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PATOLOGIA ESPECIAL CAMILA SANTIAGO PATOLOGIA ESPECIAL | MEDICINA PATOLOGIA 03: arteriosclerose Arteriosclerose – ‘’endurecimento das artérias’’ Caracterizada por espessamento e perda da sua elasticidade Acomete a íntima Arteriolosclerose Acomete pequenas artérias e arteríolas Hiperplásica: espessamento concêntrico da íntima que gera obstrução; aumento da RVP da arteríola; diminuição da luz; níveis tensoricos elevados Hialina: espessamento hialino, por deposito da MEC Esclerose medial calcificada de Monckeberg Depósitos de cálcio na camada média das artérias Aterosclerose Afeta principalmente a camada íntima das artérias de grande e médio calibre, elásticas e musculares Acúmulo de placas de gordura Processo inflamatório crônico Lesões na camada íntima formando ateromas – gera protusão na luz dos vasos; obstrução do fluxo sanguíneo Envolto por cápsula fibrosa As placas podem: romper, obstruir, formar trombose e aneurismas Fatores de risco: genéticos, gênero, hiperlipidemia, hipertensão, diabetes Oxidação de LDL → lesiva para o endotélio → agressão endotelial e é quimiotática para leucócitos Acúmulo de lipídeos → progressão das lesões Proteoglicanos na intima ligam-se as lipoproteínas, favorecendo a retenção de gorduras no local Fatores de risco: HAS, tabagismo, diabetes mellitus, obesidade, síndrome metabólica, álcool, agentes infecciosos → processo inflamatório; agressão ao endotélio HDL – faz o transporte de colesterol das células para o fígado que excreta pela bile → é boa, faz a limpeza das células Lipoproteína A – associada a maior risco de obstrução arterial Excesso de lipoproteínas – macrófagos e células musculares lisas internalizam a quantidade de lipídeos e se transformam em células espumosas O LDL sofre oxidação nos tecidos → é toxico para as células endoteliais, estimula a resposta inflamatória LDL – tem maior afinidade para receptores de macrófagos → por isso sofre o processo de oxidação e o LDL oxidado tem uma pré disposição a se ligar à célula endotelial e a atrair o macrófago, estimulando a resposta inflamatória local Dislipidemia – tem LDL elevado e HDL reduzido PATOLOGIA ESPECIAL CAMILA SANTIAGO PATOLOGIA ESPECIAL | MEDICINA Adesão de monócitos ao endotélio – com a disfunção endotelial, há adesão de monócitos e plaquetas a parede vascular → monócitos aderem a intima e transformam-se em macrófagos Proliferação das células musculares lisas – ateroma Mecanismos iniciais na formação da lesão aterosclerótica: A deposição de leucócitos sobre o endotélio e sua penetração no espaço subendotelial é mediada por moléculas de adesão expressas no endotélio e nas células circulantes – VCAM 1, ICAM 1, E SELETINA → elevação da concentração de citocinas → favorecem o recrutamento e adesão de monócitos à superfície endotelial Formação de células espumosas e migração de células musculares lisas na fase proliferativa da formação da lesão: Injuria endotelial, endotélio permeável – favorecem o processo inflamatório e a disfunção endotelial → favorecendo a adesão do monócito ao endotélio LDL modificado → adere aos receptores scavengers → é englobado pelo monócito / macrófago → formando as células espumosas LDL oxidado e ingerido pelos macrófagos – se acumulam em fagócitos e são chamados de células espumosas → estimula a liberação de fatores de crescimento, citocinas, quimiocinas, e aumentam o recrutamento de mais monócitos para a região – é citotóxico para o endotélio Proliferação de células musculares lisas → fazem a síntese de MEC na intima → converte as estrias gordurosas (a lesão inicial) e inicia a formação do ateroma maduro – contribuindo para o crescimento progressivo das lesões ateroscleróticas Lesão inicial I Aumento no número de macrófagos e surgimento de células espumosas Surge na infância Presença de moléculas de adesão em função da disfunção endotelial – fazem com que monócitos circulantes sejam aderidas a esse endotélio As células espumosas são uma grande reserva de lipídios; importantes fontes de mediadores pró inflamatórios, de citocinas e quimiocinas, elaboradoras de espécies de radicais livres de oxigênio Lesão do tipo II Presença de estrias gordurosas – compostas por macrófagos e células musculares lisas É um processo contínuo Presença de estrias gordurosas, persistência da lesão endotelial, LDL oxidado, macrófagos associados a secreção de radicais livres, formação de células espumosas Lesão tipo III – intermediaria Lesão pré ateroma, silencioso até a 3ª década Presença de reservatórios lipídicos extra celulares ocupando parte da matriz de proteoglicanos Formação da cápsula Macrófagos no processo de necrose, de degranulação das estruturas PATOLOGIA ESPECIAL CAMILA SANTIAGO PATOLOGIA ESPECIAL | MEDICINA Lesão do tipo IV – ateroma Estabelecimento do ateroma Núcleo lipídico individualizado, formado pela fusão das ilhotas de gordura Produz além de macrófagos, gordura livre Progressão da placa Processo contínuo da injuria endotelial Endotélio com moléculas de adesão que favorecem a migração contínua de monócitos que acometem a camada subendotelial, com LDL oxidado, englobado pelas células inflamatórias (macrófagos) que vão estimular a produção de cininas, fatores que vão estimular a migração de células musculares lisas Células musculares lisas – se transformam em fibroblastos e há deposição de MEC que vai gerar a formação da cápsula que envolve o núcleo lipídico Lesão do tipo V – fibroateroma Caracterizada pela presença do tecido fibroso e denso que envolve o núcleo lipídico Placa estável Os mediadores da inflamação vão estimular a migração e proliferação de células musculares lisas da camada média, e estas, ao migrarem para a íntima, passam a produzir uma matriz extracelular que formará a capa fibrosa da placa aterosclerótica Caracterizada por um predomínio de colágeno organizada por uma capa fibrosa espessa Poucas células inflamatórias Núcleo lipídico Estabilidade mecânica Capsula fibrosa, densa, colagenosa; mínimo processo inflamatório – oclui o lúmen vascular Placa vulnerável Apresenta atividade inflamatória intensa, com grande atividade proteolítica Núcleo lipídico necrótico e capa fibrótica fina – a ruptura dessa capsula expõe esse material lipídico altamente trombogênico, levando à formação de um trombo Capsula fibrosa fina com poucas células musculares, pouco colágeno e processo inflamatório intenso podem degradar o colágeno e reduzir a síntese dessa região Macrófagos quando ativados, produzem proteases e metaloproteinas que vão desestabilizar e tornar essa região sujeita a um processo de ruptura e formação de trombos nessa placa Substâncias chamadas histatinas – estabilizam essas placas; papel anti-inflamatório PATOLOGIA ESPECIAL CAMILA SANTIAGO PATOLOGIA ESPECIAL | MEDICINA Lesão do tipo VI – avançada Placa complicada por um trombo Quando há uma capsula fibrosa fina e grande quantidade de células inflamatórias Pode erodir ou ulcerar Consequência da doença aterosclerótica 2 principais: Obstrução arterial com isquemia aguda ou crônica Dilatação arterial localizada ou difusa Principais alterações dependem do tamanho do vaso e da estabilidade da placa Trombose Ulcera Enfraquecimento da parede Resumo Aterosclerose representa uma resposta inflamatória crônica As lesões podem se iniciar em artérias com endotélio morfologicamente preservado, mas funcionalmente alterado em decorrência da disfunção endotelial (agredido) Endotélio agredido – reage com o aumento de moléculas de adesão (fenômeno inicial do processo inflamatório) Os lipídios vão se acumular na íntima e podem sofrer um processo de oxidação Essas lipoproteínas oxidadas são endocitadas por macrófagos que induzem a liberação de citocinas e quimiocinas, que são mediadores essenciais nareação inflamatória Os linfócitos T ativados liberam citocinas pro inflamatórias, amplificando/cronificando o processo A interação desses fatores vai resultar na formação e progressão das lesões As lesões ateroscleróticas se iniciam pela lesão endotelial causada por fatores diversos; essa injuria inicia o processo inflamatório
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