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Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 1 Anticonvulsivantes Convulsão: um evento agudo que ocorre devido a excitação excessiva de neurônios, favorecendo a liberação de neurotransmissores excitatórios. EPILEPSIA Condição neurológica crônica caracterizada por uma descarga anormal e intermitente de alta frequência de um grupo específico de neurônios. - Nas crises epiléticas, tem uma descarga elétrica excessiva, súbita e recorrente na substância cinzenta devido o aumento da excitação pela liberação de glutamato, sódio e cálcio e diminuição da inibição de GABA, cloreto e potássio. ↑Glutamato, sódio e cálcio ↓inibição de GABA, cloreto e potássio. Canais de sódio: são ativadores epiléticos, pois eles propagam o potencial de ação. Canais de cálcio: são ativadores epiléticos, pois eles atuam na exocitose de vesículas com NT. CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES Crises Focais (parciais): só uma parte do hemisfério é atingida por uma descarga de impulsos elétrico desorganizados, causando contração espasmódica e repetitiva de um membro ou mudanças comportamentais complexas (psicomotoras), mas sem perda de consciência. Crises generalizadas: os dois hemisférios afetados, gerando uma perda de consciência imediata. - Carbamazepina, gabapentina, fenobarbital, Fenitoína, Tiagabina e Vigabatrina não se usa (CI). I. Tônico-clônicas (grande mal): resultam em perda de consciência, seguida das fases tônicas e clônica. Crise clônica: convulsões ou movimentos involuntários em ambos os lados do corpo. Crise tônica: aumenta a contração súbita dos músculos. 1º escolha Alternativo Adjuvante Carbamazepina Fenobarbital Gabapentina Fenitoína Lamotrigina Tiagabina Valproato Vigabatrina Topiramato Primidona Felbamato (crise parcial) II. Crises de ausência (pequeno mal): tem a perda breve de consciência e em geral se iniciam entre 3- 5 anos de idade e perduram até a puberdade ou mais. O paciente permanece com o olhar fixo e pisca rapidamente (3-5s). 1º escolha Alternativos Adjuvantes Etossuximida Clonazepam Lamotrigina Valproato Topiramato III. Estado de mal epilético (mioclônicas): convulsões generalizadas que ocorrem repetitivamente (intervalo maior que 5m). É uma emergência médica no qual deve ser administrado o benzodiazepínico (Cl-, o qual promove sinapse inibitório pelo GABA). 1º escolha Alternativos Adjuvantes Valproato Clonazepam Felbamato Lamotrigina Convulsões refratárias: é a crise resistente aos medicamentos, que ocorre quando a pessoa não consegue se tornar/manter livre de convulsões com o uso adequado de ao menos 2 ou 3 fármacos. FÁRMACOS ANTIEPILÉTICOS Podem ser necessário por toda a vida do paciente. Esses fármacos causam inibição da geração e condução do potencial de ação (potencializa GABA e inibição de glutamato). POTENCIALIZAÇÃO DO GABA Benzodiazepínicos e fenobarbital: GABA-A. são fármacos alostéricos. FENOBARBITAL: é um barbitúrico que aumenta o tempo de abertura dos canais de sódio. É usado no tratamento epilético principalmente quando outros fármacos falham. - O mecanismo de ação primário de fenobarbital é a potencialização dos efeitos inibitórios dos neurônios mediados por GABA. BENZODIAZEPÍNICO: aumenta a frequência de abertura dos canais de cloro. Maior influxo de cloro → Hiperpolarização → Diminuição do impulso elétrico. - Os benzodiazepínicos são usados em emergências médicas como potencializador de GABA. Ele se liga aos receptores de GABA (inibitórios), favorecendo as sinapses inibitórias e reduzindo os disparos. • Ele bloqueia os canais de sódio (impede a despolarização) e bloqueia os canais de cálcio (impede a exocitose de vesículas com NT). VIGARBATINA: é um inibidor irreversível de GABA- transaminase (diminui a degradação do GABA na fenda sináptica). TIAGABINA: inibe a recaptação de GABA, através do bloqueio da captação de GABA pelos neurônios pré-sinápticos. Ao bloquear GAT (co-transportador de GABA), ele permite uma maior quantidade de Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 2 GABA disponível para ligação com o receptor e, assim, aumentando a atividade inibitória. GABAPENTINA: ele diminui a liberação de NT (neurotransmissores) excitatórios através da inibição dos canais de cálcio. UTILIZAÇÃO E EFEITOS ADVERSOS VIGABARTINA: usado em pacientes resistentes a outros fármacos. - EA: induz a sedação, falhas no campo visual e alterações de humor. TIAGABINA: utilizada em crises epiléticas parciais. - EA: induz a sedação e tonturas. GABAPENTINA e PREGALINA: utilizados para o tratamento da dor neuropática, pois eles se ligam aos canais de cálcio nas terminações nervosas, assim diminuindo a liberação de NT excitatórios. - G: 400-2400mg/dia. Tem poucos efeitos adversos - P: 25-300mg/dia. INIBIÇÃO DOS CANAIS DE SÓDIO Fenitoína, Iamotrigina, Carbamazepina e Valproato Eles bloqueiam a excitação de células que disparam sinais repetidamente (inibe os canais de sódio). A CARBAMAZEPINA (indutor enzimático) e a FENITOÍNA (alta afinidade com proteínas plasmáticas) são ótimos para a epilepsia, mas causam interação medicamentosa. CARBAMAZEPINA: atua bloqueando os canais de sódio sensíveis á voltagem, assim inibindo a geração de potenciais de ação repetitivos no foco epilético e evitando a disseminação. - Pode ser usado no tratamento de mania (bipolaridade) e dor neuropática. - EA: efeito supressor na medula óssea, tornando necessário o monitoramento das células sanguíneas. Ele também é indutor de CYP3A4, que é a enzima usada na maioria dos fármacos na metabolização, ou seja, ele diminui o efeito. LAMOTRIGINA: bloqueia os canais de sódio sensíveis a voltagem e também pode exercer ações em outros canais iônicos (cálcio e potássio). - Aprovada como estabilizador de humor para a prevenção recidiva da mania e da depressão. Usada no tratamento de crise de ausência. - EA: erupções cutâneas e raramente a síndrome de Stevens Johnson (necrólise epidérmica tóxica). VALPROATO: inibe os canais de sódio sensíveis a voltagem, potencializando as ações do GABA (↑Liberação, ↓Recaptação (inibe GAT) ou retardação da inativação metabólica (↓ação de GABA-transaminase) e também atua como antagonista de NDMA (receptor de glutamato). - Útil quando crises de ausência coexistem com crises tônico-clônicas, pois a maioria dos outros fármacos para crise tônico-clônica, pode piorar a crise de ausência. INIBIÇÃO DOS CANAIS DE CÁLCIO ETOSSUXIMIDA: bloqueia seletivamente os canais para cálcio sensíveis a voltagem do tipo T, assim, inibindo o circuito tálamo-cortical. Fármaco nº1 para tratamento de crises de ausência - Na crise ausência, o foco de disparo é no tálamo, onde tem muitos neurônios GABAérgicos liberadores de GABA. A hiperpolarização inibe o próximo neurônio, fazendo com que a informação não chegue ao córtex. O bloqueio dos canais de cálcio T, causa uma menor liberação e GABA, causando a despolarização e liberação de NT que atinjam o córtex cerebral. - EA: transtornos gastrointestinais, sonolência, perda de peso, soluços, cefálio e transtornos comportamentais. GABAPENTINA: bloqueia os canais de cálcio do tipo L-HVA, através da potencialização do GABA. - Não é indicado para tratar crises de ausência. TOPIRAMATO: bloqueia os canais de sódio voltagem-dependentes, potencializa a resposta do GABA e bloqueia os canais ativados pelo glutamato (AMPA). - Utilizado em crises epiléticas, tratamento de obesidade (sibutramina+liraglutina+topiramato) e enxaqueca. - EA: poucos, se comparado aos bloqueadores dos canais de sódio. Pode causar má formação fetal. LEVETIRACETAM: se liga á proteína SV2A (proteína vesicular sináptica que favorece a exocitose), assim inibindo o glutamato. - Usado como monoterapia ou adjuvantes de crise epilética. EA: cefaleia, tontura e sonolência. OUTROS USOS DOS ANTICONVULSIONANTES I. Transtorno bipolar: Valproato, Carbamazepina, Oxcarbazepina, Iamotrigina e Topiramato. II. Enxaqueca: Valproato,Gabapentina e Topiramato. III. Ansiedade: Gabapentina. IV. Dor neuropática: Gabapentina, Pregabalina, Carbamazepina e Iamotrigina.
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