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Resumo IESC N1

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IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 A PNAISC é fruto de amplo e participativo processo de 
construção coletiva, com início no ano de 2012, liderado pela 
Coordenação-Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno 
(CGSCAM), do Ministério da Saúde, e com apoio conceitual e 
metodológico da Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos 
Saudáveis (EBBS), do Instituto Fernandes Figueira (IFF), da 
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). = trabalha com metas para 
redução da mortalidade infantil. 
 Até 2030, acabar com as MORTES EVITÁVEIS de recém-
nascidos e crianças menores de cinco anos, com todos os 
países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para 
pelo menos 12 por 1.000 nascidos vivos e a mortalidade 
de crianças menores de cinco anos para pelo menos 25 
por 1.000 nascidos vivos 
 O aumento da esperança de vida ao nascer é considerado uma 
das maiores conquistas sociais das últimas décadas, 
acompanhada da queda na mortalidade de todos os grupos 
etários, assim como da taxa de fecundidade que passou de 6,1 
filhos por mulher em 1960 para 1,9em 2010 (IBGE, 2012). 
 A PNAISC está estruturada em princípios, diretrizes e eixos 
estratégicos. Tem como objetivo: 
 Promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento 
materno, mediante atenção e cuidados integrais e 
integrados, da gestação aos nove anos de vida, com 
especial atenção à primeira infância e às populações de 
maior vulnerabilidade, visando à redução da 
morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com 
condições dignas de existência e pleno desenvolvimento. 
 Oferecer atenção integral à criança significa prover todos 
os serviços necessários, capazes de responder 
resolutivamente às demandas específicas de sua saúde, 
sejam eles no contexto da Atenção Básica, de apoio 
diagnóstico, ou na atenção especializada ambulatorial e 
hospitalar, na atenção à urgência e emergência, nos 
serviços especializados e internação hospitalar. Além da 
vigilância e ações intersetoriais necessárias à saúde. 
 Considera a criança, a pessoa até 12 anos incompletos, e o 
adolescente, a pessoa entre 12 e 18 anos de idade. 
 “Primeira infância”: pessoa de zero a 5 anos, ou seja, de zero 
até completar 5 anos, 12 meses e 29 dias ou 72 meses. 
 
 
 PRINCÍPIOS 
1) Direito à vida e à saúde; 
2) Prioridade absoluta da criança; 
3) Acesso universal à saúde; 
4) Integralidade do cuidado; 
5) Equidade em saúde; 
6) Ambiente facilitador à vida; 
7) Humanização da atenção; 
8) Gestão participativa e controle social. 
 EIXOS ESTRATÉGICOS 
 São 7 eixos estratégicos: 
1) Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao 
nascimento e ao recém-nascido; 
2) Aleitamento materno e alimentação complementar saudável; 
3) Promoção e acompanhamento do crescimento e do 
desenvolvimento integral; 
4) Atenção integral a crianças com agravos prevalentes na 
infância e com doenças crônicas; 
5) Atenção integral à criança em situação de violências, prevenção 
de acidentes e promoção da cultura de paz; 
6) Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações 
específicas e de vulnerabilidade; 
7) Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno (até 45 
dias depois do parto). 
 ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA 
 Além da assistência com resolubilidade para a coordenação do 
cuidado é essencial a organização do processo de trabalho da 
ESF. 
 IMPORTANTE: realização de reuniões de equipe periódicas, 
com objetivo de elaborar, acompanhar e gerir Projetos 
Terapêuticos Singulares, sejam individuais, para discussão 
dos casos das crianças/famílias mais complexas, ou 
coletivos. 
 A reunião de equipe constitui também dispositivo 
estratégico para a ESF, organizar seu próprio processo 
de trabalho e as articulações necessárias com outras 
estruturas das redes de saúde e intersetoriais. 
 PNI (Programa Nacional de Imunizações): As ações de vacinação 
são coordenadas pelo PNI, com o objetivo de erradicar, eliminar 
e controlar as doenças imunopreveníveis no território 
brasileiro. Obrigatório verificar a completude da caderneta de 
Política Nacional de Atenção à saúde da Criança (PNAISC) 
 
IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
vacinação. O atraso vacinal pode ser um indicativo de 
dificuldades de acesso ou outras situações de vulnerabilidade. 
 PSE (Programa Saúde na Escola): é baseado em estratégias 
pedagógicas coerentes com a produção de educação e saúde 
integral, fundamental para produzir autocuidado. Contém 
inúmeras possibilidades pedagógicas implementadas para 
promover a saúde da criança. 
 Saúde bucal: integra toda a assistência pré-natal, o 
acompanhamento de puericultura e diversas ações na escola 
em articulação com o PSE. 
 Redes temáticas: Pontos de apoio com assistência especializada 
que seja referência regional. Apoio matricial para casos de 
maior complexidade. Apoio técnico para melhoria da 
resolubilidade da Atenção Primária. Definição de protocolos 
clínicos, linhas de cuidados e fluxos cada vez mais funcionais. 
 Rede Cegonha (Saúde da Criança na Rede de Atenção Materna, 
Neonatal e Infantil): Parte do entendimento sobre o que é a 
saúde da criança se inicia na gestação. Enfrentamento das 
mortes maternas, as mortes infantis que se concentram nas 
primeiras 24 a 48 horas após o parto. A RCvisa à redução de 
mortes evitáveis por ação dos serviços de saúde. 
 Pontos de Atenção: A organização da rede integral para a 
gestante e a criança está alicerçada desde o pré-natal até o 
parto, o puerpério e a continuidade de atenção para a criança 
e a mulher, considerando que neste momento da vida a 
integração e a articulação dos diversos níveis de atenção é 
mandatória, uma vez que os partos são, em geral, hospitalares. 
 RAPS (Saúde da Criança na Rede de Atenção Psicossocial): Para 
crianças adolescentes, jovens, pessoas em situação de rua e 
populações indígenas, sofrimento ou transtorno mental e 
crianças que sofreram violências. Feito pela pactuação e 
acompanhamento de indicadores. 
IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 IDENTIFICAR OS SINAIS DE PERIGO 
 Visitas domiciliares são recomendadas às famílias de gestantes 
e de crianças na primeira semana pós-parto e, 
posteriormente a esse período, a periodicidade deve ser 
pactuada com a família a partir das necessidades evidenciadas 
e considerando se os fatores de risco e de proteção. 
 SINAIS DE PERIGO NO RECÉM-NASCIDO: 
 Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou 
mamar); 
 Vômitos importantes (ela vomita tudo o que ingere); 
 Convulsões ou apneia (a criança fica em torno de 20 
segundos sem respirar); 
 Frequência cardíaca abaixo de 100bpm; 
 Letargia ou inconsciência; 
 Respiração rápida (acima de 60mrm); 
 Atividade reduzida (a criança movimenta-se menos do que 
o habitual); 
 Febre (37,5ºC ou mais); 
 Hipotermia (menos do que 35,5ºC); 
 Tiragem subcostal; 
 Batimentos de asas do nariz; 
 Cianose generalizada ou palidez importante; 
 Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24 horas 
de vida; 
 Gemidos; 
 Fontanela (moleira) abaulada; 
 Secreção purulenta do ouvido; 
 Umbigo hiperemiado (hiperemia estendida à pele da parede 
abdominal) e/ou com secreção purulenta (indicando 
onfalite); 
 Pústulas na pele (muitas e extensas); 
 Irritabilidade ou dor à manipulação. 
 SINAIS DE PERIGO ACIMA DE 2 MESES: 
 Observar se a criança não consegue beber ou mamar no 
peito; 
 Vomita tudo o que ingere; 
 Apresenta convulsões; 
 Está letárgica ou inconsciente. 
 TOSSE: Para a criança com tosse ou dificuldade para respirar, 
verificar se a frequência respiratória está intensificada, se a 
criança apresenta sibilos (chiado) ou estridor e se apresenta 
tiragem subcostal. 
 DIARREIA:Para a criança com diarreia, identificar sinais de 
gravidade de desidratação, tais como: letargia, inconsciência, 
inquietude, irritação, olhos fundos, sinal da prega presente (a 
prega cutânea retorna lentamente ao estado natural) ou se a 
criança não consegue mamar ou beber líquidos. 
 
 PRIMEIRA CONSULTA DO RN 
 A primeira consulta do recém-nascido deverá ocorrer na sua 
primeira semana de vida. 
 Momento imprescindível para estimular o aleitamento materno 
exclusivo. 
 Orientar e realizar imunizações e verificar a realização da 
triagem neonatal. 
 A partir da anamnese, procura-se avaliar principalmente as 
condições do nascimento da criança (tipo de parto, local do 
parto, peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, 
intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período 
neonatal e nos tratamentos realizados). 
 Os antecedentes familiares (as condições de saúde dos 
pais e dos irmãos, o número de gestações anteriores, o 
número de irmãos) 
 Situação social (condições de moradia, emprego e renda 
dos responsáveis, escolaridade dos pais, presença de 
animais no domicílio. 
 APGAR: é um teste realizado 
no 1º e 5º minuto de vida de 
um recém-nascido e 
permite avaliar seu estado 
geral e vitalidade. 
 No 5º minuto índices 
entre 7 e 10 é 
considerado normal. 
 4, 5 ou 6 é considerado 
intermediário e 
relaciona-se com prematuridade, medicamentos usados 
pela mãe, malformação congênita, o que não significa 
maior risco para disfunção neurológica. 
Avaliação do Recém-nascido e prematuridade - Puericultura 
IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 Índices de 0 a 3 no 5º minuto relacionam-se a maior risco 
de mortalidade e leve aumento de risco para paralisia 
cerebral. 
 PESO, COMPRIMENTO E PERÍMETRO CEFÁLICO 
 PESO: avaliar em relação ao peso de nascimento. É esperado 
tanto uma perda de peso de até 10% ao nascer quanto a sua 
recuperação até o 15º dia de vida 
 PERÍMETRO CEFÁLICO (PC): com medidas acima ou abaixo de 
dois desvios-padrão (< -2 ou > +2 escores “z”) pode estar 
relacionado a doenças neurológicas. Encaminhar para avaliações 
específicas. 
 Se tiver acima da linha laranja pede para retornar com 15 
dias = pode indicar hidrocefalia, por exemplo; 
 Microcefalia = PC abaixo do normal. 
 DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PSICOAFETIVO 
 Observar o comportamento do cuidador em relação à criança 
= o afeto/reação da mãe com o bebê durante a consulta, 
choro, etc! 
 ESTADO GERAL 
 POSTURA: normal do recém-nascido as extremidades fletidas, 
as mãos fechadas e o rosto, geralmente, dirigido a um dos lados. 
 PADRÃO RESPIRATÓRIO: a presença de anormalidades, como 
batimentos de asas do nariz, tiragem intercostal ou 
diafragmática e sons emitidos = esforço respiratório 
 VIGÍLIA: o estado de alerta, o sono leve ou profundo e o choro. 
 SINAIS DE DESIDRATAÇÃO OU HIPOGLICEMIA: pouca diurese, 
má ingestão (a criança não consegue mamar ou vomita tudo o 
que mama), hipoatividade e letargia. A temperatura axilar 
normal situa-se entre 36,4ºC e 37,5ºC. 
 FACE/CRÂNIO 
 Avaliar assimetria, malformação, deformidade ou aparência 
sindrômica. 
 
 
 Fontanela: A fontanela anterior 
mede de 1cm a 4cm, tem forma 
losangular, fecha-se do 9º ao 
18ºmês e não deve estar fechada 
no momento do nascimento. A 
fontanela posterior é triangular, 
mede cerca de 0,5cm e fecha-se 
até o segundo mês. Não devem 
estar túrgidas, abauladas (desidratação) ou deprimidas. 
 PELE 
 Observar a presença de: 
 Edema: se for generalizado, pense em doença hemolítica 
perinatal, iatrogenia, insuficiência cardíaca, sepse; se for 
localizado, isso sugere trauma de parto; 
 Palidez: sangramento, anemia, vasoconstrição periférica; 
 Cianose: se for generalizada, pense em doenças 
cardiorrespiratórias graves; se for localizada nas 
extremidades ou na região perioral, pense em hipotermia, 
ou até mesmo nas roupas que o bebê está usando; 
 Icterícia: O profissional deverá estar mais atento caso a 
icterícia tenha se iniciado nas primeiras 24 horas ou 
depois do 7º dia de vida, caso tenha duração maior do que 
uma semana no recém-nascido a termo, duração maior do 
que duas semanas no prematuro. Se a tonalidade for 
amarela com matiz intenso ou se a icterícia se espalha 
pelo corpo, atingindo pernas e braços. 
 OLHOS 
 Reflexo fotomotor: projeta-se um feixe de luz em posição 
ligeiramente lateral a um olho. A pupila deve se contrair 
rapidamente. O teste deve ser repetido no outro olho, devendo 
ser comparado com o primeiro. Avalia basicamente a estrutura 
anatomofuncional 
 Conjuntivites: as pálpebras podem estar edemaciadas (reação 
ao nitrato de prata = administrado no hospital, é só limpar com 
soro) e a regressão é espontânea em 24h a 48h. 
 A presença de secreção purulenta evidencia uma 
conjuntivite e, é importante descartara infecção por 
gonococo, clamídia e herpesvírus. 
 A conduta correta é solicitar exame bacteriológico e 
bacterioscópico. 
 Após a coleta, deve-se iniciar imediatamente o tratamento 
com colírio (tobramicina ou ofloxacina) e, após o resultado, 
deve-se tratar o agravo de acordo com o agente etiológico. 
IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 O grande risco é a conjuntivite por gonococo, pois a 
bactéria pode penetrar na córnea intacta e causar 
perfuração ocular em 24h. 
 Estrabismo (ou esotropia) e nistagmo lateral são comuns nesta 
fase, devendo ser reavaliados posteriormente. Os recém-
nascidos podem apresentar eventualmente algum tipo de 
desvio ocular, pois a visão binocular só estará bem desenvolvida 
entre 3 e7 meses. 
 ORELHAS E AUDIÇÃO 
 Observar a implantação, o tamanho e a simetria das orelhas. 
 Teste da orelhinha: é o método mais moderno para constatar 
problemas auditivos nos recém-nascidos. Ele consiste na 
produção de um estímulo sonoro e na captação do seu retorno 
por meio de uma delicada sonda introduzida na orelhinha do 
nenê. 
 É rápido, seguro e indolor. 
 A Lei Federal nº 12.303/2010 tornou obrigatória e 
gratuita a realização do exame e espera-se que todos os 
hospitais e maternidades do Brasil ofereçam o teste. 
 É realizado com o bebê dormindo, a partir de 48 horas 
vida. 
 TÓRAX 
 Avaliar a assimetria, pois ela sugere malformações cardíacas, 
pulmonares, de coluna ou arcabouço costal. 
 Apalpar as clavículas. 
 Orientar a família para a involução espontânea de mamas, que 
podem estar ingurgitadas ou com presença de secreção leitosa 
= é normal em ambos os sexos e com o tempo some. 
 Contar a frequência cardíaca, que normalmente varia entre 
120bpm e 160bpm. 
 Observar a possível presença de cianose, abaulamento pré-
cordial, turgência jugular, ictus cordis e sopros cardíacos. 
 Verificar também os pulsos. 
 ABDOMEN 
 Observar a respiração, que é basicamente abdominal e deve 
estar entre 40mrm e 60mrm. 
 TIPOS: Dilatado, Escavado e Diástase 
 
 
 Hérnias: inguinal intervenção cirúrgica imediata e umbilical 
aguarda-se sua regressão espontânea até 12 meses, 
dependendo do tamanho da hérnia. 
 
 Onfalite: região umbilical avermelha, edemaciada e com 
secreção fétida. 
 
 GENITÁLIA 
 Apalpar a bolsa escrotal para identificar a presença dos 
testículos. 
 Quando os testículos não forem palpáveis na bolsa escrotal na 
primeira consulta do recém-nascido continuar reavaliando 
(achado normal até 3 meses). 
 A não descida após 6 meses 
encaminhar para avaliação 
específica 
 A fimose é fisiológica ao 
nascimento. 
 Deve-se observar a 
localização do meato urinário 
para excluir a possibilidade de 
hipospádia (uretra aberta na 
parte inferior do pênia) ou epispádia. 
 
 Na genitália feminina, os pequenos lábios e o clitóris estão mais 
proeminentes. Pode haver secreção esbranquiçada, às vezes 
hemorrágica. 
IESC IVEmilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 ÂNUS E RETO 
 Verificar a permeabilidade anal, bem como a posição do orifício 
e a presença de fissuras. 
 MEMBRO E COLUNA 
 Examinar os membros superiores e inferiores, para avaliar sua 
resistência à extensão, a flexão dos membros, a possibilidade 
de flacidez excessiva e a suposta presença de paralisia. 
Identifique a provável presença de pé torto. 
 Na coluna, avaliar o alinhamento. 
 AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA 
 Observar os reflexos arcaicos: 
 Reflexo da sucção: É 
desencadeado pela 
estimulação dos lábios. 
Observa-se sucção vigorosa. 
Sua ausência é sinal de 
disfunção neurológica grave. 
 Reflexo preensão palmar: É desencadeado pela pressão 
da palma da mão. Observa-se flexão dos dedos. 
 
 Reflexo preensão plantar: É desencadeado pela pressão 
da base dos artelhos. Observa-se flexão dos dedos. 
 
 Reflexo de Moro: É desencadeado por queda súbita da 
cabeça, amparada pela mão do examinador. Observa-se 
extensão e abdução dos membros superiores seguida por 
choro. 
 
 Reflexo de busca: É desencadeado por estimulação da 
face ao redor da boca. Observa-se rotação da cabeça na 
tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção reflexa 
do mesmo. 
 Marcha Reflexa: É desencadeado por inclinação do tronco 
do RN após obtenção do apoio plantar. Observa-se 
cruzamento das pernas, uma à frente da outra. 
 
 Observar a postura de flexão generalizada e a lateralização da 
cabeça até o final do primeiro mês. 
 Observar a presença de movimentos normais e espontâneos 
deflexão/extensão dos membros. 
 O tônus normal é de semiflexão generalizada. 
 AVALIAÇÕES E ORIENTAÇÕES 
 SITUAÇÕES DE RISCO OU VULNERABILIDADE: 
 Criança residente em área de risco; 
 Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g); 
 Prematuridade (menos de 37 semanas gestacionais); 
 Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º minuto; 
 Internações/intercorrências; 
 Mãe com menos de 18 anos de idade; Mãe com baixa 
escolaridade (menos de oito anos de estudo); 
 História familiar de morte de criança com menos de 5 anos 
de idade. 
 ALEITAMENTO MATERNO 
 A criança que é alimentada somente com leite materno até os 
6 meses de vida apresenta menor morbidade. 
 Por isso, maiores são os efeitos benéficos à sua saúde 
 Estimular a amamentação, orientando a livre demanda 
(frequência e duração). 
 
 
 
IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 INTERAÇÃO COM O RN 
 O melhor momento para interagir com o bebê é quando ele se 
encontra quieto, mas alerta, com os olhos bem abertos, como 
se estivesse prestando atenção. 
 O RN nascido a termo é capaz de: 
 Reconhecer a face da mãe após quatro horas de vida 
 Ter contato olho a olho; 
 Reconhecer e mostrar interesse por cores primárias 
(vermelho, azul e amarelo); 
 Seguir um objeto com os olhos 
 Reconhecer e distinguir diferentes cheiros. Com um ou dois 
dias de vida, o bebê reconhece o cheiro da mãe; 
 Imitar expressões faciais logo após o nascimento; 
 CUIDADOS COM O RN 
 HIGIENE: 
 Lavagem das mãos; 
 Cuidados com o coto umbilical; 
 Banho do bebê; 
 Troca de fraldas; 
 Prevenção de assaduras; 
 Não usar talco; 
 Sono do bebê (posição supina). 
 PREVENÇÃO DE ACIDENTES: 
 Banho com pouca água a 37 ºC; 
 Nunca deixar o bebê sozinho na banheira; 
 Berço com grades; 
 Evitar cobrir as crianças; 
 Nunca usar micro-ondas para aquecer o leite; 
 Transportar o RN somente em cadeirinha adequada de 
costas para o motorista., 
 TESTE DO PEZINHO 
 A coleta para o exame deve ser realizada entre o 3º e o 7º 
dia de vida da criança. Embora não seja o ideal, aceita-se que 
seja feita a coleta até o 30º dia de vida do bebê. 
 Doenças investigadas: 
 Deficiência de Biotinidase 
 Doenças falciformes e outras hemoglobinopatias 
 Fenilcetonúria 
 Fibrose Cística 
 Hiperplasia de Adrenal Congênita/ Hiperplasia Congênita da 
Supra Renal 
 Hipotireoidismo Congênito 
 
 
 VACINAS 
 É importante verificar se o recém-nascido recebeu a 1ª dose 
da vacina contra hepatite B e da BCG na maternidade. 
 A BCG é aplicada em uma única dose, logo após o 
nascimento, atua na na prevenção da Tuberculose, 
principalmente nas suas formas graves, como meningite 
tuberculosa e tuberculose miliar. 
 A vacina BCG não é recomendada a prematuros com 
menos de 2kg, que devem atingir este peso para receber 
a imunização. 
 Ela também é contraindicada em casos de baixa imunidade 
e de recém-nascidos de mães que usaram medicamentos 
que possam ter causado a diminuição da imunidade do feto 
na gestação. 
 
+ 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança 
 
INTRODUÇÃO 
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da 
Criança (PNAISC) foi instituída pela Portaria Nº 1.130, 
de 5 de agosto de 2015, no âmbito do Sistema Único 
de Saúde. 
OBJETIVOS 
Promover e proteger a saúde da criança e o 
aleitamento materno, mediante atenção e cuidados 
integrais e integrados da gestação aos 9 (nove) anos 
de vida, com especial atenção à primeira infância e 
às populações de maior vulnerabilidade, visando à 
redução da morbimortalidade e um ambiente 
facilitador à vida com condições dignas de existência 
e pleno desenvolvimento. 
CONCEITO DE CRIANÇA 
A PNAISC considera: 
 Criança: pessoa na faixa etária de 0 a 9 anos, 
ou seja, de zero até completar 10 anos (0 a 
120 meses). 
 Primeira infância: pessoa na faixa etária de 0 
a 5 anos, ou seja, de zero até completar 6 
anos (0 a 72 meses). 
Para fins de atendimento em serviços de pediatria no 
SUS, a PNAISC contemplará crianças e adolescentes 
até a idade de 15 anos, ou seja, até completarem 16 
anos ou 192 meses, sendo este limite etário passível 
de alteração de acordo com as normas e rotinas do 
estabelecimento de saúde responsável pelo 
atendimento. 
 
 
PRINCÍPIOS 
A PNAISC é orientada por 8 princípios: 
1. Direito à vida e à saúde: Acesso universal e 
igualitário às ações e aos serviços para a 
promoção, proteção integral e recuperação 
da saúde, com o objetivo de efetivar as 
políticas públicas que permitam o nascimento, 
crescimento e desenvolvimento da criança. 
2. Prioridade absoluta da criança: Primazia da 
criança de receber proteção e cuidado, ter 
precedência de atendimento nos serviços de 
saúde e preferência nas políticas sociais e em 
toda a rede de cuidado e de proteção social. 
3. Acesso universal à saúde: Direito de toda 
criança receber atenção e cuidado 
necessários e dever da política de saúde de 
atender às demandas da comunidade, 
propiciando o acolhimento, a escuta 
qualificada dos problemas e a avaliação com 
classificação de risco e vulnerabilidades 
sociais. 
4. Integralidade do cuidado: Atenção global da 
criança, garantindo o acesso a todos os níveis 
de atenção, com o acompanhamento de toda 
a trajetória da criança em uma rede de 
cuidados e proteção social. 
5. Equidade em saúde: Igualdade da atenção à 
saúde, sem privilégios ou preconceitos, 
mediante a definição de prioridades de ações 
e serviços de acordo com as demandas de 
cada um, com maior alocação dos recursos 
para onde há maior necessidade. 
 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
6. Ambiente facilitador à vida: Estabelecimento e 
qualidade do vínculo entre criança e sua 
mãe/família/cuidadores e também destes 
com os profissionais que atuam em 
diferentes espaços que a criança vive. 
7. Humanização da atenção: Soluções concretas 
para os problemas reais vividos no processo 
de produção de saúde, com acolhimento, 
gestão participativa e cogestão, clínica 
ampliada, valorização do trabalhador, defesa 
dos direitos dos usuários e ambiência. 
8. Gestão participativa e controle social: Papel de 
fomentar a democracia representativa e 
criar as condições para o desenvolvimento da 
cidadania ativa, mediante a realizaçãode 
audiências públicas, conferências e conselhos 
de saúde. 
DIRETRIZES 
A PNAISC possui 9 diretrizes para a elaboração das 
ações de saúde voltadas à criança: 
1. Gestão interfederativa das ações de saúde da 
criança: Viabilização de parcerias e articulação 
interfederativa, com instrumentos 
necessários para fortalecer a convergência 
com os planos de saúde e os planos 
intersetoriais e específicos que dizem 
respeito à criança. 
2. Organização das ações e serviços na rede de 
atenção: Articulação de profissionais e 
serviços de saúde, com estratégias baseadas 
na solidariedade e na colaboração. 
3. Promoção da saúde: Estratégias que busquem 
a equidade e melhoria da qualidade de vida e 
saúde, com ações voltadas para o 
desenvolvimento humano, do ambiente e dos 
hábitos de vida saudáveis e o enfrentamento 
da morbimortalidade por doenças crônicas. 
4. Fomento à autonomia do cuidado e da 
corresponsabilidade da família: Informações 
qualificadas sobre os principais problemas de 
saúde e orientações sobre o processo de 
educação dos filhos, além do estabelecimento 
de limites educacionais sem violência e os 
cuidados com a criança. 
5. Qualificação da força de trabalho do SUS: 
Qualificação para a prática de cuidado, da 
cogestão e da participação nos espaços de 
controle social, do trabalho em equipe e da 
articulação dos diversos saberes e 
intervenções dos profissionais. 
6. Planejamento e desenvolvimento de ações: 
Ocorre a partir das evidências 
epidemiológicas, definição de indicadores e 
metas, de forma a tornar mais efetivas as 
intervenções no território. 
7. Incentivo à pesquisa e à produção de 
conhecimento: Desenvolvimento de 
conhecimento com apoio à pesquisa, à 
inovação e à tecnologia no campo da Atenção 
Integral à Saúde da Criança. 
8. Monitoramento e avaliação: Aprimoramento 
permanente dos sistemas de informação e 
instrumentos de gestão. 
9. Intersetorialidade: Articulação entre agentes, 
setores e instituições para ampliar a 
interação, favorecendo espaços 
compartilhados de decisões. 
EIXOS 
A PNAISC se estrutura em 7 eixos estratégicos, os 
quais têm por finalidade orientar e qualificar as ações 
e os serviços de saúde da criança no território 
nacional. Portanto, considera os determinantes sociais 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
e condicionantes para garantir o direito à vida e à 
saúde. Além disso, visa: 
 Efetivação de medidas que permitam o 
nascimento e o pleno desenvolvimento na 
infância. 
 Redução das vulnerabilidades e dos riscos 
para o adoecimento, a prevenção das 
doenças crônicas e da morte prematura de 
crianças. 
EIXOS 
1. Atenção humanizada e qualificada à gestação, 
ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido. 
2. Aleitamento materno e alimentação 
complementar saudável. 
3. Promoção e acompanhamento do 
crescimento e do desenvolvimento integral. 
4. Atenção integral a crianças com agravos 
prevalentes na infância e com doenças 
crônicas. 
5. Atenção integral à criança em situação de 
violências, prevenção de acidentes e 
promoção da cultura de paz. 
6. Atenção à saúde de crianças com deficiência 
ou em situações específicas e de 
vulnerabilidade. 
7. Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e 
materno. 
EIXO I – ATENÇÃO HUMANIZADA E QUALIFICADA À 
GESTAÇÃO, AO PARTO, AO NASCIMENTO E AO 
RECÉM-NASCIDO 
- Consiste na melhoria do acesso, cobertura, qualidade 
e humanização da atenção obstétrica e neonatal, 
integrando as ações do pré-natal e acompanhamento 
da criança na Atenção Básica com aquelas 
desenvolvidas nas maternidades, conformando-se 
uma rede articulada de atenção. 
- A Rede de Atenção à Saúde Materna, Neonatal e 
Infantil (Rede Cegonha) tem por objetivo fomentar a 
implementação de um novo modelo de atenção à 
saúde da mulher e à saúde da criança, com foco na 
atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e 
ao desenvolvimento da criança (zero aos 24 meses). 
AÇÕES ESTRATÉGICAS DO EIXO I: 
 A prevenção da transmissão vertical do HIV e da 
sífilis (oferta de exames diagnósticos e 
quimioprofilaxia adequados durante a gestação, o 
parto e o puerpério). 
 A atenção humanizada e qualificada ao parto e ao 
recém-nascido no momento do nascimento (com 
capacitação dos profissionais de enfermagem e 
médicos para prevenção da asfixia neonatal e das 
parteiras tradicionais). 
 A atenção humanizada ao recém-nascido de baixo 
peso, com a utilização do “Método Canguru” (modelo 
de assistência ao recém-nascido prematuro e sua 
família, por meio do estímulo da presença dos pais 
na unidade neonatal com o livre acesso e a 
participação nos cuidados com o filho). 
 A qualificação da atenção neonatal na rede de saúde 
materna, neonatal e infantil, com especial atenção 
aos recém-nascidos graves ou potencialmente 
graves, internados em Unidade Neonatal (com 
cuidado progressivo entre a Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN), a Unidade de Cuidado 
Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) e a 
Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru 
(UCINCa). 
 A alta qualificada do recém-nascido da maternidade, 
com vinculação da dupla mãe-bebê à Atenção Básica, 
de forma precoce, para continuidade do cuidado 
(exemplo: estratégia do “5º Dia de Saúde Integral”, 
que é um momento no qual a mãe vai à Unidade 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
Básica de Saúde, geralmente com data agendada 
previamente ainda na maternidade, entre o 3º e 
o 5º dia de vida do bebê, para detecção de 
dificuldades e de necessidades particulares da mãe 
e do bebê, além de riscos e vulnerabilidades). 
 O seguimento do recém-nascido de risco, após a 
alta da maternidade, de forma compartilhada 
entre a Atenção Especializada e a Atenção 
Básica. 
 As triagens neonatais universais (identificar 
distúrbios e/ou doenças em recém-nascidos e 
lactentes em tempo oportuno, para intervenção 
adequada, mediamente realização dos testes do 
pezinho, da orelhinha, do olhinho e do 
coraçãozinho). 
EIXO II – ALEITAMENTO MATERNO E ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR SAUDÁVEL 
- Estratégia ancorada na promoção, proteção e apoio 
ao aleitamento materno, iniciando na gestação, 
considerando-se as vantagens da amamentação para 
a criança, a mãe, a família e a sociedade, bem como 
a importância de estabelecimento de hábitos 
alimentares saudáveis. 
AÇÕES ESTRATÉGICAS DO EIXO II: 
 Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) (tem o 
objetivo de promover, proteger e apoiar a 
amamentação. Para isso, propõe “Dez Passos 
para o Sucesso do Aleitamento Materno”) 
 Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento 
Materno e Alimentação Complementar Saudável no 
SUS – Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil 
(EAAB) (capacitação dos profissionais de saúde 
para estimular a promoção do aleitamento 
materno e da alimentação saudável para 
crianças menores de dois anos no âmbito do SUS) 
 A ação de apoio à Mulher Trabalhadora que 
Amamenta (MTA) (atua na sensibilização de 
gestores de empresas públicas e privadas sobre 
a importância da manutenção do aleitamento 
para a saúde das crianças, mulheres e para a 
sociedade). 
 A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH) 
(papel fundamental para a promoção, a proteção 
e o apoio à amamentação, especialmente de 
recém-nascidos pré-termos ou de baixo peso). 
 A implementação da Norma Brasileira de 
Comercialização de Alimentos para Lactentes, para 
Crianças de Primeira Infância, Bicos Chupetas e 
Mamadeiras (Nbcal) (regulamentações sobre a 
promoção comercial e a rotulagem de alimentos 
e produtos destinados a recém-nascidos e 
crianças de até três anos de idade) 
 A mobilização social em aleitamento materno. 
EIXO III – PROMOÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO 
CRESCIMENTO E DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL 
- Consiste na vigilância e estímulo do pleno 
crescimento e desenvolvimento da criança, em 
especial do “Desenvolvimento na Primeira Infância 
(DPI)”, pela Atenção Básica à saúde, conformeas 
orientações da Caderneta de Saúde da Criança, 
incluindo ações de apoio às famílias para o 
fortalecimento de vínculos familiares. 
AÇÕES ESTRATÉGICAS DO EIXO III: 
 A disponibilização da Caderneta de Saúde da 
Criança, com atualização periódica de seu 
conteúdo. 
 A qualificação do acompanhamento do crescimento 
e desenvolvimento da primeira infância pela 
Atenção Básica à Saúde. 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
 O Comitê de Especialistas e de Mobilização Social 
para o Desenvolvimento Integral da Primeira 
Infância, no âmbito do SUS. 
 O apoio à implementação do Plano Nacional pela 
Primeira Infância. 
EIXO IV – ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇAS COM 
AGRAVOS PREVALENTES NA INFÂNCIA E COM 
DOENÇAS CRÔNICAS 
- Consiste em estratégia para o diagnóstico precoce 
e a qualificação do manejo de doenças prevalentes na 
infância e ações de prevenção de doenças crônicas 
e de cuidado dos casos diagnosticados, com o fomento 
da atenção e internação domiciliar sempre que 
possível. 
AÇÕES ESTRATÉGICAS DO EIXO IV: 
 A Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na 
Infância (Aidpi) (as doenças respiratórias e 
diarreicas são as principais causas de 
adoecimento, em especial em regiões e 
populações de maior vulnerabilidade. A Aidipi tem 
a finalidade de diminuir a morbidade e mortalidade 
por estas doenças de crianças entre zero a 5 
anos) 
 A construção de diretrizes de atenção e linhas de 
cuidado (estratégia inovadora potente na busca 
da integralidade da atenção, articulando ações e 
serviços de saúde ofertados pelos diversos 
níveis e redes de atenção, sob coordenação da 
atenção básica à saúde). 
 O fomento da atenção e internação domiciliar 
(oferta melhora a qualidade de vida das crianças 
e de suas famílias, além de evitar internações, 
otimizando disponibilização de leitos hospitalares 
e diminuindo custos assistenciais para o SUS). 
EIXO V – ATENÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA EM 
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIAS, PREVENÇÃO DE 
ACIDENTES E PROMOÇÃO DA CULTURA DA PAZ 
- Consiste em articular um conjunto de ações e 
estratégias da rede de saúde para a prevenção de 
violências, acidentes e promoção da cultura de paz, 
além de organizar metodologias de apoio aos serviços 
especializados e processos formativos para a 
qualificação da atenção à criança em situação de 
violência de natureza sexual, física e psicológica, 
negligência e/ou abandono, visando à implementação 
de linhas de cuidado na Rede de Atenção à Saúde e 
na rede de proteção social no território. 
AÇÕES ESTRATÉGICAS DO EIXO V: 
 O fomento à organização e qualificação dos 
serviços especializados para atenção integral a 
crianças e suas famílias em situação de violência 
sexual. 
 A implementação da “Linha de Cuidado para a 
Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes 
e suas Famílias em Situação de Violências”. 
 A articulação de ações intrassetoriais e 
intersetoriais de prevenção de acidentes, violências 
e promoção da cultura de paz. 
 O apoio à implementação de protocolos, planos e 
outros compromissos sobre o enfrentamento às 
violações de direitos da criança pactuados com 
instituições governamentais e não governamentais, 
que compõem o sistema de garantia de direitos. 
EIXO VI – ATENÇÃO À SAÚDE DE CRIANÇAS COM 
DEFICIÊNCIA OU EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS E DE 
VULNERABILIDADE 
- Consiste na articulação de um conjunto de 
estratégias intrassetoriais e intersetoriais, para 
inclusão dessas crianças nas redes temáticas de 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
atenção à saúde, mediante a identificação de situação 
de vulnerabilidade e risco de agravos e adoecimento, 
reconhecendo as especificidades deste público para 
uma atenção resolutiva. 
AÇÕES ESTRATÉGICAS DO EIXO VI: 
 A articulação e a intensificação de ações para 
inclusão de crianças com deficiências, indígenas, 
negras, quilombolas, do campo, das águas e da 
floresta, e crianças em situação de rua, entre 
outras, nas redes temáticas. 
 O apoio à implementação do protocolo nacional 
para a proteção integral de crianças e adolescentes 
em situação de risco e desastres. 
 O apoio à implementação das diretrizes para 
atenção integral à saúde de crianças e 
adolescentes em situação de trabalho infantil. 
EIXO VII – VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO AO ÓBITO 
INFANTIL, FETAL E MATERNO 
- Consiste na contribuição para o monitoramento e 
investigação da mortalidade infantil e fetal e possibilita 
a avaliação das medidas necessárias para a 
prevenção de óbitos evitáveis. 
AÇÕES ESTRATÉGICAS DO EIXO VII: 
 Comitês de vigilância do óbito materno, fetal e 
infantil (monitoramento da mortalidade infantil e 
fetal, melhoria dos registros dos óbitos, 
orientação das ações de intervenção para a 
prevenção de óbito e subsídio para avaliação e 
ação sobre o contexto social e econômico da 
família). 
ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA 
A PNAISC se organiza a partir da Rede de Atenção à 
Saúde e de seus eixos estratégicos, mediante a 
articulação das ações e serviços de saúde disponíveis 
nas redes temáticas, em especial aquelas 
desenvolvidas na rede de saúde materna neonatal e 
infantil e na atenção básica, esta como coordenadora 
do cuidado no território. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA 
APROFUNDAMENTO DO ESTUDO: 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à 
Saúde. Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde da Criança: orientações para 
implementação/Ministério da Saúde. Secretaria de 
Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas .– Brasília: Ministério da 
Saúde, 2018. 
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.130, de 5 de 
agosto de 2015. Institui a Política Nacional de Atenção 
Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do 
Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, n. 149, 6 ago. 2015. Seção 1, p. 37. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
Fluxograma dos eixos e ações estratégicas da PNAISC 
 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
Avaliação do Recém-nascido 
 
CONCEITOS 
Recém-nascido ou neonato: do nascimento até 28 dias 
incompletos. 
Quanto à idade gestacional, o recém-nascido é 
classificado em: 
 Recém-nascido pré-termo ou prematuro: idade 
gestacional menor que 37 semanas 
completas, ou seja, até 36 semanas e 6 dias. 
 Recém-nascido a termo: idade gestacional de 
37 semanas a menos que 42 semanas 
completas, ou seja, até 41 semanas e 6 dias. 
 Recém-nascido pós-termo: idade gestacional 
igual ou superior a 42 semanas completas. 
Quanto ao peso ao nascer, o recém-nascido é 
classificado em: 
 Recém-nascido extremo baixo peso: nasce com 
peso abaixo de 1.000 g, ou seja, até 999 g). 
 Recém-nascido muito baixo peso: nasce com 
peso abaixo de 1.500 g, ou seja, até 1.499 g). 
 Recém-nascido baixo peso: nasce com peso 
abaixo de 2.500 g, ou seja, até 2.499 g). 
 Recém-nascido macrossômico: nasce com 
peso acima de 4.000 g 
PRIMEIRA VISITA DOMICILIAR AO RN 
A visita domiciliar é uma das atribuições das equipes 
de saúde de atenção básica, sendo uma das principais 
atividades preconizadas para o agente comunitário de 
saúde pelo Ministério da Saúde. No entanto, não é 
apenas uma atribuição do agente comunitário, pois 
toda a equipe faz uso dessa prática, podendo a 
primeira consulta do RN e da puérpera ocorrer em 
domicílio, conduzida pelo médico e/ou enfermeiro. 
Objetivos da primeira visita domiciliar ao recém-
nascido e à sua família: 
- Observar as relações familiares, facilitar o acesso 
ao serviço de saúde, fortalecer vínculo da família com 
a equipe, oferecer suporte emocional, orientar sobre 
os cuidados com o bebê, identificar sinais de 
depressão puerperal, promover o aleitamento 
materno exclusivo até o 6º mês de vida e identificar 
sinais de perigo à saúde da criança. 
Sinais de perigo (necessidade de encaminhamento ao 
serviço de referência com urgência): Recusa alimentar 
 Vômitos importantes 
 Convulsões ou apneia (em torno de 20 
segundos sem respirar) 
 Frequência cardíaca abaixo de 100bpm 
 Letargia ou inconsciência 
 Respiração rápida (acima de 60mrm) 
 Atividade reduzida (a criança movimenta-se 
menos do que o habitual) 
 Febre 
 Hipotermia 
 Tiragem subcostal 
 Batimentos de asas do nariz 
 Cianose generalizada ou palidez importante 
 Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas 
primeiras 24 horas de vida 
 Gemidos 
 Fontanela (moleira) abaulada 
 Secreção purulenta do ouvido 
 Umbigo hiperemiado e/ou com secreção 
purulenta 
 Pústulas na pele (muitas e extensas) 
 Irritabilidade ou dor à manipulação 
 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
PRIMEIRA CONSULTA AO RN 
A primeira consulta do recém-nascido deverá 
ocorrer na sua primeira semana de vida, que constitui 
um momento propício para estimular e auxiliar a 
família nas dificuldades do aleitamento materno 
exclusivo, para orientar e realizar imunizações, para 
verificar a realização da triagem neonatal (teste do 
pezinho) e para estabelecer ou reforçar a rede de 
apoio à família. 
ANAMNESE: 
 Condições do nascimento da criança: 
- Tipo de parto 
- Local de parto 
- Peso ao nascer 
- Idade gestacional 
- Índice de APGAR 
- Intercorrências clínicas na gestação, no parto, no 
período neonatal e nos tratamentos realizados 
 Antecedentes familiares: 
- Condições de saúde dos pais e dos irmãos 
- Número de gestações anteriores 
- Número de irmãos 
ÍNDICE DE APGAR 
A - Activity (tônus muscular) 
P - Pulse (frequência cardíaca) 
G - Grimace (reflexos) 
A - Appearance (cor da pele/aparência) 
R - Respiration (respiração) 
 
O índice de Apgar - conhecido popularmente como a 
“nota” que o bebê recebe logo após nascer - no 5º 
minuto entre 7 e 10 é considerado normal. Apgar 4, 
5 ou 6 é considerado intermediário e relaciona-se com 
prematuridade, medicamentos usados pela mãe, 
malformação congênita, o que não significa maior 
risco para disfunção neurológica. Índices de 0 a 3 no 
quinto minuto relacionam-se a maior risco de 
mortalidade e leve aumento de risco para paralisia 
cerebral. 
 
O teste de APGAR é feito 1 minuto após o nascimento 
e aos 5 minutos de vida. Pode ser repetido com 10, 
15 e até 20 minutos de vida caso o APGAR não tenha 
atingido 7. 
EXAME FÍSICO: 
 
EXAME FÍSICO COMPLETO 
 Peso, comprimento 
e perímetro 
cefálico 
Desenvolvimento 
social e psicoafetivo 
Estado geral 
Face 
Pele 
Cabeça/crânio 
Olhos 
Orelha 
Nariz 
Boca 
Pescoço 
Tórax 
Abdome 
Genitália 
Ânus 
Sistema 
osteoarticular 
Coluna vertebral 
Avaliação 
neurológica 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
 Peso, comprimento e perímetro cefálico 
 Desenvolvimento social e psicoafetivo 
(avaliação do relacionamento da mãe/cuidador 
e dos familiares com o bebê) 
 Estado geral (avaliação da postura normal do 
RN, padrão respiratório, estado de vigília do 
RN, sinais de desidratação ou hipoglicemia, 
temperatura) 
 Face (pesquisa de assimetria, malformação, 
deformidade ou aparência sindrômica) 
 Pele (presença de edema, palidez, cianose, 
icterícia, assaduras, pústulas e bolhas) 
 Cabeça/crânio (exame das fontanelas, bossa 
serossanguíneas e cefalohematomas) 
 Olhos (reflexo fotomotor, teste do reflexo 
vermelho, conjuntivites, estrabismo, nistagmo 
lateral) 
 Orelha (realização da triagem auditiva neonatal 
universal (Tanu) e observação da implantação, 
tamanho e simetria) 
 Nariz (avaliação da forma e presença de 
secreção) 
 Boca (alterações morfológicas, úvula, tamanho 
da língua, palato, freio lingual e coloração dos 
lábios) 
 Pescoço (assimetria facial, posição viciosa da 
cabeça e torcicolo congênito) 
 Tórax (assimetria, clavícula, mamas, 
sofrimento respiratório, frequência cardíaca) 
 Abdome (forma, frequência respiratória, 
hérnias inguinal e umbilical, coto umbilical) 
 Genitália (feminina - secreção esbranquiçada 
e hemorragia / masculina – testículos, 
fimose, hidrocele) 
 Ânus (permeabilidade anal, posição do orifício, 
fissuras) 
 Sistema osteoarticular (membros superiores e 
inferiores, pé torto, displasia evolutiva do 
quadril) 
 Coluna vertebral 
 Avaliação neurológica (reflexos arcaicos, 
postura de flexão generalizada, lateralização 
da cabeça) 
 
TRIAGENS NEONATAIS 
Triagem Neonatal Biológica – TNB (Teste do pezinho) 
Realizada por meio da coleta e análise de amostras 
biológicas partir do sangue coletado do calcanhar do 
recém-nascido através de uma punção com lanceta 
estéril e descartável. Consiste na detecção em 
recém-nascidos, em tempo oportuno (do 3º ao 5º dia 
de vida) dos seguintes distúrbios congênitos e 
hereditários: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, 
doença falciforme e outras hemoglobinopatias, 
fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e 
deficiência de biotinidase. 
Triagem Neonatal Auditiva – TNA (Teste da Orelhinha) 
Realizada por meio de medidas fisiológicas e 
eletrofisiológicas da audição: Emissões Otoacústicas 
Evocadas (EOA) e Potencial Evocado Auditivo do 
Tronco Encefálico (Peate) em recém-nascidos e 
lactentes, visando identificar deficiências auditivas. 
Deve ser realizada na maternidade, antes da alta 
hospitalar (entre 24 e 48 horas de vida), se 
necessário, complementada ainda no primeiro mês de 
vida. Nos casos positivos encaminhar para diagnóstico 
e tratamento de acordo com as normas e as 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
diretrizes do Ministério da Saúde (Diretriz de Atenção 
da Triagem Auditiva Neonatal). 
Triagem Neonatal Ocular – TNO (Teste do Olhinho) 
Realizada por meio de exame de inspeção e teste do 
reflexo vermelho da retina, devendo fazer parte do 
primeiro exame físico do RN, na maternidade e depois 
repetido na Atenção Básica. Consiste na identificação, 
em tempo oportuno, de agravos que levam à 
opacificação do cristalino, com diagnóstico presuntivo 
de retinoblastoma, à catarata congênita e outros 
transtornos oculares congênitos e hereditários 
(Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: 
Detecção e Intervenção Precoce para a Prevenção 
de Deficiências Visuais). 
Triagem Neonatal de Cardiopatias Congênitas Críticas, 
por oximetria de pulso (Teste do Coraçãozinho) 
Realizada de forma universal, nos recém-nascidos, 
entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar, 
conforme regulamentação por meio da Portaria n.º 
20, de 10 de junho de 2014, visando à detecção 
oportuna de malformações cardíacas graves, 
conforme o relatório n.º 115 com recomendação da 
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no 
SUS (Conitec). 
SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE 
 Criança residente em área de risco 
 Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g) 
 Prematuridade (menos de 37 semanas 
gestacionais) 
 Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º 
minuto 
 Internações/intercorrências 
 Mãe com menos de 18 anos de idade 
 Mãe com baixa escolaridade (menos de oito 
anos de estudo) 
 História familiar de morte de criança com 
menos de 5 anos de idade 
 Aleitamento materno ausente ou não 
exclusivo 
 Gestação gemelar 
 Malformação congênita 
 Ausência de pré-natal 
 Não realização de vacinas 
CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO 
Algumas orientações são importantes e devem ser 
fornecidas aos pais, como: 
 Oriente a lavagem de mãos por todas as 
pessoas que têm contato com o bebê. 
 Oriente a família de modo a não permitir que 
pessoas fumem dentro de casa ou que 
aqueles que acabaram de fumar peguem o 
bebê no colo. 
 Oriente-os a respeito do banho e sobre os 
cuidados com o coto umbilical, que deve cair 
nas primeiras duas semanas. Para isso, o coto 
deve ser mantido limpo e seco. 
 Oriente-os também sobre a troca de fraldas, 
a prevenção de assaduras, os hábitos de sono 
e os diferentes tipos de choro. 
 Oriente-os a respeito da posição para dormir 
e a sua relação de proteção contra a morte 
súbita do lactente. 
PREVENÇÃO DE ACIDENTES 
 Temperatura do banho 
 Grades de berçoem altura adequada 
 Evitar cobertas e travesseiros 
 Leite 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
 Transporte seguro (banco de trás, cadeirinha, 
cinto de segurança) 
 Evitar deixar perto de animais 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA 
APROFUNDAMENTO DO ESTUDO: 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à 
Saúde. Departamento de atenção básica. Saúde da 
Criança: Crescimento e desenvolvimento. Brasília, 2012. 
Cap. 2 e 3. 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
Puericultura 
 
CONCEITOS 
A puericultura consiste em um acompanhamento 
periódico cujo foco é a promoção e proteção da 
saúde das crianças e adolescentes, por meio do 
acompanhamento integral, sendo possível identificar 
precocemente qualquer distúrbio de crescimento, 
desenvolvimento físico, mental e nutricional. Durante 
as consultas, é importante o preenchimento da 
Caderneta de Saúde da Criança. 
Crescimento: Aumento das dimensões do corpo. 
Termina em determinada idade, quando esta alcança 
a sua maturidade biológica. 
Desenvolvimento: Capacidade de adquirir novas 
habilidades, ou seja, é um processo que acompanha o 
homem através de toda a sua existência. 
CONSULTAS 
O Ministério da Saúde recomenda: 
- Sete consultas de rotina no primeiro ano de vida: 
 
 
 
 
 
- Duas consultas no segundo ano de vida: 
 
 
 
Após o segundo ano de vida, consultas anuais, 
próximas ao mês do aniversário. 
 
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO 
- O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, 
expresso pelo aumento do tamanho corporal. Além 
disso, constitui um dos indicadores de saúde da 
criança. 
O processo de crescimento é influenciado por: 
 Fatores intrínsecos (genéticos) - determinação 
genética, a qual determina a transmissão das 
características aos descendentes. 
 Fatores extrínsecos (ambientais) - alimentação, 
saúde, higiene, habitação e cuidados gerais 
com a criança, que atuam acelerando ou 
restringindo tal processo. 
- O acompanhamento sistemático do crescimento e 
do ganho de peso permite a identificação de crianças 
com maior risco de morbimortalidade, por meio da 
sinalização precoce da subnutrição e da obesidade. 
- O melhor método de acompanhamento do 
crescimento infantil é o registro periódico do peso, 
da estatura e do IMC da criança na Caderneta de 
Saúde da Criança. 
 
 
 
 
OBS: As crianças menores de 2 anos deverão ser 
mensuradas deitadas em superfície lisa 
(comprimento) e as crianças maiores de 2 anos 
deverão ser mensuradas em pé (altura). 
 
1ª semana 
1º mês 
2º mês 
4º mês 
 
 
 
 
 
6º mês 
9º mês 
12º mês 
 
18º mês 
24º mês 
 
 
 
 
 
 Peso (kg) 
 Altura2 (m) 
 
 
 
 
IMC = 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
- A OMS e o Ministério da Saúde recomendam a 
utilização dos valores de referência para acompanhar 
o crescimento e o ganho de peso das curvas da OMS 
de 2006 (para crianças menores de 5 anos) e 2007 
(para a faixa etária dos 5 aos 19 anos). 
GRÁFICOS DE CRESCIMENTO 
- A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como 
parâmetros para avaliação do crescimento de 
crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: 
 Perímetro cefálico (de zero a 2 anos) 
 Peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 
5 anos e de 5 a 10 anos) 
 Comprimento/estatura para a idade (de zero 
a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos) 
 Índice de massa corporal (IMC) para a idade 
(de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 
anos). 
OBS: Gráficos estão anexados no final do resumo. 
CONDUTAS RECOMENDADAS PARA DESVIO NO 
CRESCIMENTO DA CRIANÇA COM ATÉ CINCO ANOS 
 Sobrepeso ou obesidade 
- Verifique a existência de erros alimentares, 
identifique a dieta da família e oriente a mãe ou o 
cuidador a administrar à criança uma alimentação 
adequada. 
- Verifique as atividades de lazer das crianças, como 
o tempo em frente à televisão e ao videogame, 
estimulando-as a realizar brincadeiras que aumentem 
a atividade física. 
- Encaminhe a criança para o NASF, se disponível. 
- Realize a avaliação clínica da criança. 
 
 Magreza ou baixo peso para a idade 
Menores de 2 anos: 
- Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para o desmame 
- Oriente a mãe sobre a alimentação complementar 
adequada para a idade 
- Se a criança não ganhar peso, solicite seu 
acompanhamento no NASF, se disponível 
- Oriente o retorno da criança no intervalo máximo 
de 15 dias 
Maiores de 2 anos: 
- Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para a alimentação, para as intercorrências 
infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a 
higiene. 
- Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
- Solicite o acompanhamento da criança no NASF, se 
disponível 
- Encaminhe a criança para o serviço social, se 
necessário. 
- Oriente a família para que a criança realize nova 
consulta com intervalo máximo de 15 dias. 
PARTICULARIDADES DA CRIANÇA PREMATURA 
- O acompanhamento ideal das crianças pré-termo 
exige a utilização de curvas específicas ou que se 
corrija a idade cronológica até que completem 2 anos 
de idade para a utilização das curvas-padrão. 
- Cálculo da correção da idade: 
- Considerando-se que o ideal seria nascer com 40 
semanas de idade gestacional, deve-se descontar o 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
número de semanas que faltaram para o feto atingir 
essa idade gestacional, ou seja, para uma criança 
nascida com 36 semanas, o peso aos 2 meses será 
registrado na idade de um mês. 
Até quando utilizar a idade corrigida? 
 Até 2 anos de idade cronológica 
 Até 3 anos, se Idade Gestacional (IG) < 28 
semanas 
Como calcular a idade corrigida? 
 1º PASSO: 40 semanas – IG do nascimento 
(semanas) = Tempo que faltou para a IG de 
termo 
 2º PASSO: Subtrair valor da idade cronológica 
EXEMPLO: 
Se a criança nasceu com 28 semanas e atualmente 
possui 6 meses: 
1º PASSO: 40 – 28 = 12 (corresponde a 3 meses) 
2º PASSO: 6 meses (Idade cronológica) – 3 meses = 
3 meses (idade gestacional corrigida) 
- A correção pela idade gestacional permite detectar 
mais precisamente um período de crescimento 
compensatório, que geralmente ocorre próximo do 
termo, para crianças pré-termo de diversas idades 
gestacionais. 
- O crescimento compensatório (catch up) é 
caracterizado por uma velocidade acelerada no 
crescimento após um período de crescimento lento 
ou ausente, o que permite que crianças pré-termo 
consigam equiparar o seu crescimento ao de 
lactentes a termo nos primeiros anos de vida. Em 
geral, ocorre primeiro com o perímetro cefálico, 
seguido pelo comprimento e depois pelo peso. 
- Toda criança com história de baixo peso ao nascer 
deve ser considerada criança de risco nutricional e 
deve ser acompanhada com maior assiduidade pelos 
serviços de saúde, principalmente no primeiro ano de 
vida. 
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO 
DESENVOLVIMENTO 
 - O desenvolvimento refere-se a uma 
transformação complexa, contínua, dinâmica e 
progressiva, que inclui, além do crescimento, 
maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e 
sociais. Ou seja, é um processo de aprendizado no qual 
as crianças adquirem capacidades nos âmbitos 
cognitivo, motor, emocional e social. 
- O acompanhamento do desenvolvimento da criança 
na atenção básica objetiva sua promoção, proteção e 
a detecção precoce de alterações que possam 
repercutir na vida futura da criança. Isso ocorre 
principalmente por meio de ações educativas e de 
acompanhamento integral da saúde da criança. 
- A criança deve atravessar cada estádio segundo 
uma sequência regular, ou seja, os estádios de 
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a 
criança não for estimulada no devido momento, não 
conseguirá superar o atraso do desenvolvimento. 
Afinal, o desenvolvimento infantil se dá à medida que 
vai se desenvolvendo de acordo com os meios onde 
vive e os estímulos deles recebido. 
- As avaliações do desenvolvimentoinfantil devem 
sempre levar em consideração as informações e 
opiniões dos pais e da escola sobre a criança. 
 
 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO A 
DEZ ANOS 
15 dias: 
 
Entre 1 e 2 meses: predomínio do tônus 
flexor, assimetria postural e preensão 
reflexa. 
Reflexos: 
-Apoio plantar: É desencadeado pelo 
apoio do pé do RN sobre superfície 
dura, estando este seguro pelas axilas. 
Observa-se extensão das pernas. 
-Sucção reflexa: É desencadeado pela 
estimulação dos lábios. Observa-se 
sucção vigorosa. 
-Preensão palmar: É desencadeado pela 
pressão da palma da mão. Observa-se 
flexão dos dedos. Desaparecem até o 
6º mês. 
-Preensão plantar (dos artelhos): É 
desencadeado pela pressão da base 
dos artelhos. Observa-se flexão dos 
dedos. Desaparece até o 11º mês. 
-Reflexo cutâneo plantar: obtido pelo 
estímulo da porção lateral do pé. No RN, 
desencadeia extensão do hálux. A partir 
do 13º mês, ocorre flexão do hálux. A 
partir desta idade, a extensão é 
patológica. 
-Reflexo de Moro: medido pelo 
procedimento de segurar a criança 
pelas mãos e liberar bruscamente seus 
braços. Deve ser sempre simétrico. É 
incompleto a partir do 3º mês e não 
deve existir a partir do 6º mês. 
-Reflexo tônico-cervical: rotação da 
cabeça para um lado, com consequente 
extensão do membro superior e 
inferior do lado facial e flexão dos 
membros contralaterais. A atividade é 
realizada bilateralmente e deve ser 
simétrica. Desaparece até o 3º mês. 
-Reflexo da marcha: É desencadeado 
por inclinação do tronco do RN após 
obtenção do apoio plantar. Observa-se 
cruzamento das pernas, uma à frente 
da outra . 
 
Sucção reflexa 
 
Preensão palmar 
 
Preensão plantar 
 
Reflexo cutâneo plantar 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
 
Reflexo de Moro 
 
Reflexo tônico-cervical 
 
Reflexo da marcha 
2 meses: 
 
Entre 2 e 3 meses: sorriso social. 
Entre 2 e 4 meses: bebê fica de 
bruços, levanta a cabeça e os ombros. 
Em torno de 2 meses: inicia-se a 
ampliação do seu campo de visão (o 
bebê visualiza e segue objetos com o 
olhar). 
4 meses: 
 
Aos 4 meses: preensão voluntária das 
mãos. 
Entre 4 a 6 meses: o bebê vira a 
cabeça na direção de uma voz ou de um 
objeto sonoro. 
Aos 3 meses: o bebê adquire noção de 
profundidade. 
6 meses: 
 
Em torno dos 6 meses: inicia-se a noção 
de “permanência do objeto”. 
A partir do 7º mês: o bebê senta-se 
sem apoio. 
Entre 6 e 9 meses: o bebê arrasta-se, 
engatinha. 
Entre 6 e 8 meses: o bebê apresenta 
reações a pessoas estranhas. 
9 meses: 
 
Entre 9 meses e 1 ano: o bebê 
engatinha ou anda com apoio. 
Em torno do 10º mês: o bebê fica em 
pé sem apoio. 
12 meses: 
 
Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses: o bebê 
anda sozinho. 
Em torno de 1 ano: o bebê possui a 
acuidade visual de um adulto. 
15 meses: 
 
Entre 1 ano e 6 meses a 2 anos: o bebê 
corre ou sobe degraus baixos. 
2 anos: 
 
Entre 2 e 3 anos: o bebê diz seu próprio 
nome e nomeia objetos como seus. 
Em torno dos 2 anos: o bebê 
reconhece-se no espelho e começa a 
brincar de faz de conta (atividade que 
auxilia no desenvolvimento cognitivo e 
emocional, ajudando a criança a lidar 
com ansiedades e conflitos). 
Entre 2 e 3 anos: os pais devem 
começar aos poucos a retirar as 
fraldas do bebê e a ensiná-lo a usar o 
penico. 
4 a 6 
anos: 
Entre 3 e 4 anos: a criança veste-se 
com auxílio. 
Entre 4 e 5 anos: a criança conta ou 
inventa pequenas histórias. 
A partir dos 6 anos: a criança passa a 
pensar com lógica, embora esta seja 
predominantemente concreta. 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
7 a 9 
anos: 
A partir dos 7 anos: a criança começa 
a desenvolver o julgamento global de 
autovalor, integrando sua 
autopercepção, “fechando” algumas 
ideias sobre quem ela é e como deve 
ser. 
10 anos: 
 
A partir dos 10 anos: ocorrem 
mudanças relacionadas à puberdade e 
há um estirão de crescimento (primeiro 
nas meninas, em torno dos 11 anos, 
depois nos meninos, em torno dos 13 
anos). 
DISTÚRBIOS NO DESENVOLVIMENTO 
Os fatores de risco para problemas de 
desenvolvimento podem ser classificados em: 
 Genéticos (por exemplo: síndrome de Down), 
 Biológicos (por exemplo: prematuridade, 
hipóxia neonatal, meningites) 
 Ambientais (fatores familiares, de ambiente 
físico, fatores sociais) 
A maior parte dos traços de desenvolvimento da 
criança é de origem multifatorial e representa a 
interação entre a herança genética e os fatores 
ambientais. 
O baixo peso ao nascer e a prematuridade aumentam 
o risco da criança para alterações do 
desenvolvimento (distúrbios de linguagem, de 
motricidade, de aprendizagem e atraso 
neuropsicomotor), podendo evoluir durante os 
primeiros dois anos de vida para padrões de 
normalidade na maioria dos casos. 
Controle de esfíncteres: O controle esfincteriano é 
reconhecido como um marco do desenvolvimento 
infantil. A idade ideal para iniciar o processo educativo 
varia de criança para criança: algumas entre 18 e 24 
meses já mostram sinais de que estão prontas, 
outras não se mostram prontas antes dos dois anos 
e meio. Considera-se um início precoce o processo 
educativo realizado a partir de idade em torno dos 18 
meses. Por sua vez, é tido como um treinamento 
tardio o processo realizado após os 36 meses. 
 
Avaliação do desenvolvimento: orientação para tomada 
de decisão 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA 
APROFUNDAMENTO DO ESTUDO: 
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção 
à Saúde. Departamento de atenção básica. Saúde da 
Criança: Crescimento e desenvolvimento Brasília, 2012. 
Cap. 7 e 8. 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO 
Interpretando os Gráficos: 
As linhas coloridas dos gráficos fornecem indicações para a linha de crescimento da criança formada pela união dos 
pontos das medidas de cada consulta. 
 A linha verde corresponde a um padrão ou escore Z igual a 0. A curva de crescimento de uma criança que está 
crescendo adequadamente tende a seguir um traçado paralelo à linha verde, acima ou abaixo dela, que pode estar 
situado entre as linhas laranjas (desvio de 1 escore Z) ou entre as linhas vermelhas (desvio de 2 escore Z). 
 Qualquer mudança rápida que desvie a curva da criança para cima ou para baixo, ou então um traçado horizontal, 
devem ser investigados. 
 Os traçados que se desviam muito e que cruzam uma linha dos escore Z podem indicar risco para a saúde da 
criança. 
 Com relação às curvas de perímetro cefálico, é importante lembrar que as alterações do desenvolvimento infantil 
são mais sensíveis e precoces que o crescimento da cabeça. 
Pontos de corte de peso para a idade para crianças menores de 10 anos 
 
Pontos de corte de comprimento/altura para a idade para crianças menores de 10 anos 
 
Pontos de corte de IMC por idade para menores de 10 anos 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
0 A 2 ANOS: 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
AVALIAÇÃO DOS MARCOS DE DESENVOLVIMENTO 
Preencha os espaços correspondentes segundo a legenda a seguir: 
 
Ao final da faixa etária, a criança deve ter atingido todos os marcos previstos. 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
 
 
VICTORIA BRITO – FESAR P4 – IESC IV 
 
 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
Afecções respiratórias na criança 
 
ANATOMIA 
 
A infecção respiratória surge em qualquer região do 
trato respiratório, atingindo desde as vias aéreas 
superiores (VAS) até as vias aéreas inferiores (VAI), 
sendo as mais frequentes a de vias aéreas 
superiores. Geralmente, este tipo de infecção é 
provocado por vírus,bactérias ou fungos. 
INTRODUÇÃO 
As principais doenças respiratórias da criança e do 
adolescente incluem: asma, rinite, pneumonia e 
infecções das vias aéreas superiores (IVAS). 
As infecções respiratórias são as principais causas 
de mortalidade infantil, acometendo crianças 
menores de 05 anos. 
Os motivos estão associados principalmente a: 
 Más condições básicas de saúde 
 A falta de conhecimento durante os 
primeiros sintomas 
 Adoção de medidas inadequadas ao 
tratamento 
 
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRAs) 
As infecções respiratórias agudas mais frequentes 
no nosso meio compreendem: 
 Resfriados comuns 
 Faringoamigdalites 
 Otites 
 Sinusites 
 Pneumonias 
Na maioria das vezes, têm etiologia viral, mas em 
alguns casos, especialmente na pneumonia, a etiologia 
bacteriana deve ser considerada. 
Os principais sintomas de IRA incluem: 
 Febre 
 Tosse 
 Dificuldade respiratória 
 Coriza 
 Obstrução nasal 
 Dor de garganta 
 Dor de ouvido 
AVALIAÇÃO GERAL DA CRIANÇA COM IRA 
 
 
 
No atendimento a uma criança na UBS, deve-se 
avaliá-la como um todo e considerar a consulta uma 
oportunidade de promoção de saúde, observando 
crescimento, desenvolvimento, vacinação e 
alimentação. 
 
 
AVALIAÇÃO CLÍNICA = ANAMNESE + EXAME FÍSICO 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
ANAMNESE: 
 Valorize a fala e a impressão da mãe 
 Febre: duração e intensidade 
 Relato de dificuldade respiratória 
 Tosse: horário e característica (úmida, seca, 
rouca, produtiva, purulenta) 
 Pesquise se a criança respira com a boca 
aberta, se ronca e a presença de sintomas 
nasais: espirros, prurido, coriza. No caso de 
coriza, se é purulenta ou hialina, sua 
quantidade e duração. Coriza purulenta ocorre 
em infecções virais ou bacterianas. 
 Presença de dor torácica 
 Pesquisar sinais de desidratação 
 Dor abdominal, vômitos e fezes amolecidas 
 História pregressa: antecedentes perinatais, 
prematuridade, internações, atopia, crises de 
asma, alergia a medicamentos e frequência 
de infecções. 
 História familiar: atopia, asma, tabagismo, 
irmãos com desnutrição ou óbitos, contato 
com tuberculose. 
 História socioeconômica: condições de higiene, 
número de pessoas em casa, idade em que a 
criança começou a frequentar creche 
OBS: criança entre um e três anos pode ter entre 
oito a 10 episódios de IVAS por ano sem significar 
comprometimento do estado imunológico 
EXAME FÍSICO: 
Deve ser completo, com especial atenção ao exame 
do aparelho respiratório, frequência respiratória e 
oro, naso e otoscopia. 
Nunca é demais pesquisar rigidez de nuca e sinais 
meníngeos para afastar a hipótese de meningite 
numa criança com febre. 
Sinais de alerta que demonstram a gravidade da 
criança: 
 Sinais de esforço respiratório: tiragem 
intercostal, batimentos de aletas nasais, 
gemência, balanço toracoabdominal e 
retração xifóidea 
 Toxemia 
 Cianose 
 Hipoxemia 
 Irregularidade respiratória 
 Apneia 
 Dificuldade alimentar 
 Vômitos 
 Desidratação 
 Alterações do sensório (sonolência, confusão 
mental, irritabilidade) 
 Instabilidade hemodinâmica (pulsos finos, 
perfusão lenta) 
 Taquicardia importante 
 
PREVENÇÃO DAS IRAS: 
A prevenção das IRAs relaciona-se com a promoção 
da saúde integral da criança, evitando-se a 
desnutrição, a prematuridade, o tabagismo passivo, 
promovendo o aleitamento materno, a vacinação e 
melhorando as condições de vida da população. 
A ida precoce para a creche expõe a criança a um 
contato mais estreito com vírus e bactérias, 
constituindo um fator de risco importante para 
aumento na incidência de IRA. 
A pneumonia acontece após uma infecção viral de 
vias aéreas superiores. O uso precoce de antibióticos 
não previne complicações bacterianas. 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM DAS IRAS MAIS 
COMUNS 
1. RESFRIADO COMUM: 
-Agentes etiológicos: vírus (rinovírus, adenovírus, 
coronavírus e parainfluenza) 
-Transmissão: gotículas de muco ou saliva e secreções 
transmitidas por mãos e objetos contaminados 
-Período de incubação: entre 2 e 4 dias 
-Melhora do quadro: período de 7 a 10 dias 
-Manifestações clínicas: obstrução nasal, rinorreia, 
espirros, mal-estar, dor de garganta, febre, 
lacrimejamento ocular, tosse e hiporexia. O estado 
geral é quase sempre pouco acometido. A febre é 
geralmente baixa (<39°C), com duração entre 3 e 5 
dias. A rinorreia inicialmente é hialina, mas seu 
aspecto e sua cor podem modificar-se, tornando-se 
purulenta na fase final do quadro. 
-Diagnóstico: essencialmente clínico, não sendo 
necessários exames complementares. 
-Diagnóstico diferencial: deve-se considerar duas 
afecções: gripe e rinite alérgica. A gripe é causada 
pelo vírus influenza e apresenta sintomas com maior 
repercussão clínica, como febre alta, prostração e 
mialgia. A rinite alérgica é pensada nos quadros 
recorrentes ou persistentes, desencadeados por 
alérgenos ambientais e sem febre. 
-Complicações: sinusite, otite média e pneumonia. 
2. FARINGOAMIGDALITE: 
-A maioria das faringoamigdalites (FA) tem etiologia 
viral. Quando bacteriana, a faringoamigdalite pode ser 
causada por Streptococcus pyogenes, Haemophilus 
influenzae, Staphylococcus aureus e Moraxella 
catarrhalis. 
- Os seguintes achados sugerem etiologia bacteriana: 
 Febre alta, acima de 38,5o C 
 Adenomegalia subângulo-mandibular, única, 
dolorosa 
 Hiperemia e exsudato purulento 
 Ausência de tosse, coriza, rouquidão e 
diarreia 
- Os sinais e sintomas de FA viral e bacteriana são 
muito semelhantes. Portanto, recomenda-se a 
realização de cultura de material da orofaringe para 
se ter certeza da presença do Streptococcus 
pyogenes. 
-Tratamento: penicilina benzatina, dose única. 
Alternativas incluem: penicilina V oral (8/8h) e 
amoxicilina (2 ou 3 doses), por 10 dias. 
-Complicações: febre reumática, glomerulonefrite 
difusa aguda, linfadenite cervical e abscesso 
peritonsilar. 
3. OTITE MÉDIA AGUDA (OMA): 
- Grande parte das crianças apresenta pelo menos 
um episódio de OMA durante sua vida 
- A maioria dos casos de OMA em crianças com mais 
de dois anos evolui para cura espontânea sem 
necessidade de antibioticoterapia. Isso acontece 
porque muitos têm etiologia viral ou por ação dos 
mecanismos de defesa do próprio organismo no caso 
de infecções bacterianas. 
- Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza e 
Moraxella catarrhalis são os agentes bacterianos 
mais comuns. 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
- O abaulamento é o sinal clínico mais importante de 
OMA. 
- Critérios para iniciar antibioticoterapia em casos de 
suspeita de OMA: 
 Idade menor que 2 anos 
 Sintomas moderados a graves ou toxemia 
 Febre alta (igual ou superior a 39º C) 
 História pregressa de OMA 
 Abaulamento e/ou otorreia 
-Tratamento: amoxicilina (8/8h ou 12/12h), por sete 
a 10 dias. No caso de pacientes alérgicos à penicilina, 
podem ser usados sulfametoxazol-trimetoprim ou 
macrolídeos 
- Espera-se melhora dos sintomas e da febre em 72 
horas, mas a persistência de alterações à otoscopia 
é comum por até três meses. 
4. SINUSITE AGUDA: 
- A sinusite é considerada aguda quando a duração 
dos sintomas é inferior a 30 dias. 
- A duração dos sintomas superior a 10 dias é o 
principal divisor de águas entre etiologia viral ou 
bacteriana. 
- Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza e 
Moraxella catarrhalis são os agentes bacterianos 
mais comuns tanto nas otites como em sinusites 
agudas 
-Sintomas: Rinorreia, congestão nasal, febrícula, 
tosse diurna que se agrava à noite, halitose, edema 
periorbitário sem dor. 
- Diagnóstico: essencialmente clínico. Não se 
recomenda radiografia de seios da face em menores 
de seis anos. 
- O tratamento deve ser feito com os mesmos 
antibióticos utilizados para OMA, com duração um 
pouco mais longa, 10 a 14 dias. 
5. PNEUMONIA: 
- É a inflamação do parênquima pulmonar, causada, 
na maioria das vezes, por vírus e/ou bactérias.- A maioria dos quadros de pneumonia acontece após 
uma infecção viral de vias aéreas superiores, mas 
apenas a minoria dos quadros de IVAS se complica 
com pneumonia. 
- Os vírus ocorrem com mais frequência no outono e 
inverno. Os principais vírus causadores de pneumonia 
são: vírus sincicial respiratório (que causa também 
bronquiolite), influenza (da gripe), parainfluenza (do 
crupe) e adenovírus (da bronquiolite grave). 
-Sinais e sintomas: desconforto respiratório, 
taquipneia e opacidades à radiografia de tórax, além 
de crepitações e tiragens 
 
-Diagnóstico: história clínica, exame físico e 
radiografia de tórax. 
OBS: Em caso de tosse e/ou dificuldade respiratória, 
deve-se suspeitar de pneumonia. Se houver 
taquipneia, deve-se considerar pneumonia e iniciar 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
antibioticoterapia. Se houver tiragem, considera-se 
pneumonia grave, indicando-se a internação. 
-Objetivos da realização da radiografia de tórax: 
 Confirmar o diagnóstico 
 Avaliar a extensão do processo pneumônico 
 Mostrar presença de complicações 
(pneumatoceles, derrame, abscesso) 
 Contribuir na decisão de internar ou não o 
paciente 
- Indicação de internação: 
A maioria das crianças com pneumonia pode ser 
tratada ambulatorialmente, com acompanhamento 
criterioso em 24 a 48 horas. As principais indicações 
de internação são: 
 Idade inferior a 6 meses (certamente inferior 
a 2 meses) 
 Pneumonia extensa, pneumatoceles, 
pneumotórax, derrame pleural, abscesso 
 Condições associadas: cardiopatia, 
mucoviscidose, displasia broncopulmonar, 
imunodeficiência, desnutrição grave 
 Situação social seriamente comprometida 
 Presença, ao exame clínico, de esforço 
respiratório importante ou outros sinais de 
alerta 
 Falha no tratamento ambulatorial 
ASMA E RINITE ALÉRGICA 
CONCEITO E FATORES DE RISCO DA ASMA 
A asma é conceituada como uma doença inflamatória 
crônica das vias aéreas que resulta da interação 
entre genética e fatores de risco. As vias aéreas se 
tornam cronicamente inflamadas e hiper-reativas, 
resultando em obstrução manifestada clinicamente 
por tosse, sibilância, dispneia e dor torácica. 
Principais fatores de risco para desenvolver asma ou 
agravá-la: 
 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DA ASMA NOS MENORES 
DE CINCO ANOS 
A maioria das crianças que chiam nos primeiros anos 
de vida o faz de forma transitória e, por isso, não 
são consideradas asmáticas. 
Sugerem o diagnóstico de asma: 
 Episódios frequentes de sibilância (mais do que 
um por mês) 
 Tosse ou sibilância induzida pelo exercício 
 Tosse noturna fora dos episódios de infecção 
viral 
 Ausência de variação sazonal na sibilância e 
sintomas que persistem após três anos. 
 
O maior risco de asma em lactentes é definido pela 
presença de sibilância recorrente (três episódios em 
seis meses), associada a dois critérios maiores ou a 
um critério maior e dois menores. 
 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE SIBILÂNCIA NA 
INFÂNCIA 
Os lactentes apresentam mais crises de sibilância 
porque têm elevada incidência de infecções em vias 
respiratórias e as características do aparelho 
respiratório facilitam a ocorrência dessas crises. Na 
prática clínica, a maioria das crianças com crise de 
sibilância melhora até os 5 ou 6 anos de idade. 
São denominados lactentes sibilantes crianças 
menores de 2 anos que apresentam quadro de 
sibilância contínua há pelo menos 1 mês ou, no mínimo, 
três episódios de sibilos em um período de 2 meses. 
Fenótipos de Martinez (classificação dos sibilos): 
 Sibilante transitório: início <3 anos de idade, 
assintomáticos aos 6 anos. 
 Sibilante persistente: início <3 anos de idade, 
sintomáticos aos 6 anos. 
-Atópico: persistência da sibilância na adolescência 
-Não atópico: persistência da sibilância aos 11, mas 
não aos 13 anos 
 Sibilante tardio: início > 3 anos de idade 
Outras doenças, que não a asma, podem levar à 
sibilância. Deve-se pensar em diagnóstico diferencial 
quando a sibilância recorrente está associada com: 
 Pneumonias de repetição 
 Início no período neonatal 
 Vômitos ou regurgitação 
 Alterações cardiovasculares 
 Início súbito após engasgo/sufocação 
 Alteração localizada de ausculta 
 Estridor 
 Crescimento insuficiente (desnutrição) 
 Diarreia crônica / esteatorreia 
 Baqueteamento digital 
Diagnósticos diferenciais da asma: 
 Infecção das vias aéreas superiores 
 Aspiração de corpo estranho 
 Refluxo gastroesofágico 
 Displasia broncopulmonar 
 Bronquiolite obliterante 
 Fibrose cística 
 Malformações congênitas pulmonares 
 Anéis vasculares 
 Insuficiência cardíaca esquerda 
 Anomalias traqueobrônquicas 
 Incoordenação da deglutição 
 Tumores mediastinais 
 Síndrome de Loeffler e Toxocaríase 
 Imunodeficiências 
 Tuberculose 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DA ASMA NOS MAIORES 
DE CINCO ANOS 
Em crianças maiores de cinco anos, além do 
diagnóstico alicerçado em bases clínicas, pode-se 
contar com o auxílio das provas de função pulmonar, 
como a espirometria e a medida do pico do fluxo 
expiratório (PFE). 
 
CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA ASMA ANTES DO 
TRATAMENTO 
Antes de iniciar o tratamento, é importante 
classificar o nível de gravidade da asma. A 
 
VICTORIA BRITO - FESAR P4 – IESC IV 
 
classificação deverá ser feita no período entre as 
crises (intercrise) e antes de o paciente iniciar o 
tratamento com corticoides inalatórios. 
 
TRATAMENTO DA ASMA 
VIA INALATÓRIA: 
- A via inalatória foi um grande avanço no tratamento 
das crises e no tratamento profilático da asma. Ela 
se baseia no uso de aerossóis através de vários 
dispositivos inalatórios. 
TRATAMENTO PREVENTIVO DA ASMA: 
- O objetivo do tratamento da asma é alcançar e 
manter o controle dos sintomas clínicos. 
- É importante destacar que o tratamento preventivo 
não é apenas o medicamentoso; ele envolve ações 
educativas e uma grande parceria entre a equipe/ 
família / paciente. 
 
- O corticoide inalatório é o principal medicamento 
para o tratamento preventivo farmacológico da 
asma. Ele atua bloqueando muitas das vias 
inflamatórias na asma. 
- O tratamento deve ser ajustado para o nível de 
gravidade inicial. Se o controle não for atingido, deve-
se aumentar a dose e/ou acrescentar outras opções 
terapêuticas. O tempo de tratamento deve ser 
individualizado e varia de acordo com a gravidade inicial. 
Devem ser encaminhados ao pneumologista os casos 
de asma persistente grave e aqueles que não 
respondem ao tratamento. 
RINITE ALÉRGICA E ASMA 
- A rinite alérgica é definida clinicamente como um 
distúrbio sintomático do nariz, induzido por uma 
inflamação que aparece após a exposição das 
membranas do nariz a alérgenos. 
- Sintomas: rinorreia, obstrução nasal, prurido nasal e 
espirros. 
 
Classificação da rinite alérgica 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA 
APROFUNDAMENTO DO ESTUDO: 
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de medicina 
de família e comunidade: princípios, formação e prática. 
Porto Alegre: Artmed, 2018. Cap. 115. 
ALVIM C.G.; LASMAR L.M.L.B.F. Saúde da criança e do 
adolescente: doenças respiratórias. Nescon UFMG 
Editora Coopmed, 2009. 
 
IESC IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 ACOLHIMENTO DAS INFECÇÕES AGUDAS RESPIRATÓRIAS 
(IRAS) 
 Todos os profissionais devem ser treinados para identificar 
alguns sinais de alerta e solicitar ajuda sempre que necessário. 
 Os principais sintomas de IRA incluem: febre, tosse, dificuldade 
respiratória, coriza, obstrução nasal, dor de garganta e dor de 
ouvido. 
 Uma criança com febre deve ser medicada quando a 
temperatura axilar for superior a 37,5ºC. 
 A febre causa 
desconforto, deixando a 
criança irritada ou 
prostrada, aumenta a 
perda insensível de água e 
altera parâmetros importantes do exame físico, como a 
frequência respiratória, além de poder causar convulsão

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