Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dermatite seborreica (DS) Inflamatória multifatorial– Áreas com maior número de glândulas sebáceas– 10% da população geral– 70% das crianças menores de 3 meses– Distribuição trimodal: lactentes, adolescentes, adultos +50 anos– Fisiopatologia Etiologia desconhecida Leveduras do gênero Malassezia– Resposta inflamatória do hospedeiro– Predisposição genética– Precursora da dermatite atópica e psoríase– Associação com Malassezia Levedura lipofílica presente na flora cutânea– Encontrada em meio gorduroso– Quebra lipídios da pele– Produz ácidos graxos inflamatórios e citocinas pró-inflamatórias– Fatores desencadeante s Individuais: atividade da glândula sebácea, fatores neurogênicos, nutricionais e estresse emocional – Ambientais: mudanças sazonais, colonização por Malassezia– Alteração da integridade epidérmica e imunidade do hospedeiro– Genéticos: HLA-A32 e HLA-B18, mutações do gene 11 e deficiência de proteínas – Lactente Estímulo hormonal androgênico– Remissão a partir do 3º mês de vida– Pré- adolescente e adolescente Estímulo gonadal próprio e predisposição genética– Lesões crônicas ou recorrentes– Importância da Malassezia sp na fisiopatologia– – Manifestações Clínicas Lactente Placas eritematodescamativas arredondadas– Crostas amareladas em base eritematosa– Áreas com maior concentração de glândulas sebáceas– Crosta láctea no couro cabeludo e sobrancelhas– – Dermatite Seborreica Pediátrica Página 1 de Medicina 2 Crosta láctea no couro cabeludo e sobrancelhas – Lesões úmidas e brilhantes em dobras axilares e inguinais– Eritrodermia em casos extensos– Pré-adolescente e adolescente Lesões na face, pregas nasais e retroauriculares– Descamação fina e crostas espessas no couro cabeludo– Perda de cabelos e discreto prurido– Blefarite: eritema e escamas amareladas na área dos cílios– Fototipos V e VI Hipopigmentação pós-inflamatória após melhora das lesões– Associação com doenças neurológicas Parkinson, craniossinostose, polineuropatia amiloidótica familiar, traumatismo craniano, trauma medular, acidentes vasculares encefálicos, epilepsia, paralisia do nervo facial – Diagnóstico Clínico, biópsia raramente necessária– Achados histológicos:– Fase aguda e subaguda: infiltrado inflamatório linfo-histiocitário, espongiose, hiperplasia psoriasiforme leve a moderada com paraceratose ao redor do óstio folicular – Fase crônica: dilatação de capilares e hiperplasia psoriasiforme– – Tratamento Hidrocortisona 1% e imunomoduladores tópicos (tacrolimo e pimecrolimo) para controlar inflamação – Ácido salicílico 3-5% em creme ou xampu para remover escamas– Crosta láctea leve Aplicação de emolientes antes do banho– Escovação e lavagem para facilitar queda das escamas– Página 2 de Medicina 2 láctea leve Escovação e lavagem para facilitar queda das escamas– Evitar azeite de oliva e outros óleos orgânicos (podem piorar DS)– Agentes antifúngicos Cetoconazol 2% em xampu, 2 vezes/semana, até 8 semanas– Sulfeto de selênio em xampu, 2 vezes/semana– Xampus ceratolíticos Derivados do alcatrão a 4% e piritionato de zinco a 1%– Favorecem descamação, diminuem produção de sebo, propriedades antifúngicas – Tratamento tópico Inibidores de calcineurina (tacrolimo e pimecrolimo)– Agentes azólicos– Escolha do tratamento Dependente da idade, gravidade, distribuição da DS e tolerância aos efeitos adversos (Tabela) – Principais produtos utilizados no Tratamento da DS infantil: Classe Formulação Uso Observação Antifúngico tópico Cetoconazol xampu 2% Cicloproxolamina Xampu 1,5% 2x/ semana por 4 semanas Couro cabeludo Emolientes Óleo mineral/vaselina Uso diário Ajuda na remoção de escamas (escova macia) Agentes tópicos anti- inflamatórios Sulfeto de selênio shampoo (2,5%) 2x/semana - total 4 semanas Antifúngico tópico Cetoconazol creme 1x/dia por 7 dias Sozinho ou combinado com corticorteroides Corticosteroides tópicos Hidrocortisona creme 1% 1x/dia por 7 dias Limitar na superfície de aplicação Inibidores de calcineurina tópicos Pimecrolimo creme 1% Tacrolimo pomada 0,03% Tacrolimo pomada 0,1% 2x/dia Acima de 3 meses Acima de 2 anos Acima de 16 anos Diagnóstico Diferencial Diagnóstico diferencial Dermatite atópica (muito prurido)– Psoríase (placas eritematosas com edema e escamas grossas prateadas)– Tinea capitis (no couro cabeludo; prurido, tonsura e queda de cabelos)– Candidíase perineal (no períneo; acomete pregas e tem lesões satélites características) – Histiocitose de células de Langerhans (eritema e descamação no couro cabeludo, pápulas eritematoacastanhadas, petéquias, placas e vesículas) – Dermatite seborreica como marcador cutâneo de doenças graves Suspeita em pacientes pediátricos com lesões semelhantes à DS associadas a sintomas sistêmicos, diarreia, retardo do crescimento e infecções de repetição – Biópsia de pele e investigação são necessárias para descartar doenças graves, como imunodeficiências e defeitos metabólicos – Exemplos de doenças graves com manifestaçõe s similares à DS Deficiência de biotinidase (lesões cutâneas eritematosas, infecções de repetição, acidose metabólica e convulsões) – Doença de Leiner (imunodeficiência múltipla e deficiência de C5, dermatite seborreica crônica associada a diarreia, infecções por Gram- negativos e óbito no 5º mês de vida) – Dermatite seborreica- like em outras condições Comum em pacientes com HIV, principalmente com baixa contagem de linfócitos T CD4 – Também observada em depressão, lesões agudas traumáticas da medula espinal, polineuropatia amiloidótica, síndrome de Down e no fenótipo da doença de Leiner – Página 3 de Medicina 2 – REFERÊNCIA: SBP. TRATADO DE PEDIATRIA. MANOLE. 2022. V1. S15. C9. – Página 4 de Medicina 2
Compartilhar