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ANALFABETISMO FUNCIONAL

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Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2013, atualmente, são cerca de 13 milhões de brasileiros (8,3 %) e, se forem considerados os chamados analfabetos funcionais, chega-se ao índice de 34 milhões de pessoas (17,8%). No estado do Rio de Janeiro, os índices são de 4,3 % de analfabetos, o que corresponde a mais de 600 mil pessoas e 14,1 % de analfabetos funcionais (cerca de 2.240.000 pessoas).
 Dentre as causas ligadas ao analfabetismo podemos citar a deficiência invisível e a ignorância e/ou falta de conhecimento dos responsáveis em relação a esse olhar com o jovem. Diante disto, gostaria de realizar um pequeno relato a respeito de uma situação que estou presenciando na escola no qual estou estagiando.
 Faço parte da gestão pedagógica em uma escola onde possuem mediadores em salas de aulas e recentemente um dos mediadores e até mesmo o professor da turma se reuniram com a equipe de gestão para tratar a respeito de um aluno que visivelmente possui algum tipo de deficiência ou déficit e necessita de acompanhamento além da sala de aula, porém em uma conversa entre o mediador e os responsáveis do aluno, os mesmos o tratam apenas como “desinteressado” e não veem necessidade de buscar um tratamento para o jovem.
 A frustração desse jovem durante as aulas é constante, ele possui muita dificuldade para absorver e compreender os conteúdos e até mesmo para realizar anotações, mesmo possuindo uma atenção maior do professor e logo apresenta comportamentos agressivos, além de por diversas vezes ao dia dizer que quer ir embora e que a escola não é um local para ele pois ele é “burro”. O professor e o mediador vêm buscando formas de se aproximarem do aluno para o compreenderem melhor, seus gostos e limites, e assim tornarem as aulas mais “acessíveis” para o entendimento desse jovem. O contato com a família para gerar um maior compreendimento sobre a condição do aluno é realizado constantemente.
 Durante meu segundo ano do ensino médio, tive um colega de classe autista, apesar do seu laudo a escola não possuía mediação, alguns professores não tinham paciência e nem preparo para lidar com as dificuldades do aluno e sempre o pediam para ficar na biblioteca ou no final da sala de cabeça baixa, ele dizia que em todas as escolas era sempre a mesma coisa e logo esse aluno desistiu dos estudos. 
 Por mais que os números de analfabetos funcionais com déficits e deficiências invisíveis possam estar dentre os mais baixos, minha intenção com esses relatos é realizar uma comparação com a falta de preparo que algumas instituições e professores ainda possuem para realizar a inclusão desses alunos. 
 Independente dos casos citados acima, sempre haverá um aluno que precisará de um olhar especial do professor para permanecer em sala de aula e se envolver e comprometer com a aprendizagem. Toda equipe escolar deve estar preparada e se empenhar para erradicar o analfabetismo funcional, portanto, é de grande importância que invistam em capacitações para que todos estejam prontos para lidarem com os diversos desafios do dia a dia escolar.

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