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TRABALHO PPCC- RISO

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Ana Claudia Aleixo e Catarina dos Santos Marafigo.
Prática Pedagógica como Componente Curricular - PPCC e reflexões sobre a arte de ensinar.
 
Trabalho submetido ao Programa de Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina Prof.(a) Maria Risoleta Freire Marques.
Florianópolis
2022
 O termo ``Prática como Componente Curricular'' (PCC) passou a ser referenciado nos documentos oficiais do Conselho Nacional de Educação (CNE) acerca da formação de professores do país a partir de 2001. A redação desses documentos prima, de modo geral, pela indissociabilidade teoria-prática, por uma práxis integradora que estreite o liame universidade-escola-sociedade e pela formação da identidade de um docente reflexivo e atuante na sociedade. Nesse sentido, a PCC, que deve permear todo o curso de licenciatura, com no mínimo 400 horas, deve contribuir, assim como as demais dimensões do currículo, com uma formação voltada à reflexão e mediante o trabalho de atividades que trazem à tona experiências efetivamente formativas.
A prática docente não é apenas um objeto de saber das ciências da educação, ela é também uma atividade que mobiliza diversos saberes que podem ser chamados de pedagógicos. Os saberes pedagógicos apresentam-se como doutrinas ou concepções provenientes de reflexões sobre a prática educativa no sentido amplo do termo, reflexões racionais e normativas que conduzem a sistemas mais ou menos coerentes de representação e de orientação da atividade educativa (TARDIF, 2014).
As práticas pedagógicas são instrumentos que podem ajudar as escolas a concretizarem seus objetivos de aprendizagem. É por meio delas que é possível manter alunos engajados com a escola ou para estabelecer uma dinâmica de sala de aula mais participativa e inclusiva. Porém iremos analisar aqui como a tarefa de ensinar muitas vezes pode ser um grande desafio para o docente em formação ou até mesmo aqueles já formados, mas que apresentam dificuldades em manter o aluno interessado no conteúdo pré estabelecido e fazer com que este mesmo conteúdo ministrado em aula faça sentido ao estudante fora do ambiente escolar.
 Afinal, “ensinar” Ciências/Biologia é uma aventura fascinante ou tarefa
enfadonha? Certamente, você já percebeu que apesar de só ter duas respostas possíveis, essa pergunta ainda não é facilmente respondida. A dificuldade em fornecer uma resposta a essa pergunta se deve a dois fatores:
1º O primeiro deles é que antes de ensinar Ciências é preciso ser professor, e para ser professor é necessário desenvolver uma série de competências que muitas vezes só se percebe a necessidade delas quando se está em sala de aula. Durante muito tempo no Brasil, qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento poderia assumir uma sala de aula.
2º O segundo fator é que não basta ser professor é preciso ser professor de Ciências. E nesse caso, além de ter todas as competências necessárias para ser professor, é preciso possuir as habilidades e competências próprias dos cientistas. Visto que o professor de Ciências é um indivíduo que deve ter formação científica, e essa formação vai além do domínio de conteúdos. Ele deve ter a capacidade de observar os fenômenos naturais e saber formular problemas a partir de suas observações; é preciso também formular hipóteses e desenvolver experimentos para testar a sua veracidade; e, além disso, é necessário saber analisar os resultados obtidos e deles extrair conclusões. Logo, o ensino de Ciências tanto pode ser uma aventura fascinante como uma tarefa enfadonha, depende do professor.
Pensando desta forma é necessário perceber a importância do professor para a formação do aluno e do processo de ensino/aprendizagem e conhecer as competências necessárias para que o professor possa desempenhar bem o seu papel. As tecnologias de informação sozinhas não são suficientes para levar o aluno a aprender. O tutor precisa criar um ambiente que favoreça a aprendizagem, disponibilizando as informações de maneira organizada e no momento adequado, assim despertará no aluno o interesse em aprender.
Os avanços científicos e tecnológicos observados nas últimas décadas têm provocado transformações em toda a sociedade: hábitos, valores e costumes sofrem mutações constantes. O perfil do profissional de hoje é bem diferente do que era exigido há 20, 30 anos. Durante muito tempo considerou-se como bom professor o indivíduo que tinha domínio do conteúdo ensinado, boa dicção e carisma com os alunos. O papel do docente era transmitir os conhecimentos produzidos pela humanidade ao longo do tempo, porém hoje, com o avanço dos meios de comunicação e a facilidade de acesso à informação, esse tipo de docência tornou-se obsoleta.
Na era da comunicação e da evolução tecnológica o professor precisa ter competências para formar estudantes com iniciativa, criativos, capazes de se adaptarem a situações diversas e com flexibilidade de raciocínio. A sociedade atual precisa de pessoas que tenham domínio de conhecimento, mas também que sejam capazes de intervir, interagir e cooperar. Para formar esse tipo de aluno, o professor precisa ser um profissional dinâmico e atuante com competências específicas para realizar adequadamente o seu papel.
Após este breve resumo, da forma como nós, estudantes do Curso de Ciências Biológicas - Licenciatura pensamos a respeito sobre arte de lecionar, queremos discorrer aqui reflexões que tivemos ao analisarmos materiais que nos fizeram ter ainda mais vontade de aprender mais e mais sobre como cativar alunos (as) e assim alcançar o êxito de qualquer professor, que é a capacidade de passar adiante todo o conhecimento que adquiriu durante a trajetória acadêmica e as vivências de vida para seus discentes, e também a humildade de aprender com eles a cada experiência trocada.
Para melhor compreender esta questão, buscamos a produção independente “Educação.doc”. Trata-se de um produto que estreou em 2014, no programa Fantástico, da Rede Globo, em que os episódios foram convertidos em seis programas de oito minutos de duração, exibidos a cada domingo. É possível termos uma escola pública de qualidade? Através desse questionamento o documentário inicia com uma longa investigação em busca de diferentes respostas, que mostram uma mesma paisagem: educadores, diretores, alunos e comunidades que trabalham produtivamente na democratização do progresso educacional. A série, dividida em cinco episódios, adota três blocos de montagem: o primeiro contextualiza o cenário da educação no Brasil, levantando questionamentos sobre os projetos pedagógicos e as políticas públicas. O segundo expõe a importância da Educação no seu processo transformador sobre a comunidade e traz uma visão crítica da construção de um ensino de qualidade. Por último, o terceiro bloco demonstra a possibilidade e as condições para a criação da escola do futuro.
Ao fornecer um quadro geral sobre o conceito temático, a montagem do discurso inicia sistematizando a aplicação das políticas públicas sobre o fluxo de aprendizagem no interior dos estados, pontuando as deficiências — atraso e abandono —, bem como os índices de crescimento do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que servem como uma medida de transparência sobre a gestão educacional. Além disso, a série sintetiza que, para acreditar no desenvolvimento desses índices, é preciso, antes de tudo, apostar na formação continuada dos professores, em que a qualificação atua como um processo de aperfeiçoamento profissional que leva em consideração o ato da reflexão e da troca de experiência com outros profissionais, e isto envolve uma ressignificação do conceito de aprendizagem. O depoimento dos educadores acompanha a fala de alunos, quando falam, que assumem cargos operantes dentro da escola, ajudando na organização da política interna e na formação do próprio conhecimento. Como é o caso do episódio de número 1 Levanta o Braço, que conta a história de uma viagem até a Chapada Diamantina, no interior da Bahia, para documentar os surpreendentes índices de educaçãoalcançados por 20 municípios na região. O sucesso se deve à manutenção das políticas voltadas para a educação ininterruptamente, independentemente das mudanças no cenário político; Ou do episódio de número 3-Eu Acredito, que conta a história do Piauí, considerado um dos estados mais pobres do Brasil, é cenário de um grande desenvolvimento educacional que tem como referência a Escola Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves, responsável por numerosas conquistas no setor de aprendizagem. Não muito distante desta realidade, as escolas Raimundo Gomes – CAIC (Sobral - CE) e Santa Rita de Cássia (Foz do Iguaçu - PR) zeram a taxa de abandono escolar e revelam índices de primeiro mundo. 
Por fim, a construção de um projeto pedagógico surge de um trabalho coletivo, realizado por práticas de reflexão, histórias de vida, vivências e contribuições. Dessa forma, constrói-se um caminho ativo para fortalecer a autonomia das escolas em suas propostas metodológicas. No entanto, para que haja um sistema eficiente nesta ação, a série deixa clara a necessidade de adotar sistemas de seleção que admitam um diretor por competência, e não através das preferências seletivas do poder governamental. Assim, torna-se possível que a comunidade reconheça e se envolva na cobrança de gestores bem qualificados. As falas dos diversos especialistas e alunos têm o objetivo de pontuar as possibilidades de aprendizagem e representar o que a sociedade imagina como “a escola do futuro”. O valor desses discursos têm, acima da autenticidade, o poder de desafiar o espectador a também fazer parte do caráter ideológico proposto no documentário e em consonância com o que assevera Freire: 
· “O mundo encurta, o tempo se dilui: o ontem vira agora; o amanhã já está feito. Tudo muito rápido. Debater o que se diz e o que se mostra e como se mostra na televisão me parece algo cada vez mais importante. Como educadores e educadoras progressistas não apenas não podemos desconhecer a televisão mas devemos usá-la, sobretudo, discuti-la.” (FREIRE, 2002, p. 54) .
O grande desafio da educação está na transformação do ser humano, que não se encontra apenas na sala de aula, mas no exercício cotidiano de crescimento crítico. Construir uma narrativa que possibilite essa discussão contribui para que se possa pensar a horizontalidade da comunicação com a mídia, de modo que se amplie o acesso à informação de maneira crítica e autônoma. 
REFERÊNCIAS:
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014, p. 52.
MarkCullum.Disponível<http://lh6.ggpht.com/rafael2104/SEoBQZAG_pI/AAAAAAAAAf0/_mbKGFqXqsY/charge%20matematica%5B7%5D.jpg>.
EDUCAÇÃO.DOC – Eu Acredito | Episódio 3. Direção e Roteiro: Luiz Bolognesi. Produção: Laís Bodansky; Luiz Bolognesi. São Paulo: Buriti Filmes, 2013c. 1 vídeo (23 min 48 s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1tCR27w2EaE. Acesso em: 04 jul. 2022. 
EDUCAÇÃO.DOC - Levanta o Braço | Episódio 1. Direção e Roteiro: Luiz Bolognesi. Produção: Laís Bodansky; Luiz Bolognesi. São Paulo: Buriti Filmes, 2013a. 1 vídeo (24 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yvaubrC7oiM&t=59s. Acesso em: 04 jul. 2022. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MOHR, A. & WIELEWICKI, H. G. (org.). Prática como Componente Curricular: que novidade é essa 15 anos depois? NUP/CED/UFSC. 272 p. 2017.
Parte 3 – Capítulo 1: Silvério, L.E.R. “PPCC Desafios e Possibilidades: integração da formação acadêmica com o campo profissional da docência.” (p 151-170).

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