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Pedro Lucas Cariri Moura – 5º Período | FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá Integração Ensino-Serviço-Comunidade V – IESC V Pedro Lucas Cariri Moura – 5º Período | FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá Integração Ensino-Serviço-Comunidade V – IESC V TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Transtornos de ansiedade: medo e ansiedade excessivos além de perturbações comporta- mentais relacionados; Medo é a resposta emocional a ameaça imi- nente real ou percebida. Períodos de excitabili- dade autonômica aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga; Ansiedade é a antecipação de ameaça futura. Tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamentos de cau- tela ou esquiva; Nível de medo ou ansiedade pode ser reduzido por comportamentos constantes de esquiva; Indivíduos com transtornos de ansiedade em geral superestimam o perigo nas situações que temem ou evitam. Muitos se desenvolvem na infância e tendem a persistir se não forem tratados; A maioria ocorre com mais frequência em indi- víduos do sexo feminino do que no masculino (proporção de aproximadamente 2:1). Cada transtorno de ansiedade é diagnosticado so- mente quando os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos do uso de uma substân- cia/medicamento ou de outra condição médica ou não são mais bem explicados por outro transtorno mental. A característica comum dos transtornos depressi- vos é a presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade de fun- cionamento do indivíduo. O que difere entre eles são os aspectos de duração, momento ou etiologia presumida. Um grande nú- mero de substâncias de abuso, alguns medicamen- tos e diversas condições médicas podem estar as- sociados a fenômenos semelhantes à depressão. Esse fato é reconhecido nos diagnósticos de trans- torno depressivo induzido por substância/medica- mento e de transtorno depressivo devido a outra condição médica. HUMOR, EMOÇÕES E SENTIMENTOS O humor, ou estado de ânimo, é definido como o tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em de- terminado momento. A emoção é um estado afetivo intenso, de curta du- ração, originado geralmente como a reação do indi- víduo a certas excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes (medo, raiva). Os sentimentos estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, não implicam concomitantes somáticos (mágoa, felicidade – pensamentos com valores). FATORES DE RISCO, DESENCADEANTES E DE PROTEÇÃO PARA EPISÓDIOS DE DEPRESSÃO Fatores de Risco e Desencadeantes Psicossociais: Luto recente; problemas familia- res e de relacionamento; mudança de casa; de- semprego; estresse no trabalho e problemas fi- nanceiros; Outros: história familiar e pessoal de depres- são; baixa escolaridade e baixo nível socio eco- nômico; nascimento de criança; climatério; mudanças sazonais; problemas com álcool e drogas; doenças e medicações; falta de rede so- cial. Fatores Protetores Psicossociais: bons cuidados na infância, boa relação conjugal e familiar, bom suporte fami- liar; Outros: resiliência e rede de apoio social. COMPREENDENDO A DEPRESSÃO Nos casos de famílias disfuncionais, os sentimentos de desesperança, abandono, desvalorização da au- toestima e o sentimento de desamor (por morte, se- paração ou conflitos familiares) contribuem para o adoecimento, o que não raramente se traduz em depressão. Trabalhar a educação, esclarecendo os pa- cientes e familiares Depressão não é fraqueza de caráter; Depressão não é causada por falta de ocupação; Depressão não melhora espontaneamente com esforço pessoal; Os medicamentos não causam dependência; Depressão é uma doença para a qual existe tra- tamento e em grande parte das vezes é curável. TRANSTORNOS EMOCIONAIS: UM PRO- TOCOLO UNIFICADO TRANSDIAGNÓS- TICO A expressão transtornos emocionais inclui não ape- nas os transtornos de ansiedade, depressivos, ob- sessivo-compulsivos e relacionados a traumas, mas também outros tipos de transtornos nos quais a ex- periência e a regulação das emoções cumprem um papel de destaque, como os transtornos somáticos, os transtornos dissociativos e, em certa medida, os transtornos alimentares. Estas pessoas tem uma forma comum de perce- ber a vida – aumento da percepção das emo- ções como sendo incontroláveis e intoleráveis, o aumento do processamento evitativo e das tentativas de controle emocional; Podem usar estratégias mal-adaptativas de re- gulação das emoções, incluindo tentativas de evitar ou atenuar a intensidade das emoções desconfortáveis o que contribui para a manu- tenção dos sintomas. Protocolo Unificado O PU é uma abordagem de voltada à emoção, ou seja, o foco de cada exercício está na mudança das respostas a uma série de emoções e sinais emocio- nais. O alvo do tratamento está em experimentar qualquer emoção. Podem muitas vezes utilizar um tratamento me- dicamentoso simultâneo, mas é importante que a dosagem da medicação esteja estabilizada para o início do protocolo; São indicadas avaliações médicas antes de fir- mar diagnóstico e iniciar o tratamento, para descartar causas orgânicas para os sintomas de transtornos emocionais; Importância do automonitoramento: Registro, observação e consciência das emoções e dos pensamentos automáticos para mudar padrões mal adaptativos. ANÁLISE FUNCIONAL Exame atento do topografia de sintomas: Duração da doença, sensações físicas, nível de incômodo e interferência de sintomas Gatilhos (situações, sintomas físicos, lugares, pensa- mentos), cognições (crenças sobre sintomas e avaliações equivocadas), respostas comporta- mentais as emoções (incluindo evitação de situ- ações, lugares, pessoas ou gatilhos, bem como comportamentos de fuga). As consequências de reações comportamentais (que limitam a qualidade de vida, reduzem a zona de conforto). PROPOSTAS TERAPÊUTICAS Abordagem não medicamentosa para depressão: Tratamento individual e continuado com con- sultas próximas; Utilização de recursos da rede social; Educação da paciente quanto ao diagnóstico; Tentativa de envolvimento familiar; Escuta atenta e questionadora; Orientações motivacionais; Atenção direcionada a busca de atividades pra- zerosas; Grupos de Psicoeducação; Terapias alternativas. CONDIÇÕES DE TRATAMENTO DE QUA- DROS DEPRESSIVOS E REFERÊNCIA AO ESPECIALISTA OU À HOSPITALIZAÇÃO Tratamento pelo Médico da Família Diagnóstico inquestionável de depressão; Primeiro episódio com sintomas leves ou mode- rados; História de episódios similares, com remissão sem intervenção do psiquiatra; Paciente prefere ser tratado pelo seu médico. Encaminhamento ao Psiquiatra Quadro clínico complicado com outros sinto- mas psiquiátricos; Primeiro episódio grave com pensamentos sui- cidas; História de episódios graves que exigiram inter- venção psiquiátrica; Paciente deseja ser tratado por especialista fo- cal; Contraindicado uso de antidepressivo; Depressão em paciente bipolar. Hospitalização Tentativa ou risco iminente de suicídio; Estupor profundo, problemas de desidratação e alimentação; Estado delirante agitado.
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