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Aula 2 - Microeconomia Hugo Leonardo Carvalho Soares 1 Análise da Demanda de Mercado Conceitos de utilidade, Teoria do Consumidor (curva de indiferença, reta orçamentária e equilíbrio do consumidor), demanda de mercado. 2 Fundamentos de Microeconomia A Microeconomia ou Teoria de Preços é a parte da teoria econômica que estuda o comportamento das famílias, das empresas e dos mercados nos quais operam; Esse ramo da economia preocupa-se com as unidades econômicas individuais (consumidores, firmas, mercados específicos). 3 Fundamentos de Microeconomia A Microeconomia analisa a formação de preços com base em dois mercados básicos: • Mercado (preço) de bens e serviços; • Mercado (preço) dos serviços dos fatores de produção – salários, juros, aluguéis e lucros. A teoria microeconômica não tem foco numa empresa específica (como a economia de empresas), mas no mercado no qual as empresas e consumidores interagem, de acordo com os fatores econômicos que determinam os comportamentos do consumidor e das empresas. 4 Condição Coeteris Paribus • Para analisar um mercado específico, a teoria microeconômica se vale da hipótese de que tudo o mais permanece constante (em latim, coeteris paribus); • O foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado específico, analisando o papel que exercem a oferta e a demanda, supondo que outras variáveis não interferem ou interferem muito pouco; • Essa condição também serve para estudar efeitos de variáveis isoladas a renda, gastos, preferências... 5 Divisão dos Tópicos de Microeconomia Os grandes tópicos estudados na análise microeconômica são os seguintes: Teoria ou análise da demanda Teoria ou análise da oferta Análise das estruturas de mercado Teoria do equilíbrio geral e do bem-estar Imperfeições (“falhas”) de mercado 6 Divisão dos Tópicos de Microeconomia Teoria ou análise da demanda – estuda as diferentes formas que a demanda pode assumir e os fatores que a influenciam. A demanda ou procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor, as principais são o preço, a renda, as preferências, hábitos, e é dividida em: • Teoria do Consumidor (demanda individual) • Demanda de Mercado 7 Divisão dos Tópicos de Microeconomia Teoria ou análise da oferta – estuda o processo de produção e os custos de produção numa perspectiva econômica. A Teoria da Produção envolve apenas relações físicas entre o produto e os fatores de produção, enquanto a Teoria dos Custos de Produção classifica e analisa os custos. A análise da oferta é dividida em: Oferta Individual Oferta de Mercado Teoria da Produção e dos Custos de Produção 8 Divisão dos Tópicos de Microeconomia •Mercado de bens e serviços (Concorrência perfeita e monopolística, monopólio e oligopólio) •Mercado de insumos e fatores de produção (Concorrência perfeita, monopsônio e oligopsônio) Análise das estruturas de mercado – aborda a maneira como estão organizados os mercados e como é determinado o preço e a quantidade de equilíbrio nesses mercados e é dividida em: 9 Divisão dos Tópicos de Microeconomia • Teoria do equilíbrio geral e do bem- estar – estuda a interação de todos os mercados simultaneamente e seu impacto no bem-estar social (tópicos aprofundados em livros de específicos de microeconomia) ✓Teoria do bem-estar: alocação ótima dos recursos. • Imperfeições (“falhas”) de mercado – situações onde o mercado não promove perfeita alocação de recursos. ✓externalidades ✓bens públicos ✓informação assimetria 10 Análise da Demanda de Mercado 11 • Definição Demanda: Demanda (ou procura) é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir, num dado período, renda, gastos e preços de mercado. • Fundamentos da Teoria da Demanda: Os fundamentos da análise da demanda está baseada no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação ou bem-estar que os consumidores atribuem a bens e serviços que podem adquirir no mercado. A utilidade é a qualidade que os bens econômicos possuem de satisfazer as necessidades humanas. Teoria do Valor Trabalho x Teoria do Valor Utilidade • Teoria do valor trabalho foi desenvolvida pelos economistas clássicos Malthus, Adam Smith, Ricardo, Marx; • Considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho incorporado, representando basicamente a mão-de- obra. • A teoria do valor utilidade contrapõe-se à teoria do valor trabalho e pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda; • Para essa teoria o valor representa a satisfação que o bem representa para o consumidor. O valor é subjetivo e considera que o valor nasce da relação do ser humano com os objetos. 12 Obs.: Como está baseado em aspectos psicológicas ou preferências subjetivas, a utilidade difere de consumidor para consumidor valor de uso x valor de troca Noções sobre a Escolha do Consumidor: conceitos de utilidade total e marginal • No final do século 19 alguns economistas elaboraram o conceito de utilidade marginal e dela se deriva a curva da demanda e suas propriedades; • Entende-se que a Utilidade Total tende a aumentar quando aumenta o consumo de um bem ou serviço. Contudo, a Utilidade Marginal, que é a satisfação obtida adicional pelo consumo de uma unidade a mais do bem é decrescente (Lei da Utilidade Marginal Decrescente); 𝑈𝑚𝑔 = ∆𝑈𝑡 ∆𝑞 13 Noções sobre a Escolha do Consumidor: conceitos de utilidade total e marginal 14 Utilidade Total Quantidade Consumida Figura 01 – Utilidade Total Utilidade Marginal Quantidade Consumida Figura 02 – Utilidade Marginal Paradoxo da água e do diamante ou paradoxo do valor Comportamento e Escolha do Consumidor • Como um consumidor com renda limitada decide que bens e serviços deve adquirir? O comportamento do consumidor é melhor compreendido quando examinado em três etapas: I. Preferências do Consumidor: primeiro devemos encontrar uma forma prática de descrever por que as pessoas poderiam preferir uma mercadoria a outra. II. Restrições Orçamentárias: obviamente, os consumidores devem considerar os preços, por isso, devemos levar em consideração a renda limitada disponível. III. Escolhas do consumidor: diante de suas preferências e da limitação de renda, os consumidores escolhem comprar as combinações de mercadorias que maximizem sua satisfação. 15 Preferências do Consumidor • Considerando a imensa variedade de bens e serviços disponíveis no mercado e a diversidade de gostos pessoais, como podemos descrever as preferências do consumidor de forma coerente? • Primeiramente, vamos pensar como um consumidor pode comparar diferentes conjuntos de itens disponíveis para a compra. • Em Economia empregamos o termo cesta de mercado para nos referir a esse conjunto de itens. 16 Curva de Indiferença • A teoria da demanda desenvolvida pela economia tem como hipóteses básica que o consumidor está maximizando sua utilidade, limitado por seu nível de renda. • Curva de Indiferença (CI): instrumental gráfico que serve para ilustrar as preferências do consumidor, lugar geométrico que representa as diferentes combinações de bens que dão ao consumidor o mesmo nível de utilidade. 17 Preferências do Consumidor • Mas como os consumidores selecionam essas cestas? Quanto de comida ou vestuário comprar por mês? • Na teoria econômica é suposto que a preferência dos consumidores são consistentes e têm sentido. Com esse pressuposto podemos apresentar graficamente as preferências do consumidor por meio do uso das curvas de indiferença. 18 Vestuário Alimentos B A C Figura 03 – Curva de Indiferença Características Básicas da Curva de Indiferença I. Inclinação Negativa: supondo- se um dado nível de bem- estar, ao aumentar o consumo de um bem 𝑋 , é necessário reduzir o consumo de outro (bem 𝑌). Por isso, a inclinação da curva deindiferença recebe o nome de Taxa Marginal de Substituição (TMS). 19 II. Convexidade em relação à origem: a taxa marginal de substituição vai diminuindo à medida que aumenta a quantidade de um bem e reduzimos a quantidade do outro. Preferências do Consumidor 20 • Para descrevermos as preferencias de um consumidor em relação a todas as combinações de curvas de indiferença é denominado mapa de indiferença. Vestuário Alimentos Figura 04 – Mapa de Indiferença 𝑈1 𝑈2 𝑈3 Restrição Orçamentária • Como a restrição orçamentaria limita as escolhas de um consumidor? • Vamos considerar a seguinte situação no qual a renda fixa é representada por “I”, que possa ser gasta em diversos produtos, “A” representará as quantidades adquiridas de alimentos e por “V” a quantidade adquirida de vestuário. • Os preços das duas mercadorias serão indicadas por 𝑃𝐴 e por 𝑃𝑉. 21 Restrição Orçamentária Por simplificação, vamos supor que o consumidor gasta toda a sua renda em alimento e vestuário. 𝑃𝐴𝐴 representa a quantidade gasta com alimentos e 𝑃𝑉𝑉 é a quantidade gasta em vestuário. A linha do orçamento indica todas as combinações de A e V para os quais o total de dinheiro gasto seja igual à renda disponível. 22 Restrição Orçamentária 23 • A linha orçamentária descreve as combinações de quantidades de bens que podem ser adquiridas de acordo com a renda do consumidor e os preços do bem e pode ser representada pela expressão: 𝑃𝐴𝐴 + 𝑃𝑣𝑉 = 𝐼 (0.1) Vestuário Alimentos Figura 05 – Linha do Orçamento Restrição Orçamentária 24 • Efeitos das Modificações na Renda: O que ocorre com a linha do orçamento quando ocorrem modificações na renda? Vestuário Alimentos Figura 06 – Efeito de uma modificação na renda sobre a linha do orçamento 𝐼0𝐼1 𝐼2 𝐼1 < 𝐼0 < 𝐼2 Restrição Orçamentária 25 • Efeitos das Modificações no Preço: O que ocorre com a linha do orçamento caso o preço de uma mercadoria seja modificado, mas o preço da outra mercadoria permaneça o mesmo? Vestuário Alimentos Figura 07 – Efeito de uma modificação nos preço sobre a linha do orçamento 𝑃𝐴0𝑃𝐴1 𝑃𝐴2 𝑃𝐴1 > 𝑃𝐴0 > 𝑃𝐴2 Escolha Ótima (Equilíbrio do Consumidor) • Dadas as preferencias e as restrições orçamentárias, podemos determinar como os consumidores escolhem quanto comprar de cada mercadoria. • A cesta de mercado maximizadora deverá satisfazer duas condições: 1. Deverá estar sobre a linha do orçamento; 2. Deverá dar ao consumidor sua combinação preferida de bens e serviços. 26 Escolha Ótima (Equilíbrio do Consumidor) • As duas condições tratadas anteriormente fazem com que o problema de maximização da satisfação do consumidor seja o de escolher um ponto apropriado sobre a linha do orçamento. 27 Vestuário Alimentos Figura 08 – Maximizando a satisfação do consumidor Escolha Ótima (Equilíbrio do Consumidor) • Mas como escolher diante das diversas combinações de curvas de indiferenças? 28 Vestuário Alimentos Figura 09 – Maximizando a satisfação do consumidor no mapa de indiferença 𝑋2 ∗ 𝑋1 ∗ 𝑈0 𝑈1 𝑈2A B C Alternativas de Equilíbrio do Consumidor 29 Vestuário Alimentos Figura 10 – Situações alternativas de equilíbrio do consumidor 𝑈0 𝑈1 𝑈2 Variáveis que Afetam a Demanda • preço do bem ou serviço; • preços de outros bens ou serviços; • renda (e sua distribuição); • riqueza (e sua distribuição); • fatores climáticos e sazonais; • localização; • propaganda; • hábitos, gostos, preferências dos consumidores; • expectativas sobre o futuro; • facilidades de crédito (disponibilidade, taxa de juros, prazos). 30 Análise da Demanda de Mercado • Lei Geral da Demanda: relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, coeteris paribus. ⇒ 𝑞𝑑 𝑖 = 𝑓(𝑝𝑖) 31 𝑝 𝑞 Figura 11 – Curva da demanda 𝑝1 𝑞1 A B 𝑞0 𝑝0 Análise da Demanda de Mercado 32 • Função Geral da Demanda: 𝑞𝑖 𝑑 = 𝑓(𝑝𝑖 , 𝑝𝑠, 𝑝𝑐 , 𝑅, 𝐺) 𝑞𝑖 𝑑 = quantidade procurada (demandada) do bem i/t (t significa num dado período) 𝑝𝑖 = preço do bem i/t 𝑝𝑠 = preço dos bens substitutos ou concorrentes/t (o consumo de um bem substitui o consumo do outro) 𝑝𝑐 = preço dos bens complementares/t (são bens consumidos em conjunto) 𝑅 = renda do consumidor/t 𝐺 = gostos, hábitos e preferências do consumidor/t Quantidade demandada e o preço do próprio bem • Curva de demanda: 𝑞𝑖 𝑑 = 𝑓 𝑝𝑖 supondo 𝑝𝑠, 𝑝𝑐, 𝑅, 𝐺 constantes △ 𝑞𝑖 𝑑 △ 𝑝𝑖 < 0 • Por que ocorre essa relação inversa entre o preço e a quantidade demandada de um bem ou serviço? • Efeito Preço Total: Suponhamos uma queda do preço do bem. ✓Efeito substituição: o bem fica mais barato relativamente aos concorrentes, com o que a quantidade demandada aumenta; ✓Efeito renda: com a queda de preço, o poder aquisitivo do consumidor aumenta, e a quantidade demandada do bem tende, normalmente, a aumentar. 33 Quantidade demandada e o preço de outros bens e serviços A relação da quantidade demandada de um bem ou serviço com os preços de outros bens ou serviços dá origem a dois importantes conceitos: •Bens substitutos; •Bens complementares. 34 Quantidade demandada e o preço de outros bens e serviços • Bens substitutos ou concorrentes: o consumo de um bem substitui o consumo do outro. 𝑞𝑖 𝑑 = 𝑓 𝑝𝑠 supondo 𝑝𝑖, 𝑝𝑐, 𝑅, 𝐺 constantes △ 𝑞𝑖 𝑑 △ 𝑝𝑖 > 0 • Exemplos de bens substitutos entre si: ➢carne de vaca, frango, peixe; ➢ refrigerante de marcas diferentes; ➢viagem de trem ou de ônibus; ➢manteiga e margarina. 35 𝑃𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖𝑔𝑒𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐴 Figura 12 – Deslocamento da demanda, supondo um aumento no preço de um bem concorrente ou substituto 𝑞𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖𝑔𝑒𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐴 𝑑 𝑝 𝑞0 𝑞1 𝐷𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖𝑔𝑒𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐴 0 𝐷𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖𝑔𝑒𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐴 1 Quantidade demandada e o preço de outros bens e serviços • Bens complementar: são bens consumidos em conjunto. 𝑞𝑖 𝑑 = 𝑓 𝑝𝑐 supondo 𝑝𝑖, 𝑝𝑠, 𝑅, 𝐺 constantes △ 𝑞𝑖 𝑑 △ 𝑝𝑖 < 0 • Exemplos de bens complementares entre si: ➢camisa social e gravata; ➢pneu e câmara; ➢pão e manteiga; ➢ sapato e meia. 36 𝐷𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 0 𝐷𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 1 𝑃𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜 𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 𝑞𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜 𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 𝑑 Figura 13 – Deslocamento da demanda, supondo um aumento no preço de um bem complementar 𝑝 𝑞1 𝑞0 Demanda de um bem e renda do consumidor (𝑹) 𝑞𝑖 𝑑 = 𝑓(𝑅), com 𝑝𝑖, 𝑝𝑠,𝑝𝑐, 𝐺 constantes • Em relação à renda dos consumidores, podemos ter três situações distintas: • △𝑞𝑖 𝑑 △𝑅 > 0, bem normal: aumentos da renda levam ao aumento da demanda do bem; • △𝑞𝑖 𝑑 △𝑅 < 0, bem inferior: aumentos da renda levam à queda de demanda do bem: carne de segunda, roupas rústicas etc.; • △𝑞𝑖 𝑑 △𝑅 = 0, bem de consumo saciado: se aumentar a renda do consumidor, não aumentará a demanda do bem. 37 Deslocamento da demanda, supondo um aumento na renda dos consumidores 38 𝐷𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 2ª 0 𝐷𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 2ª 1 𝑃𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 2ª 𝑞𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 2ª 𝑑 Figura 15 – Bem Inferior 𝑃𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 1ª Figura 14 – Bem Normal 𝑞𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 1ª 𝑑 𝐷𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 1ª 0 𝐷𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 1ª 1 Deslocamento da demanda, supondo um aumento na renda dos consumidores 39 𝑃𝑎𝑟𝑟𝑜𝑧 Figura 16 – Bem de Consumo Saciado 𝑞𝑎𝑟𝑟𝑜𝑧 𝑑 𝐷𝑎𝑟𝑟𝑜𝑧 0 = 𝐷𝑎𝑟𝑟𝑜𝑧 1 Demanda de um bem e hábitos dos consumidores (𝑮) 𝑞𝑖 𝑑 = 𝑓(𝐺), com 𝑝𝑖, 𝑝𝑠,𝑝𝑐, 𝑅 constantes • Os hábitos, preferências ou gostos (G) podem ser alterados ou “influenciados” por propaganda e campanhas promocionais. Podemos ter campanhas para aumentar o consumo ou para diminuir o consumo de bens. 40 Deslocamento da demanda, supondo uma alteração dos hábitos dos consumidores 41 𝑃𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑢𝑑á𝑣𝑒𝑖𝑠 Figura 17 – Campanhas de alimentação saudáveis 𝑞𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑢𝑑á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑑 𝐷𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑢𝑑á𝑣𝑒𝑖𝑠 0 𝐷𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑢𝑑á𝑣𝑒𝑖𝑠1 𝐷𝑐𝑖𝑔𝑎𝑟𝑟𝑜 0 𝐷𝑐𝑖𝑔𝑎𝑟𝑟𝑜 1 𝑃𝑐𝑖𝑔𝑎𝑟𝑟𝑜 𝑞𝑐𝑖𝑔𝑎𝑟𝑟𝑜 𝑑 Figura 18 – Campanha contra o fumo Resumo das principais variáveis da função demanda • As principais variáveis determinantes da função demanda, bem como as relações entre essas variáveis e a demanda do consumidor, podem ser assim resumidas: 𝑞𝑖 𝑑 = 𝑓(𝑝𝑖 , 𝑝𝑠, 𝑝𝑐 , 𝑅, 𝐺) △ 𝑞𝑖 𝑑 △ 𝑝𝑖 < 0, △ 𝑞𝑖 𝑑 △ 𝑝𝑠 > 0, △ 𝑞𝑖 𝑑 △ 𝑝𝑐 < 0, △ 𝑞𝑖 𝑑 △𝑅 > <0, △ 𝑞𝑖 𝑑 △ 𝐺 > <0 42 Curva de Demanda de Mercado de Um Bem ou Serviço • Até esta parte, não distinguimos a demanda do consumidor individual da demanda de mercado, que engloba todos os consumidores de determinado bem ou serviço. • A demanda de mercado é igual ao somatório horizontal (de quantidades) das demandas individuais. 𝐷𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 = 𝑖=1 𝑛 𝑑𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑎𝑖𝑠 , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑖 = 1, 2. . . 𝑛 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠. 43 Variações da demanda x variações na quantidade demandada As variações da demanda dizem respeito ao deslocamento da curva da demanda, em virtude de alterações em 𝑝𝑠, 𝑝𝑐, 𝑅 ou 𝐺 (ou seja, mudanças na condição coeteris paribus). 44 𝑃𝑖 Figura 19 – Variação da demanda 𝑞𝑖 𝑑 𝐷𝑖 0 𝐷𝑖 1 Variações da demanda x variações na quantidade demandada A variação na quantidade demandada refere-se ao movimento ao longo da própria curva de demanda, em virtude da variação do preço do próprio bem 𝑝𝑖 , mantendo as demais variáveis constantes (coeteris paribus). 45 𝐷𝑖 0 𝑝𝑖 𝑞𝑖 𝑑 Figura 20 – Variação na quantidade demandada 𝑝0 𝑞0 𝐵 𝐴 𝑞1 𝑝1 Excedente do Consumidor • O excedente do consumidor é o benefício líquido que o consumidor ganha por ser capaz de comprar um bem ou serviço. • É a diferença entre a disposição máxima a pagar por parte do consumidor e o que ele efetivamente paga. 46 120 𝑝 𝑞 Figura 21 – Excedente do Consumidor 140 4 5 160 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 3 180 2 Caso especial: Bem de Giffen • O Paradoxo ou Bem de Giffen é uma exceção à Lei Geral da Demanda, em que a curva de demanda é positivamente inclinada, ou seja, há uma relação direta, e não inversa, como usual, entre a quantidade demandada e o preço do bem. • O bem de Giffen é um caso especial de bem inferior, onde, dada uma mudança nos preços, o efeito renda supera o efeito substituição sobre a quantidade demandada. 47 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑡𝑎𝑡𝑎 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑡𝑎𝑡𝑎 Figura 22 – Paradoxo de Giffen 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑡𝑎𝑡𝑎𝑠 Exemplo Numérico • Dados 𝑞𝑥 = 30 − 1,5𝑝𝑥 + 0,8𝑝𝑦 + 10𝑅, pede-se a) O bem 𝑦 é complementar ou substituto de 𝑥? Por quê? • Trata-se de um bem substituto: isso é indicado pelo sinal positivo do coeficiente de 𝑝𝑦(+0,8). Indica que, se 𝑝𝑦 aumentar, 𝑞𝑥 também aumentará, coeteris paribus. b) O bem 𝑥 é normal ou inferior? Por quê? • É um bem normal: o sinal do coeficiente da variável renda é positivo (+10). c) Supondo 𝑝𝑥 = 1, 𝑝𝑦 = 2, 𝑅 = 100, qual a quantidade procurada de 𝑥? • Basta substituir os valores de 𝑝𝑥, 𝑝𝑦 e 𝑅 na equação dada: 𝑞𝑥 = 30– 1,5(1) + 0,8(2) + 10(100) ⇒ 𝑞𝑥 = 1.030,1 48 Bibliografia • DE VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: Micro e Macro. 6º. ed. São Paulo: Atlas, 2015. • DE VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. • PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 8ª. ed. São Paulo: Pearson, 2014. • ROSSETI, J. P. Introdução à economia. 21ª ed., São Paulo: Atlas, 2016. 49
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