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Vascularização - Roteiro Neuromonitoria

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É importante lembrar que este roteiro é apenas um guia de estudo. Assim, não substitui a leitura das referências 
bibliográficas recomendadas. 
VASCULARIZAÇÃO DO SNC 
ROTEIRO DE ESTUDO 
MONITORES 2018.2 
 
Ingrid Sanchez, Ivã Fialho, João Paste, Juliana Fontes, Susana Maria e Tayla Santos 
 
INTRODUÇÃO 
• O tecido nervoso demanda alto 
consumo de oxigênio e de glicose. 
• O encéfalo, portanto, depende da 
oxidação de carboidratos para 
funcionar adequadamente e não 
pode ser sustentado por 
metabolismo anaeróbico. Isso exige 
um suprimento sanguíneo contínuo e 
abundante na região. 
• “Tempo é cérebro!”: após cerca de 
cinco minutos de interrupção da 
circulação encefálica, inicia-se o 
processo de aparecimento de lesões 
irreversíveis (afinal, a maioria das 
células nervosas não se regeneram). 
• As áreas do neocórtex cerebral são as 
primeiras a serem lesadas e, por 
último, é lesado o centro respiratório 
no bulbo. 
• AVC’s (acidentes vasculares cerebrais) 
interrompem a circulação sanguínea 
em certas regiões do encéfalo, o que 
ocasiona a necrose do tecido 
nervoso. Eles podem ser 
isquêmicos/oclusivos (tromboses e 
embolias) ou hemorrágicos. 
• No SNC não existe circulação 
linfática, existe circulação liquórica 
(contudo, esta não corresponde à 
linfática). 
 
ASPECTOS ANATÔMICOS 
 
Dividida entre 2 sistemas: 
1. Sistema carotídeo interno 
2. Sistema vértebro-basilar 
 
 
 
SISTEMA CAROTÍDEO INTERNO 
• Artéria carótida interna (ACI): ramo da 
artéria carótida comum. 
• A ACI penetra na cavidade craniana pelo 
canal carotídeo do osso temporal. 
• Também travessa o seio cavernoso, 
formando uma dupla curva em formato 
de S: 
✓ Sifão carotídeo 
• Em seguida, a ACI perfura a dura-máter e 
a aracnoide emitindo seus 2 ramos 
terminais: 
✓ Artéria cerebral média 
✓ Artéria cerebral anterior 
• A ACI origina também os seguintes 
ramos: 
✓ Artéria oftálmica 
▪ Emerge da carótida interna 
quando ela atravessa a dura-
máter, logo abaixo do processo 
clinoide anterior do osso 
esfenoide. 
✓ Artéria comunicante posterior 
▪ Anastomosa-se com a artéria 
cerebral posterior. 
✓ Artéria corióidea anterior 
▪ Penetra no corno inferior do 
ventrículo lateral; irriga plexos 
coroides, cápsula interna, 
núcleos da base e o diencéfalo. 
SISTEMA VÉRTEBRO-BASILAR 
• Artérias Vertebrais 
✓ Esquerda e direita, são ramos das 
artérias subclávias. 
✓ Sobem pelo pescoço dentro dos 
forames transversos da vértebras 
cervicais. 
✓ Penetram no crânio pelo forame 
magno. 
É importante lembrar que este roteiro é apenas um guia de estudo. Assim, não substitui a leitura das referências 
bibliográficas recomendadas. 
✓ Percorrem a face ventral do 
bulbo e, ao nível do sulco bulbo-
pontino, se fundem para formar 
a artéria basilar. 
✓ Originam as artérias: 
▪ Cerebelar inferior posterior 
(PICA): irriga a porção inferior 
e posterior do cerebelo. 
▪ Espinhal anterior e espinhais 
posteriores: responsáveis pelo 
suprimento sanguíneo da 
medula. 
 
! - VASCULARIZAÇÃO DA MEDULA 
 
→ Artéria espinhal anterior: vasculariza as 
colunas e os funículos anterior e lateral da 
medula; dispõe-se ao longo da fissura 
mediana anterior da medula até o cone 
medular. 
→ Artérias espinhais posteriores (direita e 
esquerda): vascularizam as colunas e o 
funículo posterior da medula; dirigem-se 
dorsalmente. 
→ Artérias radiculares: não derivam das 
artérias vertebrais, e sim dos ramos 
espinhais das artérias segmentares do 
pescoço e do tronco; as artérias radiculares 
anteriores se anastomosam com a artéria 
espinhal anterior e as radiculares posteriores 
com as espinhais posteriores. 
 
• Artéria Basilar 
✓ Percorre o sulco basilar da ponte. 
✓ Emite os ramos: 
▪ Artéria cerebelar superior: 
distribui-se ao mesencéfalo 
e parte superior do 
cerebelo. 
▪ Artéria cerebelar inferior 
anterior (AICA): distribui-se 
à parte anterior da face 
inferior do cerebelo. 
▪ Artéria do Labirinto: 
penetra no meato acústico 
interno vascularizando 
estruturas da orelha 
interna. 
▪ Ramos pontinos. 
▪ Artéria cerebral posterior: 
ramo terminal. 
 
 
CÍRCULO ARTERIAL DO CÉREBRO - POLÍGONO 
DE WILLIS 
• Polígono anastomótico situado na 
base do cérebro. 
• Artérias de paredes finas, túnica 
média com menos fibras musculares 
e túnica elástica interna mais espessa 
e tortuosa. 
✓ Propensão a hemorragias. 
• Forma poligonal que circunda: 
✓ Quiasma óptico, túber cinéreo 
e se relaciona com a fossa 
interpeduncular. 
• Formado por porções proximais das 
artérias cerebrais anterior, média e 
posterior, comunicante anterior e 
comunicantes posteriores. 
• Artérias cerebrais média, anterior e 
posterior dão ramos centrais e 
ramos orticais: 
✓ Ramos centrais: penetram 
perpendicularmente na base do 
cérebro e vascularizam 
diencéfalo, núcleos da base e 
cápsula interna. 
✓ Ramos corticais: 
vascularização do córtex e 
substância branca 
subjacente. 
• Quando se retira a pia-máter, os 
orifícios de entrada dos ramos 
centrais são chamados de: 
✓ Substância perfurada anterior 
▪ As artérias estriadas 
consistem em ramos centrais 
vindos da artéria cerebral 
média e que penetram na 
substância perfurada 
anterior; vascularizam maior 
parte do corpo estriado e da 
cápsula interna. 
✓ Substância perfurada posterior
É importante lembrar que este roteiro é apenas um guia de estudo. Assim, não substitui a leitura das 
referências bibliográficas recomendadas. 
 
ASPECTOS FUNCIONAIS 
• Fluxo sanguíneo cerebral: 
diretamente proporcional à pressão 
arterial e inversamente 
proporcional à resistência 
cerebrovascular. 
• A resistência cerebrovascular 
depende dos seguintes fatores: 
✓ Pressão intracraniana (seu 
aumento eleva a resistência). 
✓ Condição da parede vascular 
(ateroscleroses aumentam a 
resistência). 
✓ Viscosidade do sangue. 
✓ Calibre dos vasos cerebrais. 
• Fluxo sanguíneo é maior nas 
áreas mais ricas em sinapses. 
✓ Substância cinzenta 
(atividade metabólica mais 
alta). 
✓ Neuroimagem funcional. 
• Ajustes locais realizados pelas 
próprias arteríolas: 
✓ CO2 e NO (vasodilatadores) 
• Anastomoses existentes entre o 
sistema carotídeo e vértebro-
basilar: 
✓ Apenas potenciais. 
✓ Em condições normais, quase 
não há fluxo sanguíneo 
interno entre os dois 
sistemas. 
✓ Também não há troca 
significativa de sangue entre 
as metades direita e 
esquerda do círculo arterial. 
• Efetividade da circulação 
colateral depende: 
✓ Da velocidade com que se 
instala o quadro de 
obstrução. 
✓ Do estado da parede arterial. 
▪ Depende da idade do 
paciente. 
 
 
 
ASPECTOS CLÍNICOS 
• Território cortical das três artérias 
cerebrais: 
✓ Ramos corticais possuem 
anastomoses; 
✓ Lesão resulta em síndromes das 
artérias cerebrais anterior, média e 
posterior. 
• Artéria cerebral anterior 
✓ Ramo da carótida interna, dirige-se 
para frente e para cima. 
✓ Curva-se em torno do joelho do 
corpo caloso, ramifica-se da face 
medial de cada hemisfério desde o 
lobo frontal até o sulco parieto- 
occipital. 
✓ Distribui-se também à parte mais 
alta da face dorsolateral de cada 
hemisfério. 
▪ Limite com território da a. 
cerebral média. 
✓ Obstrução causa: paralisia e 
diminuição da sensibilidade no 
membro inferior do lado oposto. 
▪ Lesão do lóbulo paracentral. 
• Artéria cerebral média 
✓ Ramo principal da carótida interna. 
✓ Percorre o sulco lateral em toda a 
sua extensão. 
✓ Distribui ramos que vascularizam a 
maior parte da face dorsolateral de 
cada hemisfério. 
▪ Compreende áreas corticais 
importantes, como a área 
motora, a área somestésica, o 
centro da palavra falada e 
outras. 
✓ Obstruções, quando não são fatais, 
determinam: paralisia e diminuição 
da sensibilidade do lado oposto do 
corpo (exceto no membro inferior, 
que nesse caso é suprido pela 
artéria cerebral anterior), graves 
distúrbios da linguagem. 
✓ Obstrução de ramos profundos da 
artéria cerebral média (artériasestriadas) leva ao acometimento de 
núcleos da base e a cápsula interna. 
É importante lembrar que este roteiro é apenas um guia de estudo. Assim, não substitui a leitura das 
referências bibliográficas recomendadas. 
 
• Artéria cerebral posterior 
✓ Ramos de bifurcação da artéria 
basilar. 
✓ Dirigem-se para trás. 
✓ Contornam o pedúnculo 
cerebral do mesencéfalo. 
✓ Percorrem a face inferior do 
lobo temporal, ganham o lobo 
occipital. 
✓ Irriga, pois, a área visual 
situada no lobo occipital. 
✓ Obstrução causa cegueira em 
uma parte do campo visual. 
 
VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO 
ENCÉFALO (não se trabalha na prática) 
 
• As veias do encéfalo não 
acompanham as artérias, sendo 
maiores e mais calibrosas do que 
elas. 
• Drenam para os seios da dura-
máter, de onde o sangue converge 
para as veias jugulares internas. 
• As paredes das veias encefálicas são 
muito finas e praticamente 
desprovidas de musculatura. 
• Faltam elementos necessários à 
regulação ativa da circulação 
venosa. Esta se faz devido a ação de 
três principais forças: 
✓ Aspiração da cavidade torácica, 
(mais evidente no início da 
inspiração). 
✓ Força da gravidade (torna 
desnecessária a existência de 
válvulas nas veias cerebrais). 
✓ Pulsação das artérias. 
• O leito venoso do encéfalo é muito 
maior que o arterial. 
• A circulação venosa é muito mais 
lenta e de pressão muito baixa. 
 
SISTEMA VENOSO SUPERFICIAL 
 
• Veias que drenam o córtex e a 
substância branca subjacente. 
 
• As veias cerebrais superficiais 
desembocam nos seios da dura-máter. 
Distinguem-se em: 
✓ Veias cerebrais superficiais superiores 
▪ Provêm da face medial e da 
metade superior da face 
dorsolateral de cada hemisfério; 
desembocam no seio sagital 
superior. 
✓ Veias cerebrais superficiais inferiores 
▪ Provêm da metade inferior da 
face dorsolateral de cada 
hemisfério e de sua face inferior, 
terminando nos seios da base 
(petroso superior e cavernoso) e 
no seio transverso. 
▪ A principal veia superficial 
inferior é a veia cerebral média 
superficial. 
 
SISTEMA VENOSO PROFUNDO 
 
• É formado pelas veias que drenam o 
sangue de regiões profundas do cérebro, 
como o corpo estriado, cápsula interna, 
diencéfalo e centro branco medular do 
cérebro. 
• Sua veia mais importante é a veia 
cerebral magna (veia de Galeno), pois 
para ela vai quase todo o sangue do 
sistema venoso profundo do cérebro. 
 
 
BARREIRAS ENCEFÁLICAS 
 
• Barreira hematoencefálica: dificulta a 
passagem de substâncias entre o sangue 
e o tecido nervoso. 
• Barreira hematoliquórica: dificulta a 
passagem de substâncias entre o sangue 
e o liquor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante lembrar que este roteiro é apenas um guia de estudo. Assim, não substitui a leitura das 
referências bibliográficas recomendadas. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
• MACHADO, Angelo B.M.; HAERTEL, 
Lucia M. Neuroanatomia funcional. 3ª 
Ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2014 
[Capítulo 9]. 
• Revisado pelos monitores 2019.1: 
Amanda Franca, Antônio Filho, 
Catharine Garcia, Danielle Camargo, 
Julia Farias e Lucy Rodrigues.
É importante lembrar que este roteiro é apenas um guia de estudo. Assim, não substitui a leitura das 
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