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Estudo Dirigido 2

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Universidade do Distrito Federal - UDF
Curso: Psicologia Bacharelado – 5º Semestre
Disciplina: Teorias e Técnicas de Processos Grupais
Professor: Rafael Gonçalves de Santana e Silva
Aluna: Helenice Freitas de Oliveira
Estudo dirigido e de dispersão: Quais as consequências da psicologização da cultura 
Na palestra do Café Filosófico “O poder dos Afetos”, o filósofo Oswaldo Giacoia (1945- ) aborda o embate entre racionalidade e emotividade como caminhos para obtenção do conhecimento, a partir das visões de Schopenhauer (1788-1860), Friedrich Nietzsche (1788-1860) e Baruch Espinosa (1632-1677). Segundo Schopenhauer, os afetos seriam um obstáculo para o conhecimento, que é alheio à dor, alegrias e vontades. Para Nietzsche, suspender os afetos e buscar a objetividade seria uma forma de castrar o intelecto. São os afetos e as paixões que nos guiam para o conhecimento. Já para Espinosa, é fundamental conhecer os efeitos dos afetos em nós, o que nos afeta e como somos afetados, para sermos capazes de alimentar nossa alegria e potência de viver e agir pelo mundo. A relação essencial entre conhecimento e alegria está ligada a uma noção de subjetividade. O corpo é mais potente se for capaz de sofrer afecções. Os sentimentos não eliminam o corpo e o que define a nossa essência é nossa potencia – conatus – força que nos leva a persistir e perseverar na existência. O verdadeiro bem significa alegria. É a liberdade de buscar gênero de conhecimento que produz emoções alegres. A nossa existência é a flutuação dos estados de potencia e impotência. Se temos a capacidade pensar e sentir, intensificar isso é o caminho para a realidade. Só é capaz de amar aquele que é potência. 
Já no texto “Funções e mitos do psicólogo” (Figueiredo e Santi, 2008), aborda-se a psicologização da vida quotidiana como uma forma de pensar o mundo social e a nós mesmos a partir de uma visão pouco crítica. A psicologia popularizada sustenta o cada um na sua, cuidando da sua vida, seus problemas e seus interesses. Porém, cultivar o hiper individualismo é o oposto da psicologia científica. 
Por fim, Rolnik (1997), em seu texto Psicologia: subjetividade, ética e loucura, metaforicamente aborda a região do território subjetivo da psicologia como sendo o encontro da ética e da cultura. Especificamente, subjetivo é um modo de ser, pensar e agir, amar e sonhar, dentro e fora, aparentemente imutável. Não obstante, esta linha de separação, denominada pela autora de pele, é efêmera, viva e móvel, composta pelas variáveis da subjetividade; misturada, que atrai e repele. Não há subjetividade sem um contexto cultural como guia. Uma vez que reivindicar uma identidade é o politicamente correto e respaldado socialmente, esta torna-se um vício, causando horror às mudanças inerentes. A busca por essa estabilização da identidade faz com que o viciado se mire em modelos midiáticos, ancorando-se em identidades falsas, sem sensibilidade. Nessa angústia surge o psicólogo para lidar com as interrupções e mudanças que não se conciliam. É aí que subjetividade e a ética se encontram. A finitude da identidade torna nossa condição trágica, mas a ética é a afirmação da vida em sua potencia criadora. A fluidez da vida depende da nossa relação com o trágico. A psicologia lida com o trágico de varias formas, uma delas é negando-o, crendo que a resposta está dentro, subjetivamente, onde há estabilidade, oposto ao externo. O psicólogo tenta aliar-se ao processo, escutando a dor da finitude e desestabilização. Mas é preciso escutar essa dor nele mesmo, improvisando modos de existência que deem sentido ao mal estar. E é a cultura que provê recursos teóricos e metodológicos que as mudanças exigem. Ficar apenas no terreno da psicologia pode desviá-lo das mudanças que ocorrem na paisagem contemporânea. Aqui entram a ética e a cultura transversalmente, fornecendo ferramentas para o psicólogo lidar eticamente com o trágico: envolvendo-se com a produção cultural, ele encontra condições de exercer seu oficio com rigor. 
Bibliografia
Figueiredo, Luis Claudio Mendonça; De Santi, Pedro Luiz Ribeiro. (2008). Psicologia, uma (nova) introdução: uma visão histórica da psicologia como ciência. 3 ed. São Paulo. EDUC.
Silva, Andre do Eirado; Neves, Claudio Abbê Baeta; Rauter, Cristina. (1997). SaúdeLoucura: subjetividade: questões contemporâneas / Saúde em debate , v. 104: Serie SaudeLoucura, n. 6. São Paulo. HUCITEC.
Café Filosófico, Giacoia Junior, Oswaldo; Safatle, Vladimir (2018). O Poder dos Afetos, https://www.youtube.com/watch?v=7-rhnazXswA Café Filosófico,

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