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Pele nas Doenças Sistêmicas Eritema Nodoso: Paniculite septal sem vasculite; Em alguns casos mediado por imunocomplexo; Epidemiologia: adulto, sexo feminino; Causas: variadas; ❖ Infecções - bacterianas, virais, micobactérias, fungos; ❖ Sarcoidose; ❖ Doença inflamatória intestinal; ❖ Malignidades - leucemias, linfomas; ❖ Gravidez; ❖ Medicamentos - ACO, tetraciclinas, amoxicilina, sulfas, salicilatos; ❖ Colagenoses - LES, poliarterite nodosa; ❖ Idiopático. Buscar etiologia: ❖ Sintomas sistêmicos - febre, artralgia, diarréia; ❖ Anamnese; ❖ Exame físico: características, localização e extensão; ❖ Involui sem deixar cicatriz. Exames complementares: HGM, VHS, PCR, cultura de orofaringe para Streptococcus beta hemolítico do grupo A, PPD, Rx tórax, sorologias, FAN; OBS: no Brasil pedir sempre baciloscopia. Exame histopatológico: não são identificados agentes patogênicos nas lesões; Tratamento: ❖ Repouso; ❖ Antipirético; ❖ Anti-inflamatório; ❖ Afastar a causa. Sarcoidose: Doença granulomatosa sistêmica não infecciosa; Acompanhada de alterações imunológicas; Pode acometer quase todos os órgãos; Acredita-se que ocorra uma resposta imune exagerada a estímulos antigênicos, como agentes infecciosos, ambientais e autoantígenos; Antígenos em indivíduos geneticamente predispostos geram hiperatividade do sistema imune mediado por células e liberação de citocinas; Etiologia: origem desconhecida (acredita-se que tenha fatores familiares); Epidemiologia: adulto, negro, sexo feminino; Distribuição bimodal (picos entre 25 e 35 anos e entre 45 e 65 anos); Clínica: ❖ Silêncio clínico; ❖ Sintomas constitucionais; ❖ Lesões cutâneas - (20 a 35% dos pacientes com doenças sistêmicas) - específicas e não específicas (eritema nodoso); ❖ Pulmões e/ou linfonodos intratorácicos; ❖ Olhos (uveíte anterior aguda); ❖ Articulação (poliartrite aguda inespecífica); ❖ Outros órgãos (glândulas salivares, fígados, coração, SNC); ❖ Lesões não específicas: eritema nodoso ❖ Ocorre na fase aguda; ❖ Sugere bom prognóstico; ❖ Acompanhado de manifestações sistêmicas: adenopatia hilar bilateral, uveíte, febre, artralgia. ❖ Lesões específicas: ❖ Ocorrem na forma crônica; ❖ Mancha, pápulas, nódulos, placas infiltradas; ❖ Mais comum na face (pápulas ao redor de olhos e nariz); ❖ Sobre cicatriz, tatuagem. ❖ Forma anular: ❖ Placas eritematosas que involuem no centro e resultam em cicatriz atrófica, ocorrendo principalmente na face, na região cervical, nas nádegas e nos membros inferiores, de modo simétrico. ❖ Forma sobre cicatriz: ❖ É característica e pode ser a única manifestação da doença (fenômeno isotópico de Wolf) também tem sido relatado seu surgimento sobre tatuagens; ❖ Nesse caso, é difícil diferenciar com a reação sarcoídica ao pigmento. ❖ A manifestação cutânea mais característica da sarcoidose é o lúpus pérnio; ❖ São nódulos ou placas eritemato azuladas ou violáceas, localizando-se na face (nariz e região malar), nas orelhas , e nos dedo das mãos e pés (áreas mais afetadas); ❖ Pode haver dificuldade respiratória dependendo da localização da lesão na mucosa nasal; ❖ Tende a ocorrer associação com o acometimento da glândula lacrimal, do rim, do trato respiratório (acometimento pulmonar) e com cistos ósseos. Diagnóstico: ❖ Biópsia da pele: granulomatosa não caseoso, granulomatosa “nu” (halo frouxo de linfócitos); ❖ Investigação sistêmica; ❖ Dosagem da ECA - elevada em até 60%. Tratamento: ❖ Corticoide tópico, intralesional, oral; ❖ Antimalárico; ❖ Metotrexato. Xantomas: Lesões sólidas amareladas ou alaranjadas causadas pelo depósito de colesterol ou triglicerídeos; Não são patognomônicos de dislipidemia mas a sua presença exige a determinação do perfil lipídico; Em geral, localizam-se em áreas de atrito, sujeitas a traumatismo, dobras ou sobre os tendões; Pode estar associado a: dislipidemias primárias, doença hepática (cirrose biliar primária), DM, doenças da tireoide, mieloma múltiplo; Classificação dos xantomas metabólicos tem como base este princípio: ❖ Xantomas devidos à hiperlipidemia; ❖ Xantomas normolipidêmicos. Atenção: ❖ Alguns dos xantomas estão associados a níveis plasmáticos elevados de colesterol das lipoproteínas de baixa densidade (LDL); ❖ Grave risco de ateromatose e infarto do miocárdio. Xantelasma: Xantoma tendinoso: ❖ São amarelados ou da cor da pele e movimentam-se com os tendões extensores. Xantoma tuberoso: ❖ Nódulos amarelados localizados principalmente nos cotovelos e joelhos; ❖ Associado a aumento de colesterol. Xantoma palmar: ❖ Cirrose biliar, mieloma múltiplo. Xantoma eruptivo: ❖ Triglicerídeos - genético ou secundário; ❖ Associação com lipemia retinalis. ❖ Retina de cor salmão e vasos retinianos de cor branco cremosa. Xantoma plano: ❖ Associação com mieloma múltiplo. Diagnóstico: ❖ Clínico: anamnese com história familiar e HPP detalhados e exame físico; ❖ Dosagem dos lipídios séricos; ❖ Biopsia com exame histopatológico: células espumosas (macrofagos com gotículas de gordura). Tratamento: ❖ Tratamento da dislipidemia; ❖ Cirurgia, laser, cauterização química e eletrocoagulação. Desvitaminodermias: Alterações clínico-metabólicas causadas por excesso ou carência de vitaminas; ❖ Hipervitaminoses - iatrogênicas, refere-se a um estado de doença ou complicações, causadas por ou resultante do tratamento pelo profissional de saúde; ❖ Hipovitaminoses - ingesta inadequada, distúrbios de absorção, de metabolização ou aumento de necessidades orgânicas em determinadas fases. Vitamina B3 (niacina): ❖ A deficiência causa pelagra; ❖ Pode ser causada pela deficiência da própria vitamina ou seu metabólito (aminoácido triptofano). Pelagra: ❖ Pode ser: ❖ Genética (síndrome de Hartnup) - defeito no transporte jejunal de triptofano; ❖ Ingesta inadequada - alcoolismo, desnutrição, vegetarianos essenciais; ❖ Má absorção - doença ou cirurgia; ❖ Medicamentos - anticonvulsivantes, antidepressivos, isoniazida (bloqueia a atividade da piridoxina, cofator na biossíntese de niacina). ❖ Fontes de niacina: ❖ Dieta e síntese endógena a partir do aminoácido triptofano; ❖ Triptofano é o AA precursor da niacina, ou seja, no organismo é convertido em niacina; ❖ Fonte: carnes, aves, peixes, fígado, leite, cereais, leguminosas, oleaginosas; ❖ Em alimentos como o trigo e o milho a niacina pode estar ligada a macromoléculas que impedem a sua absorção. ❖ Clínica: tecidos com alto turn over celular; ❖ 3D - dermatite, diarreia e demência; ❖ Dermatite: áreas fotoexpostas, fotossensibilidade; ❖ Sinal da sandália; ❖ Colar de casal. ❖ Neurológico: apatia, depressão, perda de memória, demência; ❖ Diagnóstico: clínica e nível de metabólitos urinários diminuídos. Acantose Nigricans: Marcador cutâneo de resistência à insulina e menos frequente de malignidade; Insulina em altas concentrações se liga com maior afinidade nos receptores do fator de crescimento tipo insulina (IGF) que também estão presentes nos fibroblastos e ceratinócitos (tecido periférico) levando a maior proliferação dessas células; Placas vegetantes hipercrômicas, verrucosas de aspecto aveludado, simétricas mais frequente nas áreas de dobras. Ocasionalmente nas mucosas; Pode-se encontrar acrocórdon; Pode se associar com: ❖ Endocrinopatias - diabetes, obesidade, síndrome do ovário policístico, síndrome de Cushing, hipotireoidismo, hipertireoidismo e acromegalia; ❖ Adenocarcinomas – 90 a 95% da cavidade abdominal - principalmente do trato gastrointestinal (estômago ou intestino). Antes, durante ou depois; ❖ Drogas - insulina injetada, glicocorticóides, anticoncepcionais orais e inibidores de protease; ❖ Fatores hereditários; ❖ Desconhecida. Acantose nigricans maligna: ❖ Região cervical, axilas e em outras dobras do corpo, bem como periorbitária, umbilical, mamilar e genital; ❖ Hiperceratose e à hiperpigmentaçãoaveludadas mais pronunciadas; ❖ Acometimento acentuado da mucosa e acometimento da junção mucocutânea. Dermatomiosite: Doença multissistêmica de etiologia desconhecida; Etiologia: fatores genéticos, desencadeantes e imunológicos; Epidemiologia: mulher, negra, bimodal infantil (5 a 12 anos), adulta (50 a 70 anos); Associação: ❖ Primária idiopática; ❖ Associada a doenças do tecido conjuntivo; ❖ Malignidades (ovário, estômago e linfoma) 10 - 30% na forma adulta; reação cruzada entre Ags da neoplasia e da fibra muscular. Criança: fatores imunológicos; Adulto: 30% casos associado a neoplasia ( mama, pulmão, ovário, estômago, reto, testículo, útero); Etiopatogenia: ❖ Fatores imunológicos; ❖ Genéticos; ❖ Fatores desencadeantes: ❖ Infecções – criança – vírus, E.coli; ❖ Medicamentos – estatina, anti-inflamatório; ❖ Neoplasias, UV. ❖ Ac x tecido muscular e seus componentes + imunidade celular com LT e macrófagos invadindo as fibras musculares. Clínica: ❖ Início súbito ou insidioso de comprometimento cutâneo e/ou muscular; ❖ Lesões cutâneas – ausentes em 30 a 40% dos casos; ❖ >50% das manifestações cutâneas precedem o acometimento muscular em meses ou anos. Manifestações patognomônicas: ❖ Eritema-edema heliotrópico: periorbitário e malar ❖ Pápulas de Gottron: pápulas eritemato- violáceas nas articulações interfalangeanas e metacarpofalangeanas às vezes com atrofia e despigmentação. Outras manifestações clínicas: ❖ Fotossensibilidade: sinal do xale, sinal do decote em “V”; eritema malar atinge o sulco nasolabial; ❖ Sinal de Gottron: máculas eritemato-violáceas sobre outras articulações, como cotovelos ou joelhos ;qualquer articulação; ❖ Lesões poiquilodérmicas (eritema, despigmentação salpicada e telangiectasias); ❖ Hipertrofia cuticular periungueal com telangiectasia; ❖ Fenômeno de Raynaud; ❖ Vesículas, bolhas, necrose cutânea, vasculite; ❖ Calcinose. Polimiosite: ❖ Mialgia intensa, fraqueza da musculatura proximal das articulações coxofemoral e escapuloumeral; ❖ Disfagia alta; ❖ Doença intersticial pulmonar; ❖ Acometimento miocárdico. Diagnóstico: ❖ RNM; ❖ Biópsia muscular orientada pela ENMG; ❖ Alterações laboratoriais – CPK, aldolase, VHS; ❖ Anticorpo: ❖ Anti-JO1 – pulmão – polimiosite; ❖ Anti Mi – 2 – DM clássica com exuberância de lesão cutânea. ❖ Avaliar: teste de função pulmonar, motilidade do esôfago (disfagia alta), ECG, investigar neoplasia maligna associada; ❖ Todos os casos de DM: triagem para neoplasia: anual nos 3 primeiros anos ou quando surgirem novos sintomas. Tratamento: ❖ Escolha: corticoide - prednisona; ❖ Cloroquina; ❖ Metotrexato; ❖ Azatioprina. Lúpus Eritematoso Sistêmico: Uma doença crônica, autoimune que causa inflamações em várias partes do corpo, especialmente na pele, articulações, sangue e rins; Etiologia: não completamente elucidada; Fatores precipItantes comuns a todas as formas: ❖ Fatores genéticos; ❖ Hormonais; ❖ Viroses; ❖ Ambientais; ❖ RUV; ❖ Algumas drogas servem de gatilho para a produção exagerada de anticorpos. Presença de autoanticorpos de padrão antinuclear, relacionados com fenômenos de autoagressão. Depósito de imunocomplexos; Acomete com mais frequência o sexo feminino; Manifestações cutâneas: ❖ Específicas: ❖ Lúpus eritematoso cutâneo agudo (LECA); ❖ Rash malar; ❖ Vasculite (inespecífico); ❖ Fenômeno de Raynaud; ❖ Alopecia difusa. ❖ Lúpus eritematoso cutâneo subagudo (LECSA); ❖ Fotossensibilidade é marcante; ❖ 50% tem doença sistêmica; ❖ Anti-RO, anti-LA. ❖ Lúpus eritematoso cutâneo crônico (LECC). ❖ Lesões são eritemato atróficas, com ceratose característica dos infundíbulos pilosos (aspereza); ❖ Áreas fotoexpostas (face e conchas auriculares); ❖ Em geral estas lesões estão presentes em quadros de evolução benigna restritos à pele; ❖ 5 a 10% dos casos estão associadas ao lúpus eritematoso sistêmico (LES); ❖ Anti DNA em um terço dos casos. ❖ Inespecíficas: ❖ Vasculite - lesão inespecífica mais frequente de LES (20 a 40%); ❖ Fenômeno de Raynaud; ❖ Eflúvio telógeno (queda transitória do cabelo); ❖ Urticária; ❖ Eritema polimorfo; ❖ Alterações ungueais e lesões mucosas.
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