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Financiamento do SUS 1
🏦
Financiamento do SUS
A Organização do Financiamento do SUS 
Qualquer pessoa pode usufruir dos serviços prestados pelo SUS (princípio da Universalidade), de modo que o acesso independe da 
renda do indivíduo; 
O orçamento do SUS é organizado pelo Estado por meio do recolhimento de tributos (contribuições sociais e impostos): 
Contribuições sociais: integram do orçamento da Seguridade Social (saúde + previdência social + assistência social); 
Impostos: integram o orçamento fiscal. 
Entre 2010 e 2015, no âmbito federal, cerca de 90% do financiamento do Ministério da Saúde foi constituído pelas contribuições sociais, 
particularmente oriundas da: 
Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
Contribuição Financeira para Seguridade Social (COFINS). 
❗ Outros recursos que integram o orçamento da seguridade social são: PIS/PASEP e a contribuição sobre a folha de salários. No 
entanto, esses recursos apresentam vinculação específica e não podem compor o orçamento da saúde. 
O PIS/PASEP é vinculado ao seguro desemprego, por exemplo.
Uma parte do orçamento arrecadado pelo Ministério da Saúde é utilizado para custeio de despesas próprias do ministério, como 
aquisição de insumos críticos para saúde; outra parte é transferida de forma regular e automática para estados e municípios;
A transferência ocorre a partir do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais de saúde;
Os estados também realizam transferências para os municípios;
Além das transferências regulares e automáticas, é possível que haja repasse de recursos ao município que aderir a um determinado 
programa de saúde ou que alcance certas metas nesse aspecto; 
Estados e municípios também usam recursos próprios para investimento no SUS, além do recebido diretamente do orçamento da União;
No âmbito estadual a fonte do orçamento advém do: 
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e 
Intermunicial e de Comunicação (ICMS); 
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). 
No âmbito municipal, as receitas que integram o orçamento da saúde são: 
Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU);
Imposto Sobre Serviços (ISS);
Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
Diz-se que o financiamento do SUS é tripartite devido à responsabilidade orçamentária compartilhada entre União, estados e 
municípios; 
Despesas que podem ser consideradas como ações e serviços públicos de saúde e que, portanto, podem receber recursos oriundos do 
orçamento do SUS: 
Vigilância em saúde; 
Atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de complexidade, assistência terapêutica e recuperação de deficiências 
nutricionais; 
Capacitação de pessoal de saúde do SUS; 
Desenvolvimento científico e tecnológico e controle de qualidade; 
Insumos específicos dos serviços de saúde, como: 
Imunobiológicos; 
Sangue e hemoderivados; 
Medicamentos; 
Financiamento do SUS 2
Equipamentos médico-odontológicos. 
Saneamento básico de comunidades indígenas e quilombolas; 
Manejo ambiental para controle de vetores de doenças; 
Investimento na rede física do SUS com fins em recuperação, reforma, amplicação e construção de estabelecimentos públicos de 
saúde; 
Remunação do pessoal ativo da área da saúde, incluindo os encargos sociais; 
Gestão do sistema público de saúde e operação de unidades prestadoras de serviços públicos de saúde. 
Não integram as ações e serviços públicos de saúde (ASPS): 
Pagamento de aposentadores e de pensões, inclusive dos servidores da saúde; 
Pessoal ativo da área de saúde quando em atividade alheia à referida área; 
Assistência à saúde que não atenda ao princípio de acesso universal; 
Merenda escolar e outros programas de alimentação, ainda que executados em unidades do SUS, ressalvando-se o disposto no 
inciso II do Art. 30; 
Saneamento básico, inclusive quanto às ações financiadas e mantidas com recursos provenientes de taxas, tarifas ou preços 
públicos instituídos para essa finalidade; 
Limpeza urbana e remoção de resíduos; 
Preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos órgãos de meio ambiente dos entes da Federação ou por entidades não 
governamentais; 
Ações de assistência social; 
Obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde. 
Entre 2006 e 2017, a alocação de recursos no SUS para o custeio das ASPS era organizada de seis blocos de financiamento: 
Atenção Básica; 
Ações de Média e de Alta Complexidade; 
Vigilância em Saúde; 
Assistência farmacêutica; 
Gestão do SUS; 
Investimento. 
A partir de 2017, com a publicação da portaria 3992, passam a existir apenas dois blocos de financiamento: 
Custeio – recursos destinados ao funcionamento das unidades
Manutenção da prestação das ações e dos serviços públicos de saúde; 
Funcionamento dos órgãos e dos estabelecimentos responsáveis pela implementação das ações e dos serviços de saúde. 
Investimento:
Aquisição de equipamentos voltados para a realização de ações e serviços públicos de saúde; 
Obras de construções novas utilizadas para a realização de ações e serviços públicos de saúde; 
Obras de reforma e/ou adequações de imóveis já existentes utilizados para realização de ações e serviços públicos de saúde. 
❗ O objetivo dessa mudança é garantir maior autonomia aos gestores da saúde no gerenciamento financeiro dos blocos. 
A legislação prevê que os recursos devem permanecer vinculados à finalidade definida em cada programa de trabalho do 
orçamento que deu origem aos repasses realizados e também ao que está estabelecido no plano de saúde e na programação 
anual; 
Emenda Parlamentar 
Trata-se de recursos do orçamento público cuja alocação é indicada por deputados e senadores; 
Todo ano o governo federal precisa elaborar um projeto de lei orçamentária, que determinaos gastos federais no ano seguinte. 
Cada parlamentar pode propor até 25 emendas por ano, destinando verbas para obras ou projetos do seu reduto eleitoral;
A emenda constituinal 86/2015 determina que até 1,2% da receita corrente líquida do ano anterior obrigatoriamente deverá ser 
executada no sangue seguinte por emendas individuais; 
50% desses recursos devem necessariamente ser destinados para ações dos serviços públicos de saúde. 
Financiamento do SUS 3
Além das emendas individuais, existem ainda: 
Emendas de bancada:
Coletivas;
Autorias de bancas estaduais ou regionais;
Recursos são destinados a projetos de grande relevância para os estados ou regiões dos parlamentares. 
Emenedas de comissão: 
Apresentadas pelas comissões técnicas da Câmara e do Senado.
Emendas de relator: 
Realizadas pelo deputado ou pelo senador escolhido para produzir o parecer final sobre o orçamento. 
As emendas individuais e de bancada são de execução obrigatória e, por isso, são conhecidas como orçamento impositivo; 
Existem no âmbito federal, estadual e municipal. 
Trajetória Histórica do Financiamento do SUS 
A Constituição de 1988 não definia, inicialmente, de que forma se daria a participação de cada ente federado no financiamento da 
seguridade social; 
Anos 90: grande instabilidade no financiamento do sistema de saúde; 
Fundo Social de Emergência (1994): 
A partir de 2000 passou a ser chamado de Desvinculação de Receitas da União (DRU); 
Objetivo: permitir ao governo federal a utilização livre de 20% de todos os tributos federais vinculados a algum fundo ou despesa 
específica. 
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF): 
Imposto cobrado sobre as translações financeiras que pessoas físicas ou jurídicas realizavam nos bancos, como saques, 
transferências e pagamentos; 
Vigorou de 1997 a 2007; 
Objetivo: arredação exclusiva de recursos para o fundo nacional de saúde.
Durante seu período de vigência, representou cerca de 30% do total de recursos federais destinados a saúde; 
Emenda Constitucional 29/2000:maior estabilidade do financiamento federal da saúde 
Estabeleceu os valores mínimos que a União, os estados e os municípios deveriam aplicar na área da saúde; 
Ente da Federação Gasto Mínimo
União Gasto do exercício anterior + variação do PIB
Estados 12% da receita tributária anual
Municípios 15% da receita tributária anual
Trouxe mais recursos para saúde e aumentou a participação dos estados e dos municípios no financiamento do SUS. 
Foi regulamentada apenas em 2012 por meio da Lei Regulamentar 141. 
Movimento Saúde + 10: 
Emenda de iniciativa popular em 2013;
Reivindicava a destinação de 10% da receita corrente bruta da União para saúde; 
Emenda Constitucional 86/2015: 
Alterou o método de cálculo para alocamento dos recursos da União para ASPS; 
A aplicação dos recursos da união em saúde estaria vinculada a um percentual da receita corrente líquida (RCL); 
Esse percentual seria aumentado anualmente a partir de 2016, chegando a 15% da receita corrente bruta em 2020; 
Não alterou as regras para os estados e os municípios; 
Prorrogou a DRU até 2023 e amplicou o percentual desvinculado de 20 para 30%; 
Aprovou o orçamento impositivo. 
Emenda Constitucional 95/2016: 
Congelou os gastos públicos entre 2016 e 2036; 
Estabeleceu que os recursos aplicados em ASPS podem ser corrigidos anualmente apenas pelo valor da inflação; 
Financiamento do SUS 4
Resulta na redução do gasto federal com a saúde.

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