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Cólon e reto Cólon Anatomia e fisiologia do cólon O intestino anterior é irrigado pela artéria celíaca, o intestino médio pela AMS e o intestino posterior pela AMI. - O território da AMS termina na porção distal do cólon transverso e o da AMI começa na região da flexura esplênica. Um grande vaso colateral, a artéria marginal, conecta estas duas circulações e forma uma arcada contínua ao longo da borda mesentérica do cólon. ● A AMS irriga todo o intestino delgado, dando 12 a 20 ramos jejunais e ileais para a esquerda e até três ramos colônicos principais à direita. ● A artéria ileocólica é a mais constante destes ramos e irriga o íleo terminal, o ceco e o apêndice. ● A artéria cólica direita supre o cólon ascendente, a flexura hepática e comunica-se com a artéria cólica média através da arcada arterial colateral marginal. ● A artéria cólica média é um ramo proximal da AMS. Ela geralmente se divide em ramos direito e esquerdo, que irrigam o cólon transverso proximal e distal, respectivamente → O ramo esquerdo da artéria cólica média pode também suprir o território irrigado pela artéria cólica esquerda através das colaterais da artéria marginal. ● A AMI se origina da aorta no nível de L2 a L3, aproximadamente 3 cm acima da bifurcação aórtica. A artéria cólica esquerda é o ramo mais proximal, irrigando a porção distal do cólon transverso, a flexura esplênica e o cólon descendente. ● O arcada colateral de Riolan conecta diretamente as porções proximais às porções da AMS com a AMI e pode servir como um canal vital quando uma ou outra destas artérias está ocluída. Ela também é conhecida como artéria mesentérica sinuosa e tem um tamanho bastante variável. Doença diverticular dos cólons ou diverticulose Um divertículo é um saco ou uma bolsa anormal que faz uma protrusão da parede de um órgão oco, que é o cólon. - Um divertículo verdadeiro é composto por todas as camadas da parede intestinal. - Um falso divertículo, ou pseudodivertículo, não possui uma das porções da parede intestinal. Manifestações clínicas - 75 - 80% dos pacientes são assintomáticos. - Dor abdominal inespecífica em abdome inferior - Distensão abdominal - Constipação Diagnóstico - Enema opaco → Exame padrão - Colonoscopia: indicada rotineiramente em todos os pacientes que apresentam doença sintomática, com o intuito de excluir lesões relacionadas à neoplasia. Tratamento - Aumento da ingestão de fibras - Não há benefício com o uso de antiespasmódicos ou anticolinérgicos, também não existindo justificativa para a administração de analgésicos narcóticos e antibióticos em casos de doença diverticular não complicada. Tratamentos alternativos, como mesalazina e probióticos, têm sido recentemente propostos. Diverticulite A diverticulite é o resultado da perfuração de um divertículo colônico. O termo é, sem dúvida, uma denominação errônea, pois a doença, na realidade, é uma infecção pericólica extraluminar, causada pelo extravasamento de fezes através do divertículo perfurado. Manifestações clínicas - Dor no quadrante inferior esquerdo do abdome, que pode irradiar-se para a área suprapúbica, virilha esquerda ou para as costas. - Alterações nos hábitos intestinais são uma queixa muito comum. Achados físicos: - Dor na parte inferior esquerda do abdome. Pode haver uma defesa voluntária da musculatura abdominal inferior, e a presença de uma massa dolorosa no abdome inferior à esquerda é sugestiva de fleimão ou de abscesso. - Pode ser detectada uma distensão da parede abdominal se houver íleo associado ou obstrução do intestino delgado secundária ao processo inflamatório. - Um exame vaginal ou retal pode revelar uma massa flutuante dolorosa típica de um abscesso pélvico. Diagnóstico - História e exame físico cuidadoso. - Testes diagnósticos: 1. Tomografia computadorizada do abdome 2. Ressonância magnética 3. Ultrassonografia abdominal 4. Enema com contraste hidrossolúvel Classificação de Hinchey: - Estádio I: Abscesso pericólico ou mesentérico - Estádio II: Abscesso pélvico bloqueado - Estádio III: Peritonite difusa purulenta - Estádio IV: Peritonite difusa fecal Tratamento - Tratamento ambulatorial: ● Dieta líquida clara ● Uso de antibióticos de amplo espectro contra anaeróbios e gram-negativos, principalmente Escherichia coli e Bacteroides fragilis Os pacientes apresentam melhora do quadro em 48 a 72 horas, quando a dieta deve passar a ser branda. O tratamento antibiótico deve ser mantido por 7 a 10 dias. Nos pacientes em que ocorre piora da dor, febre e incapacidade de manter dieta via oral, a hospitalização é indicada. - Tratamento hospitalar. ● Os pacientes com critérios que indiquem a necessidade de hospitalização devem permanecer sem receber nada por via oral (NPO). ● Deve ser iniciada infusão de líquidos intravenosos. Deve-se corrigir os distúrbios eletrolíticos e iniciar a administração de antibióticos de amplo espectro por via intravenosa (com cobertura para anaeróbios e gram-negativos). A melhora clínica é observada em 48 a 72 horas, e deve-se iniciar uma dieta progressiva. Complicações - Abscesso. - Fístulas - Obstrução intestinal - Perfuração livre. Adenocarcinoma Tumor maligno derivado das células glandulares epiteliais secretoras Adenocarcinoma de cólon Manifestações clínicas - Acometimento do lado direito (cólon ascendente): Dor abdominal, anemia, sangramento, massa palpável e melena. - Acometimento do lado esquerdo (sigmóide e cólon descendente - mais próximo do reto e do ânus): Alterações de hábito intestinal, sangramento nas fezes e muco. Diagnóstico - Exame físico geral: palpação abdominal à procura de massas, inspeção da região perineal e toque retal. - Exames para investigação: ● Hemograma. ● Sangue oculto nas fezes. ● Colonoscopia → anatomopatológico (lesão ulceroinfiltrativa, fecha diagnóstico). - Exames para estadiamento: ● TC de tórax ● TC de abdome ● CEA (antígeno carcinoembrionário) para seguimento → OBS: o CEA pode ser produzido em pacientes tabagistas, úlcera péptica, doença inflamatória intestinal, pancreatite e obstrução biliar. Tratamento - O tratamento primário é cirúrgico e se após o procedimento os linfonodos vierem positivos ou se houver metástases a distância é necessário fazer quimioterapia (tratamento adjuvante) ● A porção do intestino retirada na cirurgia será avaliada: estadiamento anatomopatológico. OBS: Em casos de tumor T4, obstrução intestinal, perfuração intestinal, menos de 12 linfonodos avaliados é necessário que haja quimioterapia adjuvante à cirurgia. Adenocarcinoma de reto Carcinomas que surgem nos 15 cm distais do intestino grosso. Manifestações clínicas: - Sangramento retal - Tenesmo - Urgência evacuatória - Eliminação de muco Diagnóstico: - Colonoscopia. - Exames para estadiamento: TC de tórax + Tc de abdome + CEA para seguimento + RNM de pelve. Tratamento: - Acometimento de reto alto = ressecção cirúrgica - Acometimento de reto médio e baixo: Quimioterapia e/ou radioterapia neoadjuvante para diminuir o tumor e depois caso necessário ressecção cirúrgica (pensando em salvar esfíncter e fazer anastomose mais baixa). Se o tumor diminuir por completo pode ser feito o seguimento sem necessidade de ressecção cirúrgica . Margem R0: ressecção total do tumor (margens livres) R1: tumor residual microscópico (margens positivas) R2: tumor residual microscópico + macroscópico (margens positivas).Ligadura dos vasos da base: Tira artéria, veia, nervo e vaso linfático - Não se deve fazer ligadura da Artéria Mesentérica Superior pois ela irriga intestino delgado e outros órgãos. - Caso haja necessidade de ligadura da Artéria Mesentérica Inferior, ela pode ser feita pois cólon esquerdo, sigmóide e reto superior também são irrigados pela artéria marginal.
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