Buscar

Transtorno Global do Desenvolvimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 93 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 93 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 93 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unidade 1 Página inicial 
COMPREENDENDO 
OS TRANSTORNOS 
GLOBAIS DO 
DESENVOLVIMENT 
O 
Professor (a) : 
Me. Tereza Cristina de Carvalho 
Objetivos de aprendizagem 
• Apresentar o contexto histórico do Transtorno Global do Desenvolvimento 
• Compreender as influências internacionais na classificação do Transtorno Global do Desenvolvimento e o motivo da mudança na 
nomenclatura 
• Conhecer os transtornos que fazem parte da categoria dos Transtornos Globais do Desenvolvimento 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Autismo: Definições Iniciais 
• Transtornos Globais do Desenvolvimento: Influências Internacionais 
• Os transtornos que fazem parte da categoria Transtornos Globais do Desenvolvimento 
Introdução 
Caro(a) aluno(a), o objetivo desta Unidade é possibilitar que você percorra um universo repleto de possibilidades, contribuindo 
para o entendimento mais aprofundado a respeito dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) por meio de um apanhado 
histórico que busca pontuar como esse transtorno foi descoberto, ainda, apresentar sua evolução terminológica para que você 
possa refletir a respeito das concepções teóricas que envolvem a temática, te levando a uma percepção mais abrangente sobre 
esse assunto que intriga profissionais do mundo todo. 
Na sistematização do percurso deste estudo consideramos apresentar em linhas gerais a evolução histórica do autismo, bem como 
suas definições iniciais, as influências internacionais na ampliação da terminologia dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, 
além de apresentar os transtornos que fazem parte da categoria dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. 
Os esforços na condução deste estudo se concentraram em oportunizar a você caro(a) aluno(a) a percepção de que os Transtornos 
Globais do Desenvolvimento precisam ser compreendidos em sua individualidade, levando em consideração que cada ser é único e 
que mesmo com características semelhantes, a valorização individual é fundamental. 
A partir da construção inicial a respeito da temática abordada, é possível que você reflita de maneira muito mais aprofundada, para 
encontrar caminhos que possibilitem uma prática muito mais significativa e reflexiva. Você enquanto profissional poderá a partir 
de um olhar mais articulado a respeito das pessoas com TGD, proporcionar mudanças significativas na vida dessas pessoas. 
Diante do exposto, esperamos que você, caro(a) aluno(a), possa ao final dessa leitura, concluir que as concepções que 
fundamentam as ideias apresentadas fazem parte de uma história de muita luta e de grandes conquistas, e compreender todos os 
passos que levaram até o momento presente. Boa leitura e bom estudo! 
Avançar 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1
DOWNLOAD PDF 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://drive.google.com/file/d/1e3Ca790g7CRiXEUbf9Qz2J6Di8qT_w7u/view?usp=sharing
Unidade 1 Página inicial 
AUTISMO: DEFINIÇÕES INICIAIS 
Aprendi a dizer “eu não sei” com os pais dos meus pacientes crônicos. Com o passar do tempo aprendi com 
eles a ter humildade e colocar em prática o que a vida, os livros, professores, pais e crianças me ensinaram. 
Aprendi também que o aprendizado é renovável, inesgotável, reciclável. 
Aprendi com crianças com doenças terminais que cada minuto da vida pode ser o último e pode durar uma 
eternidade. 
Aprendi com crianças portadoras de atraso de desenvolvimento que, felizmente, eu sou saudável o 
suficiente e tenho condições, devido à minha capacidade, de dar a essas pessoas uma condição melhor de 
vida. Elas me ensinaram a manter o coração e a mente abertos. Elas esperam isso de nós. 
Fonte: Christian Gauderer (1997). 
Caro(a) aluno(a), os estudos relacionados aos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)1 estão sempre cercados por 
inúmeras teorias. O enigma por de trás desse Transtorno fez com que estudiosos de diversas áreas ao redor do mundo buscassem 
compreender suas causas de maneira incansável. Durante a história, cientistas, pesquisadores e educadores se uniram em busca 
de respostas para os graves comprometimentos que acometem as várias áreas do desenvolvimento das pessoas com TGD. 
Para que compreendam um pouco melhor sobre esse Transtorno que afeta milhões de crianças e adolescentes no mundo todo, 
faremos nesse momento um breve apanhado histórico sobre a temática. 
O termo autismo vem do grego Autos , e significa “por si mesmo” podendo ser traduzido como: próprio. Foi Plouller em 1906 que 
introduziu o adjetivo “autista” na literatura psiquiátrica a partir dos estudos que realizava a respeito do processo do pensamento 
de pacientes considerados psicóticos com demência precoce (GAUDERER,1997). No entanto, o termo só foi difundido em 1911 
pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler que retirou da teoria freudiana o termo autoerotismo, subtraindo a sílaba Eros, apontando 
dessa forma para o autismo como efeito da desassociação e tentativa de adaptação ao processo patológico (DIAS, 2015). Ainda, 
descreveu “um tipo particular de pensamento — autístico ou derreísta, que não é guiado por objetivos, mas por afetos e desejos 
que aparecem de forma extrema na esquizofrenia e têm papel importante no caso de crianças autistas” (DIAS, 2015, p.308). 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
O autismo infantil só foi estudado de maneira mais sistematizada a partir dos estudos do psiquiatra austríaco Leo Kanner (1894- 
1981), considerado, nos Estados Unidos, o pioneiro da Psiquiatria Infantil, por ter sido o primeiro médico a pesquisar distúrbios 
mentais severos em crianças. 
Assim, de acordo com Leboyer (2005) o autismo começou a ser definido a partir dos estudos de Kanner em 1938, quando 
observou o comportamento de 11 crianças, 8 meninos e 3 meninas, na faixa etária de 2 a 8 anos, que apresentavam características 
muito semelhantes. No entanto, a primeira descrição foi dada por Kanner em 1943 em seu artigo intitulado: “ Autistic Disturbances 
of Affective Contact ” ou Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo, que considerava autistas, crianças que apresentavam 
características fortes de distúrbio do desenvolvimento. 
As características apresentadas por essas crianças eram: 
incapacidade para estabelecer relações com as pessoas, um vasto conjunto de atrasos e alterações na 
aquisição e uso da linguagem e uma obsessão em manter o ambiente intacto, acompanhada da tendência a 
repetir uma sequência limitada de atividades ritualizadas. O alheamento em que viviam era extremo, desde 
os primeiros anos de vida, como se não estivessem no mundo, sem responder a nenhum estímulo externo, 
mantendo-se em um isolamento rígido e peculiar. Apresentavam, porém, aparência agradável e inteligente, 
além de possuírem habilidades especiais e uma memória excepcional (ORRÚ, 2009, p. 18). 
Um ano depois da publicação de Leo Kanner, o médico austríaco, Hans Asperger, formado pela Universidade de Viena, escreve em 
1944, um artigo com o título: “Psicopatologia Autística da Infância”, onde descreve crianças com características muito semelhantes 
às descritas por Kanner, com a diferença de que possuíam um bom nível de inteligência e de linguagem, com sintomas aparentes 
após o terceiro ano de vida. 
Para Dias (2015), Asperger descreve: 
como um tipo de criança peculiar e interessante que pode compensar suas deficiências por um alto nível de 
pensamentoe experiência pessoal que podem levá-los a excepcionais êxitos na vida adulta. [...] Ele acredita 
que apesar de sua anormalidade são capazes de desempenhar seu papel na sociedade se encontrarem uma 
resposta de amor, compreensão e guia, enfatizando a relação entre psicologia educação (p. 309). 
Apesar de suas descobertas, Asperger ficou desconhecido, pois suas produções científicas ficaram restritas ao leitor alemão e 
holandês no período da segunda guerra mundial e a tradução para o inglês ocorreu alguns anos depois por Lorna Wing, fazendo 
com que as pesquisas de Asperger ficassem conhecidas mundialmente. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Apesar das grandes descobertas ocorridas na primeira metade do século XX em relação ao autismo, entre os anos de 1950 e 1960, 
houve muita indefinição sobre suas causas, acreditando que o autismo era causado por pais que não tinham um vínculo afetivo por 
seus filhos conhecida como “mãe geladeira”. Essa hipótese logo foi abandonada quando pesquisadores sugeriram nessa mesma 
época que, “o autismo seria um transtorno cerebral presente desde a infância e encontrado em todos os países e grupos 
socioeconômicos e étnico-raciais investigados” (KLIN, 2006, p. 4). 
Para Klin (2006) o grande marco na classificação do transtorno aconteceu em 1978, quando Michael Rutter sugeriu que o autismo 
poderia ser definido a partir de quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais; 2) problemas de comunicação; 3) comportamentos 
incomuns, como estereotipias e maneirismos; e 4) com início antes dos 30 meses de idade. 
De acordo com a Cartilha: Transtornos do Espectro Autismo (2015), a ONU em 2007, estipulou o dia 02 de 
abril, como o dia Mundial da Conscientização do Autismo. Essa data ficou marcada como um dia para a 
conscientização e divulgação à sociedade sobre o Transtorno, para que todos possam de algum modo, 
refletir sobre o assunto. 
Ainda, o quebra cabeças colorido que todos veem nas campanhas sobre o Autismo é um de seus símbolos e 
representa a complexidade e os mistérios do Transtorno. 
A cartilha completa encontra-se disponível em:< http://www.alepe.pe.gov.br/wp- 
content/uploads/2015/04/cartilha2704-final9.pdf >. 
¹ Neste material as nomenclaturas Transtornos Globais do Desenvolvimento e Transtornos do Espectro do Autismo serão utilizados como 
sinônimos. 
TRANSTORNOS GLOBAIS DO 
DESENVOLVIMENTO: INFLUÊNCIAS 
INTERNACIONAIS 
Para compreendermos melhor onde o autismo e o asperger se encaixam nos Transtornos Globais do Desenvolvimento, é 
necessário identificar como ocorreu o entrelaçar desses transtornos. O conceito de Transtornos Globais do Desenvolvimento 
(TGD) surgiu no final da década de 60, baseado nas publicações de M. Rutter e D. Cohen e com a publicação na terceira revisão do 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III). 
O autismo por sua vez é compreendido pelos pesquisadores da área ao final da década de 70, como um transtorno do 
desenvolvimento, permitindo que o autismo não se classificasse mais como psicose infantil, termo que gerava muito preconceito 
às famílias e pessoas com autismo. Por isso, a Associação Americana de Psiquiatria, incluiu em 1980, o autismo infantil como uma 
categoria diagnóstica, para homenagear Leo Kanner, por sua contribuição à pesquisa e à prática clínica na área. 
No entanto, esse novo modelo permite, de acordo com Belisário Filho e Cunha (2010, p. 12): 
uma compreensão adequada de outras manifestações de transtornos dessas funções do desenvolvimento 
que, embora apresentem semelhanças, constituem quadros diagnósticos diferentes. A compreensão dos 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.alepe.pe.gov.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2015%2F04%2Fcartilha2704-final9.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNERmlYvDsw8_BA_OB89hmu8HZRU9Q
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.alepe.pe.gov.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2015%2F04%2Fcartilha2704-final9.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNERmlYvDsw8_BA_OB89hmu8HZRU9Q
transtornos classificados como TGD, a partir das funções envolvidas no desenvolvimento, aponta 
perspectivas de abordagem, tanto clínicas quanto educacionais, bastante inovadoras, além de contribuir 
para a compreensão dessas funções no desenvolvimento de todas as crianças. 
De acordo com o Diagnosticand Statistical Manual of Mental Disorders-Revised (DSM-IV-TR, 1994) e a Classificação Internacional de 
Doenças (CID-10, 1989), cujo objetivo é padronizar e codificar as doenças e outros problemas pertinentes à saúde, o autismo é 
definido por um prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento, classificado como um distúrbio global do 
desenvolvimento que se enquadra nos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) ou Transtornos Invasivos do 
Desenvolvimento (TID). 
Ainda, o transtorno de Asperger, o transtorno autista, o transtorno de Rett, o transtorno desintegrativo da infância e o transtorno 
global do desenvolvimento sem outra especificação foram considerados na revisão da quarta edição do DSM (1994) como 
subtipos dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (APA, 1995). 
De acordo com a APA (2013), com a quinta revisão do DSM-V, em 2013, a classificação dos transtornos por subtipos foi extinta, 
ficando estabelecido como uma categoria de Transtornos do Neurodesenvolvimento que são de acordo com o DSM-V (2013), um 
grupo de condições com início no período do desenvolvimento, se manifestando como um espectro, substituindo dessa maneira, os 
subtipos dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, referenciados por um único termo abrangente: Transtornos do Espectro 
do Autismo (TEA). Assim, o TEA inclui o Transtorno do Autismo, a Síndrome de Asperger e Transtorno Invasivo do 
Desenvolvimento em outra especificação, pois não os consideram como desordens distintas, partindo de um espectro único e 
contínuo, com prejuízo que vai do médio ao severo, nos aspectos relacionados à díade, antes tríade: 1) comunicação e interação 
social; 2) comportamentos, interesses restritos e repetitivos (APA, 2013). O Transtorno de Rett e o Transtorno Desintegrativo da 
Infância foram removidos desta seção. 
De acordo com Machado et al . (2015, p. 7), a Síndrome de Rett foi removida do TEA, pois “ os comportamentos TEA estão 
presentes apenas por um breve período durante o desenvolvimento em pacientes com Síndrome de Rett – mas eles ainda podem 
ser diagnosticados com TEA” e o Transtorno Desintegrativo da Infância também foi removido do TEA, pois “pacientes com 
Transtorno Desintegrativo da Infância apresentam sintomas físicos específicos e experimentam um padrão distinto de regressão 
do desenvolvimento”. 
Ainda, de acordo com Machado et al . (2015, p. 7), há inúmeros motivos que levaram a essa mudança: 
O grupo de trabalho do DSM-V concluiu que as distinções anteriores entre estas condições foram o 
resultado do agrupamento artificial de apresentações de diferentes níveis de gravidade da mesma doença 
que de fato existem como um continuum. Os novos critérios são potencialmente mais capazes de 
diferenciar TEA do desenvolvimento normal e de outros transtornos psiquiátricos. 
Na Língua Portuguesa, existe o termo: Pervasivo, Invasivo, Abrangente e Global, utilizado pela literatura 
como sinônimo, visto que por problemas de tradução, do inglês para o português, a expressão “Pervasive 
Development Disorder” do DSM-IV e do CID-10, segundo (MOURA, SATO e MERCADANTE, 2005) foram 
traduzidas pela editora Artes Médicas como “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento” (TID). Já Bosa 
(2002) relata que o termo “Abrangente” foi introduzido no lugar de “Invasivo” por Assumpção Júnior em 
(1995). No entanto, a editora da Universidade de São Paulo (USP) em sua publicação, utilizou a expressão 
“Transtorno Global do Desenvolvimento” (TGD). 
Fonte: Oliveira (2010). 
De acordo com a APA (2013), com a quinta revisãodo DSM-V, em 2013, a classificação dos transtornos por subtipos foi extinta, 
ficando estabelecido como uma categoria de Transtornos do Neurodesenvolvimento que são de acordo com o DSM-V (2013), um 
grupo de condições com início no período do desenvolvimento, se manifestando como um espectro, substituindo dessa maneira, os 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
subtipos dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, referenciados por um único termo abrangente: Transtornos do Espectro 
do Autismo (TEA). Assim, o TEA inclui o Transtorno do Autismo, a Síndrome de Asperger e Transtorno Invasivo do 
Desenvolvimento em Outra Especificação, pois não os considera como desordens distintas, pois partem de um espectro único e 
contínuo, com prejuízo que vai do médio ao severo, nos aspectos relacionados à díade, antes tríade: 1) comunicação e interação 
social; 2) comportamentos, interesses restritos e repetitivos (APA, 2013). O Transtorno de Rett e o Transtorno Desintegrativo da 
Infância foram removidos desta seção. 
De acordo com Machado et al . (2015, p. 7), a Síndrome de Rett foi removida do TEA, pois “ os comportamentos TEA estão 
presentes apenas por um breve período durante o desenvolvimento em pacientes com síndrome de Rett – mas eles ainda podem 
ser diagnosticados com TEA” e o Transtorno Desintegrativo da Infância também foi removido do TEA, pois “pacientes com 
Transtorno Desintegrativo da Infância apresentam sintomas físicos específicos e experimentam um padrão distinto de regressão 
do desenvolvimento”. 
Ainda, de acordo com Machado et al . (2015, p. 7), há inúmeros motivos que levaram a essa mudança: 
o grupo de trabalho do DSM-V concluiu que as distinções anteriores entre estas condições foram o 
resultado do agrupamento artificial de apresentações de diferentes níveis de gravidade da mesma doença 
que de fato existem como um continuum. Os novos critérios são potencialmente mais capazes de 
diferenciar TEA do desenvolvimento normal e de outros transtornos psiquiátricos. 
AS CATEGORIAS DO TRANSTORNOS 
GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO 
Caro(a) aluno(a), como vimos os Transtornos Globais do Desenvolvimento não estão relacionados apenas ao autismo. De acordo 
com o DSM-IV (1994), além do autismo, há outros quatro Transtornos que possuem como características semelhantes, às funções 
do desenvolvimento afetadas qualitativamente. São eles: 
• Síndrome de Rett; 
• Transtorno ou Síndrome de Asperger; 
• Transtorno Desintegrativo da Infância; 
• Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação. 
Autismo 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Figura 1. Leo Kanner, 1955 
Fonte: Wikipedia (online). 
Caro(a) aluno(a) vamos compreender cada um desses transtornos, iniciando pelo autismo. Mesmo após incansáveis buscas ao 
longo de mais de um século, o que se sabe é que as causas do autismo ainda são desconhecidas, mas com a revolução tecnológica a 
partir do final de século XX, as pesquisas na área têm sido cada vez mais intensivas e os estudos apontam para uma combinação de 
fatores genéticos associados a agentes externos nas causas do transtorno. 
No DSM–IV (1994) o autismo está inserido na categoria de Transtorno Global do Desenvolvimento e de acordo com a APA (2000), 
as pessoas acometidas pelo autismo, transtorno autista, autismo infantil precoce, autismo da infância ou autismo de Kanner, 
apresentam prejuízo em três áreas do desenvolvimento: prejuízo na interação social, na comunicação e no repertório restrito de 
atividades e interesses. 
As manifestações do autismo variam muito a depender do nível de desenvolvimento e da idade. De acordo com a APA (2000), o 
transtorno ocorre antes dos três anos de idade e é predominante no sexo masculino, afetando de quatro a cinco vezes mais 
meninos do que meninas, além disso, pode apresentar alguma anomalia associada, como o retardo mental, por exemplo, que é o 
mais comum entre elas. 
No que se refere aos prejuízos na interação social, eles podem ser amplos, com possíveis comprometimentos nos comportamentos 
não verbais que estão diretamente ligados ao contato visual direto, a expressão facial e a gestos corporais, comprometendo a 
interação social (BELISÁRIO FILHO; CUNHA, 2010). 
Quanto aos prejuízos na comunicação, pode afetar habilidades verbais e não verbais de maneira muito agressiva. Na linguagem 
falada, conforme Belisário Filho e Cunha (2010) relata, pode haver atraso ou falta total de seu desenvolvimento, podendo 
apresentar incapacidade de iniciar ou manter uma conversa, utilizar a linguagem de maneira estereotipada e repetitiva ou 
idiossincrática. 
Geralmente é visto que essas pessoas possuem uma desordem na capacidade de compreensão da linguagem, não compreendendo 
muitas vezes perguntas, orientações ou piadas simples. As brincadeiras ou jogos que se utilizam de recursos imaginativos em geral 
são ausentes ou apresentam comprometimentos marcantes (BELISÁRIO FILHO; CUNHA, 2010). 
Ainda, de acordo com Belisário Filho e Cunha (2010, p. 15) existe regularmente: 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
interesse por rotinas ou rituais não funcionais ou uma insistência irracional em seguir rotinas. Os 
movimentos corporais estereotipados envolvem mãos (bater palmas, estalar os dedos), ou todo o corpo 
(balançar-se, inclinar-se abruptamente ou oscilar o corpo), além de anormalidades de postura (ex.: caminhar 
na ponta dos pés, movimentos estranhos das mãos e posturas corporais). [...] preocupação persistente com 
partes de objetos (botões, partes do corpo). [...] pode haver fascinação por movimentos (rodinhas dos 
brinquedos, abrir e fechar portas, ventiladores ou outros objetos com movimento giratório). 
Hoje, o autismo é conhecido como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), descrito na nova edição do Manual Diagnóstico e 
Estatístico de Transtornos Mentais, O DSM–V (2013), onde o autismo passa a ser visto como um espectro, cercado por um 
conjunto de condutas, sendo defi nido de acordo com a gravidade, sendo ela: leve, moderada e severa. 
Síndrome de Rett (SR) 
Figura 2. Andreas Rett 
Fonte: Wikipedia (online). 
O pediatra austríaco Andreas Rett identificou em 1966 a Síndrome de Rett, como uma doença neurológica, mas ao longo dos anos, 
com a evolução das pesquisas na área e com a evolução tecnológica, verificou-se que a Síndrome de Rett é uma doença genética, 
causada por mutações específicas no gene MECP2, rara e não hereditária, que afeta principalmente o sexo feminino de todos os 
grupos étnicos e sociais, influenciando diretamente na maneira como o cérebro se desenvolve. De acordo com a Associação 
Brasileira de Síndrome de Rett (Abre.te, 2017) há pelos menos quatro mil pessoas com Síndrome de Rett no Brasil. 
Clinicamente, a Síndrome de Rett é definida por uma perda progressiva das funções neurológicas e motoras, após um período 
supostamente normal de desenvolvimento, que ocorre entre os seis e os dezoito meses de idade. Após esse período, é visto que as 
habilidades anteriormente adquiridas, como a fala, a habilidade de andar e o uso intencional das mãos, são perdidos 
progressivamente e as estereotipias manuais, como movimentos repetitivos e involuntários das mãos são cada vez mais 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
frequentes, característica marcante da doença. 
Como sugere Mercadante, Gaag e Schwartzman (2006, p.13): 
ainda que os critérios diagnósticos aceitos hoje em dia sugiram que as crianças com Síndrome de Rett 
apresentam um desenvolvimento normal durante os primeiros anos de vida, evidências atuais sugerem que 
existem sinais sutis de alguma anormalidade já em uma idade bem precoce, incluindo retardo motor 
discreto, presença de hipotonia muscular e outras alterações motoras. 
A epilepsia pode ocorrer regularmente ese apresentar a partir das convulsões, podendo ser resistentes à medicação. A sobrevida 
das pessoas com Síndrome de Rett pode ser reduzida e a morte pode acontecer, em geral, a partir de infecções e complicações 
respiratórias, provavelmente ligadas à escoliose grave ou ocorrer durante o sono, como morte súbita (MERCADANTE, GAAG E 
SCHWARTZMAN, 2006). 
Ao longo de muitos anos, a síndrome de Rett foi diagnosticada de maneira errada como autismo, paralisia cerebral ou, como um 
problema de desenvolvimento desconhecido. Atualmente, há informações muito mais precisas a respeito da síndrome e, apesar de 
não haver cura, existem muitos tratamentos que podem amenizar os problemas causados pela síndrome. 
Lembrando que de acordo com o DSM-V (2013), a síndrome de Rett foi excluída do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pois 
os comportamentos presentes no TEA estão presentes apenas por um breve período nas pessoas acometidas pela SR (MACHADO 
et al , 2015). 
Transtorno de Asperger ou Síndrome de Asperger (SA) 
Figura 3. Hans Asperger 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Fonte : Blogspot (online). 
O Transtorno de Asperger ou Síndrome de Asperger para alguns estudiosos acomete as pessoas mais tardiamente do que o 
Autismo, ou é identificado mais tarde. A Síndrome de Asperger é considerada um transtorno neurobiológico pertencente ao 
quadro dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. 
Segundo Belisário Filho e Cunha (2010) as dificuldades de interação social podem tornar-se mais manifestas no contexto escolar, e 
é durante esse período que interesses idiossincráticos (peculiares em relação aos interesses comuns às pessoas) ou circunscritos 
podem aparecer e ser reconhecidos. Quando adultos, podem ter problemas com a empatia e modulação da interação social. De 
acordo com o DSM-IV (1994), a principal característica do Transtorno de Asperger é o comprometimento constante na interação 
social e no desenvolvimento de padrões repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Essa desordem pode causar perda 
clinicamente importante nas áreas social, ocupacional ou em outras áreas do funcionamento. 
Belisário Filho; Cunha (2010, p. 16) propõe que diferente do que acontece no Autismo, “não existem atrasos significativos na 
linguagem. [...] no desenvolvimento cognitivo ou nas habilidades de autoajuda, comportamento adaptativo (outro que não a 
interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância”. 
A causa da Síndrome de Asperger ainda não é conhecida, mas os pesquisadores acreditam que uma anormalidade cerebral seja a 
causa mais provável. 
Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI) ou Psicose Infantil 
Figura 4. Theodore Heller 
Fonte: Dealwithautism (online). 
O Transtorno Desintegrativo da Infância pode ser conhecido também como Síndrome de Heller, possui um histórico mais longo do 
que o autismo e foi descrito pela primeira vez por Theodore Heller, em 1908, relatando “seis casos de crianças jovens que, após um 
desenvolvimento aparentemente normal nos primeiros três a quatro anos de vida, apresentaram uma perda muito grave das 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
habilidades sociais e comunicativas”. Foi então denominado “dementia infantilis” ou Demência Infantil. (MERCADANTE, GAAG E 
SCHWARTZMAN, 2006, p.14). Ainda, o Transtorno Desintegrativo da Infância, de acordo com DSM-IV (1994) e a APA (1994), 
pode ser conhecido como Síndrome de Heller ou Psicose Desintegrativa. 
Para Mercadante, GAAG e Schwartzman (2006, p.14) essa definição é insatisfatória: 
primeiro, porque a condição não é comparável à demência, no sentido de que as características de perda de 
memória e de habilidades executivas não são proeminentes; e, em segundo lugar, porque nenhuma causa 
orgânica da trajetória do prejuízo pode ser encontrada. 
Posteriormente, é introduzido na classificação psiquiátrica, categorizado como Transtorno Global do Desenvolvimento em função 
da perda das habilidades sociais e comunicativas proeminentes. É um transtorno extremamente raro. Nesse transtorno, não há 
deterioração continuada; após a regressão inicial, chega-se a um estado estável, mas com grande impacto durante toda a vida 
(BELISÁRIO FILHO; CUNHA, 2010). 
O que se sabe é que não existe tratamento para o Transtorno Desintegrativo da Infância, e as complicações neurológicas, 
principalmente a epilepsia é muito comum, além disso, as pessoas com TDI apresentam um profundo retardo mental, por isso é 
comum não responderem de maneira satisfatória as terapias. 
Lembrando que a classificação dos transtornos por subtipos foi extinta com a nova publicação do DSM-V em 2013, substituindo os 
Transtornos Globais do Desenvolvimento, por um único termo abrangente: Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), 
removendo o Transtorno Desintegrativo da Infância dessa categoria, por apresentar sintomas físicos específicos e um tipo 
diferente de regressão do desenvolvimento (MACHADO et al , 2015). 
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem Outra Especificação 
(TID- SOE) 
O Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem Outra Especificação geralmente é mais brando que o autismo, mas possui 
sintomas similares, com alguns presentes e outros ausentes, por isso, não possui regras específicas de aplicação para esse 
diagnóstico. 
Conforme propõe Mercadante, Gaag e Schwartzman (2006, p.14): 
alguém pode ser classificado como portador de TGD-SOE se preencher critérios no domínio social e mais 
um dos dois outros domínios (comunicação ou comportamento). Além disso, é possível considerar a 
condição mesmo se a pessoa possuir menos do que seis sintomas no total (o mínimo requerido para o 
diagnóstico do autismo), ou idade de início maior do que 36 meses. 
É relevante ressaltar que na edição do DSM-V (2013) o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem Outra Especificação faz 
parte do TEA por apresentar comprometimento na comunicação e interação social e nos comportamentos, interesses restritos e 
repetitivos, características essa sugeridas pelo transtorno. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Após compreender o trajeto dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, é possível imaginar, como as 
pessoas acometidas por esse transtorno eram vistas e compreendidas pela sociedade no meio do século 
passado? 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial/atividades
Unidade 1 Página inicial 
ATIVIDADES DE ESTUDO 
1. Conside e as seguintes características e assinale a alternativa correta. 
I. Comprometimento na interação social e nos padrões de comportamento, com interesses restritos, maneirismos e estereotipias, 
sem atraso de desenvolvimento e linguagem e inteligência normal. 
II. Desenvolvimento global comprometido com prejuízo de interação social e de comunicação, com início antes dos 03 anos e 
padrões repetitivos de comportamento e interesses. 
III. Desenvolvimento normal por pelo menos 06 meses, seguido por deterioração evolutiva e perda progressiva de habilidades 
previamente adquiridas, perda de habilidades motoras e de coordenação, ocorrendo prioritariamente em meninas. 
O diagnóstico correto apresentado equivale a: 
a) I - Síndrome de Asperger, II - Transtorno Desintegrativo da Infância, III - Autismo. 
b) I - Autismo, II - Síndrome de Rett, III - Síndrome de Asperger. 
c) I - Síndrome de Rett, II - Autismo, III – Transtorno Desintegrativo da Infância, III - Síndrome de Asperger. 
d) I - Síndrome de Asperger, II - Autismo, III - Síndrome de Rett. 
e) I – Transtorno Desintegrativo da Infância, II - Síndrome de Asperger, III - Síndrome de Rett. 
2. A incidência de casos de autismo tem aumentado de forma significativa durante as últimas décadas. Existe certoconsenso entre 
os especialistas de que o autismo leva a uma desordem no padrão do desenvolvimento da criança. 
Segundo os critérios do DSM-IV, para que uma pessoa seja diagnosticada com transtorno autista, ela deve apresentar algumas 
características, dentre elas. Assinale a alternativa correta. 
a) Fascinação, interesse, atração por brincadeiras 
b) Atividade física e expressão de curiosidade. 
c) Insatisfação com a forma e tamanho do corpo. 
d) Preocupação persistente com parte de objetos. 
e) Prejuízo na interação social e na comunicação. 
3. Assinale a opção em que são apresentados os subgrupos do DSM-V para Transtornos do Espectro do Autismo. 
a) transtorno do autismo, síndrome de Asperger, autismo atípico, outros transtornos desintegrativos da infância e outros 
transtornos globais do desenvolvimento. 
b) autismo, síndrome de Rett, síndrome de Asperger, autismo atípico e outros transtornos desintegrativos da infância. 
c) autismo, autismo atípico, síndrome de Rett, síndrome de Asperger, outros transtornos desintegrativos da infância e outros 
transtornos globais do desenvolvimento. 
d) autismo infantil, síndrome de Rett, síndrome de Asperger, outros transtornos desintegrativos da infância, outros transtornos 
globais do desenvolvimento, transtornos globais não especificados do desenvolvimento. 
e) transtorno do autismo, transtorno de Asperger, transtorno invasivo desenvolvimento sem outra especificação. 
Resolução de exercícios 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/atividades
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial/resumo
Unidade 1 Página inicial 
RESUMO 
Caro (a) Aluno (a), ao término da Unidade I, esperamos ter alcançado nosso objetivo inicial, que foi pautado na compreensão e 
reflexão acerca de todas as questões que envolvem os Transtornos Globais do Desenvolvimento, desde sua definição inicial, sua 
categoria e sua extinção proposta pelo DSM-V (2013). 
Por isso, o diálogo traçado nesta unidade, se concentrou em elucidar de maneira contextualizada e reflexiva a temática abordada, 
para que possam absorver de maneira clara e objetiva as concepções apresentadas. Nossos esforços se concentraram em 
apresentar desde o início, o caminho percorrido pelos Transtornos Globais do Desenvolvimento, até os dias atuais. 
É importante ressaltar que, a prática precisa ser pautada na construção teórica, levando em consideração as origens da temática, 
para a partir dessa compreensão buscar meios, recursos ou estratégias que sejam aplicáveis à sua realidade. 
Compreender a evolução de uma doença, de uma síndrome ou de um transtorno é de fundamental importância para que você 
como profissional tenha uma bagagem sólida que lhe permita ousar em sua atuação e se diferenciar pelo conhecimento adquirido. 
Portanto, o delineamento dos TGD, durante mais de um século de estudos, possibilitou compreender que há muitos aspectos que 
ainda precisam ser esclarecidos, estudados e pesquisados, pois existem mistérios por de trás das peculiaridades desse transtorno 
que acomete pessoas de todo planeta. No entanto, é visto que, apesar de suas peculiaridades existem grandes possibilidades com 
essas pessoas, uma vez que suas características que são muito próprias auxiliam no direcionamento de uma proposta de atuação. 
Por fim, esperamos caro (a) aluno (a) que as leituras tenham contribuído para o debate e novas investigações sobre Transtornos 
Globais do Desenvolvimento e que possam de algum modo impactar na sua atuação profissional. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/resumo
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico
Unidade 1 Página inicial 
Material Complementar 
Leitura 
Transtornos do Desenvolvimento e Deficiência 
Autor: Rogério Drago (Organizador) e Colaboradores 
Editora: Wak 
Sinopse : O livro propõe a discussão de questões teóricas e práticas que 
mostram que a Educação de pessoas com Transtornos Globais do 
Desenvolvimento (TGD) e com deficiência vem passando por grandes 
transformações nos últimos anos, principalmente a partir do final do 
século XX e início do século XXI, com o reconhecimento dos direitos 
dessas pessoas a terem acesso e permanência ao ensino comum. Essas 
transformações compreendem em uma reflexão a respeito das ações que 
acometem a identidade, a escolarização e o reconhecimento das pessoas 
públicos-alvo da educação especial como produtores de história e de 
cultura. Por esse motivo, há uma grande mobilização de pesquisadores e 
de profissionais da educação que vem ao longo desses anos investigando 
e dialogando constantemente, a fim de compreenderem teorias e práticas 
educativas na construção de processos inclusivos. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/eu-indico
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
Filme 
Meu filho, meu mundo 
Título Original: Son-Rise - A Miracle of Love 
Ano: 1979 
Sinopse: O personagem chamado Raun quando nasceu, era um bebê 
saudável e feliz. Com o passar dos meses, seus pais começam a observar 
que havia algo estranho acontecendo com ele, pois apresentava ausência 
na maioria das vezes. Com as dúvidas inquietantes os pais buscaram 
auxílio dos médicos que confirmaram as suspeitas. Raun era autista. Os 
pais então decidem por meio de inúmeras intervenções adentrar o mundo 
de Raun, acreditando que somente o milagre do amor poderia salvá-lo. 
Na Web 
Documentário: Os diferentes graus do autismo 
O documentário realizado pela Fundação Filantrópica Veronica Bird 
Charitable, produzido por Ramsway Pictures, associados à Renegade 
Productions retrata os diferentes graus do autismo e apresenta o 
depoimento de familiares de crianças com autismo, inclusive da própria 
Veronica Bird que tem um filho com autismo, com o objetivo de alertar e 
informar sobre esse Transtorno que acomete o desenvolvimento global 
de que tem autismo. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/eu-indico
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias
Unidade 1 Página inicial 
REFERÊNCIAS 
APA - American Psychiatric Association . Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th ed., Text Revision (DSM-IV- 
TR). Washington, DC: American Psychiatric Association, 2000. 
APA (American Psychiatric Association). Transtornos mentais. DSM-V. In: ______. Manual diagnóstico e estatísticos de transtornos 
mentais . 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 50-59. 
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA DSMIV-TR: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4. ed. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 2002. 
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. DSMV-TR: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5 ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2014. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SÌNDROME DE RETT. ABRE.TE. Síndrome de Rett . Disponível em: 
< http://www.abrete.org.br/sindrome_rett.php >. Acessado em 06 marc. 2017. 
ASSUMPÇÃO JUNIOR, F. B. Conceito e classificação das síndromes autísticas. In: J. S. Schwartzman,&F. B. Assumpção Junior 
(Orgs.), Autismo infantil (pp.3-13). São Paulo: Memnon.1995. 
ASSUMPÇÃO JUNIOR, F. B.; KUCZYNSKI, E. Diagnóstico diferencial psiquiátrico no autismo infantil. In: SCHWARTZMAN, J. S.; 
ARAÚJO, C. A. de. 
Transtornos do espectro do autismo – TEA . São Paulo: Memnon, 2011. p. 43-52. 
APA - American Psychiatric Association. Diagnostic and StatisticalManual of Mental Disorders , 4th ed., Text Revision (DSM-IV- 
TR). Washington, DC: American Psychiatric Association, 2000. 
BOSA, Cleonice. Autismo: Atuais Interpretações para Antigas Observações. In: BAPTISTA, C. R.; BOSA, C. & Colaboradores. 
Autismo e Educação : Reflexões e Propostas de Intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
BELISÁRIO FILHO, B; J. F.CUNHA, P. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar : transtornos globais do 
desenvolvimento. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2010. 
Blogspot. Autismo em Goiânia. Disponível em:< https://autismodiario.org/wp-content/uploads/2012/02/Kanner-y-Asperger.jpg >. 
Acesso em 02 jun. 2017. 
DIAS, Sandra. Asperger e sua síndrome em 1944 e na atualidade . Rev. latinoam. psicopatol.fundam. [online]. 2015, v. 18, n. 2, 
pp.307-313. ISSN 1415-4714. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2015v18n2p307.9 >. Acessado em 25 fev. 
2017. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/refer�ncias
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.abrete.org.br%2Fsindrome_rett.php&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHnqjO3En_aqF_vBZMLQstQT6oO_A
https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fautismodiario.org%2Fwp-content%2Fuploads%2F2012%2F02%2FKanner-y-Asperger.jpg&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGYecSdzEZ-EXBpUHf7u_5Jdc0alw
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fdx.doi.org%2F10.1590%2F1415-4714.2015v18n2p307.9&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGrG9BZ42qI1rfMqyo7JHuvflByKg
GAUDERER, E. Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento – Guia prático para pais e profissionais. Rio de Janeiro: 
Revinter, 1997. 
KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger : uma visão geral. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2006, v. 28, suppl.1, pp.s3-s11. ISSN 
1516-4446. Disponível em:< http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462006000500002 >. Acessado em 22 fev. 2017. 
LEBOYER, Marion. Autismo Infantil – Fatos e Modelos . 2. ed. Campinas: Papirus, 2005. 
MACHADO, JD; CAYE, A; FRICK, PJ; ROHDE, LA. DSM-5. Principais Mudanças nos Transtornos de Crianças e Adolescentes. In: 
REY, JM (ed), IACAPAP e-Textbook of Child and Adolescent Mental Health (edição em Português; Dias Silva F, ed). Genebra: 
International Association for Child and Adolescent Psychiatry and Allied Professions 2015. 
MERCADANTE, M. T.; GAAG, R. J. V.; SCHWARTZMAN, J. S. Transtornos invasivos do desenvolvimento não-autísticos : síndrome 
de Rett, transtorno desintegrativo da infância e transtornos invasivos do desenvolvimento sem outra especificação. São Paulo, 
2007. 
MOURA, Paula Jaqueline de; SATO, Fabio; MERCADANTE, Marcos Tomanik. Bases Neurobiológicas do Autismo: Enfoque no 
domínio da sociabilidade . Disponível em: < www.mackenzie.com.br/fileadmin/Pos.../bases_neurobiologicas.pdf >. Acessado em 30 
set. 2009. 
OLIVEIRA, T. C. C. I. Desenvolvimento e avaliação de um Objeto Digital de Aprendizagem para as pessoas com autismo. 2010. 196 
f. Dissertação (Dissertação de mestrado em Educação) - Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. 
ORRÚ, Sílvia Ester. Autismo, linguagem e educação : interação social no cotidiano escolar. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009. 
Wing, Lorna. The relationship between Asperger’s syndrome and Kanner’s autism. In U. Frith (Ed.), Autism and Asperger 
syndrome (pp. 93-121). Londres: Cambridge University Press, 1991. 
Wikipedia. Leo Kanner, circa 1955. Domínio Público. Disponível em: < https://upload.wikimedia. org/wikipedia/commons/a/af/Leo- 
Kanner.jpeg >. Acesso em 02 jun. 2017. 
Wikipedia. Andreas Rett. Creative Commons. Disponível em:< https://en.wikipedia.org/wiki/ 
Andreas_Rett#/media/File:AndreasRett_WienerVorles_crop.jpg >. Acesso em 02 jun. 2017. 
Theodore Heller. Disponvível em: < https://www.dealwithautism.com/childhood-disintegrative- -disorder/ >. Acesso em 02 jun. 
2017. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/refer�ncias
https://getfireshot.com
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fdx.doi.org%2F10.1590%2FS1516-44462006000500002&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEFrHYHuhiK5nMIOGz1qoeRhQ1_8Q
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.mackenzie.com.br%2Ffileadmin%2FPos...%2Fbases_neurobiologicas.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF69Orb6PlCEx-Tz6PMT1jgROHPjQ
https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fupload.wikimedia.&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGQ5TkpHbZDV13OMTKAim_8k0-yHg
https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fupload.wikimedia.&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGQ5TkpHbZDV13OMTKAim_8k0-yHg
https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fen.wikipedia.org%2Fwiki%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFSc606-SfH6d7uB6xw1aG6n9ayHQ
https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fen.wikipedia.org%2Fwiki%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFSc606-SfH6d7uB6xw1aG6n9ayHQ
https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fen.wikipedia.org%2Fwiki%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFSc606-SfH6d7uB6xw1aG6n9ayHQ
https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fwww.dealwithautism.com%2Fchildhood-disintegrative-&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNExadLlUYBOlImv5MSM_ZfgGzSvCw
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando
Unidade 1 Página inicial 
APROFUNDANDO 
Caro (a) aluno (a), será apresentado sucintamente uma descrição da evolução terminológica ocorrida ao longo de algumas décadas, 
norteados por concepções teóricas reconhecidas no âmbito nacional e internacional, no entanto, lembramos que a conjectura da 
temática é muito mais ampla do que será apresentado. Vamos discorrer a respeito da Evolução Terminológica do Autismo por 
alguns autores. 
Na década de 1800, o autor Maudsley (1867) descreve a evolução terminológica da seguinte forma: " Deu atenção as crianças 
pequenas com transtornos mentais severos, que envolviam um desvio marcante nos processos de desenvolvimento " (KAPLAN, 
1997). 
Mas para Plouller (1906) esta evolução significava: "Estudava o processo do pensamento de pacientes considerados psicóticos 
com demência precoce. Introduziu o adjetivo autista na literatura psiquiátrica" (GAUDERER, 1997, p.06). 
Já na década de 1910, o autor Bleuller (1911) definiu o autismo 
Definiu o autismo como sendo uma perda de contato com a realidade, causada pela impossibilidade ou grande 
dificuldade na comunicação interpessoal. Referiu-se originalmente ao autismo como transtorno básico da 
esquizofrenia, que consistia na limitação das relações pessoais e com o mundo externo, parecendo excluir tudo que 
parecia ser o “eu” da pessoa" (SALLE et all, 2005, p.11). 
Para Klein (1929), a terminologia da evolução do autismo era analisar 
Analisou o caso de uma criança de três anos de idade, em que havia falta de interesse pelo ambiente, ausência de 
relação afetiva com ela, inexistência de relação simbólica com os brinquedos e incapacidade de expressar 
sentimento (TAFURI, 2005, p.49). 
Na década de 40 vários autores descreviam as seguintes teorias sobre a evolução do autismo 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/aprofundando
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
Kanner (1943) descreveu um grupo de crianças gravemente lesadas que tinham certas características comuns. A 
mais notada era a incapacidade de se relacionar com outras pessoas (GUADERER, 1997, p.06). 
Asperger (1944) ressaltou a dificuldade das crianças que observava de fixar o olhar durante situações sociais, além 
da presença de olhar periférico e breve, gestos estereotipados e problemas na fala quanto ao vocabulário (BOSA, 
2002, p.25). 
Bender (1947) utilizou o termo Esquizofrenia Infantil, pois considerava o autismo como a forma mais precoce de 
esquizofrenia (GUADERER, 1985, p.10). 
Rank (1949) descreveu crianças com autismo, como tendo um Desenvolvimento “Atípico do Ego”, descrevendo 
pacientes com sintomas não tão graves baseando-se na sua visãopsicanalítica (GUADERER, 1985, p.10). 
Na década de 50 os autores descreviam as seguintes teorias sobre o autista 
Bettelheim (1950) observou sinais similares aos do autismo em pessoas privadas do contato afetivo" (AMY, 2001). 
Mahler (1952) utilizou o termo “Psicose Simbiótica”, atribuindo a causa da doença ao relacionamento mãe/filho, 
pois a criança tende a ser obsessiva em relação a sua mãe (GUADERER, 1985, p.10). 
Bender (1956) utilizou o termo “PseudoRetardo” ou “Pseudo-Deficiente”, pelo fato dessas crianças funcionarem em 
nível de retardo ou deficiência, pois não conseguiam realizar tarefas sociais normais e desenvolver linguagem 
adequada, de acordo com a idade (GUADERER, 1997, p.16). 
Para os autores da década de 60 
Goldfarb (1961) descreveu crianças que estariam em um continuo de “Esquizofrenia Infantil tipo não orgânico”, 
tentando reunir a visão organicista com a psicológica (GUADERER, 1985, p.10). 
Rutter (1967) fez uma análise crítica das evidências empíricas encontradas acerca do autismo e considerou quatro 
características como principais: falta de interesse social; incapacidade de elaboração de linguagem responsiva, 
presença de conduta motora bizarra em padrões de brinquedo bastante limitados e início precoce, antes dos trinta 
meses (SALLE et all, 2005, p.11). 
Já na década de 70 
Wing (1976) propôs o agrupamento dos déficits apresentados no autismo em três áreas: imaginação, socialização e 
comunicação (BOSA, 2002). 
Ritvo e Freedman (1978) definiram o autismo como uma síndrome que aparece antes dos trinta meses e que possui 
as seguintes características: distúrbios nas taxas e seqüências do desenvolvimento; distúrbios nas respostas a 
estímulos sensoriais; distúrbios na fala, linguagem e capacidades cognitivas; distúrbios na capacidade de 
relacionar-se com pessoas, eventos e objetos (SALLE et all, 2005, p.11). 
Para os autores Bosa (década de 80) e Gilberg (década de 90) o autismo passou por algumas condições, vejamos: 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/aprofundando
https://getfireshot.com
Bosa (2002) na década de 80 o autismo passou por uma revolução em sua conceituação, e passou a fazer parte dos 
Transtornos Globais do Desenvolvimento. 
Gilberg (1990) já na década de 90 o autismo passou da condição de “doença” para “síndrome” (conjunto de 
sintomas). Assim, a síndrome do autismo identifica um perfil comportamental com diferentes etiologias (BOSA, 
2002, p. 30). 
Para as autoras Cavalcanti e Rocha (2001, p.24-25) nada é mais difícil do que conceituar o autismo. 
Enquanto a neurologia o descreve como uma síndrome, enfatizando o déficit da capacidade afetiva, da 
comunicação e da linguagem, insistindo em sua determinação puramente orgânica, a psiquiatria considera-o um 
distúrbio psicoafetivo ou uma doença geneticamente determinada, já na psicanálise, o campo não é menos 
controvertido. Para os influenciados pela teoria “kleiniana”, o autismo é definido como uma patologia precoce, um 
tipo específico de organização psíquica, marcada pelas ausências de linguagem e de relações objetivas. Para os 
“lacanianos” é importante estabelecer uma clara distinção entre as psicoses infantis e o autismo, pois o diagnóstico 
sinaliza diferentes direções de tratamento. 
Brasil, Ministério da Educação – MEC (2002, p. 18) condutas típicas com quadro psiquiátrico por sua natureza e complexidade 
exigem tratamento clínico e algumas vezes medicamentoso 
Caracterizam-se por suas manifestações que afetam as relações interpessoais. Na escola, alunos portadores de 
quadros psiquiátricos geram perplexidade em seus professores e colegas porque podem ser extremamente 
agressivos, inclusive auto-agressivos, encerrados em si mesmos em verdadeiro isolamento, alheios à realidade 
circundante, sempre ausentes, cruéis com outras pessoas, animais ou objetos “estranhos” porque falam coisas sem 
sentido, resistentes ao aprendizado, etc. 
Finalizando este aprofundando sobre Diacronia Terminológica Evolutiva do Autismo estabelecemos o seguinte: 
Estabelece a categoria de Transtornos do Neurodesenvolvimento que são de acordo com o DSM-V (2013), um 
grupo de condições com início no período do desenvolvimento, se manifestando como um espectro, substituindo 
dessa maneira, os subtipos dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, referenciados por um único termo 
abrangente: Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Assim, o TEA inclui o Transtorno do Autismo, a Síndrome de 
Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento em Outra Especificação, pois não os considera como desordens 
distintas, pois partem de um espectro único e contínuo, com prejuízo que vai do médio ao severo, nos aspectos 
relacionados à díade, antes tríade: 1) comunicação e interação social; 2) comportamentos, interesses restritos e 
repetitivos (APA, 2013). 
PARABÉNS! 
Você aprofundou ainda mais seus estudos! 
Avançar 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/aprofundando
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial/editorial
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/aprofundando
https://getfireshot.com
Unidade 1 Página inicial 
EDITORIAL 
DIREÇÃO UNICESUMAR 
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; 
CARVALHO , Tereza Cristina de. 
Transtorno Global do Desenvolvimento. 
Tereza Cristina de Carvalho. 
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
36 p. 
“Pós-graduação Universo - EaD”. 
1. Global. 2. Desenvolvimento 3. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 371.9 
CIP - NBR 12899 - AACR/2 
Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar 
Diretoria de Design Educacional 
Equipe Produção de Materiais 
Fotos : Shutterstock 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância 
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Retornar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p�gina-inicial/editorial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd1/p%C3%A1gina-inicial
Unidade 2 Página inicial 
OS DIREITOS DAS 
PESSOAS COM 
TRANSTORNOS 
GLOBAIS DO 
DESENVOLVIMENTO 
Professor (a) : 
Me. Tereza Cristina de Carvalho 
Objetivos de aprendizagem 
• Conhecer o percurso do direito à inclusão educacional e alguns documentos internacionais e recortes da legislação brasileira. 
• Conhecer as conquistas da Lei no 12.764 de 27 de dezembro de 2012 (Lei Berenice Piana) para as pessoas com Transtornos 
Globais do Desenvolvimento ou Transtorno do Espectro do Autismo. 
• Apresentar os direitos iguais e assegurados às pessoas com Transtornos Globais do Desenvolvimento. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p%C3%A1gina-inicial
Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Direito à inclusão educacional: Documentos internacionais e legislação brasileira 
• As conquistas da Lei Berenice Piana (Lei no 12.764 de 27 de dezembro de 2012) 
• Direitos Iguais e Direitos Assegurados 
Introdução 
Caro(a) aluno(a) nesta Unidade, vamos realizar uma caminhada sobre o direito à inclusão educacional das pessoas com deficiência, 
baseada em recortes de documentos internacionais e nacionais, para que você possa compreender que para chegarmos ao 
momento atual, a educação especial precisou perpassar por inúmeros estágios para queas pessoas acometidas por alguma 
deficiência pudessem ter seus direitos garantidos. Mesmo com as mudanças ocorridas ao longo dos anos ainda há muito que 
caminhar, pois além da aprovação das leis, elas precisam ser cumpridas em todo território nacional. Lembrando que veremos 
trechos a respeito da temática e há muito a ser lido e estudado sobre essa luta que permanece nos dias atuais. 
Neste estudo apresentaremos também a Lei Berenice Piana aprovada em 2012 que institui a Política Nacional de Proteção dos 
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, para deixar claro que a pessoa diagnosticada com autismo é uma pessoa 
com deficiência e possui direitos que devem ser preservados e cumpridos. 
Além disso, apresenta orientações sobre o autismo e outros direitos que são garantidos por lei, mas que muitos profissionais de 
diversas áreas e familiares de pessoas com TGD não conhecem, por isso o intuito é conscientizá-los sobre alguns desses direitos, 
indicar caminhos, além de possibilitar as discussões a respeito do combate à discriminação e, principalmente, assegurar que os 
direitos dessas pessoas sejam efetivados. 
Por isso, caro(a) aluno(a) a pretensão deste estudo é elucidar vocês profissionais que atuam ou que pretende em algum momento 
atuar com as pessoas com TGD, a perceberem que o universo que envolve essas pessoas vai muito além do processo educacional e 
inclusivo e desvelar que todos somos iguais independente das condições cognitivas, emocionais, físicas, sociais, de cor, raça ou 
religião. 
Boa leitura e bons estudos! 
Avançar 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
Unidade 2 Página inicial 
DIREITO À INCLUSÃO EDUCACIONAL: 
DOCUMENTOS INTERNACIONAIS E 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
Os incidentes de que me lembro contam uma história fascinante sobre como as crianças autistas percebem 
e reagem de forma incomum ao mundo estranho que as cerca – o mundo ao qual tentam desesperadamente 
impor alguma ordem. 
Fonte: Temple Grandin (1999) 
Caro(a) aluno(a) vamos partir do princípio de que a inclusão perpassou por inúmeras transformações ao longo de sua história, até 
hoje. Há alguns anos o deficiente era visto por muitos como um fardo para a sociedade, considerado como incapaz, sendo excluído 
de qualquer direito, inclusive em relação a aquisição de conhecimento. Com o passar dos anos, com o crescente da população 
deficiente no país, com o olhar mais sensível e humano de pesquisadores, estudiosos da área e de profissionais de diversos 
segmentos, em relação às necessidades individuais e coletivas dessas pessoas, e com a luta pela igualdade de direitos, foram 
surgindo as escolas especiais. 
O Brasil utilizou como alicerce, além das leis nacionais, documentos internacionais para reorganizar o seu sistema educacional que 
fosse aberto às diferenças, e que pudessem auxiliar na formulação de políticas públicas para a educação inclusiva do país. 
Por isso, é necessário retomarmos alguns aspectos relevantes e que nos fizeram chegar até o momento atual. Primeiramente, 
vamos partir dos princípios propostos no art. 1º e 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que reconhece que: 
Todos os seres humanos nascem livres e iguais, em dignidade e em direitos [...] sem distinção alguma, 
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem 
nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação (ORGANIZAÇÃO DAS 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p%C3%A1gina-inicial
NAÇÕES UNIDAS, 1948, p. 2). 
A mesma declaração também propõe em seu art. 26º, tópico 1º, que “[...] toda pessoa tem direito à educação. A educação deve ser 
gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório [...]” (ORGANIZAÇÃO 
DAS NAÇÕES UNIDAS, 1948, p. 6). Por isso, quando o documento propõe que “toda pessoa tem direito à educação”, entende-se 
que as pessoas com deficiência também possuem os mesmos direitos. 
Complementando as concepções da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988, dispõe em seu art. 208, que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; [...] III - 
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular 
de ensino [...] (BRASIL, 1988, p. 122). 
Em 1990, a Declaração Mundial da Educação para Todos, por exemplo, em seu art. 3º, propõe universalizar o acesso à educação e 
promover a equidade e em seu inciso 5 diz que “as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências 
requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação [...] de todo e qualquer tipo 
de deficiência, como parte integrante do sistema educativo” (DECLARAÇÃO MUNDIAL DA EDUCAÇÃO PARA TODOS, 1990, 
p.4). 
Em 1994, os delegados da Conferência Mundial de sobre Necessidades Educacionais Especiais em assembleia em Salamanca, na 
Espanha, reafirmaram o compromisso com a Educação para Todos, confirmando a urgência em promover educação para as 
crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino, proclamando que: 
Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o 
nível adequado de aprendizagem, 
Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas, 
Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no 
sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades, 
Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá- 
los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades, 
Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater 
atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e 
alcançando educação para todos; além disso, tais escolas proveem uma educação efetiva à maioria das 
crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional 
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA, 1994, p. 1). 
A Declaração de Salamanca de acordo com Mori; Cerezuela e organizadores (2014, p. 43) é: 
um dos documentos de maior importância no processo histórico da inclusão. Sua principal defesa é de que 
as escolas regulares que realizam a inclusão são as mais eficazes para dirimir a discriminação. Assim, todos 
os alunos que apresentam deficiências ou necessidades educacionais especiais devem ter acesso e 
condições de permanência e desenvolvimento em toda rede regular de ensino. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
Levando em consideração os aspectos acima supracitados, é evidente que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
9394/1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, sofreu grande influência da Declaração de Salamanca e isso 
já começa ser evidenciado em seu artigo 4º, que além de contemplar a oferta da educação básica obrigatória e gratuita, 
consolidando o inciso I do art. 208 da ConstituiçãoFederal (1988), apresenta em seu inciso III, considerando a nova Redação dada 
pela Lei nº 12.796, de 2013 que: 
atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, 
preferencialmente na rede regular de ensino [...] (BRASIL, 2013). 
Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência, define em seu § 1º que “a educação especial é uma modalidade de educação escolar oferecida 
preferencialmente na rede regular de ensino para educando com necessidades educacionais especiais, entre eles o portador de 
deficiência” (BRASIL, 1999, p.7). 
A resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001 que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação 
Básica estabelece em seu art. 2º que “os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se 
para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma 
educação de qualidade para todos” (MEC/SEESP, 2001). 
Já em 2008 a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva estabelece como objetivo o “acesso, a 
participação e a aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades 
educacionais”, garantindo: 
Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; 
Atendimento educacional especializado; 
Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; 
Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação 
para a inclusão escolar; 
Participação da família e da comunidade; 
Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação 
e informação; e 
Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas (MEC/SEESP, 2008, p.10). 
Leis tiveram que ser estabelecidas para que as pessoas com deficiência tenham seus direitos garantidos? 
Sem leis específicas, como essas pessoas podem fazer valer seus direitos, que devem ser iguais para todos? 
Fonte: elaborado pela autora. 
Em 2010 com a Resolução CNE/CEB n°04/2010, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, propõe em seu 
art. 29 que “a Educação Especial, é modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade escolar” (BRASIL, 2010, p.10). E complementa 
em seu inciso 1º que: 
Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de 
recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos (BRASIL, 2010, p.10). 
Caro(a) aluno(a) para finalizar, em 2012, a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do espectro 
Autista criou a Lei nº 12.764/2012 (Lei Berenice Piana), que consolida uma série de direitos, estabelecendo em seu art. 7º, que “O 
gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro 
tipo de deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos” (BRASIL, 2012, p. 10). 
Por isso, para compreendermos um pouco melhor essa nova lei que estabelece direitos às pessoas com Transtorno do Espectro 
Autista, vamos acompanhar a aula a seguir. 
AS CONQUISTAS DA LEI BERENICE 
PIANA (LEI Nº 12.764 DE 27 DE 
DEZEMBRO DE 2012) 
Caro(a) aluno(a) vamos recordar, estamos falando sobre os direitos da pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). 
Faz parte dos Transtornos do Espectro do Autismo, três transtornos relacionados aos Transtornos Globais do Desenvolvimento 
(TGD), que são o Transtorno Autista, o Transtorno de Asperger e o Transtorno Global ou Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra 
Especificação. 
Após muitas lutas, as pessoas com autismo conquistaram os mesmos direitos, previstos na Constituição Federal de 1988 e em 
outras leis do país, como as leis específicas para pessoas com deficiência. A aprovação da Lei nº. 12.764/12 (Berenice Piana) trouxe 
muitas conquistas para as pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo. Veremos a seguir os avanços que a Lei trouxe, 
principalmente na área da educação, como por exemplo, o direito a um acompanhante especializado. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
Quem são as Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo? 
O inciso 1º do art. 1º desta lei, define que é considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela que possui síndrome 
clínica conforme estabelecido nos incisos I ou II a seguir: 
I. deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por 
deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de 
reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de 
desenvolvimento; 
II. padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por 
comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; 
excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos 
(BRASIL, 2012, p.n/c). 
O inciso 2o complementa o inciso 1º e estabelece que “a pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com 
deficiência, para todos os efeitos legais” (BRASIL, 2012, p.n/c). 
Diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa 
com Transtorno do Espectro Autista 
O art. 2o desta Lei estabelece as diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro 
Autista em seus incisos de I a VIII: 
I. a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das políticas e no atendimento à pessoa com 
transtorno do espectro autista; 
II. a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para as pessoas com 
transtorno do espectro autista e o controle social da sua implantação, acompanhamento e avaliação; 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
III. a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o 
diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes; 
IV. (VETADO); 
V. o estímulo à inserção da pessoa com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho, observadas 
as peculiaridades da deficiência e as disposições da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente); 
VI. a responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa ao transtorno e suas 
implicações; 
VII. o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com 
transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis; 
VIII. o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos tendentes a dimensionar 
a magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do espectro autista no País. 
IX. Parágrafo único. Para cumprimento das diretrizes de que trata este artigo, o poder público poderá firmarcontrato de direito público ou convênio com pessoas jurídicas de direito privado (BRASIL, 2012, p.n/c) 
Berenice Piana é mãe de Dayan, caçula de 3 filhos que percebeu que seu filho perto dos 2 anos deixou de 
falar, emudeceu completamente e nunca mais falou. Após ler alguns livros na área da psiquiatria percebeu 
que seu filho era autista. Conheceu a mãe de uma criança com autismo que lhe indicou um terapeuta, mas 
era mais do que podia pagar. Esperou longos três anos para ter a oportunidade de voltar lá com o dinheiro 
na mão e iniciar o tratamento de seu filho. Após muita luta e altos e baixos, Bernice conseguiu que Dayan 
ficasse em tratamento com esse terapeuta por 8 anos. Nesse meio tempo começou a participar de palestras 
e workshops a respeito do autismo e iniciou sua luta por políticas públicas, até a concretização de um 
Projeto e Lei e sua aprovação em plenário no dia 15 de junho de 2011. 
Fonte: adaptado de PIANA (2012, online). 
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista 
Essa lei também estabelece em seu art. 3º os direitos da pessoa com transtorno do espectro autista: 
I. a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer; 
II. a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração; 
III. o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, 
incluindo: 
a. o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo; 
b. o atendimento multiprofissional; 
c. a nutrição adequada e a terapia nutricional; 
d. os medicamentos; 
e. informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento; 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
IV. o acesso: 
a. à educação e ao ensino profissionalizante; 
b. à moradia, inclusive à residência protegida; 
c. ao mercado de trabalho; 
d. à previdência social e à assistência social. 
V. Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista 
incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o , terá direito a 
acompanhante especializado (BRASIL, 2012, p.n/c) 
Direito à liberdade 
A pessoa com transtorno do espectro autista de acordo com o art. 4º da mesma lei estabelece que “não será submetida a 
tratamento desumano ou degradante, não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discriminação por 
motivo da deficiência”. Também determina em seu parágrafo único que “nos casos de necessidade de internação médica em 
unidades especializadas, observar-se-á o que dispõe o art. 4o da Lei no 10.216, de 6 de abril de 2001” (BRASIL, 2012, p.n/c). 
Direito à saúde 
Em relação à saúde o art. 5º determina que “a pessoa com transtorno do espectro autista não será impedida de participar de planos 
privados de assistência à saúde em razão de sua condição de pessoa com deficiência, conforme dispõe o art. 14 da Lei no 9.656, de 
3 de junho de 1998” (BRASIL, 2012, p.n/c). 
Direito à educação 
Em relação à educação a Lei estabelece em seu art. 7o que “o gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de 
aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) 
salários-mínimos”. O inciso 1o do mesmo artigo complementa estabelecendo que “em caso de reincidência, apurada por processo 
administrativo, assegurado o contraditório e a ampla defesa, haverá a perda do cargo (BRASIL, 2012, p.n/c). 
Desse modo caro(a) aluno(a) vimos que apesar dos direitos que as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo possuem, foi 
necessário assegurar esses direitos por meio de uma lei específica, lei essa conhecida como Berenice Piana, pois apesar dos 
inúmeros esforços, ainda é constatado que muitas leis não são cumpridas, por isso a aprovação da Lei 12.764/12 que institui uma 
política nacional de proteção aos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo é retratada como mais um avanço 
na caminhada em prol do cumprimento dos direitos dessas pessoas. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
DIREITOS IGUAIS E DIREITOS 
ASSEGURADOS 
Caro(a) aluno(a) vamos retratar sobre os direitos que as pessoas com TGD ou TEA possuem, mas que muitos profissionais, a 
sociedade em geral e a família muitas vezes não conhecem. 
Além do direito à educação e ao atendimento educacional especializado como já vimos, essas pessoas têm direito à prática de esporte , 
pois contribui para o seu desenvolvimento social, psíquico e motor. Elas têm direito à cultura como o acesso ao cinema, exposição 
de arte, espetáculos teatrais e apresentações musicais (EDEPE, 2010). 
Esses direitos se estendem ao lazer , pois especialistas relatam que as brincadeiras nos primeiros anos de vida, de zero a seis anos 
de idade, são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, social, físico e emocional da criança e o Estado, a família e a 
sociedade devem garantir condições e oportunidades para que essas crianças exerçam seu direito ao lazer (EDEPE, 2010). 
Como vimos na Lei 12.764/12 as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo têm direito à saúde , e ao atendimento terapêutico 
adequado, conforme estabelecido no art. 2º, item a do inciso II – área da saúde - da Lei 7.853/89, que garante o “acesso das pessoas 
portadoras de deficiência aos estabelecimentos de saúde públicos e privados, e de seu adequado tratamento neles, sob normas 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/tgdd2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
técnicas e padrões de conduta apropriados”, ainda, no mesmo artigo, item f do inciso II garante “o desenvolvimento de programas 
de saúde voltados para as pessoas portadoras de deficiência, desenvolvidos com a participação da sociedade e que lhes ensejem a 
integração social” (BRASIL, 2012, p.n/c). 
Em relação à saúde , o art. 6º da Lei Federal nº 8.080/90 operacionaliza o acesso dos cidadãos à saúde, ao serem inseridos no espaço 
de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) como a assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica e a formulação da 
política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua 
produção (BRASIL, 1990). 
O art. 2º do Decreto 8.368/2014 garante à pessoa com transtorno do espectro autista o direito à saúde no âmbito do Sistema 
Único de Saúde - SUS, respeitadas as suas especificidades e o cuidado integral no âmbito da atenção básica, especializada e 
hospitalar. 
Em relação ao tratamento dentário , de acordo com o EDEPE (2010, p.15), 
[...] garantir tratamento dentário para pessoas com autismo é efetivar o direito à saúde em toda a sua 
amplitude. Assim, o acompanhamento por parte de um dentista deve fazer parte da rotina das pessoas com 
autismo, devendo o Estado oferecer profissionais capacitados para este atendimento na rede pública de 
saúde. 
Ainda, em relação ao tratamento dentário , o art.2º, inciso 1º do Decreto 8.368/2014, estabelece “a ampliação 
e o fortalecimento da oferta de serviços de cuidados em saúde bucal das pessoas com espectro autista na 
atenção básica[...] (BRASIL, 2014, p. n/c) 
Quanto ao direito ao transporte público , se for comprovado que a pessoas com TGD ou TEA é carente e não possui condições 
financeiras de pagar pela passagem, a Lei Federal 8.899/94, determina o passe livre para essas pessoas no transporte estadual 
interestadual. A Lei Estadual 10.419/91 também prevê o passe gratuito intermunicipal, concedido às pessoas com deficiência 
física, mental e visual EDEPE (2010). Por isso, é importante que as famílias busquem mais esse direito, e se informem em seus 
municípios a respeito da gratuidade do transporte público, uma vez que possuem sua própria legislação em relação ao 
deslocamento gratuito dentro da cidade. 
Em relação ao atendimento prioritário , às pessoas com deficiência, possuem o direito

Continue navegando