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Universidade de Cruz Alta Centro de Ciências da Saúde e Agrárias Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Andrologia Veterinária 2021 DISCENTES: Alice Passos, Bibiana Silva, Daniele Gehres e Francielly Gomes DOCENTE: Luiz Felipe Kruel Borges Exame andrologico em felídeos ´ Introdução ❖ São animais pertencentes à família Felidae ❖ Gatos selvagens e domésticos ❖ São animais que variam muito de tamanho ❖ 38-40 espécies espalhadas por todo o mundo ▪ Brasil → 10 espécies Gato-ferrugem (1,5kg) até o tigre (300kg) Quem são os felídeos? Diferenciando macho e fêmea X Macho Fêmeas Exame andrológico ❑ Espécie (silvestre) ❑ Idade ❑Raça (gato doméstico) ❑ Peso ❑Dados proprietário ou criadouro/zoológico IDENTIFICAÇÃO ANAMNESE EXAME FÍSICO GERAL EXAME FÍSICO ESPECÍFICO EXAMES COMPLEMENTARES ESPERMOGRAMA Gato doméstico X Felino silvestre ❑ EXTERNO - testículos, epidídimo, prepúcio, pênis... ❑ INTERNO - glândulas bulbouretrais e próstata ❑Observação do animal ❑Avaliação mucosas ❑ Temperatura ❑ FC e FR ❑ ... ❑Ultrassonografia ❑Raio-X Coleta e avaliação ❖Pênis ❖Escroto ▪Testículos ▪Epidídimo ❖Próstata ❖Glândulas bulbouretrais ❖Ductos deferentes Johnston et al., 2001 Anatomia Sistema reprodutor masculino: Glande: 5 mm comprimento 1 a 3 mm diâmetro PÊNIS ❖Tamanho: ▪ 21,2mm ± 2,2mm comprimento ▪ 5,1mm ± 0,5mm diâmetro ❖Posição: ▪ Ventral ao escroto ▪ Normalmente voltado para trás ▪ Faz uma reversão após a ereção ▪ Penetrando de cima para baixo ❖Possui osso peniano vestigial ▪ 5mm comprimento Anatomia Pênis de onça pintada pré púbere (idade estimada de 2-3 anos)- Reprocon PÊNIS ❖Espículas penianas (120 a 150) ▪ Surge com 12 semanas ▪ Completamente desenvolvidas na puberdade ❖Influenciadas pela testosterona ❖Classificadas de 0 a 3 ❖Machos esterilizados x machos inteiros ▪ 6 semanas após a castração A. Glande do pênis de gato inteiro, com espinhas penianas. B. Glande do pênis de gato castrado sem espinhas penianas. Anatomia TESTÍCULOS ❖Células intersticiais (Leydig) ❖Células de Sertoli ❖Células germinativas ❖A temperatura ideal deve ser inferior a temperatura corporal para manutenção da espermatogênese Anatomia Eixo hipotalâmico-hipofisário HIPOTÁLAMO GnRH Adenohipófise LH FSH Células de Leydig Células de Sertoli Testosterona EspermatogêneseDesenvolvimento caracteres sexuais primários e secundários Influência da testosterona: ❖Desenvolvimento da juba ❖Demarcação de território ❖Mandíbula bem pronunciada ❖Pele espessa ❖Os espermatozoides estão presentes nos testículos dos 5 aos 9 meses de vida ▪ Ou quando o peso dos dois testículos exceder 1g Puberdade: entre 8 e 10 meses de vida e com peso corporal de 2,5 kg ou mais. No gato, a produção espermática apresenta evidências de ser influenciada pelo fotoperíodo, sendo maior à medida que aumenta a exposição à luz solar. Puberdade ❖No gato adulto, um ciclo completo no epitélio seminífero tem a duração de 10,4 dias ❖Para que a espermatogênese decorra são necessários aproximadamente 4,5 ciclos Assim, estima-se a espermatogênese em 46,8 dias. Puberdade Comportamento reprodutivo: reflexo de Flehmen Cópula em felinos domésticos... Leopardo Cópula em outras espécies... Vagina artificial ❖Felinos selvagens - treinamento (2-3 semanas) ❖Permite um ejaculado perfeito para análise ❖O macho monta na fêmea em cio ❖A vagina artificial deve ser acoplada no pênis ❖Apoia com o polegar ❖Enquanto o dedo indicador estimula a ejaculação Média de 0,034 - 0,04 mL em gatos domésticos. Coleta de sêmen Vagina artificial PAZ, 2013. Lavagem vaginal após a cópula ❖Não é o método ideal para a avaliação seminal ❖Pode ser usado quando não for possível extrair sêmen por vagina artificial e houver risco de submeter o animal a um protocolo anestésico ou o proprietário não concordar com ele ❖O enxágue vaginal com 1 ml de solução fisiológica permite a obtenção de 40 x104 a 10 x106 espermatozoides Coleta de sêmen Eletroejaculação ❖Para machos que não aceitam a vagina artificial ❖Drenar urina antes do procedimento (evitar contaminação) ❖Ejaculados com maior volume, porém baixa concentração ❖Eletrodos retais (sonda deve possuir o tamanho adequado ao porte da espécie) ❖Expor e lavar o pênis antes de iniciar PAZ, 2013 Coleta de sêmen Eletroejaculação RIBEIRO et al., 2019 Volume médio de 0,076 - 0,22mL em gatos domésticos. ❖80 estímulos elétricos divididos em 3 séries ▪ 30 – série 1: 10 estimulações em 2, 3 e 4V ▪ 30 – série 2: 10 estimulações em 3, 4 e 5V ▪ 20 – série 3: 10 estimulações em 4 e 5V ❖O ciclo de estimulo varia de 1 segundo da voltagem 0 até a desejada, retornando pra voltagem 0 por 3 segundos ❖10 minutos de descanso entre as séries ❖O sêmen deve ser colhido em microtubos plásticos aquecidos, e devem ser posteriormente mantidos em banho-maria à 37°C Todos os ejaculados são utilizados. Volume total de sêmen é a soma dos volumes de cada ejaculado. PAZ, 2013. Coleta de sêmen Protocolo de eletrochoques RIBEIRO et al., 2019 ❖Utilização de um fármaco anestésico que estimule a liberação de sêmen na uretra ❖Medetomidina ou dexmedetomidina (α2-agonista) associado a cetamina ❖Cateter inserido na uretra para permitir a coleta de sêmen no lúmen por capilaridade Coleta de sêmen Cateterização uretral ❖α2-agonista ❖Não causa ereção e nem a ejaculação ❖Promove a liberação dos espermatozoides na uretra ❖Está relacionada à estimulação dos receptores alfa-2-adrenérgicos RIBEIRO et al., 2019 Coleta de sêmen Cateterização uretral 1 3 4 2 (1) Exposição do pênis (2) Sondagem uretral (3) Coleta do sêmen (4) Análise visual do sêmen Captura de onça-pintada com a finalidade de colocar colares de monitoramento e avaliação reprodutiva dos animais. Coleta farmacológica de sêmen em jaguatirica Coleta farmacológica de sêmen em jaguatirica ❖Espermatozoides coletados diretamente do epidídimo (especialmente da cauda do epidídimo) ❖Após a morte do animal ou após a orquiectomia Coleta de sêmen Compressão (squeezing) ou fatiamento (slicing) CONCANNON P. et al., 2002; PAZ, 2013. Motilidade: em gatos domésticos há grande variação; já foram relatados valores de 47 a 55,7% e também valores de 70 a 91% Em gatos, o vigor espermático médio é descrito entre 3 a 5. Concentração: em gatos, existem relatos de variações de 9 a 867 x 106 sptz/mL para coleta de sêmen por eletroejaculador e de até 1730 x 106 sptz/mL por vagina artificial. Os gatos com percentual de alterações morfológicas d e 40% são considerados normospérmicos. ❖Avaliação da coloração ❖Volume ❖pH ❖Osmolaridade ❖Motilidade ❖Vigor ❖Concentração ❖Morfologia espermática ❖Integridade acrossômica Análise descritiva Análise funcional Coleta de sêmen Avaliação do ejaculado Espécie Eletrodo (cm) Nº de ejaculados Volume (ml) Concentração (x 106/ml) Motilidade (%) Vigor (0-5) Normais (%) Jaguatirica 1.01 51 383 0.3±0.11 0.62±0.083 28.0±17.01 53.8±17.83 72.0±12.51 70.4±2.33 4.0±0.51 - 80.8±0.91 58.4±5.83 Gato-do-mato 1.01 183 0.11±0.023 78.5±33.83 62.1±5.73 - 35.6±6.03 Maracajá 1.01 111 273 0.2±0.11 0.31±0.053 79.9±28.11 14.2±5.33 86.0±3.31 62.8±5.33 4.6±0.21 - 48.5±6.11 39.5±7.73 Mourisco 1.01 31 213 0.1±0.11 0.08±0.023 12.5±9.41 7.2±4.03 50.0±9.91 57.8±2.53 3.5±0.41 - 35.4±14.31 25.7±4.63 Palheiro 1.01 51 23 0.3±0.11 0.08±0.013 10.8±5.71 367.0±326.03 36.7±6.61 81.3±6.33 2.8±0.21 - 64.9±23.81 56.5±0.53 Gato-do-mato grande 1.01 91 243 0.2±0.11 0.21±0.033 300.0±233.21 66.5±24.43 73.0±4.41 64.0±4.73 4.0±0.31 - 29.0±11.51 46.9±5.03 Puma 1.61 121 2.8±0.51 20.2±4.71 52.0±8.01 3.5±0.21 23.4±3.71 Onça pintada 3.01 2.32 51 382 2.7±0.61 5.7±1.712 12.0±1.91 13.16±10.762 82.0±5.81 56.9±9.352 4.1±0.31 3.02±0.772 58.2±11.11 65.73±6.72 HOWARD, 19931; PAZ et al., 20002; MORAIS, 20013 Características seminais de felídeos neotropicais IGLESIAS et al., 2020 IGLESIAS et al., 2020 Uma imagem esquemáticade diferentes formatos de cabeça de espermatozoide que pode ser vista em esfregaços. a) Em forma de pera b) Estreito na base c) Contorno anormal d) Subdesenvolvido e) Estreito f) Macrocefálico g) Normal Coleta de sêmen Morfologia espermática Algumas formas de espermatozoides detectadas no ejaculado do gato: D. ZAMBELLI, M. CUNTO, 2006 D. ZAMBELLI, M. CUNTO, 2006 Algumas formas de espermatozoides detectadas no ejaculado do gato: A. Normal (1.250x) B. Cabeça estreita (principal anormalidade encontrada, 1.000x) MORATO et al., 1998 Morfologia do espermatozoide de Panthera onca (onça pintada): Sêmen de Panthera onca (onça pintada): Uma pequena ejaculação retrógrada é normal no macho felino, a coleta de amostra de urina após a emissão de sêmen possibilita a detecção de esperma. Ultrassonografia: avaliação de testículos, epidídimo, cordão espermático e próstata Radiografia: avaliação de distúrbios espermáticos Biópsia: técnica da punção aspirativa com agulha fina→ avaliação de testículo e próstata Exames microbiológicos: • Brucelose • Isolamento Dosagem de fosfatase alcalina no plasma seminal Dosagens hormonais: testosterona, FSH e LH Exames complementares ❖Métodos de conservação: ▪ Refrigeração ou congelamento ❖Facilitando significativamente a criação comercial ❖Diluição: Tes, Tris, citrato, leite desnatado, lactose e diluente a base de água de coco ❖Agente crioprotetor: gema de ovo, glicerol Glicerol 5,0 e 7,5% promove proteção às células, ambos mostraram-se efetivos para criopreservação de sêmen de onça-parda. (Deco-Souza et al., 2013) Conservação de sêmen A presença do plasma seminal também é relatada como danosa à célula espermática, afetando a fertilidade. Assim, é indicada a centrifugação das amostras de sêmen. Resfriamento: ❖Mantem o sêmen a 4 ou 15 ° C ❖Promove menor dano às células espermáticas ❖Período de armazenamento é curto: 72 h a 5°C ❖Nas primeiras 24 h ocorre a maioria dos danos espermáticos: ▪ Diminuição da motilidade e do vigor espermático ▪ Aumento da proporção de células com alterações morfológicas Conservação de sêmen ❖Em nitrogênio líquido: -196 °C ❖Permite o transporte de material genético de animais de alto valor comercial por longas distâncias ❖Possibilita a troca de sêmen entre populações selvagens geograficamente isoladas, restaurando o vigor genético ❖O potencial fertilizante do sêmen congelado é comprometido Congelamento: Conservação de sêmen ❖Pode causar danos ao espermatozoide, interferindo na motilidade, comprometendo a função acrossomal e ocasionando em danos estruturais; ❖Afeta negativamente a qualidade do sêmen destinado a criopreservação; ❖Podem ser realizadas avaliações da microbiota de secreções prepuciais e o sêmen; Microrganismos no sêmen: Conservação de sêmen Doenças e distúrbios PÊNIS O diagnóstico é feito com base no exame físico. Em muitos casos, é necessária a correção cirúrgica da anomalia. Hipospadias Frênulo peniano persistente Fimose Priapismo Doenças e distúrbios TESTÍCULOS Criptorquidismo Orquite Neoplasia Hipoplasia testicular e infertilidade (cálicos) Hermafroditismo ➢ JOHNSTON S, ROOT KASTRITZ M, OLSON P: Sexual differentiation and normal anatomy of the tom cat. In Johnston S, Root Kustritz M, Olson R editors: Canine and feline theriogenology, Philadelphia, 2001, Saunders. ➢MOREIRA N. Técnicas reprodutivas para a conservação de felídeos silvestres, Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.41, n.1, p.116-120, jan./mar. 2017. ➢CATARDO, F.A.; SCOLARI, S.; MÁS-ROSA,S. Técnicas reprodutivas, criopreservação espermática e coleta de sêmen em felinos selvagens visando à conservação – revisão bibliográfica. Revista Científica De Medicina Veterinária - ISSN 1679-7353 Ano X - Número 30 – Janeiro de 2018. Morato et al., Colheita e avaliação do sêmen em onça pintada (Panthera onca). Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. vol.35 n.4 São Paulo 1998 ➢RIBEIRO, R.N. et al. Métodos de coleta de sêmen em felídeos Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.16 n.29; p. 9 ➢ZAMBELLI, Daniele; CUNTO, Marco. Semen collection in cats: techniques and analysis. Theriogenology, v. 66, n. 2, p. 159-165, 2006. Muito obrigada! Slide 1: Exame andrologico Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5: Sistema reprodutor masculino: Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10: Influência da testosterona: Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36: Algumas formas de espermatozoides detectadas no ejaculado do gato: Slide 37: Algumas formas de espermatozoides detectadas no ejaculado do gato: Slide 38: Morfologia do espermatozoide de Panthera onca (onça pintada): Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43: Resfriamento: Slide 44 Slide 45: Microrganismos no sêmen: Slide 46 Slide 47 Slide 48: Bibliografia consultada: Slide 49
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