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Psicologia na Saúde/Clínica Aula IX - Parte I Declaração de princípios de saúde mental. -Direito e Responsabilidade - A Saúde Mental é um direito do povo. A assistência a pessoa com transtorno mental é de responsabilidade da sociedade. -Integração - os serviços de assistência psiquiátrica modelados às necessidades do indivíduo, se insiram e se integrem na rede de recursos de saúde da comunidade. -Reorganização - a integração dos fatores físicos, psicológicos e sociais na gênese e na eclosão das doenças mentais, na terapêutica e na recuperação, é elemento importante na caracterização das necessidades regionais, na mobilização de recursos e na implantação de serviços. -Recursos de todos para todos: os recursos técnicos, administrativos e financeiros da saúde mental devem ser integrados e estruturados de modo a oferecer o uso racional e global a todos os indivíduos e grupos. ↳dinheiro público é finito e precisa ser empregado racionalmente, realmente atendendo as demandas da população Prevenção: os serviços de saúde mental devem promover a proteção e a assistência ao homem, desde o nascimento, e serem orientados no sentido preventivo. ↳é muito mais caro e difícil tratar transtorno e doenças graves, tendo sido melhor se, antes de se instaurar com força, houvesse medidas preventivas que evitassem os agravos do transtorno -Conscientização: a educação do público, seja através da escola, seja através dos veículos de comunicação, deve ser efetivada no sentido de seu esclarecimento a respeito das doenças mentais e de sua assistência. ↳conscientização demanda de campanhas e medidas que levem conhecimento a população, e há verba para isso, mas é usada de forma errada por governantes, que desviam dinheiro a seus benefícios, visando autopropaganda ao invés de conscientização -Formação de Pessoal: programas de recrutamento, formação e treinamento de pessoal técnico devem ser mantidos para a formação de equipes terapêuticas multiprofissionais. ↳profissionais precisam de aprimoramento constante -Hospital Comunitário: os hospitais devem ser reestruturados no sentido de promover a pronta reintegração social do indivíduo, oferecendo-lhe serviços diversificados e um ambiente terapêutico dinamicamente comunitário, como medida eficaz contra a institucionalização. ↳reintegração e integração são quase mantras da saúde mental, já que os indivíduos precisam voltar a vida comunitária, serem reintroduzidos na família e serem reintroduzidos no trabalho ↳é um trabalho difícil, mas extremamente necessário, uma vez que convivência promove saúde ↳não é mais possível institucionalizar a pessoa com transtorno mental (trancar não é tratar), uma vez que essas medidas removem a individualidade dos sujeito (uniforme, cabelos iguais, horários iguais para todas as atividades cotidianas) -Serviços extra hospitalares: as técnicas e recursos terapêuticos de orientação comunitária devem ser enfatizadas para que se evite o uso abusivo do leito hospitalar. ↳mesmo em crises, precisamos de serviços extra-hospitalares, como os leitos do Caps ↳quanto mais recurso extra, melhor para lidar com o sujeito e a crise ↳ainda se internam pessoas em hospitais psiquiátricos, mas há muitos critérios para que isso não seja feito arbitrariamente (antigamente, internava-se os indesejáveis, os idosos que têm heranças que a família quer, etc) -Pesquisa: as pesquisas básicas e aplicadas devem sempre visar a autonomia do sujeito e estarem sob a égide da ética. ↳pesquisa precisa estar em movimento para encontrar problemas e soluções, mas sob a luz da ética, sem submeter ninguém a humilhações e abusos Reforma Psiquiátrica no Brasil -Ano 1989 -Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado, que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. ↳lógica não mais hospitalocêntrica do tratamento, com investimento em outros mecanismos de saúde -É o início das lutas do movimento da Reforma Psiquiátrica nos campos legislativo e normativo. ↳inspiração na reforma psiquiátrica italiana de Basaglia, investindo em conferências para realizar a reforma brasileira em 89 -A Lei 10.216 passou a vigorar em 2001, após 12 anos tramitando no Congresso Nacional. ↳lei Paulo Delgado levou doze anos de discussão para passar pelo congresso ↳ek infelizmente, ainda existem manicômios até hoje Período 1992 -2000 -Implantação da rede extrahospitalar . ↳inicio da ideia de Caps ↳apenas alguns lugares, como Santos, São Paulo e Campinas, que foram pioneiros nisso -Primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos manicômios por uma rede integrada de atenção à saúde mental. -Primeiras normas federais regulamentando a implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia, e as primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. ↳antes eram núcleos, mas atualmente são centros ↳hospitais-dia hoje fazem parte do Caps, e a PUC mesmo tinha o Projeto Ciranda, que contava com a proposta do hospital-dia na nossa clínica escola ↳comissões de profissionais da saúde fazem regulações nos hospitais, indo neles para ver se ofertavam saúde ou apenas torturavam e pioravam os quadros -2000 em funcionamento 208 CAPS, ↳muito pouco para abarcar toda a federação brasileira ↳atualmente, só em São Paulo, há mais de 600 municípios, demonstrando a precariedade -Mas 93% dos recursos do Ministério da Saúde para a Saúde Mental ainda são destinados aos hospitais psiquiátricos. Composição da rede de cuidados em Saúde Mental: -Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ↳carros-chefe da rede, concentrando boa parte do tratamento em saúde mental -Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), -Centros de Convivência, -Ambulatórios de Saúde Mental e ↳como a clínica escola da PUC -Hospitais Gerais ↳possuem ala psiquiátrica para internação, caso seja necessária Centro de Atenção Psicossocial - CAPS -É função dos CAPS prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando assim as internações em hospitais gerais ↳funciona de segunda a segunda, 24 horas por dia ↳fica clara a diferença para ambulatórios, como nossa clínica escola, por exemplo, que funciona de segunda a sexta, das 8h às 20h ↳entretanto, não são todos que funcionam 24 horas, como no caso de Caps de cidades muito pequenas ↳evita-se ao máximo os hospitais, mas há sim crises que não se consegue conter no Caps, com encaminhamentos para locais como a ala de internação do hospital Ouro Verde, mas enfatizando que isso só ocorre nas situações extremas -Promover a reinserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações intersetoriais -Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica. ↳precisando de especialista de saúde mental, se vai ao Caps ↳da retaguarda para UBS ↳há muitas articulações entre Caps e UBS, por meio de matriciamento da rede ↳maioria dos Caps funciona por referenciamento, até atendendo alguns indivíduos em plantões, mas o funcionamento principal não se dá assim -Os CAPS devem ser substitutivos, e não complementares ao hospital psiquiátrico. -Cabe aos CAPS o acolhimento e a atenção às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território. ↳neuroses graves e psicoses ↳pacientes muitas vezes crônicos -O CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento. ↳assim como Neri disse em sua palestra, os indivíduos devem ter poder de escolha de como viver e morrer ↳o profissional da saúde não tem nenhuma autoridade de impor como o sujeito deve viver, podendo inclusive escolher se quer viver na rua, por exemplo
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