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ALEGAÇÕES FINAIS 4 - 201803232561

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EXMO(A). SR(A). DR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE XXXXXX – XX 
 
 
 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
PROCESSO Nº [...] 
 
 
 
 
 
TICIO, amplamente já qualificado nos autos do processo em epigrafe, por meio do seu 
advogado constituído a quem está subscreve, vem respeitosamente a presença de V. 
Exa., dentro do prazo legal, apresentar as alegações finais com base no artigo 403, 
parágrafo terceiro do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos a 
seguir expostos: 
 
I – DOS FATOS 
Ticio, saindo do seu trabalho, ofereceu carona a Maria, que por sua 
vez estava gravida, porém no caminho de volta, Ticio perdeu o controle do carro e 
infelizmente capotou ao entrar numa curva, tendo os bombeiros socorrido Maria a um 
hospital mais próximo, tendo sido constatado que a mesma não sofreu nenhuma lesão 
grave, porém teve sua gestação interrompida pelo trauma causado no acidente. 
Diante disso, o ministério público denunciou o mesmo imputando ao 
mesmo o crime de aborto provocado por terceiro, baseado no art. 125 CP. 
Em síntese esses são os fatos. 
 
 
 
 
 
 
II – DO DIREITO 
Conforme já relatado nos autos do presente processo, a denúncia 
inicial não merece prosperar, conforme já demonstrado em defesa e na própria 
audiência não há fatos que comprovem efetivamente que o crime aconteceu, pelos 
motivos abaixo descritos. 
A) DA INEXISTENCIA DO CRIME NA FORMA CULPOSA – ART.18, 
CÓDIGO PENAL. 
Conforme relatado anteriormente, o Ministério Público denunciou o 
autor com base no Art. 125, CP, o que não tem base para tal, já que conforme 
entendimentos e a própria lei, este crime não é admitido na forma culposa como quis 
fazer crer o MP. 
Acontece Exa., que o Autor em nenhum momento desejou o resultado 
do acidente, nem muito menos quis que a sua querida amiga e colega de trabalho 
tivesse sua gestação interrompida, essa fatalidade certamente o deixará com marcas 
dificilmente difíceis de serem superadas. 
Conforme demonstrado no Art. 18, II, PU, CP, trata da forma culposa 
do crime, que acontece por imperícia, negligencia ou imprudência, porém eu seu 
parágrafo único, ele retrata que existem crimes que só podem ser imputados da forma 
dolosa, como é o caso do crime de aborto: 
Art. 18 - Diz-se o crime: 
(...) 
Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém 
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o 
pratica dolosamente. 
 
B) DO FATO ATIPICO – NÃO ENQUADRAMENTO NO CRIME 
Conforme já comprovado anteriormente, a atipicidade consiste, como 
o próprio termo sugere, na ausência de tipicidade. Não havendo tipicidade, inexiste fato 
típico e, consequentemente, não há crime, devendo o réu ser absolvido (art. 386, III, do 
Código de Processo Penal). 
O que está sendo trazido a questão é que o autor cometeu um crime 
culposo, que nem mesmo admita a forma culpa, inexistindo o fato típico que configuraria 
crime de aborto provocado por terceiro. 
C) DA ABSOLVIÇÃO DO RÉU – ART.415 CPP 
Diante dos fatos e do direito ora apresentado, faz-se entender que a 
absolvição do réu cumpre os requisitos expostos no art. 415 do código de processo 
penal, mais precisamente em seu inciso III: 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o 
acusado, quando: 
(...) 
III – o fato não constituir infração penal; 
Conforme exaustivamente trazido ao caso, reitera-se que o crime de 
aborto provocado por terceiro, não admita forma culposa, não podendo este ser 
considerado uma infração penal, sendo necessário a absolvição sumária do réu. 
 
III – DOS PEDIDOS 
ANTES EXPOSTO requer a vossa excelência: 
A- Absolvição do acusado conforme o artigo 386 inciso III do CPP em 
virtude da ausência de tipicidade da conduta com base no artigo 20 do CP; 
SUBSIDIARIMENTE caso a vossa excelência não entenda pela absolvição; 
 
B- A impronuncia do réu baseado no Art. 414 do CPP, pois não 
existem indícios ou fatos que sejam suficientes para que o juiz de convença do crime; 
 
Nesse termos, 
Pede e espera deferimento, 
xxxxxxx - xx 
 14 de fevereiro de 2020 
Advogado 
OAB XX.XXX 
 
 
Darly Bezerra Braga 
201803232561

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