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TEMA 3 INTERROGATÓRIO Aula 04 Realização do Interrogatório, Direitos do Acusado e questões relacionadas

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Módulo:
Provas e Parte no
Processo Penal
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Aula 04 – Realização do Interrogatório, Direitos do
Acusado e Questões Relacionadas
Em continuidade à temática que está sendo abordada, debruçar-se-á acerca da 
divisão legal da qual constitui o interrogatório. Para tanto, vale a leitura do artigo 187 do 
Código de Processo Penal.
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do 
acusado e sobre os fatos. 
§ 1.º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, 
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua 
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma 
vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão 
condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros da-
dos familiares e sociais.
§ 2.º Na segunda parte será perguntado sobre:
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita; 
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que 
atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a 
prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da 
infração ou depois dela; 
III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia 
desta; 
IV – as provas já apuradas; 
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e des-
de quando, e se tem o que alegar contra elas; 
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer 
objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; 
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos 
antecedentes e circunstâncias da infração; 
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa. 
Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida 
ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, nota-
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damente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do pro-
cesso, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu 
e outros dados familiares e sociais (art. 187, § 1o).
Se mentir, prevalece que responde por falsa identidade (at. 307, CP). Nesse sentido: 
STF, RE 640.139 RG/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, 22/09/2011.
Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vanta-
gem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui 
elemento de crime mais grave.
Se omitir a identidade – LCP, art. 68
Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados 
ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, 
profissão, domicílio e residência:
Pena – multa
A lei 13.257/2016, que estabelece políticas públicas voltadas às crianças que estão 
na primeira infância incluiu o § 10º no art. 185:
185 § 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência 
de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e 
o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela 
pessoa presa. 
 A lei supramencionada também prevê novas hipóteses de substituição da prisão 
preventiva por domiciliar:
Art. 318.  Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando 
o agente for: 
I - maior de 80 (oitenta) anos; 
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos 
de idade ou com deficiência; 
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Tema 03 - Aula 04 6
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto 
risco. 
IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído 
pela Lei nº 13.257, de 2016)
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 
12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único.  Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisi-
tos estabelecidos neste artigo. 
Por sua vez, a Lei 13.769/2018 introduziu os artigos 318-A e 318-B no CPP:
Art. 318-A.  A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe 
ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída 
por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (In-
cluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.  (Incluído 
pela Lei nº 13.769, de 2018).
 Art. 318-B.  A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser 
efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas 
previstas no art. 319 deste Código.  (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
Além disso, a lei 13.257/2016 traz obrigações ao delegado:
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autorida-
de policial deverá:
(...)
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se 
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável 
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 
13.257, de 2016)
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O art. 304 (que cuida da prisão em flagrante), também sofreu alteração para deter-
minar que conste tal informação:
Art. 304 
(...)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informa-
ção sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma 
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados 
dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
 
b) De mérito 
Na segunda parte será perguntado sobre:
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; 
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que 
atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a 
prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da 
infração ou depois dela; 
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia 
desta; 
IV - as provas já apuradas;
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde 
quando, e se tem o que alegar contra elas; 
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer 
objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; 
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dosantecedentes e circunstâncias da infração; 
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.   
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se res-
tou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspon-
dentes se o entender pertinente e relevante. 
 O juiz faz o interrogatório e, após, abre-se a possibilidade de perguntas às partes. 
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“Entretanto”, lembra Nucci, “não dispõem elas de direito absoluto à obtenção de respostas a 
tais questões, cabendo ao magistrado, dentro do seu poder discricionário, sem dúvida fun-
damentado, deliberar se são pertinentes e relevantes. Logo, deve coibir as perguntas ten-
dentes a constranger o réu ou provocá-lo a confessar, bem como as que forem inadequadas 
ao caso, como as gratuitamente invasoras de sua intimidade. Ainda assim, dado o direito às 
partes para colaborar com o juiz, não deixa de ser posição arriscada, pois nada impede que 
o magistrado, menos interessado em filtrar tais questões, proporcione verdadeira situação 
de reperguntas, como se faz com qualquer testemunha, gerando prejuízo à ampla defesa 
(...) Porém, na contramão do direito à ampla defesa, a Lei 11.689/2008 introduziu a possi-
bilidade das partes dirigirem, em plenário do Tribunal do Júri, perguntas diretas ao acusado 
(art. 474, § 1.º, CPP). A solução, diante dessa lamentável situação, que viabilizou questões 
da acusação ao réu, é invocar o direito ao silêncio. Portanto, não está o acusado obrigado 
a responder nenhuma indagação do órgão acusatório” (NUCCI, Guilherme Souza. Código de 
Processo Penal Comentado, 15ª edição. Forense, 02/2016).
DIREITOS DO ACUSADO
1 – Direito de presença - O acusado tem o direito de acompanhar os atos da instru-
ção. Se preso, deve ser requisitado.
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no cur-
so do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu 
defensor, constituído ou nomeado.
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício 
ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.
Art. 400.  Na audiência de instrução e julgamento, proceder-se-á à tomada 
de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela 
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222, 
bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconheci-
mento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
Obs.: Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar hu-
milhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de 
modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por video-
conferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a reti-
rada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
Requisição do réu preso – se não for possível interrogar o réu no estabelecimento 
prisional onde estiver, nem for o caso de realizar o interrogatório por videoconferência, uti-
liza-se o sistema mais comum (ouvido no fórum), devendo o juiz requisitar a apresentação 
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do acusado para o ato processual. 
Art. 187, § 7o  Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas 
hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 
1o e 2o deste artigo.   
Existe direito de presença em se tratando de carta precatória?
STF e STJ - A ausência é causa de nulidade relativa, devendo haver prova do 
prejuízo.
(...) este Tribunal já firmou entendimento no sentido de que a ausência de 
réu preso em audiência de oitiva de testemunha não implica a nulidade do 
processo. Destaco, nessa esteira, que o Plenário do Tribunal, ao apreciar 
o RE602.543-RG-QO/RS, Rel. Min. Cezar Peluso, ratificou tal entendimen-
to, ou seja, de que não constitui nulidade a audiência de oitiva de testemu-
nha realizada por carta precatória sem a presença do réu. III � Orientação 
firmada por esta Corte no sentido de que não se declara a nulidade de ato 
processual caso a alegação não venha acompanhada da prova do efetivo 
prejuízo sofrido pelo réu. Precedentes. STF, HC 109672 SP, 2a T., Rel. Min. 
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, j. 28/02/2012, v.u.)
CARTA PRECATÓRIA. OITIVA DE TESTEMUNHAS. RÉU PRESO. DIREI-
TO DE PRESENÇA. DIREITO QUE NÃO É ABSOLUTO. PREJUÍZO NÃO 
DEMONSTRADO. AUSÊNCIA DE NULIDADE. (...)O direito de presença do 
réu é desdobramento do princípio da ampla defesa, em sua vertente auto-
defesa, franqueando-se ao réu a possibilidade de presenciar e participar da 
instrução processual, auxiliando seu advogado, se for o caso, na condução 
e direcionamento dos questionamentos e diligências. Nada obstante, não 
se trata de direito absoluto, sendo pacífico nos Tribunais Superiores que 
a presença do réu na audiência de instrução, embora conveniente, não é 
indispensável para a validade do ato, e, consubstanciando-se em nulidade 
relativa, necessita para a sua decretação da comprovação de efetivo pre-
juízo para a defesa, o que não ficou demonstrado no caso dos autos. 3. 
Habeas corpus não conhecido. STJ, HC 305127 SP 2014, Rel. Min. Reynal-
do Soares da Fonseca, 5ª T., j. 28/06/2016, v.u.).
2- Direito de audiência - Direito de apresentar a defesa pessoalmente ao juiz da 
causa.
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no cur-
so do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu 
defensor, constituído ou nomeado.
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício 
ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.
Art. 400.  Na audiência de instrução e julgamento, proceder-se-á à tomada 
de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela 
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222, 
bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconheci-
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Tema 03 - Aula 04 10
mento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá pres-
tar esclarecimentos e indicar provas. 
O acusado pode confessar uma parte e negar outra. O interrogatório é, essencial-
mente, um meio de defesa, de modo que o juiz deve convidar o réu a oferecer as provas 
que deseja produzir (autodefesa).
3- Direito ao silêncio (CF, art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, 
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado”). Pode se calar e pode mentir.
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da 
acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogató-
rio, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que 
lhe forem formuladas. 
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá 
ser interpretado em prejuízo da defesa. 
Observação:
Se fizer autoacusação falsa  Autoacusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado 
por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
4- Direito à entrevista prévia e assistência técnica (art. 185, 5º)
CPP, art.261, caput – “Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, 
será processado ou julgado sem defensor”.
CPP, art. 261, § único – “A defesa técnica, quando realizada por defensor 
público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamen-
tada”.
Art. 497, V – “São atribuições do Juiz Presidente do Tribunal do Júri (...) no-
mear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso”.
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11 Provas e Parte no Processo Penal
5- Direito ao contraditório 
STF: “Assiste, a cada um dos litisconsortes penais passivos, o direito – fun-
dado em cláusulas constitucionais (CF, art. 5.º, LIV e LV) – de formular reper-
guntas aos demais corréus, que, no entanto, não estão obrigados a respon-
dê-las, em face da prerrogativa contra a autoincriminação, de que também 
são titulares. O desrespeito a essa franquia individual do réu, resultante da 
arbitrária recusa em lhe permitir a formulação de reperguntas, qualifica-se 
como causa geradora de nulidade processual absoluta, por implicar grave 
transgressão ao estatuto constitucional do direito de defesa. Doutrina. Pre-
cedente do STF” (HC 94.106 – SP, 2.ª T., rel. Celso de Mello, 16.09.2008, v.u.). 
STJ: “O interrogatório é também um meio de prova, e para que seja valida-
mente introduzido no processo deve atender às garantias constitucionais 
instituídas em favor do acusado. Para o ato do interrogatório nas ações pe-
nais com pluralidade de réus, o Código de Processo Penal prevê apenas que 
estes devem ser interrogados separadamente, o que não significa, por si 
só, que a inquirição complementar seja feita apenas pelo próprio defensor 
e pelo órgão acusatório, sob pena de ofensa ao contraditório e à paridade 
de armas que deve ser resguardada no processo penal. Não há no Código 
de Processo Penal nenhum comando proibitivo à participação do defensor 
do corréu no ato do interrogatório, estabelecendo o seu artigo 188, com a 
redação dada pela Lei 10.792/03, que ‘Após proceder ao interrogatório, o juiz 
indagará as partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando 
as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante’, razão 
pela qual não é dado ao intérprete restringir esse direito, que tem assen-
to em princípios constitucionais.” (HC 198668-SC, 5.ª T., rel. Jorge Mussi, 
04.09.2012, v.u.). 
Delação do corréu
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e cir-
cunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e 
quais sejam. 
Delação do corréu – interrogatório nesse caso funciona como meio de prova, não 
apenas meio de defesa (Nucci, Ada – precisa abrir contraditório – defensor do corréu dela-
tado faz perguntas para o corréu delator).
STF: “O sistema processual brasileiro não admite a oitiva de corréu na qua-
lidade de testemunha ou, mesmo, de informante, como quer o agravante. 
Exceção aberta para o caso de corréu colaborador ou delator, a chamada 
delação premiada, prevista na Lei 9.807/99.” (AP 470 AgR – sétimo – MG, 
T.P., rel. Joaquim Barbosa, 18.06.2009, v.u.). Idem: HC 94601 – CE, 2.ª T., rel. 
Celso de Mello, 04.08.2009, v.u.
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Tema 03 - Aula 04 12
I. Entre os direitos do preso, reconhece a Constituição Federal o de permane-
cer calado (art. 5º, nº LXIII), não só na fase do inquérito senão ainda em ju-
ízo, onde o magistrado, primeiro que o interrogue, observa-lhe que não está 
obrigado a responder às suas perguntas (art. 186 do Cód. Proc. Penal).
Não deve, porém, esse direito entender-se por solene e formal convite ao 
silêncio; ao revés, para que o acusado não se obstine a trazer um cadeado 
na boca, o juiz — dispunha o art. 186 do Cód. Proc. Penal (1941) — adverte-
-o gravemente de que “o seu silêncio pode ser interpretado em prejuízo da 
própria defesa” [1]. Ao réu, mais do que prestigiar o direito ao silêncio, impor-
ta-lhe defender-se [2].
Quem se cala, é certo, não confessa a autoria de fato criminoso…; mas tam-
bém não a nega. É o que basta para não se fazer a apologia do silêncio no 
interrogatório do réu, notadamente em juízo.
II. Perante o juiz, raríssimos são os casos em que o acusado se recusou a 
falar, e quando isto ocorreu foi-lhe causa determinante a falta de higidez 
(física ou mental) ou a coação irresistível.
 No ato de seu interrogatório, se até o mudo tem ocasião de expressar-se 
(por escrito ou por intérprete), por que houvera de emudecer aquele que, 
acusado de crime, razão era que suspirasse pela oportunidade de protestar 
inocência?!
Daqui por que a sabedoria das nações cunhou a retrilhada parêmia quem 
cala, consente, como a significar que o silêncio é o outro nome da culpa num 
acusado que, podendo, não se defendeu com a força da palavra [3].
Código de Processo Penal
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da 
acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu 
direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formula-
das.                      (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acu-
sado e sobre os fatos.                      (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios 
de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pre-
gressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o 
juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, 
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13 Provas e Parte no Processo Penal
se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.                        (Incluído pela Lei nº 10.792, 
de 1º.12.2003)
§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:                 (Incluído pela Lei nº 10.792, 
de 1º.12.2003)
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;                   (Incluído pela Lei nº 10.792, 
de 1º.12.2003)
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-
-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais 
sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;                       (In-
cluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia 
desta;                        (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
IV - as provas já apuradas;                       (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde 
quando, e se tem o que alegar contra elas;                        (Incluído pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003)
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto 
que com esta se relacione e tenha sido apreendido;                           (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 1º.12.2003)
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antece-
dentes e circunstâncias da infração;(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.                    (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou 
algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender 
pertinente e relevante.                       (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá pres-
tar esclarecimentos e indicar provas.                       (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003)
 Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou 
a pedido fundamentado de qualquer das partes.                         (Redação dada pela Lei nº 
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 217.  Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, 
ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verda-
de do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade 
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dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do 
seu defensor.           (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste 
artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.           (Inclu-
ído pela Lei nº 11.690, de 2008)
 Art. 261.  Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou 
julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, 
será sempre exercida através de manifestação fundamentada.           (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 1º.12.2003)
  Art. 307.  Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, 
no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as 
declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado 
pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem 
couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presi-
dido o auto.
Art. 318.  Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o 
agente for:         (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - maior de 80 (oitenta) anos;          (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;           (Incluído pela Lei 
nº 12.403, de 2011).
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de 
idade ou com deficiência;             (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - gestante;           (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;           (Incluído 
pela Lei nº 13.257, de 2016)
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) 
anos de idade incompletos.           (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único.  Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos 
estabelecidos neste artigo.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
 Art. 318-A.  A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou res-
ponsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, 
desde que:                 (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;                 (In-
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cluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.                 (Incluído 
pela Lei nº 13.769, de 2018).
 Art. 318-B.  A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada 
sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 
deste Código.                 (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
 
Art. 341.  Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:           (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo 
justo;           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;           (In-
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;           (In-
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;           (Incluído pela Lei nº 12.403, 
de 2011).
V - praticar nova infração penal dolosa.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 400.  Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo 
de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição 
das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o dis-
posto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acarea-
ções e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusa-
do.           (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o  As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as 
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.           (Incluído pela Lei nº 11.719, 
de 2008).
§ 2o  Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das 
partes.           (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE 
DROGAS E ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO. QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO DO ACUSA-
Jurisprudência
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Tema 03 - Aula 04 16
DO. REGISTRO MEDIANTE GRAVAÇÃO EM MEIO AUDIOVISUAL. UTILIZAÇÃO DO PADRÃO 
VOCAL DO ACUSADO OBTIDO DURANTE A AUDIÊNCIA PARA FINS DE COMPARAÇÃO COM 
VOZ ATRIBUÍDA A UM DOS INTERLOCUTORES INTERCEPTADOS. NECESSIDADE DE CON-
CORDÂNCIA EXPRESSA DO ACUSADO. PRINCÍPIO DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO. ART. 5º, 
LXIII, DA CF/88. NEMO TENETUR SE DETEGERE. AUSÊNCIA DE PRÉVIA ADVERTÊNCIA DE 
QUE A QUALIFICAÇÃO E O INTERROGATÓRIO GRAVADOS PODERIAM SER UTILIZADOS 
PARA FUTURA PERÍCIA. AUSÊNCIA DE CONSCIÊNCIA DO ACUSADO NA PRODUÇÃO DA 
PROVA QUE LHE POSSA SER DESFAVORÁVEL. ILEGALIDADE CARACTERIZADA. RECURSO 
ORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. I - A jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no 
sentido de que o direito ao silêncio, previsto no art. 5º, LVIII, da Constituição Federal, deve 
ser interpretado de forma extensiva, sendo assegurado ao investigado ou ao réu o direito 
de não produzir prova contra si mesmo (princípio da não autoincriminação ou do nemo 
tenetur se detegere), razão pela qual não pode ser obrigado a fornecer involuntariamente 
qualquer tipo de informação ou declaração que possa incriminá-lo, direta ou indiretamente. 
II - De igual forma, o direito a não autoincriminação também permite ao investigado ou réu 
se recusar a fornecer qualquer tipo de material, inclusive de seu corpo, para realização de 
exames periciais, ressalvadas as hipóteses legalmente previstas, como para fins de identifi-
cação criminal (art. 5º, LVIII, da Constituição Federal, regulamentado pelaLei n. 12.037/09), 
bem como para a formação do banco de dados de perfil genético de condenados por crimes 
hediondos ou delitos dolosos praticados com violência de natureza grave contra pessoa 
(art. 9º-A da Lei de Execução Penal, incluído pela Lei n. 12.654/12). III - “Aquele que sofre 
persecução penal instaurada pelo Estado tem, dentre outras prerrogativas básicas, (a) o 
direito de permanecer em silêncio, (b) o direito de não ser compelido a produzir elementos 
de incriminação contra si próprio nem de ser constrangido a apresentar provas que lhe 
comprometam a defesa e (c) o direito de se recusar a participar, ativa ou passivamente, de 
procedimentos probatórios que lhe possam afetar a esfera jurídica, tais como a reprodu-
ção simulada (reconstituição) do evento delituoso e o fornecimento de padrões gráficos 
ou de padrões vocais para efeito de perícia criminal” (HC n. n. 99.289/RS, Segunda Turma, 
Rel. Min. Celso de Mello, DJe-149 de 04/08/2011, grifei). IV - A concordância do recorrente 
quanto à gravação do interrogatório em meio audiovisual, bem como eventuais respostas 
às perguntas formuladas, não configuram, por óbvio, autorização prévia para que o material 
registrado na mídia eletrônica, notadamente o seu padrão vocal, seja utilizado para elabo-
ração de exame pericial destinado a identificar suposto autor dos crimes imputados, me-
diante comparação de sua voz com aquela atribuída a um dos interlocutores das ligações 
telefônicas interceptadas. V - Vale dizer, conquanto não tenha sido coagido a participar do 
ato ou à responder às perguntas eventualmente formuladas, a ausência de consciência 
do recorrente de que o ato poderia ser utilizado para posterior exame pericial impede que 
o material obtido pela gravação de sua voz (padrão vocal) seja encaminhado para perícia 
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17 Provas e Parte no Processo Penal
sem sua anuência expressa, sob pena de afronta ao princípio da não autoincriminação. VI 
- A participação do acusado na produção de prova que possa ser utilizada em seu desfa-
vor pressupõe consciência e voluntariedade. Ausentes qualquer delas, a prova obtida será 
ilegal. Precedentes. Recurso ordinário provido para determinar que a utilização do padrão 
vocal do recorrente, obtido durante a gravação em meio audiovisual de sua qualificação 
e de seu interrogatório judicial, seja condicionada à expressa anuência do recorrente e, 
subsidiariamente, para que eventual laudo já elaborado seja desentranhado dos autos, não 
podendo ser utilizado para a formação do convencimento do julgador, salvo expressa con-
cordância do recorrente.
(STJ - RHC: 82748 PI 2017/0073951-7, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de 
Julgamento: 12/12/2017, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/02/2018)
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Crítica Jurisprudencial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.
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Tema 03 - Aula 04 18
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NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 12ª ed. 
São Paulo: Forense, 2015.
PACELLI, Eugênio. FISCHER. Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal 
e sua Jurisprudência. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
TÁVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 
7ª ed. Salvador: Juspodvum, 2012.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de Processo Penal Comentado. Vol. 
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