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OBJETIVOS: 1. Compreender a classificação da dor articular 2. Entender a diferença entre dor inflamatória e mecânica para realizar o diagnóstico 3. Analisar os fatores de risco para a dor articular DEFINIÇÃO: A dor articular é qualquer dor que ocorra na região de uma articulação, se relacionando com a mobilização ativa e passiva e melhorando com repouso. A dor articular pode ser de etiologia traumática, degenerativa ou inflamatória As artralgias se associam com o comprometimento articular, podendo restringir os movimentos ou até mesmo tornar o indivíduo incapaz de movimentar a determinada articulação CLASSIFICAÇÃO DA DOR ARTICULAR: A dor articular é classificada de acordo com o número de articulações acometidas (localização), causa da dor, intensidade, características e duração da dor OBS: manifestações como dor, calor, rubor (sinais flogísticos) indicam etiologia inflamatória. DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES PARA A DOR ARTICULAR: LOCALIZAÇÃO: DURAÇÃO: INTENSIDADE: CARACTERÍSTICAS: CAUSA: • Monoarticular: 1 articulação acometida • Aguda: <6 semanas • Leve • Latejante Monoarticular: • Lesão, fratura, entorse • Artrite reumatoide ou osteoartrite • Infecções fúngicas ou bacterianas • Inflamação (gota ou artrite psoriásica • Oligoarticular: 2 a 4 articulações acometidas • Crônica: >3 meses • Moderada • Lancinante Oligoarticular: • Artrite reumatoide infantil • Artite psoriásica • Espondilite anquilosante • Lesões, fraturas e contusões • Poliarticular: >4 articulações acometidas • Grave • Queimação Poliarticular: • Artrite reumatiude • Lúpus eritematoso sistêmico • Fibromialgia • Infecções como hepatite C, doença de Lyme ou artrite séptica • Osteoartrite • Gota 1. MONOARTICULAR: Na maioria das vezes está associada à dor aguda, e as principais causas são respectivamente: lesões (25%), artrite (reumatoide, desgaste de cartilagem como a osteoartrite), infecções 15% (artrite séptica), doenças inflamatórias 10% (gota, entre outras), tumores (5%) → Monoartrite aguda: é uma emergência médica pela elevada intensidade dos sintomas e pela possibilidade de a artrite séptica levar a destruição articulas ou septicemia. O líquido sinovial deve ser sempre aspirado, analisado e cultivao para investigação de artrite infecciosa, exceto em casos que há trauma como causa evidente. → Monoartitrite crônica: geralmente ocorre por doença reumática, em que o líquido sinovial apresenta características inflamatórias, afastando osteoartrose; a cultura pode revelar artrite tuberculosa ou fúngica. 2. OLIGOARTICULAR: → Oligoartrite Aguda: geralmente associada a processo inflamtorio e a causa infecciosa deve ser sempre descartada. A etiologia mais comum em jovens sexualmente ativos é a artrite gonocócica. As espondiloartropatias, tipicamente, manifestam-se como oligoartrite, mas, entre elas, a artrite reativa é a que mais comumente tem um curso agudo, e, no início da doença, pode ser confundida com a artrite gonocócica. Artrites virais e sistêmicas como a artritereumatoide e LES. → Oligoartrite Crônica: As espondiloartropatias são as causas mais comuns de oligoartrites inflamatórias crônicas. As manifestações extraarticulares ajudam no diagnostico mas costumam passar despercebidas (lesões psoriásicas no couro cabeludo, cicatriz umbilical e pavilhão auricular, lesões mucosas na artrite reativa, diarreia intermitente na doença inflamatória intestinal e uveíte em todas elas). A osteoartrose de grandes articulações, por outro lado, provoca um acometimento não-inflamatório dos quadris e dos joelhos e não costuma apresentar grandes dificuldades diagnósticas. 3. POLIARTICULAR: • Na maioria das vezes está associada a doenças sistêmicas • As principais causas são respectivamente: gota em fase crônica, osteoartrose, infecções virais, artrite reumatoide, febre reumática, espondiloartrites • São divididas em inflamatórias ou não inflamatórias • Podem ser divididas de acordo com a duração da dor (aguda ou crônica) → Aguda: A maioria dos casos de poliartralgia ou poliartrite aguda são primariamente não-reumáticas e apresentam manifestações semelhantes à doença do soro (nefrite, serosite, rash cutâneo, febre e adenopatia), provocadas por deposição de imunocomplexos. Estas doenças são definidas como reativas, geralmente a uma infecção viral ou bacteriana. → Crônica: pode ser a forma inicial de apresentação de uma doença reumática ou a evolução de uma monoartrite ou de uma poliartrite aguda. O protótipo 14 das doenças deste grupo é a AR, cujo diagnóstico requer a presença de poliartrite crônica e pode ser auxiliado por achados radiológicos. A maioria das doenças autoimunes sistêmicas, como LES, ES, PM-DM, DMTC e vasculites, manifesta-se por poliartrite ou poliartralgia crônica. ARTRALGIAS MECÂNICAS: Dor relacionada somente a utilização da articulação (articulação fica instável devido ao uso prolongado e\ou repetitivo). Os distúrbios não inflamatórios podem estar relacionados com traumatismo (laceração do manguito rotador), uso repetitivo (bursite, tendinite), degeneração ou reparo ineficaz (OA), neoplasia ou amplificação da dor (fibromialgia) Pode atingir as articulações periféricas de carga como os joelhos e as coxo-femorais, mas também articulações que sofrem movimentos repetitivos por períodos de tempo muito prolongados. A) OSTEOARTRITE: É o tipo mais comum de artrite. A osteoartrite afeta certas articulações, porém poupa outras. As articulações afetadas comumente são as da coluna cervical e lombossacra, o quadril, o joelho e a primeira articulação metacarpofalangeana (MTF). Nas mãos, as articulações interfalangeanas distais e proximais, assim como a base do polegar são afetadas com frequência. Em geral, são poupados o punho, o cotovelo e o tornozelo. A OA pode ser diagnosticada com base nas anormalidades estruturais ou nos sintomas evocados por essas anormalidades. De acordo com estudos necrópticos, as alterações estruturais da OA no idoso são quase universais e consistem em perda da cartilagem (visualizada como o desaparecimento do espaço articular nas radiografias) e osteófitos. Definição: a OA representa uma falência articular, uma doença na qual todas as estruturas da articulação sofreram alterações patológicas, na maioria das vezes simultaneamente. Ocorre a perda da cartilagem articular hialina, presente em conformidade com um padrão focal, e inicialmente, não uniforme, o que é acompanhado por um aumento na espessura e na esclerose da placa óssea subcondral, pelo crescimento excessivo de osteófitos nas margens articulares, pela distensão da cápsula articular, por ligeira sinovite em muitas articulações afetadas e pela fraqueza dos músculos que cruzam a articulação. Nos joelhos, a degeneração meniscal faz parte da doença. Existem numerosos caminhos que levam à falência articular, porém a etapa inicial é representada mais frequentemente por lesão articular na vigência de uma falha dos mecanismos protetores. B) TENDINITE: Tendinite é uma inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, como uma corda fibrosa que faz a fixação dos músculos aos ossos). Eles servem para transmitir a força de contração muscular necessária para mover um osso. As causas mais comuns são trauma local ou excesso do uso durante trabalho ou jogo. As tendinites, dependendo dos locais de incidência, podem ser classificadas em: • Entesite – tendinite de inserção • Tenossinovite - inflamação da bainha sinovial tendinea • Peritendinite - inflamação da junção músculo C) BURSITE Bursite é a inflamação ou irritação de uma “bursa”, que é uma pequena bolsa localizada entre o osso e outras estruturas móveis, como músculos, pele ou tendões. Ela permite e facilita um melhor deslizamento entre as estruturas. A bursite pode surgir de trauma único de forte intensidade ou micro-traumas repetitivos. Desde que os tendões e asbursas estão localizados próximos as articulações, qualquer processo inflamatório nestes tecidos moles será percebido frequentemente pelos distribuição simétrica. A destruição progressiva das articulações e tecidos moles leva as deformidades crônicas irreversíveis. Punhos e articulações metacarpofalângicas (MCFs) e interfalângicas proximais (IFPs) são mais envolvidas, raramente IFD. A inflamação e a proliferação sinovial, erosões ósseas focais e o afinamento (deformidade) da cartilagem articular. A inflamação crônica leva à hiperplasia da camada sinovial e à formação de pannus na membrana sinovial, um tecido granulomatoso com células gigantes, fibroblastos e macrófagos. pacientes com dor na articulação. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) Os sintomas entre tendinite e bursite são semelhantes: • Dor e rigidez, agravado por movimento. • Dor principalmente noturna. • Inchaço local pode acontecer. ARTRALGIAS INFLAMATÓRIAS: Podem ser infecciosos (infecção por Neisseria gonorrhoeae ou Mycobacterium tuberculosis, induzidos por cristais (gota, pseudo gota), relacionados com o sistema imunológico [artrite reumatoide (AR), lúpus eritematoso sistêmico (LES)], reativos (febre reumática, artrite reativa ou idiopáticas. A) ARTRITE REUMATOIDE (AR) A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória de etiologia desconhecida marcada por uma poliartrite simétrica periférica. Ela é a forma mais comum de artrite inflamatória crônica e geralmente leva àlesão articular e àincapacidade física. Por ser uma doença sistêmica, a AR pode levar a uma variedade de manifestações extra-articulares, incluindo fadiga, nódulos subcutâneos, envolvimento pulmonar, pericardite, neuropatia periférica, vasculite e anormalidades hematológicas. Iniciada pela ativação de linfócitos T auxiliares, liberação de citocinas (TNF, IL-1) e formação de anticorpos. O fator reumatoide (FR), anticorpo autólogo reage com IgG para formar complexos imunes na membrana sinovial, no líquido sinovial e nas lesões extraarticulares. Neutrófilos e macrófagos fagocitam os complexos imunes e liberam enzimas lisossomais que destroem cartilagem articular. A resposta inflamatória atrai células inflamatórias adicionais, perpetuando a doença. Células sinoviais e tecidos subsinoviais são submetidos à hiperplasia reativa. Os pacientes, em geral, se queixam de inchaço matinal nas articulações, que dura mais de uma hora e melhoracom a atividade física. As articulações inicialmente envolvidas são as pequenas articulações das mãos e pés. O padrão inicial do envolvimento articular pode ser distribuição simétrica. A destruição progressiva das articulações e tecidos moles leva as deformidades crônicas irreversíveis. Punhos e articulações metacarpofalângicas (MCFs) e interfalângicas proximais (IFPs) são mais envolvidas, raramente IFD. A inflamação e a proliferação sinovial, erosões ósseas focais e o afinamento (deformidade) da cartilagem articular. A inflamação crônica leva à hiperplasia da camada sinovial e à formação de pannus na membrana sinovial, um tecido granulomatoso com células gigantes, fibroblastos e macrófagos. B) LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune na qual órgãos e células sofrem algum dano inicialmente mediado por autoanticorpos e imunocomplexos ligados aos tecidos. Na maioria dos pacientes, os autoanticorpos estão presentes por alguns anos antes que apareçam os primeiros sintomas clínicos; as manifestações clínicas são heterogêneas. A maioria das pessoas com LES sofre de poliartrite intermitente, que varia de leve a incapacitante, caracterizada por tumefação dos tecidos moles e hipersensibilidade nas articulações, mais comumente nas mãos, punhos e joelhos. C) ESPONDILITE ANQUILOSANTE: Anquilosante = perda do espaço articular. Predomina no esqueleto axial (coluna e sacroilíaca), mas pode ter em outras articulações. Entesite é marca registrada = inflamação das ênteses, lugar de inserção dos tendões/ligamentos no osso. Em geral, os sintomas da doença são notados primeiro no final da adolescência, ou início da idade adulta; O sintoma inicial é uma dor surda, de início insidioso, sentida profundamente na região lombar inferior ou glútea, acompanhada de rigidez matinal na parte inferior das costas de até́poucas horas de duração, a qual melhora com a atividade, retornando após inatividade. Após poucos meses do seu início, a dor em geral se torna persistente e bilateral. A exacerbação noturna da dor, frequentemente, forca o paciente a erguer-se e se movimentar. D) GOTA: Doença inflamatória devido ao excesso de ácido úrico no sangue, que leva a um deposito de cristais de monourato de sódio nas articulações, causando inflamação. As causas podem ser devido ao um aumento da produção ou por deficiência de eliminação. CAUSAS DE ARTRALGIA MECÂNICA/CRÔNICA: CAUSAS DE ARTRALGIA INFLAMATÓRIA: • Osteoartrite • Artrite reumatoide • Bursite • Lupus eritematoso sistêmico • tendinite • Espondilite anquilosante • Gota DOR INFLAMATÓRIA X DOR CRÔNICA: • DOR CRÔNICA: definida por processos que podem ser definidos como osteoartrite, tendinite, bursite e fibromialgia. Sinais e sintomas: rigidez matinal <30 min, sem sinais flogísticos, dor após o uso da articulação, pode haver edema, não está associado a doença sistêmica. • DOR INFLAMATÓRIA: é a dor que pode ser causada por artrite reumatoide, lúpus, espondilite anquilosante, gota, febre reumática, esclerodermia e doença de Sjogren. Sinais e Sintomas: Rigidez matinal >30 min, dor mesmo com inatividade articular, sinais flogísticos presentes (edema, dor, calor, rubor), presença de doença sistêmica, presença de febre, cansaço, inapetência. DOR INFLAMATÓRIA: DOR CRÔNICA: • Rigidez matinal >30min (horas) • Rigidez matinal <30min (minutos) • Dor pode ser aguda ou crônica • Dor sempre crônica • Associada a doenças sistêmicas, autoimunes, inflamatórias • Associada a lesões, desgaste articular, fibromialgia e neuropatias • Presença de sinais flogísticos (dor, calor, edema, rubor, febre) • Ausência de sinais flogísticos (dor, calor, edema, rubor, febre) • Dor associada à inatividade articular • Dor referida após o uso/esforço articular • Melhora com atividade • Melhora com repouso • Piora a noite • Piora com atividade • Fadiga e fraqueza • Sem fadiga e fraqueza • Sinais inflamatórios (calor, rubor, edema) • Esporões ósseos • Simétrica • Assimétrica FATORES DE RISCO PARA A DOR ARTICULAR: • Idade • Sexo feminino • Histórico familiar • Lesões articulares anteriores (entorse, fratura etc.) • Obesidade • Profissão (movimentos repetitivos, incluindo esportes) • Sedentarismo • Doenças autoimunes • Infecções • Genética • Comportamento sexual de risco • Imunossuprimidos • Ácido úrico elevado DIAGNÓSTICO: • TC • RM • FAN • Hemograma • Análise do Líquido Sinovial (ajuda a diagnosticas a etiologia majoritariamente em casos de artralgia infecciosa) SINAIS DE ARTROSE NO RX: • Diminuição do espaço articular (proximidade de osso com osso) • Esclerose subcondral • Osteófitos • Cistos subcondrais • Subluxação articular
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