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RELAÇÃO ESCOLA Comunidade 2

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AULA 2 
RELAÇÃO ESCOLA 
COMUNIDADE 
Profª Cristiane Dall’ Agnol da Silva Benvenutti 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Bem-vindos à segunda aula sobre relação escola e comunidade, que 
enfatizará as características da comunidade. 
Na primeira aula, as reflexões e fundamentos teóricos sobressaíram sobre 
a relação entre a escola e a comunidade. Por isso, não poderíamos deixar de 
contemplar e aprimorar conhecimentos sobre os fundamentos de comunidade a 
partir do olhar das ciências sociais. 
Nesta aula, a perspectiva se aproxima das características e conceito de 
comunidade e seus diferentes aspectos que vão nortear parâmetros para que um 
profissional da educação possa avaliar as relações sociais da comunidade a partir 
da escola e, assim, estabeleça além de relações conhecimento científico sobre a 
relação escola e comunidade escolar. 
Saiba mais 
• Para aprofundar mais sobre comunidade escolar, acesse ao site 
Comunidade Escola, disponível em: 
<http://www.comunidadeescola.org.br/> e conheça um pouco mais sobre o 
Programa Comunidade Escola de Curitiba que tem por objetivo valorizar a 
escola como espaço aberto de conhecimento; promover parcerias e ações 
integradas para o desenvolvimento da comunidade local. 
As temáticas que permeiam a Aula 2 são: 
• a comunidade sob o olhar da sociologia; 
• a definição de comunidade; 
• comunidade e sociedade: uma relação associativa; 
• comunidade como sentimento de pertencimento: a tribo; 
• a comunidade no Brasil. 
Os objetivos que se colocam como elementos mediadores das temáticas 
da aula são: 
• possibilitar a compreensão do conceito de comunidade e sua relação com 
a escola; 
• reconhecer a comunidade e os aspectos que a definem; 
• analisar as relações sociais existentes entre a escola e a comunidade; 
 
 
3 
• observar as características que definem a comunidade a partir do 
sentimento de pertencimento. 
CONTEXTUALIZANDO 
Com base nas contribuições e estudos da sociologia e antropologia, 
conceitos de comunidade serão abordados em contraposição a ideia de 
sociedade. Para Melo (2011, p. 12), a comunidade se distingue por uma coesão 
social dos seus membros, com base em afetos, tradições diferentes da sociedade. 
Esta entendida como uma organização mais complexa e cuja coesão é menor e 
vinculada por leis e normas institucionais construídas. Durkheim (1988) afirma que 
na comunidade prevalece a “solidariedade mecânica” e na sociedade prevalece a 
“sociedade orgânica”. 
Nesta aula, a comunidade se coloca como objeto da sociologia e uma 
distinção entre comunidade e sociedade se coloca a partir dos estudos de 
Tönnies, Durkheim e Weber. 
Em território brasileiro, a comunidade se coloca a partir de estudos e 
pesquisas que adentram os espaços da antropologia. André (1995) destaca que 
as pesquisas de campo, as entrevistas e as observações sistemáticas sobre 
comunidade incorporam e dão respaldo técnico e teórico para aproximar a escola 
e a comunidade. 
Mas o que é uma comunidade e quais são as suas características? Vamos 
conhecer! 
TEMAS 1 – A COMUNIDADE SOB O OLHAR DA SOCIOLOGIA 
Miranda (1995), ao estudar os princípios sociológicos de Tönnies sobre 
sociedade e comunidade, define que comunidade representa um estilo de 
sociabilidade existente nas antigas formas de vida sociais, por exemplo, as 
aldeias. 
Nesse espaço, as normas sociais eram estabelecidas e mediadas por meio 
da prática pautada nas tradições, hábitos, costumes, credo e oralidade. 
Comunidade é tudo aquilo que é partilhado, vivido no conjunto. É na comunidade 
que os sujeitos que a compõem estabelecem uma ligação desde o nascimento 
que se estabelece pelo bem-estar até uma situação de infortúnio (Miranda, 1995, 
p. 231). 
 
 
4 
1.1 A definição de comunidade 
Para que possamos compreender a definição de comunidade, é necessário 
considerar a comunidade como comunitária a partir de dois aspectos: vizinhança 
e amizade. 
Para Tönnies (1995, p. 45), há três fatores que definem comunidade e são: 
1. TERRITORIAL – a existência de comunidade tem relação direta 
com a proximidade geográfica das pessoas e, com isso, ocorre um 
aprofundamento das relações interpessoais; 
2. COMUNITÁRIA – refere-se aos aspectos de ordem emocional que 
são semelhantes entre os sujeitos; 
3. COMUNALIDADE – semelhanças entre os sujeitos. 
A concepção de sociedade contrária aos apontamentos de comunidade até 
o momento inferidos, respalda e vincula-se às normas, regras sociais, por 
exemplo a opinião pública. Para Miranda (1995, p. 232) “a sociedade consiste em 
agrupamento humano que vive e habita lado a lado, porém os sujeitos estão 
organicamente separados. Já comunidade, os sujeitos permanecem unidos”. 
Embora ocorra uma distinção entre comunidade e sociedade na realidade 
cotidiana, é por meio da observação sobre os sujeitos de uma comunidade e os 
que compõem a sociedade que diferentes traços são manifestos e se colocam nas 
características humanas e, assim, passam a representar marcas distintas de 
comunidade (união, grupos) ou sociedade (individualismo). 
Entretanto, Weber (2004, p. 25) aponta que comunidade está relacionada 
a uma discussão muito antiga e clássica de ação e relação social, conforme 
aponta Tönnies. Weber acrescenta em seus estudos que a relação social 
denomina-se relação comunitária na medida em que a atitude na ação social 
repousa no sentimento de forma subjetiva dos sujeitos, a partir de um 
pertencimento por meio da afetividade ao mesmo grupo que os determina àquela 
comunidade. 
Mas, o que determina as ideias de comunidade na visão de Tönnies e 
Weber? A ação e relação social? 
Vamos compreender! 
TEMAS 2 – A COMUNIDADE EM UMA VISÃO SOCIAL 
O que define uma ação social é a ação desenvolvida pelos sujeitos e a ela 
lhes dão sentido e possibilitam compartilhar de forma subjetiva entre os envolvidos 
da ação. Ainda segundo Weber (2004), há quatro categorias que distinguem as 
 
 
5 
ações realizadas em uma comunidade em conformidade com a motivação dos 
sentidos das ações estabelecidas pelo grupo. Vamos conhecê-las! 
A primeira é a ação social racional com relação à finalidade, ou seja, os 
sujeitos de uma determinada comunidade têm suas ações planejadas com fim 
objetivamente calculado e são representados pelas comunidades de luta 
individual por posição social, profissional, pessoal e global. 
A segunda se refere à ação de relação associativa, que se destaca ao 
passo que a atitude na ação social repousa sobre um ajuste ou união de 
interesses de valores ou fins (Weber, 2004, p. 25). 
A terceira ação é a relação racional com conexão de valores, ela se 
aproxima da associativa, porém não leva em conta as consequências previsíveis 
dos atos, pois as convicções estão em primeiro plano, os valores e deveres são a 
base de suas ações. Exemplo disso é a dignidade, piedade, estética e a defesa 
por uma causa. Os sujeitos dessa ação que compõem uma determinada 
comunidade agem conforme valores a crença perante o outro. 
A quarta ação social, subdivida em duas ações, corresponde à ação 
tradicional e à ação social afetiva. Sendo a ação tradicional vontade deliberada, 
alimentada pelo costume e tradições, na qual os hábitos arraigados na 
comunidade são fatores predominantes nas ações e definem uma relação 
comunitária. A ação social afetiva leva em conta os sentimentos nem sempre 
controlados pelos sujeitos de uma comunidade, que são: paixão, tristeza, ódio, 
comoções. Essa ação social afetiva não está diretamente voltada para a base da 
sociabilidade de uma comunidade e/ou sociedade. 
Somente quando as pessoas começam de alguma forma a orientar seu 
comportamento pelo das outras pessoas, nasce entre elas uma relação 
social, que não é apenas uma relação entre cada indivíduo e o mundo 
circundante. É só na medida em que nela se manifesta o sentimento de 
pertencer ao mesmo grupo que existirá uma relação comunitária. 
(Weber, 2004, p. 26) 
Portanto,comunidade se caracteriza pela forma como os sujeitos formam 
um grupo a partir de sentimentos, aspectos de interesse que vão gerar 
pertencimento a esse grupo. Isso nos faz repensar as comunidades escolares e a 
sua formação. Os interesses e sentimentos constituem os grupos de comunidades 
escolares e até mesmo as comunidades formadas pelos próprios alunos dentro e 
fora do espaço escolar. 
 
 
 
6 
2.1 Comunidade na visão de Buber 
Filósofo e pedagogo, Martin Buber (1878-1965) desenvolveu estudos 
relevantes sobre a comunidade e sociedade a partir das ideias de Tönnies, porém 
em uma perspectiva de comunidade com base em uma concepção idealizada 
pelas relações humanas passiveis de concretização. 
É a interação viva dos homens íntegros e de têmpera na qual dar é tão 
abençoado como tomar, uma vez que ambos são um mesmo movimento 
[...]. Que homens maduros, já possuídos por uma serena plenitude, 
sintam que não podem crescer e viver de outro modo [...] que eles se 
reúnam, então, e se deixem cingir as mãos por um e mesmo laço, por 
causa da liberdade maior, eis o que é comunidade, eis o que desejamos. 
(Buber, 1987, p. 334) 
Aqui, Buber ressalta a essência de uma comunidade que, pela interação 
voluntária de homens pautadas nas relações interpessoais, se caracterizam pelas 
ideias de respeito mútuo e de reciprocidade dos atos. Sobre a liberdade maior, a 
qual não específica, a sua construção se dá pela própria vida em comum. 
comunidade é vida e ambos são dois lados de um mesmo sujeito, a 
comunidade é a que se coloca para todos aqui e agora, pois ela é 
multiplicidade de pessoas, onde nela se estabelecem relações 
autênticas, totais, sem finalidades com o objetivo e existência de uma 
relação entre todos os membros. (Buber, 1987, p. 87) 
Diferente das comunidades apontadas anteriormente, para Buber a nova 
comunidade se distancia das demais, pois essas enfatizam o interesse, as 
vantagens, os proveitos, tudo aquilo que evidencia e eleva as relações sociais 
capitalistas. 
Por outro lado, ao analisarmos a comunidade escolar, aspectos como real 
comunidade, sua complexidade, os problemas nela impelidos e uma construção 
democrática de participação real dos sujeitos se mostram reais e concretos. 
TEMAS 3 – COMUNIDADE COMO SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO: A 
TRIBO 
Com base nas contribuições de Recuero (2006) e de Weber (2004) sobre 
comunidade e o sentimento de pertencimento, no contexto escolar é preciso 
conhecer um pouco sobre o neotribalismo. 
A autora destaca que essas tribos são representadas nos dias atuais pelas 
tribos urbanas que são: esqueitistas, punks, góticos, emos, rappers, metaleiros, 
internautas e outros. 
 
 
7 
Figura 1 – Exemplos de tribos urbanas 
 
 
Recuero (2006) caracteriza o neotribalismo como uma pulsão de estar 
juntos, que une os sujeitos por laços de proximidade, porém com características 
diferentes das antigas tribos. Aqui a proximidade se coloca mais fluida, pontual e 
dispersa. 
3.1 As características das comunidades tribais contemporâneas 
o sentimento de pertencimento; uma territorialidade (geográfica e/ou 
simbólica) definida; a permanência; a ligação entre sentimento de 
comunidade, caráter cooperativo e emergência de um projeto comum; a 
existência de formas próprias de comunicação; a tendência à 
institucionalização (Palácios, 1995, p. 101). 
Para essas comunidades, uma forte característica é o estar junto e a 
emoção é um dos eixos que a sustenta. Outras características que as evidencia 
são: efemeridade, falta de organização rígida e estrutura formal. 
Recuero (2006, p. 115) traz um olhar sobre as redes sociais e as 
comunidades que ali se formam, há uma proximidade por interesse é fato, porém 
essas relações virtuais que congregam comunidades virtuais superam as relações 
pessoais. Por outro lado, mesmo com esse outro grupo de comunidade, as 
relações pessoais e sociais reais não foram esquecidas, apenas ficaram 
agrupadas e categorizam globalização, ao passo que a virtual se tornou 
individualizada. 
Vamos aprofundar o nosso olhar e conhecimento sobre as comunidades 
virtuais de aprendizagem e perceber que elas podem ser o caminho para estreitar 
o diálogo entre escola e comunidade discente. 
Mesmo numa visão de que a comunidade virtual se caracteriza por traços 
que permeiam a fluidez das relações sociais, dentro de uma comunicação on-line, 
no Brasil as discussões sobre comunidade se sustentam nas obras de Ferreira 
 
 
8 
(1968). Mesmo escrita em 1968, sua obra traz reflexões atuais acerca de 
comunidade. 
Vejamos, então, as comunidades no Brasil! 
TEMAS 4 – A COMUNIDADE NO BRASIL 
No início de sua obra, Ferreira (1968) traz uma discussão sobre 
comunidade no campo clássico da sociologia. 
 Num primeiro momento, ele apresenta características da comunidade 
semelhantes as que estudamos até aqui, e se delimita a visão geográfica, ou seja, 
as pessoas vivem em um determinado espaço claramente definido e que 
constituem comunidades em virtude de afinidades e traços semelhantes. 
Outro critério que vai definir comunidade para Ferreira (1968) são os 
interesses vitais dos sujeitos, porém sem relação direta com aspectos de ordem 
fisiológica. Em outro momento, à luz de diferentes autores, Ferreira (1968) 
aproxima seus estudos para a comunidade ecologia humana e, com base nos 
conceitos aqui estudados, há uma proximidade significativa com o social. 
A comunidade é um grupo localizado. No entanto, os limites de sua área 
são tão amplos quanto à interdependência existente entre os que a 
compõem, sob o ponto de vista econômico e social, e não se confundem 
necessariamente com os limites administrativos ou políticos. [..] os 
homens participam de uma comunidade a partir do que eles têm em 
comum. (Ferreira, 1968, p. 4) 
Em contribuição com os apontamentos anteriores, Émile Durkheim destaca 
que os sujeitos que compõem uma sociedade no interior de um grupo definem 
suas aproximações por meio das crenças, hábitos, normas, regras e objetivos em 
comum. O que de fato constatamos na visão dos autores citados anteriormente. 
Porém, a cada sujeito compete a adaptação ao grupo ou comunidade inserido. 
A comunidade na perspectiva de Ferreira (1968, p. 5) se constitui por traços 
de interação social que será cada vez mais intensa a partir do momento da 
existência e definição da qualidade nos processos de interação social entre os 
sujeitos da comunidade. 
4.1 Identidade de uma comunidade 
Conforme Ferreira (1968, p. 6) “Comunidade consiste em um círculo de 
pessoas que vivem juntas, que permanecem juntas, de sorte que buscam não 
 
 
9 
este ou aquele interesse particular, mas um conjunto inteiro de interesses, 
suficientemente amplo e completo de modo a abranger suas vidas”. 
Para McIver, nos estudos de Ferreira (1968), o que identifica presença ativa 
de uma comunidade é forma de vida em comum dos sujeitos, mas tem como 
prioridade o interesse da coletividade. 
Com base nas reflexões sobre comunidade até o presente momento, 
vamos evidenciar os estudos de comunidade no Brasil, que foram tema de 
discussão nos anos 1940 e 1950. 
TEMAS 5 – OS ESTUDOS E REFLEXÕES SOBRE A COMUNIDADE NO BRASIL 
No Brasil, as discussões sobre comunidade adentraram o espaço escolar 
por meio de pesquisa etnográfica, mas numa visão de território como aponta 
Nogueira (1977, p. 172): 
Por ''estudos de comunidades'' temos em vista aqueles levantamentos 
de dados sobre a vida social em. seu conjunto, relativos a uma área · 
cujo âmbito é determinado pela distância a que se situam nas várias 
direções, os moradores mais afastados do centro local de maior 
densidade demográfica, havendo entre os moradores do núcleo central 
e os da zona circunjacente, assim delimitada, uma interdependência 
direta para a satisfação de, pelo menos, parte de suas necessidades 
fundamentais 
Aqui o autor evidencia que estudos baseados na comunidade e no território 
delimitado retratama vida social em conjunto de um determinado grupo de sujeitos 
de uma determinada comunidade. Ao pensarmos no espaço escolar, essa forma 
de olhar a comunidade expressa as manifestações da vida social, as experiências, 
vivências e as relações estabelecidas com a escola para as necessidades e os 
interesses da comunidade para com esse outro espaço. 
5.1 As técnicas que aproximam a comunidade da escola e esta da 
comunidade 
Com base em uma entrevista e na observação sistemática, um profissional 
da área de educação de uma determinada escola poderá fazer uso e aplicação 
para detectar características da comunidade escolar e passar a envolvê-la no 
espaço escolar. 
Nogueira (1977, p. 113) ressalta que se deve recorrer à entrevista sempre 
que há necessidade de dados que não podem ser encontrados em documentos, 
 
 
10 
fontes históricas, registros, mas que o outro esteja em condições de prover a 
entrevista. 
Para um maior entendimento entre a relação comunidade e escola, tudo 
dependerá dos objetivos da entrevista, o que se quer alcançar com a entrevista e 
observação realizadas. 
É de fundamental importância considerar três pontos centrais segundo 
Melo e Urbanetz (2009): 
• relação entrevistado-entrevistador; 
• método de registro das entrevistas; 
• ouvir com atenção e respeito. 
Outro instrumento é a observação, a qual é funcional para estudos sobre 
comunidades, pois pela observação pode-se ouvir, ver os membros da 
comunidade escolar, os seus movimentos, representações e contradições. 
Uma vez escolhido o campo para estudo a se efetuar, passa-se a 
observar o fenômeno, acontecimento ou aspecto em que se está 
interessado, durante o período contínuo de tempo necessário para que 
o fenômeno, acontecimento ou aspecto seja apreendido em todo o 
contexto, ciclo, partes e características essenciais. (Ferreira, 1968, p. 87) 
Para que possamos conhecer e definir a comunidade escolar e realizar uma 
relação com a escola, é necessário tomar como ponto de partida para a entrevista 
e observação sistemática a localidade escolar. 
Com base de observações prévias, levantamento de hipóteses que 
poderão ou não ser comprovadas, planejamento de pesquisa, planejamento de 
tempo o objeto ou fenômeno de estudo poderá ser pesquisado. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, o objetivo foi o de nos aproximar do conceito de comunidade 
considerando as contribuições da sociologia e antropologia e, por isso, distinguir 
comunidade e sociedade foi tão relevante. 
É evidente que comunidade foi considerada com base em uma visão de 
território que culminou num grupo de sujeitos interligados, geograficamente 
próximos, socialmente, interligados por traços tradicionais de vizinhança, 
identidade, estilos de vida, ideias, credos, conceitos, interesses ou semelhanças. 
 
 
11 
Por outro lado, observamos que sociedade é mais abrangente e envolve 
uma organização mais complexa, pois nela os laços que unem os sujeitos aos 
grupos não são próximos, porém há uma ordem mais racional. 
Estudos sobre a comunidade no Brasil foram evidenciados, por meio de 
pesquisa que envolve a antropologia e a sociologia na busca de conhecer quem 
é a comunidade escolar que permeia a relação escola comunidade numa visão 
democrática. 
Este momento teve como percursos os estudos de Ferreira (1968) que 
mesmo com o passar dos tempos sua contribuição teórica e de pesquisa se faz 
atual, pois ao avaliarmos as relações sociais de uma comunidade escolar, 
verificamos analiticamente os traços que a definem. 
É fato que diante da atual sociedade complexa, as comunidades estão 
colocadas e ativas e suas ações de refletem na escola, por isso a necessidade de 
aproximar os dois espaços, comunidade e escola, a partir do conhecimento que 
emerge de pesquisas. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
SOUZA, Â. R. de. Explorando e construindo um conceito de gestão escolar 
democrática. Educação em Revista, Belo Horizonte, v.2 5, n. 3, p. 123-140, dez. 
2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/edur/v25n3/07.pdf>. Acesso em: 
30 jun. 2018. 
O artigo de Souza (2009) aborda a relação entre política, poder e 
democracia no contexto da escola pública com base em elementos que 
direcionam para a gestão escolar como fenômeno político da época. Os processos 
de disputa e dominação que se apresentam no espaço da escola são 
evidenciados e perpassam aspectos legais do princípio e da perspectiva 
democrática. A pesquisa que se apresenta no artigo propõe evidenciar os 
problemas que impossibilitam a escola pública de desenvolver uma gestão 
democrática, e por meio de análise das relações entre política, poder e 
democracia averiguar em que contextos a participação da comunidade se fez 
efetiva. 
 
 
 
12 
Texto de abordagem prática 
KLEIN, A. M.; PÁTARO, C. A escola frente às novas demandas sociais: educação 
comunitária e formação para a cidadania. Cordis: Revista Eletrônica de História 
Social da Cidade, São Paulo, v. 1, p. 1-8, 2008. Disponível em: 
<http://www4.pucsp.br/revistacordis/downloads/numero1/artigos/1_escola_novas
_demandas.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2018. 
As autoras Klein e Patáro (2008) possibilitam em sua pesquisa uma 
discussão sobre a escola e a comunidade, considerando como recorte o cenário 
da sociedade contemporânea. Há um reconhecimento da educação comunitária 
como uma possibilidade educacional voltada para a formação da cidadania a partir 
dos estudos de Paulo Freire. As autoras, pelo viés da pesquisa apresentada no 
artigo, articulam a relação escola e comunidade por meio da inserção de projetos 
pedagógicos que têm como elementos norteadores, situações-problema que 
possibilitam reflexão sobre a realidade dos alunos. Com isso, há uma 
possibilidade de construção de uma consciência crítica por parte dos alunos 
considerando o tempo de permanência num cenário contemporâneo que 
apresenta meios de atuação, organização e estrutura curricular rígidos. Um olhar 
voltado para a democratização e o acesso ao conhecimento se apresenta na 
pesquisa das autoras, pois a que se considerar o perfil e a realidade dos alunos 
dissociados dos conteúdos e das práticas pedagógicas da escola. O artigo 
possibilita uma reflexão que envolve os desafios da escola em meio à nova 
estrutura social e contemporânea com a possibilidade de inserção da educação 
comunitária pode ser como para a formação crítica dos cidadãos. 
Saiba mais 
Freire (1997), em sua fala e obra sobre A escola cidadã, ele deixa claro que 
é uma escola que visa seus olhares sobre a liberdade numa perspectivas e 
discurso de formador e libertador. Ninguém pode ser só, a escola cidadã é uma 
escola de comunidade e de companheirismo. É uma escola de produção comum 
do saber e da liberdade, uma escola que não poderá ser jamais silenciosa, nem 
autoritária. É uma escola que vive a experiência tensa da democracia. 
A ESCOLA Cidadã, por Paulo Freire. Arte risco, 6 nov. 2011. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=ZC1ruqUnX7I>. Acesso em: 30 jun. 2018. 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
ANDRÉ, M. E. D. A. de. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus, 1995. 
BUBER, M. Sobre comunidade. São Paulo: Perspectiva, 1987. 
DURKHEIM, É. Da divisão do trabalho social. In: RODRIGUES, J. A. (Org.). Émile 
Durkheim: sociologia. 4. ed. São Paulo: Ática, 1988. 
FERREIRA, F. P. Teoria Social da Comunidade. São Paulo: Herder, 1968. 
MELO, A. de. Relações entre comunidade e escola. Curitiba: Ibpex, 2011. 
MIRANDA, O. A dialética da identidade em Ferdinand Tönnies. In: FORACCHI, M. 
M.; MARTINS, J. S. (Org.). Para ler Ferdinand Tönnies. São Paulo: Edusp,1995. 
PALACIOS, M. O medo do vazio: comunicação, sociabilidade e novas tribos. In: 
RUBIM, A. A. Idade Mídia. Salvador: Edufba, 1995. 
RECUERO, R. Comunidades virtuais em redes sociais na internet: proposta 
de tipologia baseada no fotolog.com. 2006. 334 f. Tese (Doutorado em 
Comunicação e Informação) – Faculdade de Biblioteconomiae Comunicação, 
Porto Alegre, 2006. 
RIBEIRO, J. C. Comunidades virtuais eletrônicas convergência da técnica com o 
social. In: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da 
Comunicação XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação – Campo Grande, set. 
2001. 
TÖNNIES, F. Comunidade e Sociedade. In: FORACCHI, M. M.; MARTINS, J. S. 
(Org.). Para ler Ferdinand Tönnies. São Paulo: Edusp,1995. 
WEBER, M. Economia e sociedade. 3. ed. v. 1. Brasília: UNB,1994. 
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