a melhor fonte de carboidratos para potencializar o uso de uréia na dieta de ruminantes? * * * Alternativas para fornecer uréia (NNP) para ruminantes * Alternativas para fornecer uréia (NNP) para ruminantes * Alternativas para fornecer uréia (NNP) para ruminantes * Recomendações para uso eficiente de uréia na dieta de ruminantes: Rúmen funcional (ruminante) Teor de proteína na dieta (concentrações de N-NH3 de 5-8mg/mL no líquido ruminal) = ~13% PB na dieta Teor de N-NH3 nos alimentos (plantas verdes conservadas na forma de silagem) Adaptação (fornecimento gradativo: 2-6 semanas) até alcançar o nível máximo de uso (40g/100kg de PV) Presença de carboidratos na dieta (energia e esqueleto carbônico para as bactérias) Presença de minerais na dieta (P e S) Relação N:S 12-15:1 Não fornecer junto com grão de soja “in natura” - urease * Intoxicação por uréia (amônia) Níveis sanguíneos normais de N-NH3 0,1-0,2 mg/100mL Intoxicação 1,0 mg/100mL Morte >3mg/100mL * Intoxicação: Sintomas Respiração ofegante Salivação excessiva Incoordenação motora Tremores musculares Timpanismo Convulsão e morte * Tratamento Ácido acético (vinagre) – 3-6 litros no início dos sintomas pH baixo diminui atividade da urease no rúmen Ácido acético + N-NH3 livre (rúmen) = acetato de amônia
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