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FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE TRABALHO DE REVISÃO DA SEGUNDA ETAPA SOBRE FATORES ANTINUTRICIONAIS E MICOTOXINAS Gabriele Almeida Moraes1 Pedro Silva de Oliveira2 Nutrição Animal3 1 Acadêmica do curso de Medicina Veterinária na Fundação Presidente Antônio Carlos 2 Professor do curso de Medicina Veterinária na Fundação Presidente Antônio Carlos 3 Matéria referente FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE 1 INTRODUÇÃO A nutrição animal é um aspecto fundamental para garantir o crescimento, desenvolvimento e saúde dos animais. No entanto, a presença de fatores antinutricionais e micotoxinas em alimentos para ruminantes e monogástricos pode afetar significativamente a saúde e o desempenho dos animais. Fatores antinutricionais são compostos presentes nos alimentos que podem interferir na digestibilidade, absorção e utilização de nutrientes pelos animais, enquanto as micotoxinas são substâncias produzidas por fungos que podem causar intoxicações em animais que consomem alimentos contaminados. Nesse contexto, é essencial conhecer os diferentes tipos de fatores antinutricionais e micotoxinas presentes nos alimentos para animais, bem como seus efeitos no organismo dos animais, para evitar prejuízos na saúde e no desempenho desses animais. Diante disso, o objetivo deste trabalho é revisar os principais fatores antinutricionais, tais como ácido cianídrico, fitato, gossipol, inibidores de proteases, lectina, mimosinas, polímeros fenólicos e saponinas, e discutir as principais micotoxinas de importância na medicina veterinária e as respectivas consequências das micotoxicoses. Essa revisão visa fornecer informações importantes sobre os fatores antinutricionais e micotoxinas presentes em alimentos, a fim de promover a saúde e o bem-estar e garantir uma produção animal segura e de qualidade. 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Fatores antinutricionais Os fatores antinutricionais são substâncias presentes em alimentos para ruminantes e monogástricos que podem interferir na digestibilidade, absorção e utilização de nutrientes pelos animais. (Jayasena & Jo, 2013). Muitos fatores antinutricionais são produzidos pelas plantas como uma forma de defesa contra predadores (Nicácio et al., 2015) De acordo com Jayasena e Jo (2013), esses fatores podem reduzir ou impedir totalmente a utilização de elementos nutritivos no nível digestivo e metabólico. Em geral, os fatores antinutricionais são metabólitos secundários produzidos por plantas, como terpenoides, fenóis, compostos nitrogenados e alcaloides (Demirtaş et al., 2018). FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE Embora essas substâncias sejam frequentemente associadas a efeitos adversos no trato gastrointestinal dos animais, é importante lembrar que elas também podem apresentar efeitos benéficos. Portanto, a caracterização e a compreensão desses compostos são essenciais para uma nutrição animal adequada e eficiente (Nicácio et al., 2015) 2.1.1 Ácido Cianídrico Existem mais de 2.000 espécies de plantas cianogênicas que têm a capacidade de produzir ácido cianídrico (HCN), distribuídas em 250 gêneros e 80 famílias, e também presentes em animais, fungos e bactérias (Galindo et al., 2017; Stangarlin et al., 2011). A exposição ao HCN pode ser fatal para seres humanos e animais, pois o composto inibe a atividade de metaloenzimas essenciais para o transporte de elétrons respiratórios (Gleadow & Møller, 2014). O HCN é liberado pela hidrólise de glicosídeos cianogênicos, que são metabólitos secundários das plantas que têm a função de defesa contra herbívoros e fitopatógenos (Galindo et al., 2017). Entre os glicosídeos cianogênicos encontrados em alimentos, estão a amigdalina em frutos da família Rosaceae, linamarina e lotaustralina em mandioca e linhaça e durrina em grãos jovens de sorgo (Benevides et al., 2011; Stangarlin et al., 2011). A liberação do HCN ocorre pela hidrólise de carboidratos por enzimas hidrolíticas da planta e a concentração de compostos cianogênicos varia em diferentes partes da planta (Benevides et al., 2011). Segundo Galindo et al. (2017), o HCN é rapidamente absorvido pelo trato digestivo e distribuído pelo corpo através da corrente sanguínea após o consumo. Os ruminantes são mais suscetíveis à intoxicação do que os animais não-ruminantes devido ao pH baixo do estômago dos monogástricos, o qual interrompe a hidrólise dos glicosídeos cianogênicos. A liberação de HCN nos ruminantes depende das condições do rúmen e da proporção de microrganismos envolvidos na digestão, hidrólise e detoxificação. Pelo menos 30 cepas de bactérias ruminais são capazes de hidrolisar os glicosídeos cianogênicos, sendo que as maiores taxas de produção de HCN foram observadas em bovinos em jejum por 24 horas e em pH ruminal entre 5 e 6, o qual é favorecido por uma dieta composta por forragem de alta qualidade. 2.1.2 Fitato O ácido fítico é um composto presente em vegetais que possui baixa disponibilidade para monogástricos e não ruminantes. No entanto, as bactérias do rúmen produzem a enzima FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE fitase, que é capaz de hidrolisar o fitato, liberando o fósforo e tornando-o disponível para os animais (Nicácio et al., 2015) O fitato é um composto natural presente nos vegetais e é responsável pelo armazenamento de nutrientes (Stech et al., 2010). No entanto, sua capacidade de formar íons divalentes em complexos solúveis resistentes a digestão do TGI, como o magnésio e o cálcio, diminui a disponibilidade desses minerais (Kumar et al., 2012; Snow et al., 2004). Além disso, o fitato pode interagir com resíduos básicos das proteínas, inibindo a digestão de enzimas como pepsina, pancreatina e α-amilase (Silva & Silva, 1999). Embora o fitato possa prejudicar a absorção de minerais, ele também pode se ligar a eles e oferecer benefícios à saúde humana, como na prevenção de câncer e cálculos renais (Silva & Silva, 1999). O fitato é encontrado em maiores quantidades em oleaginosas do que em cereais e leguminosas, mas seu consumo é geralmente menor devido ao preço desses alimentos. A soja concentrada, em particular, possui alto teor de fitato e é consumida cada vez mais (Stech et al., 2010). A molécula de fitato tem carga negativa devido aos inúmeros grupamentos fosfato que possui e é capaz de se ligar a minerais com valência positiva, como cálcio, ferro, zinco e magnésio. Isso pode afetar a absorção desses minerais e reduzir a digestibilidade de proteínas e aminoácidos em até 10% (Silva & Silva, 1999). 2.1.3 Gossipol O pigmento fenólico amarelado conhecido como gossipol é produzido pelas glândulas de pigmento do algodão encontrado nas raízes, partes aéreas e sementes. De acordo com Gadelha et al. (2011), existem pelo menos outros quinze compostos fenólicos produzidos pelas glândulas de pigmento, mas eles são de pouca importância toxicológica em comparação com o gossipol. Esse pigmento pode estar presente nas sementes do algodão em duas formas: livre e conjugada. A forma livre é a mais tóxica, enquanto a conjugada é considerada fisiologicamente inativa (Prado et al., 1995). O gossipol livre pode se ligar aos grupos amino da lisina e arginina e ao grupo tiol da cisteína. A forma conjugada, chamada lisinagossipol, é desenvolvida durante a produção do farelo de algodão, onde o gossipol livre se liga a proteínas e aminoácidos essenciais, como a lisina, e desenvolve um complexo indigestível que diminui a digestibilidade da proteína (Gadelha et al., 2011). FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE O consumo de gossipol livre pode resultar em sérios problemas de saúde emanimais, como perda de apetite, edema pulmonar e fígado hipertrofiado, necrose muscular cardíaca e problemas reprodutivos, podendo, em alguns casos, levar à morte (Lima Júnior et al., 2010). A intensidade do efeito tóxico varia de acordo com o nível e o período de consumo, a idade do animal e as condições de estresse do animal. No entanto, o consumo de alimentos com gossipol raramente resulta em aspectos patológicos devido à capacidade de ligação do gossipol com as proteínas solúveis do rúmen (Lima Júnior et al., 2010). O farelo de algodão é um subproduto do algodão, utilizado na alimentação animal como uma importante fonte de suplemento proteico e é rico em proteínas de boa qualidade (Gadelha et al., 2011). O gossipol é tóxico para espécies ruminantes e não ruminantes, quando ingerido em altas concentrações, e a intoxicação natural por este pigmento ocorre tipicamente por meio de ingestão prolongada (Gadelha et al., 2011). A toxicidade do gossipol é muito maior em espécies não ruminantes, como suínos e aves, e pré-ruminantes, que podem apresentar redução na capacidade de carregamento de oxigênio no sangue, resultando em respirações curtas e edema pulmonar (Gadelha et al., 2011). 2.1.4 Inibidores de proteases As proteases possuem diversas funções reguladoras complexas e são fundamentais para funções metabólicas e regulatórias em todos os tipos de organismos vivos (Stangarlin et al., 2011). Entre os inibidores encontrados em alimentos de origem vegetal, destacam-se os inibidores de enzimas proteolíticas (tripsina e quimotripsina) e amilolíticas (α-amilase), que são produzidas pelo pâncreas. Esses componentes têm a capacidade de inibir as enzimas tripsina e quimotripsina, que são responsáveis pelos mecanismos de proteínas (Benevides et al., 2011). Em microrganismos, as proteases desempenham papéis importantes em processos fisiológicos, tais como turnover de proteínas, esporulação e germinação de esporos, transformação enzimática, nutrição e regulação da expressão gênica. Já os inibidores de proteases são proteínas produzidas e armazenadas em sementes e tubérculos, com a finalidade de proteger a planta contra a predação (Stangarlin et al., 2011). Na soja, os inibidores de tripsina e lecitinas são conhecidos como Aglutinina de Soja (SBA). A SBA presente na soja in natura é resistente às enzimas digestivas do trato gastrointestinal (GI) e tem a capacidade de se ligar ao epitélio intestinal, afetando as vilosidades FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE e prejudicando a digestão, absorção e utilização de nutrientes. Além de impedir a utilização completa de suas proteínas pelo organismo dos monogástricos, gerado na paralisação da ação da tripina responsável pelo mecanismo das proteínas. A presença desses inibidores no trato intestinal de monogástricos pode levar ao aumento na produção de enzimas pelo pâncreas e à hipertrofia desse órgão, bem como à diminuição da digestibilidade da proteína em peixes (Benevides et al., 2011). Como as lecitinas, os inibidores de proteínas também têm a função de impedir que a semente da planta, que contém seu embrião, seja consumida. Dessa forma, ao inibir a digestão da semente pelo predador, a planta aumenta suas chances de sobrevivência. No entanto, quanto maior a ingestão de inibidores de protease, menor será a digestibilidade, a absorção e, consequentemente, o aproveitamento das proteínas ingeridas (Benevides et al., 2011; Prado et al., 1989) Estes anti-nutrientes apresentam especificidade de inibir as enzimas proteolíticas e, consequentemente, reduzem a digestão proteica de alimentos, proporcionando diminuição no ganho de peso e crescimento dos animais (Benevides et al., 2011; Prado et al., 1989a; Prado et al., 1989b; Prado et al., 1988; Prado & Von Tiesenhauser, 1987). 2.1.5 Lectina As lecitinas são capazes de consumir certos tipos de açúcares encontrados nas membranas celulares de vários tipos de tecidos, tanto em humanos quanto em outros animais. Elas são classificadas como proteínas ou glicoproteínas de origem não imunológica que têm a capacidade de formar ligações reversíveis com cadeia de sacarídeos (Benevides et al., 2011). As lecitinas são abundantes nos vegetais, especialmente nas sementes, mas também podem ser encontradas em menor quantidade em outras partes, como raízes, folhas, caules e rizomas. Além disso, elas podem ser produzidas por outros seres vivos, incluindo animais e seres humanos (Benevides et al., 2011). Acredita-se que as lecitinas têm funções regulatórias importantes para as plantas, como a proteção contra bactérias, fungos, nematódeos e insetos, o que pode ser tóxico para esses organismos. As lecitinas estão presentes em praticamente todos os vegetais, sendo mais concentradas em cereais e leguminosas. Entre as lecitinas mais estudadas estão as fito-hemaglutininas (PHA) e a aglutinina do gérmen de trigo (WGA). Os feijões são a principal fonte de PHA, enquanto o trigo é rico em WGA, especialmente em seu grão (Stech et al., 2010). FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE Apesar de ingerirmos lecitinas diariamente em diversos alimentos, é importante ressaltar que os efeitos tóxicos só são observados quando os alimentos ricos nesses componentes são consumidos crus ou mal cozidos, e nem sempre causam toxicidade. Portanto, é fundamental que as leguminosas e os cereais sejam bem cozidos para que se tornem comestíveis e seguros para consumo, tanto em humanos quanto em animais (Benevides et al., 2011). 2.1.6 Mimosinas A mimosina é um aminoácido que apresenta efeitos tóxicos para animais ruminantes e monogástricos, mas é degradado a 3,4 dihidroxipiridona por bactérias ruminais e do ceco do coelho (Dominguez-Bello & Stewart, 1990; Scapinello et al., 2003). A leucena (Leucaena leucocephala) é uma leguminosa arbórea/arbustiva utilizada como opção às leguminosas herbáceas (Ramos et al., 1997; Salviano, 1983). Embora altamente nutritiva, palatável e de boa digestibilidade, seu uso na alimentação animal é limitado devido à presença de mimosina (Gupta & Atreja, 1998; Rincón et al., 1998; Scapinello et al., 2003). A mimosina apresenta efeitos tóxicos, como alopecia, catarata, atrofia de gengiva, ulcerações da língua e esôfago, bócio, infertilidade e menor ganho de peso em ruminantes e não ruminantes. Almeida et al. (2006) avaliaram o efeito tóxico de L. leucocephala em ovinos. Dois adultos e seis cordeiros foram submetidos a sete tratamentos com a planta. Observou-se que os cordeiros de 4-5 meses se mostraram sensíveis à toxicidade da L. leucocephala, apresentando queda de lã acentuada cerca de seis dias após o início do consumo, mas ganharam peso durante o experimento. As ovelhas adultas não apresentaram sinais clínicos de intoxicação e também ganharam peso no decorrer do experimento. A idade dos ovinos sugere que os adultos possuem certa resistência e os jovens são mais suscetíveis à intoxicação por L. leucocephala. A adição de 1% de ração na dieta não interferiu nos efeitos tóxicos da planta em cordeiros de 4-5 meses. 2.1.7 Polímeros fenólicos Os compostos fenólicos desempenham um papel fundamental no crescimento e reprodução das plantas, sendo produzidos como resposta a condições de estresse, como tolerantes, lesões e radiações UV (Naczk & Shahidi, 2004; Angelo & Jorge, 2007). Eles são definidos quimicamente como substâncias que possuem anel aromático com um ou mais substituintes hidroxilados, incluindo seus grupos funcionais (Lee et al., 2005), e apresentam FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE variável estrutural, o que lhes confere multifuncionalidade. Existem cerca de cinco mil compostos fenólicos diferentes, entre eles os flavonoides, fenóis simples, cumarinas, taninos, ligninas e tocoferóis (Naczk & Shahidi, 2004; Angelo &Jorge, 2007). A propriedade antimicrobiana dos compostos fenólicos está relacionada à sua capacidade de regular o metabolismo intermediário, ativando ou bloqueando reações enzimáticas, afetando diretamente a síntese enzimática em nível nuclear ou ribossomal, ou mesmo alterando a estrutura de membranas de microrganismos (Singh et al., 2010), o que impede seu crescimento ou multiplicação. Na química orgânica, os compostos fenólicos são uma classe de compostos químicos que consistem em um grupo hidroxilo ligado diretamente a um grupo hidrocarboneto aromático. O mais simples é a classe do fenol, também conhecido como ácido carbólico. Os compostos fenólicos são classificados como fenóis simples ou polifenóis, dependendo do número de unidades de fenol na molécula (Mueller-Harvey, 2006). Os compostos fenólicos são amplamente conhecidos por suas propriedades fungitóxicas, antibacterianas e antivirais (Shahidi & Ambigaipalan, 2015), e seu efeito inibitório na germinação de esporos, crescimento micelial e produção/atividade de enzimas microbianas varia entre os diferentes grupos de fenóis. Portanto, os compostos fenólicos estão envolvidos nos processos bioquímicos e de resistência das plantas (Stangarlin et al., 2011). As substâncias fenólicas são amplamente distribuídas nos tecidos vegetais e são importantes na alimentação humana. Os resíduos fenólicos, cumarinas e flavonoides pertencem a uma classe de metabólitos secundários que são amplamente distribuídos em plantas (Pansera et al., 2003; Santos et al., 2011b; Silva & Silva, 1999). Embora por muito tempo tenha sido considerado que os compostos fenólicos são tóxicos ou prejudiciais ao desempenho dos animais de produção (Makkar, 2003; Mueller-Harvey, 2006), hoje reconhece-se que esses compostos podem ter efeitos protetores ou adversos, dependendo de sua concentração, natureza e das particularidades de cada animal (Goel & Makkar, 2012; Aerts et al., 1999). O efeito potencialmente negativo, neutro ou químico de uma substância dependerá de sua estrutura química, da espécie vegetal da qualidade dela provém, da quantidade ingerida e das características do animal que a consome (Makkar, 2003; Mueller-Harvey, 2006). Os polímeros solúveis em água que precipitam proteínas, apresentam sabor amargo e adstringente, e possuem a capacidade de inibir enzimas e formar complexos com carboidratos FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE e outros polímeros não proteicos, são conhecidos por compostos fenólicos. Esses compostos são divididos em três grupos: absorção de fenólicos, flavonoides e taninos (Walker, 1999), sendo o último grupo o que mais afeta a digestibilidade e a palatabilidade das dietas. 2.1.8 Saponinas As saponinas são compostas glicosiladas de grande variedade estrutural amplamente distribuídas nas plantas e podem ser classificadas em três grupos, dependendo da estrutura da aglicona: triterpenoides, esteróides e glicoalcalóides (Stangarlin et al., 2011). São produzidos principalmente em plantas como alfafa, soja, leucena, trevo, quilaia e mandioca, e também em menor quantidade em animais marinhos, como pepino do mar e estrela do mar (Das et al., 2012). Sua estrutura tem um caráter anfifílico, com uma parte lipofílica (triterpeno ou esteróide) e outra hidrofílica (açúcares) (Das et al., 2012; Goel & Makkar, 2012). As saponinas são derivadas do metabolismo secundário das plantas e atuam como defesa, sendo encontradas em tecidos mais originados ao ataque fúngico, bacteriano ou predatório dos insetos, existiam como parte do sistema de defesa das plantas, sendo consideradas como "fitoprotetoras" (Monteiro et al., 2005; Patra & Saxena, 2010; Silva & Silva, 1999). A palavra "saponina" vem do latim 'sapo', que significa sabão, e tradicionalmente plantas que continham saponinas eram usadas para limpeza (Das et al., 2012). Elas possuem uma variedade de agentes hipocolesterolêmicos, e tornaram-se muito populares devido às suas atividades de redução do colesterol. Estes glicósidos triterpenoides e esteróides estão amplamente distribuídos na natureza e apresentam propriedades anti- carinogênicas, anti-inflamatórias e antioxidantes. Além disso, devido às suas características surfactantes, estas saponinas podem reduzir a tensão superficial em torno das membranas celulares, contribuindo para a absorção de nutrientes (Afrose et al., 2011). Elas também têm múltiplas aplicações em diversos setores, incluindo a indústria fotográfica, cosmética, alimentícia e farmacêutica (Monteiro et al., 2005; Patra & Saxena, 2010; Silva & Silva, 1999). Estas saponinas são as principais fontes de aditivos em rações, tendo como objetivos a melhoria do desempenho e a redução da produção de amônia e odor de fezes. Embora não seja completamente conhecido, o mecanismo de ação envolve alterações na microbiota intestinal, atuação no metabolismo de nitrogênio, aumento da permeabilidade de células da mucosa intestinal e taxa de absorção intestinal (Monteiro et al., 2005; Patra & Saxena, 2010; Silva & FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE Silva, 1999). Gee et al. (1997) relataram que as saponinas alteram a absorção intestinal, o que pode trazer consequências negativas, uma vez que substâncias presentes nas dietas normalmente não absorvidas podem aumentar o risco de sensibilização por antígenos. Além disso, possuem atividade surfactante e antiprotozoária, formando complexos com o colesterol das membranas celulares causando lise celular (Monteiro et al., 2005; Patra & Saxena, 2010; Silva & Silva, 1999). O uso de saponinas na dieta nos últimos dias de gestação e lactação de porcas resultou em melhor escore corporal no final da lactação, leitegadas mais pesadas ao nascer e ao desmame e fezes 11% mais duras (Monteiro et al., 2005; Patra & Saxena, 2010; Silva & Silva, 1999). Santos et al. (2011a) também testaram a inclusão de Yucca schidigera em gatos e não foram observados efeitos adversos na saúde e na digestibilidade. Estas saponinas também estão sendo pesquisadas para cães, aves, ruminantes e equinos com os principais benefícios sendo adiminuição do odor das excretas, redução da prevalência de artrite e melhoria no desempenho dos animais. Além disso, inibem o crescimento in vitro de Escherichia coli (Arabski et al., 2012). No caso específico de suínos, as saponinas reduzem a mortalidade pré e pós-natal, melhoram as respostas imunológicas dos leitões quando fornecidas na dieta de porcas gestantes e lactantes (Hauptli & Lovatto, 2006). Su et al. (2016) também avaliaram os efeitos do extrato de yucca na eficiência alimentar, função imune e antioxidativa. Dietas adicionando 100 e 200 mg/kg de extrato de yucca aumentaram os níveis médios de ganho de peso corporal, eficiência alimentar, IgG, IgM, T- AOC, CAT e SOD, além de terem efeitos positivos na indução da maturação dos órgãos imunológicos. Por sua vez, Alagawany et al. (2016) em seu trabalho com galinhas poedeiras, avaliaram o efeito do extrato de Yucca schidigera sobre o desempenho produtivo, qualidade do ovo, metabolitos sanguíneos, função imune e parâmetros antioxidantes, e constataram que a suplementação até 100 mg / kg de extrato de Yucca pode ser utilizada como aditivo alimentar efetivo para melhorar o desempenho produtivo, perfil sanguíneo e atividades enzimáticas antioxidantes nas galinhas poedeiras. Por fim, Canul-Solis et al. (2014), ao avaliar a suplementação com Yucca schidigera em dietas a base de Pennisetum purpureum sobre ingestão voluntária, fermentação ruminal e produção de metano (CH4) em ovinos, notaram que a suplementação de até 6 g por dia de saponinas da Yucca schidigera para ovinos alimentados com pastagem de Pennisetum purpureum não tem efeito sobre a produção de metano ruminal devido à ausência de efeito na ingestão e digestibilidade dos nutrientes na dieta, e os padrõesde FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE fermentação no rúmen. No entanto, os efeitos adversos das saponinas são diminuição do crescimento, consumo e produção de ovos, redução da motilidade intestinal e da digestibilidade da proteína, sabor adstringente e irritante. 2.2 Micotoxinas As micotoxinas são produtos naturais encontrados em grãos de cereais e outros subprodutos usados como matéria-prima na fabricação de rações. Estas toxinas podem ser influenciadas por fatores ambientais, localização geográfica e métodos de produção e armazenagem dos grãos. Sua estabilidade química permite que, mesmo após a remoção dos fungos na industrialização, elas ainda possam permanecer no alimento (OLIVEIRA, 2014; GONÇALVES; SANTANA; PELEGRINI, 2017; GUTERRES et al., 2017; SILVA, 2019). A maioria dos fungos produtores de micotoxinas são aeróbicos, ou seja, desenvolvem-se em atmosferas com baixos níveis de oxigênio (0,1% a 0,2%), umidade entre 70% e 90% e temperaturas de 25 a 30°C. Por isso, é mais comum encontrar essas toxinas em alimentos de regiões tropicais e semitropicais, onde o clima e a umidade relativa do ar favorecem o seu desenvolvimento (CRUZ, 2010; OLIVEIRA, 2014). Mais de 300 micotoxinas são reconhecidas (Diaz, 2005), produzidas por aproximadamente uma centena de fungos. Estas podem ser divididas em três grupos principais: as aflatoxinas são produzidas por fungos do gênero Aspergillus; as ocratoxinas, que são produzidas por algumas espécies dos gêneros Aspergillus e Penicillium; e as fusariotoxinas, representadas principalmente pela fumonisina, zearalenona e os tricotecenos, produzidas por diversas espécies do gênero Fusarium (Diaz, 2005). No Brasil, ainda há uma carência de normas instituídas para o controle de intoxicações por micotoxinas. Além disso, a população economicamente menos favorecida ainda não está totalmente consciente da qualidade das rações comerciais, o que leva a preferência por aquisição de produtos de baixa qualidade e procedência duvidosa (CRUZ, 2010; GUTERRES et al., 2017). Os efeitos da ingestão variam de acordo com a quantidade ingerida, tempo de exposição e características ligadas a cada um dos componentes, que podem agravar o quadro clínico devido a interações sinérgicas (CRUZ, 2010; GONÇALVES; SANTANA; PELEGRINI, 2017; GUTERRES et al. 2017; SILVA, 2019). FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE 2.2.1 Aflatoxinas Uma aflatoxina é um grupo de toxinas produzidas por fungos do gênero Aspergillus, principalmente A. flavus e A. parasiticus. Estas toxinas são altamente cancerígenas e podem contaminar alimentos e produtos de origem animal. As aflatoxinas são consideradas o agente tóxico natural mais conhecido, com potenciais efeitos adversos graves para a saúde humana e animal (Castro et al., 2015). As aflatoxinas são conhecidas por serem substâncias tóxicas, mutagênicas, teratogênicas e carcinogênicas, sendo apontadas como agentes causadores de câncer hepático e outros tipos de câncer em humanos (Jager et al., 2011). A formação das aflatoxinas pode ocorrer na maioria dos substratos utilizados na alimentação humana e animal, principalmente o milho e amendoim, mas também trigo, sementes de algodão, arroz, entre outros. A toxicidade das aflatoxinas está relacionada com a sua biotransformação pelo organismo tornando-as mais hidrofílicas a fim de que sejam excretadas facilmente. Assim, a AFB1 é considerada um pró-carcinógeno que requer uma ativação metabólica para manifestar seus efeitos tóxicos (Rawal, 2010). Leeson et al. (1995) mencionaram que os efeitos tóxicos da aflatoxina são variáveis entre as espécies animais. Variações também podem ser observadas dentro da mesma espécie, dependendo da idade, sexo, raça e composição da dieta. Normalmente, a sensibilidade da dieta é muito maior nos animais jovens. Uma intoxicação crônica por Aflatoxinas pode ocasionar danos ao fígado e redução do consumo da matéria seca, além de dores abdominais, cólica e diarreia (Pierezan et al., 2010; Vedovatto et al., 2020). A intoxicação aguda por AFB1 caracteriza-se pela rápida deterioração do estado geral do animal, perda de apetite, hepatite aguda, icterícia, hemorragias e morte. O fígado apresenta lesões decorrentes de necrose hemorrágica, congestão centrolobular, proliferação das células dos ductos biliares e infiltração gordurosa dos hepatócitos (LEESON, 1995; OSWEILER 1990). Em aves, a absorção da aflatoxina (AFL) pelo trato gastrointestinal é muito rápida, tornando-a altamente tóxica. Após ser absorvida, ela se liga a uma proteína (albumina) e, em menor proporção, a outras proteínas, espalhando-se pelos tecidos, especialmente o tecido hepático. Doerr et al. (1983) avaliaram os efeitos da AFL em planteis de frango de corte e observaram diminuição significativa no peso das aves alimentadas com ração contendo 2,7 FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE mg/kg de aflatoxina. Por essa razão, é fundamental controlar a contaminação da ração, pois ela pode ser responsável por prejuízos no desempenho produtivo. A ingestão de aflatoxinas pode levar ao desenvolvimento de esteatorréia nos frangos, que se caracteriza pela presença excessiva de gordura nas fezes. Esta alteração está associada à diminuição das atividades metabólicas e da lipase pancreática, que é a principal enzima necessária para a digestão e a absorção de gordura (Mallmann et al., 2007). 2.2.2 Fumosininas As Fumonisinas (FUMs) são micotoxinas produzidas predominantemente por espécies do gênero Fusarium, com destaque para F. verticillioides que é encontrado naturalmente no milho (Cruz, 2010). Essas toxinas podem causar danos hepáticos e renais, além de comprometimento neurológico e da função imunológica (Dias, 2018; Gomes et al., 2014). Os sinais clínicos registrados nos cães intoxicados por FUMs são observados a partir de uma semana após a contaminação e consistem em apatia, perda de peso, tremores musculares, paralisia do lábio inferior e língua e, em casos graves, óbito (Dias, 2018). 2.2.3 Zearalona A Zearalenona (ZEA) atua como fraco agente genotóxico, porém apresenta potente efeito estrogênico; assim, os seus níveis devem ser cuidadosamente monitorados em alimentos e rações (Dias, 2019). Essa micotoxina é produzida principalmente por espécies de Fusarium, como F. moniliforme e F. graminearum, contaminantes de cereais e grãos. Alta umidade e baixas temperaturas são condições que favorecem a sua produção (Dias, 2019). Essa é uma micotoxina que induz hiperestrogenismo em fêmeas bovinas. Tais sintomas incluem aumento uterino, inchaço da vulva, glândulas mamárias e mamilos, prolapso da vagina ou reto, prolongamento ou interrupção do cio e pseudociese. A fumonisina é outra micotoxina descrita, tóxica para o metabolismo ruminal, quando ingerida em doses altas (Vedovatto et al., 2020). O edema pulmonar suíno (EPS) é o principal sintoma da toxicidade das fumonisinas em suínos (24), descoberto após a eclosão de uma doença fatal em animais que consumiram milho contaminado com F. verticillioides da safra de grãos de 1989 nos Estados Unidos (23). A FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE patogênese do EPS está relacionada a danos no endotélio pulmonar, no epitélio alveolar e falência cardíaca, resultando em óbito dentro de 4-7 dias de ingestão diária de fumonisinas em concentrações maiores ou iguais a 92 μg/g ou 6 mg/kg de peso corporal/dia (24). Durante a gestação, as fêmeas contaminadas com ZEA apresentam redução da sobrevivência embrionária e fetal, dilatação vulvar e vermelhidão, vulvovaginite, pseudogestação, retenção ou ausência de leite e prolapso retal (39). Nos machos, ZEA pode diminuir os níveis de testosterona, diminuição do peso dos testículos e espermatogênese, induzir a feminizaçãoe apresentar redução da libido (39). 2.2.4 Deoxinivalenol A Deoxinivalenol (DON) ou vomitoxina é a micotoxina tricoteceno, produzida pelo Fusarium sp., principalmente por F. graminearum, comumente encontrada em sementes de milho, trigo e em misturas de alimentos (Cruz, 2010). A intoxicação por DON pode causar redução de peso, recusa alimentar e redução no crescimento (Santana, 2012). Os sinais clínicos de toxicidade aguda em cães incluem vômito, náuseas, anorexia, dermatites, diarreia, hemorragia gastrintestinal, aborto e distúrbios neurológicos (Dias, 2018). o DON tem maior frequência de ocorrência e é capaz de desencadear alterações dose-dependente, como vômitos, náuseas, diarreia e redução alimentar em doses mais baixas (Freire et al., 2007; Furlong, 1992; Marochi et al., 1996). 2.2.5 Ocratoxinas As Ocratoxinas (OTAs) consistem em um grupo de, no mínimo, sete metabólitos secundários, dos quais a ocratoxina A (OA) é a mais conhecida e tóxica. Produzida pelos gêneros Aspergillus e Penicillium, ela é encontrada em aproximadamente 50% das amostras de milho, trigo e arroz (Santana, 2012). Exibe propriedades carcinogênicas, teratogênicas, hepatotóxicas e neurotóxicas, podendo, quando ingerida em quantidade considerável, causar efeito renal, ocasionando alterações na filtração glomerular e perda da capacidade de concentração urinária (Silva, 2019). Em ruminantes a OTA é degradada no rúmen por protozoários, reduzindo assim a toxicidade. Ao receber alimento concentrado, a degradação FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE desta micotoxina aumenta, contudo, se a quantidade presente na dieta não for muito alta, a ruminação consegue proteger os animais dos efeitos tóxicos. Neste caso, a ocratoxina passa a ser absorvida no intestino delgado e se liga à albumina, sendo então levada para diversos tecidos, especialmente os rins. Ela interfere na transcrição de proteínas e, quando oxida, gera a ocratoxina A-quinona, que se liga ao DNA e causa mutações e tumores. Em bovinos, os principais efeitos da ocratoxina são os neurotóxicos, carcinogênicos e hepatotóxicos. Além disso, existe a patulina, outra micotoxina produzida pelo fungo Penicillium, que possui uma ação antimicrobiana no rúmen, afetando negativamente a fermentação ruminal. Quanto aos sintomas de intoxicação animal, destacam-se a agitação, convulsões e hemorragia na forma aguda; enquanto na crônica, os efeitos são neurotóxicos, cancerígenos e imunotóxicos. No entanto, como a ocratoxina é altamente degradada no rúmen, os riscos de intoxicação são menores. (Vedovatto et al., 2020) 2.2.6 Citrinina A CIT, produzida principalmente pelo fungo Penicillium citrinum, é hepato e nefrotóxica e uma das principais causadoras de intoxicação em filhotes de cães. Os sinais observados são tremores, redução da ingestão de alimentos, perda de peso, vômito, respiração ofegante e sialorreia (CRUZ, 2010; SILVA, 2019). Em função do volume ingerido, os animais podem desenvolver lesões hemorrágicas com necrose hepática e renal, pois o túbulo proximal é o alvo da citrinina (CRUZ, 2010; SILVA, 2019). A PTA é produzida por fungos dos gêneros Penicillium e Aspergillus, como P. claviforme, P. expansum, A. clavatus e A. terreus, encontrados principalmente no solo e nos cereais (SANTOS, 2012). Entre seus efeitos nocivos estão a mutagenicidade, a teratogenicidade, a carcinogenicidade, a imunossupressão e as intoxicações agudas com edema pulmonar, hemorragias, danos ao fígado, baço e rins. Além disso, determina alterações na mucosa intestinal, que podem provocar agitação, ulceração, vômitos e inflamação (SANTOS, 2012). FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE 3 CONCLUSÃO A revisão dos fatores antinutricionais e micotoxinas presentes nos alimentos para animais revelou a importância de entender os efeitos desses compostos sobre a saúde e nutrição dos animais, especialmente em sistemas de produção animal intensiva. A presença de fatores antinutricionais, como ácido cianídrico, fitato, gossipol, inibidores de proteases, lectina, mimosinas, polímeros fenólicos e saponinas pode limitar a disponibilidade de nutrientes, afetar o desenvolvimento e saúde dos animais, além de comprometer a qualidade e produtividade da produção animal. Por outro lado, as micotoxinas, como a aflatoxina, fumonisina e ocratoxina, podem ter efeitos tóxicos agudos e crônicos em animais, incluindo perda de peso, supressão do sistema imunológico, disfunção hepática e até mesmo morte. Diante desses fatores, é essencial que sejam realizados estudos para a avaliação da presença de fatores antinutricionais e micotoxinas nos alimentos para animais, bem como a adoção de medidas preventivas e terapêuticas para minimizar os efeitos desses compostos sobre a saúde deles. Além disso, é importante conscientizar os produtores sobre a importância da escolha de ingredientes de alta qualidade e seguros para alimentação animal, bem como o monitoramento constante dos níveis de fatores antinutricionais e micotoxinas nos alimentos. Somente assim será possível garantir a saúde e nutrição dos animais, bem como a produção de alimentos de alta qualidade e seguros para o consumo humano. 4 REFERÊNCIAS Aerts, R. J., Barry, T. N. & McNabb, W. C. (1999). Polyphenols and agriculture: beneficial effects of proanthocyanidins in forages. Agriculture, Ecosystems & Environment, 75(1):1-12. Alagawany, M., El-Hack, M. E. A. & El-Kholy, M. S. (2016). Productive performance, egg quality, blood constituents, immune functions, and antioxidant parameters in laying hens fed diets with different levels of Yucca schidigera extract. Environmental Science and Pollution Research, 23(7):6774-6782. FUNDAÇÃO PRESEIDENTE ANTONIO CARLOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE Almeida, A. P. M. G., Kommers, G. 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