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MED UNIFTC 2021.2 – 5º semestre | Anna Beatriz Fonseca MORFOLOGIA ANATOMIA Figura 1: Anatomia do cólon. Cólon: Órgão tubular longo que é dividido anatomicamente em seis segmentos: ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto: o O seu diâmetro difere dependendo por segmento, geralmente diminuindo de cerca de 7 cm no ceco a 2,5 cm no cólon sigmoide e o comprimento médio é de cerca de 1,5 a 1,8 m. Ceco: É a porção mais proximal do cólon e tem a forma de um saco, possui cerda de 7 a 8 cm de comprimento e 9 a 10 cm de diâmetro. Situado na parte inferior direita da cavidade abdominal. Recebe o conteúdo intestinal do íleo (última parte do intestino delgado) através da válvula ileocecal (VIC) situado em uma área posteromedial; Apêndice: É um divertículo - convergência das tênias – verdadeiro alongado que mede de 8 a 10cm, estendido do ceco (3cm abaixo da VIC) com terminação vaga; Cólon ascendente: Mede, em média 15–18 cm. Inicia-se na VIC e dirige-se para cima pelo lado direito do abdome até quase à altura do fígado. Sua superfície anterior e lateral são cobertos pelo peritônio visceral, enquanto sua superfície posterior é fundida com o retroperitônio. A reflexão peritoneal lateral denominada linha branca de Toldt – fusão do mesentério com o peritônio posterior: referência para colectomia); Cólon transverso: O cólon transverso atravessa o abdome superior do ângulo hepático à direita para o ângulo esplênico à esquerda (pelos ligamentos frenocólico e esplenocólico). Geralmente é o mais longo segmento do cólon (com média de 45 a 50 cm), é completamente revestido pelo peritônio visceral; Cólon descendente: Mede cerca de 20 a 25 cm de comprimento e segue ao ângulo esplênico e desce pelo lado esquerdo do abdome até chegar à pelve (direção caudal). Está fundido ao retroperitônio e sua superfície anterior e lateral são cobertas peritônio visceral; Cólon sigmoide: É o mais variável dos segmentos do cólon, podendo seguir de 15 a 50 cm de comprimento. É coberto por peritônio visceral, tornando-o móvel. É um tubo muscular de diâmetro pequeno e mesentério longo e frouxo; Reto: O fim do cólon sigmoide e o começo do reto é denominado retossigmóide junção. É a porção mais estreita do intestino grosso, medindo 2–2,5 cm de diâmetro e 12 a 15 cm de comprimento. A superfície posterior é quase completamente extraperitoneal. Não possui tênias ou apêndices epiplóicos, mas possui dobras transversas características como as válvulas de Houston (reflexões peritoneais) e prateleira de Bloomer (local frequente de metástases peritoneais secundárias que podem formar uma massa no fundo de saco e que podem ser detectadas pelo toque retal). SUPRIMENTO ARTERIAL O cólon recebe irrigação arterial de duas principais fontes: ramos da artéria mesentérica superior (AMS) para o ceco, cólon ascendente e cólon transversal) e ramos da artéria mesentérica inferior (AMI) para cólon descendente e cólon sigmoide. Na flexura esplênica tem-se uma transição entre o território de irrigação da mesentérica superior e inferior. Figura 2: Suprimento arterial do cólon. Doença diverticular e tumores benignos do cólon Clínica Cirúrgica MED UNIFTC 2021.2 – 5º semestre | Anna Beatriz Fonseca Artéria mesentérica superior (AMS): É responsável por grande parte do suprimento sanguíneo: o Ileocólica: Irriga o íleo terminal, ceco e apêndice; o Cólica direita: Irriga o cólon ascendente e flexura hepática; o Cólica média: Irriga o cólon transverso. Artéria mesentérica inferior (AMI): o Cólica esquerda: Irriga a parte distal do transverso, o cólon descendente e a flexura esplênica; o Artérias sigmoides: Acessórias da cólica esquerda, que irriga o sigmoide. O arco de Riolan é uma artéria mesentérica sinuosa que comunica a AMS e AMI – importante quando há patologias obstrutiva do cólon. No reto há um suprimento arterial misto (assim como drenagem venosa): o Da AMI, tem-se: Artéria retal superior: Hemorroidária superior. o Da Artéria ilíaca interna: Artéria renal média e artéria pudenda: Artéria retal inferior. É justamente na entrada dos vasos retos que se tem regiões de fragilidade da parede intestinal, sendo regiões que propiciam a formação dos divertículos. DRENAGEM VENOSA 1. Veia mesentérica superior > Veia esplênica > Veia porta: Drena principalmente o fluxo sanguíneo do cólon direito e do transverso proximal; 2. Veia mesentérica inferior > Veia esplênica: Drena principalmente o cólon transverso distal, descendente, sigmoide e reto; 3. Veias retais médias e inferiores > Veia ilíaca interna > Veia cava inferior: Drena o reto. HISTOLOGIA Em relação a histologia do cólon, temos uma divisão em camadas: Peritônio visceral: Camada mais externa > Tênias (músculo longitudinal) > Músculo circular > Submucosa > Mucosa. Figura 3: Histologia do cólon. FIS IOLOGIA Reciclagem de nutrientes: Ao receber o líquido ileal rico em água, eletrólitos e nutrientes, o cólon recupera e evita perdas desnecessárias dessas substâncias: o Possui uma área absortiva de 900cm2. Flora colônica: Confere grande potencial metabólico ao cólon: o Possuem aeróbios e anaeróbios - Bacterioides predominam; o Butirato: Principal combustível das células epiteliais colônicas; o Metabolismo dos carboidratos. DOENÇA DIVERTICULAR Presença de divertículos no cólon. Divertículos: Projeções saculares na parede do órgão, em outras palavras, pequenas hérniações na parede do cólon que se projetam através de falhas (regiões de maior fragilidade) da camada muscular, por onde penetram os vasos rotos/artérias locais. Podem ser: o Congênitos/verdadeiro: Projeções de todas as camadas da parede intestinal; o Adquiridos/Pseudodivertículo: Projeções de apenas a camada muscular ou serosa. Epidemiologia: o 20% da população adulta tenha doença diverticular, e essa prevalência pode aumentar para 50% da população idosa - a incidência aumenta com a idade; o Incidência semelhante entre gêneros; o Prevalência elevada em países industrializados; o A grande maioria dos pacientes é assintomática, e, portanto, sua real frequência na população é subdimensionada: Mas é muito difícil que em algum momento da vida não se tenha alguma complicação em relação a ela. o É predominante no cólon esquerdo, mais especificamente no cólon sigmoide (o cólon sigmoide possui o menor calibre e maior pressão intraluminal e a maior incidência dos divertículos são em regiões de alta pressão intraluminal); o Formas: Hipertônica (myochosis coli) e forma simples em massa. Fatores de risco: O avançar da idade é o principal fator de risco, além disso temos: hábitos alimentares ocidentais (dieta pobre em fibras, rica em gorduras e ingesta frequente de carne vermelha), obesidade e sedentarismo. Complicações da doença diverticular: o Diverticulite: Corresponde a 25% dos casos; o Hemorragia digestiva baixa: Corresponde a 15% dos casos; o Perfuração. MED UNIFTC 2021.2 – 5º semestre | Anna Beatriz Fonseca À direita normalmente tem-se uma maior presença dos divertículos que são mais susceptíveis ao sangramento – devido as conformações anatômicas, visto que possuem uma base mais larga – enquanto que à esquerda tem-se os divertículos que são mais susceptíveis a inflamação, obstrução e perfuração. Isso não é uma regra, são os casos mais frequentes. Manifestações clínicas: o A grande maioria dos pacientes é assintomática, entretanto, uma fração irá manifestar alguma clínica oriunda da doença diverticular: Dor ou desconforto abdominal podem estar presentes, associados a alteração de hábito intestinal; Sintomas gastrointestinais + diverticulose não complicada: Associar a síndrome do intestino irritável. Diagnóstico: o Colonoscopia (padrão-ouro)para identificar os divertículos. No entanto, o diagnóstico nos pacientes assintomáticos é feito por exame realizado por outra indicação, ex.: quadro de abdome agudo obstrutivo ou inflamatório em que se tenha a presença de diverticulite ou hemorragia digestiva baixa. Tratamento: É primordial tentar medidas clínicas e comportamentais para evitar o desenvolvimento de complicações: o Aumentar a ingesta hídrica e ter uma dieta rica em fibras para estimular o ritmo intestinal; o Suplementação dietética de fibras quando necessário; o Antiespasmódicos/analgésicos para os pacientes com episódios inespecíficos de dor. Deve-se evitar o uso dos opioides, visto que há um relato de aumento da pressão intracolônica piorando a hipertônica do paciente. DIVERTICULITE A diverticulite é a doença inflamatória/infecciosa cólica. O cólon sigmoide é o local mais frequente de ocorrência da diverticulite. A doença diverticular apresenta-se como diverticulite infamatória quando ocorre obstrução do lúmen do divertículo – geralmente associado a fecalitos e fezes endurecidas: pseudodiverticulite – que leva a perfuração. Manifestações clinicas: o Sintomas: Dor na fossa ilíaca esquerda que pode irradiar-se para área suprapúbica, virilha esquerda e/ou costas; Alterações nos hábitos intestinais; Presença ou não de febre, náuseas, vômitos e hiporexia; Em geral, sangramento intestinal não está associado. o Os achados físicos dependem: Do local da perfuração, da quantidade de contaminação e se há infecção secundária: Massa em fossa ilíaca esquerda (ex.: fleimão ou abscesso) ou massa flutuante ao exame vaginal ou retal; Distensão abdominal (ex.: íleo ou obstrução de delgado); Defesa abdominal. Quando há gravidade (ex.: mal estado geral, hipotensão, disfunções orgânicas e sepse) ou o paciente apresenta peritonite ao exame físico, deve-se suspeitar de uma diverticilite complicada (para saber se a diverticulite é complicada ou não depende da severidade do processo inflamatório e infeccioso encontrado). Diagnóstico: 1. No exame de sangue, encontra-se: Leucocitose; 2. Pode fazer o Raio-X; 3. Tomografia computadorizada do abdome: o Achados: Sigmoide com paredes espessadas, abscessos peridiverticulares e fístulas e coleções intra-abdominais; o Não é realizada quando paciente cursa com abdome agudo perfurativo e peritonite difusa ao exame físico. USG: Eficácia diminuída por interposição gasosa. Colonoscopia: Não deve ser realizada para diagnóstico, pois pode levar à perfuração de um abscesso peridiverticular contido. Deve-se realizar 4-6 semanas após resolução do processo, para 1. Mapear o cólon e verificar se há divertículos em todo o cólon ou apenas em algum segmento específico, 2. Fazer a avaliação desse intestino após a resolução do quadro inflamatório e 3. Excluir fatores neoplásicos. Diagnóstico diferencial: o Neoplasia, fecaloma e volvo/torção do cólon. Tratamento: o Diverticulite não complicada: Tratada de forma conservadora, com modificação dietética (dieta mais pastosa e rica em fibras) e antimicrobianos de amplo espectro (cubra gram negativos e anaeróbicos) de 7-10 dias, ex.: Ciprofloxacino e Metronidazol. Pode ser necessário tratamento cirúrgico quando paciente refratário na urgência ou não responda ao tratamento clinico, ou de forma eletiva quando paciente tem episódios recorrentes. Sinais de inflamação exuberante: Internamento, dieta zero com repouso intestinal, hidratação venosa e antibioticoterapia parenteral: Cefalosporina e Metronidazol. MED UNIFTC 2021.2 – 5º semestre | Anna Beatriz Fonseca o Diverticulite complicada: Se for uma perfuração pequena e/ou um abscesso bem localizado pode-se tentar o tratamento conservador da diverticulite não complicada, mas se for um abscesso maior com grande quantidade de líquido livre na cavidade, processo inflamatório crônico ou perfurações maiores, é indicado terapia cirúrgica. A tomografia computadorizada, além de fornecer o diagnóstico da diverticulite, faz a classificação de Hinchey e a conduta será tomada a partir da mesma Tabela 1: Classificação de Hinchey. Tabela 2: Manejo da diverticulite aguda. 1. No Hinchey I: Abordagem com terapia antimicrobiana (dieta zero, ATB e nutrição parenteral), e caso não responda a esse tratamento, pode-se fazer uma drenagem cutânea quando >2cm. Se haver reincidente, pode-se considerar um tratamento eletivo: Colectomia eletiva após 6 semanas; 2. Em Hinchey 2: Faz a drenagem percutânea ou transvaginal como estratégia para evitar a urgência, e depois o paciente é mantido sob terapia antimicrobiana, e disso conduzir com Hinchey 2; 3. Nos pacientes Hinchey 3 e 4 não há espaço para tratamento conservador, está indicada a abordagem cirúrgica de urgência laparotomia exploradora e retossigmoidectomia a Hartmann (limpeza da cavidade): o A diferenciação dos estágios não é possível via tomografia, sendo feita no intra-operatório. Os pacientes com obstrução (estenose do sigmoide ou processo inflamatório pela diverticulite) são tratados com antibiótico e alimentação por sonda nasogástrica. Pode ser realizada a sigmoidectomia se refratária. TRATAMENTO CIRURGICO Figura 4: Tipos de tratamento cirúrgico para diverticulite complicada. A. 1º tempo: Ressecção com colostomia terminal e fechamento de colorretal (cirurgia de Hartmann) e 2º tempo: anastomose primária término-terminal (geralmente em intervenção eletiva); B. 1º tempo: Sigmoidectomia com colostomia terminal e fistula mucosa e 2º tempo: Colostomia terminal e fechamento do colorretal (geralmente em: situações emergências); C. 1º tempo: Anastomose primária com derivação protetora desta anastomose feita por ileostomia ou transversostomia e 2º tempo: transversostomia desfeita (geralmente situações emergências). COMPLICAÇÕES FÍSTULAS E ESTENOSES Uma diverticulite aguda pode se complicar com um abscesso e esse pode se resolver espontaneamente e "involuir" achar um meio de drenagem. Caso estabeleça uma drenagem a outra víscera pode-se estabelecer um trajeto fistuloso para a bexiga (fistula colovesical), útero (fistula colouterina) ou vagina (fistula colovaginal). Manifestação clínica: Escape de gases, pus e/ou fezes pela vagina ou uretra (pneumatúria, fecalúria e piúria, com ou sem infecção urinária de repetição); Tratamento: Pode ser conservador inicialmente e caso não haja resolução: terapia cirúrgico eletivo: retossigmoidectomia. Por outro lado, qualquer diverticulite cursa com inflamação, e a resolução da inflamação gera uma cicatriz, que pode se comportar como estenose. Manifestação clínica: Geralmente assintomática, mas pode haver clínica de suboclusão cólica; Tratamento; Conservador (tempo e medidas anticonstipantes) e quando não há resposta, pode-se fazer a dilatação colonoscópica (eficácia relativa por alto risco de perfuração) ou da retossigmoidectomia; É importante diferenciar essa estenose cicatricial de uma estenose maligna pela colonoscopia. HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA (HDB) Fonte de um sangramento intraluminal distal ao ângulo de Treitz (junção duodenojejunal). Epidemiologia: o Responsável por 30-50% das HDB em adultos; o Geralmente são provenientes do cólon direito (50-70%) e são divertículos maiores e com base mais larga; o Possui o risco de novo sangramento em 30% e esse número pode aumentar para 50% após segundo episódio. MED UNIFTC 2021.2 – 5º semestre | Anna Beatriz Fonseca Fisiopatologia: Os pseudodiverticulos - não contém a camada muscular – são perfurados pela artéria que irriga aquele segmento; Manifestações clínicas: Melena (fezes escurecidas por "sangue digerido"), enterorragia (diarreia sanguinolenta) e hematoquezia (presença de sangue vivo junto às fezes), com graus muito variados do volume de sangramento; Diagnóstico:o Sonda nasogástrica quando necessário que pode ajudar se houver conteúdo retrógrado do estômago com sangue vivo; o Endoscopia digestiva alta para afastar hemorragia digestiva alta para TODOS os pacientes; o Anuscopia se disponível para avaliar presença de doença hemorroidária e se está em sangramento ativo; o Colonoscopia (é o melhor dos exames: acurácia entre 70- 80%) tem função diagnóstica: avalia todo o trajeto do cólon para definir sangramento ativo, topografia e causa, além de afastar sangramento gastroduodenal e anorretal e função terapêutica: geralmente indica-se que seja feito dentro de 4 a 12h do episódio hemorrágico, após estabilização para detectar o ponto sangrante e assim, definir o tratamento; o Cintilografia com hemácias marcadas e angiografia possuem peculiaridades quanto ao volume de sangramento: 1. Cintilografia com hemácias marcadas: Também detecta sangramento ativo, mas possui uma sensibilidade maior, porque detecta sangramentos a partir de 0,1 ml/min, geralmente a maioria das causas de sangramento que vamos identificar vão estar a nível de artéria mesentérica superior, pois, irriga grande parte do cólon; 2. Angiografia detecta sangramento no momento do exame se o paciente tiver com o fluxo de sangramento de 0,5 a 1mL/min, permitindo diagnóstico e terapêutica injetando substância vasoconstrictora para cessar o sangramento, normalmente vasopressina. Diagnóstico diferencial: Angiodisplasia colônica (má formação vasculares), hemorroidas, câncer colorretal e pólipos adenomatosos ou hamartomatosos: o HDB é mais comum em pacientes hipertensos e que fazem uso de AINE’s. Tratamento: 1. Estabilização clínica e hemodinâmica do paciente: o Se instabilidade hemodinâmica: Deve-se estabilizar o paciente antes de enviá-lo para qualquer exame, realizando monitorização, compensação clínica com reanimação volêmica, e dependendo da gravidade: faz-se necessário drogas vasoativas e hemotransfusão. Após a estabilização, leva-se o paciente para a colonoscopia: caso o sangramento não seja resolvido, devemos fazer intervenção cirúrgica; o Se estável: Imagina-se que a perda sanguínea não seja tão considerável, sendo assim, deve-se fazer a investigação inicial e encaminhar o paciente para a colonoscopia. 90% dos sangramentos param espontaneamente, ou seja, tem curso autolimitado. 2. Terapêutica colônica – com colonoscopia – para cessar o sangramento: Aplicações de adrenalina e eletrocoagulação (Goldprobe); 3. Terapia com angiografia: Aplicação de vasopressina intra- arterial, 0,2U/min > 0,4 U/min ou com embolização: o Pode converter uma situação cirúrgica de emergência em eletiva ou semi-eletiva. 4. Tratamento cirúrgico é indicado em todos indivíduos om instabilidade hemodinâmica persistente, sem resposta ao tratamento conservador e colonoscópica e sangramento copioso: o Colectomia segmentar com anastomose primária: Quando é identificado sangramento em um segmento especifico; o Colectomia subtotal com anastomose ileorretal: Doença diverticular difusa e não consegue topografar o sangramento. Figura 5: Ressecção do cólon direito completada com anastomose ileotransversa do cólon. A anastomose exteriorizada está pronta para retornar ao abdome. PÓLIPOS COLORRETAIS São qualquer massa que se projetem para o lúmen a partir da parede do intestino, acima da superfície do epitélio intestinal. Aparência macroscópica: São achados quando se realiza a colonoscopia. o Pediculados: Com haste; o Sésseis: Achatados e sem haste. Figura 6: Pólipo séssil que demostrou ser um carcinoma após ser removido. Tem-se pólipos: o Neoplásicos: Malignos (adenocarcinomas) x benignos (adenomatosos): Os pólipos adenomatosos são pré-malignos, e por isso precisam ser ressecados, pois possuem um potencial de malignização ao longo dos anos (até 10% em 10 anos). MED UNIFTC 2021.2 – 5º semestre | Anna Beatriz Fonseca o Não neoplásicos: Hiperplásicos, inflamatórios e hamartomas. Como diferenciar pólipo neoplásico de não neoplásico? Com a ressecção e biópsia: anatomopatológica. Quadro clínico: Assintomáticos e quando sintomáticos: Hematoquezia; Diagnóstico: Geralmente realizado durante o exame de endoscopia ou colonoscopia. Pode ser feito pelo toque retal quando houver pólipos mais baixos ou realizado pelo clister opaco. Esses pólipos podem ser único ou múltiplos e podem coexistir com CA colorretal, logo, mesmo se o paciente for submetido a retossigmoidoscopia para ressecção do pólipo, esse paciente será submetido a colonoscopia para reavaliar o cólon. Tratamento: o Remoção por colonoscopia: Ressecção com alça: Nos pólipos sésseis há risco de perfuração: <1cm: Pinça de “hot biopsy” ou “cold biopsy”; > 2cm: Fatiamento piecemel polypectomy. Repetir colonoscopia com 3 a 6 meses depois de erradicação; Nos casos refratários deve-se fazer ressecção cirúrgica. o Cura com polidectomia: Margens macro e microscópicas livres, histologia bem diferenciada e ausência de invasão linfática ou venosa. o Se o paciente não preencher os critérios acima deve-se fazer o tratamento cirúrgico para segmentos maiores do intestino. o Acompanhamento: Pós polidectomia: 1. Realizar uma colonoscopia de seguimento a cada 3 anos; 2. Se não forem encontrados novos pólipos nessa colonoscopia, o seguimento deve ser feito a cada 5 anos. Síndromes hereditárias de polipose: o Polipose adenomatose familiar (PAF); o Variantes da PAF: Síndrome de Gardner e síndrome de Turcot; o Polipose juvenil; o Síndrome de Peutz Jeghers. Geralmente essas síndromes são quadros mais graves que estão associados à uma alta incidência de desenvolvimento de neoplasia colorretal. Logo, são situações especiais que por via de regra deve-se indicar tratamento cirúrgico pela quantidade dos pólipos.