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Distúrbios do desenvolvimento e crescimento celular: Função e disfunção Aula 4 Profª Giovanna Taccani Fisiologia: é o estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, bem como dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios. Patologia: o ramo da ciência médica que estuda as alterações morfológicas e fisiológicas dos estados de saúde. Quando essas alterações não são compensadas podemos dizer que um indivíduo está doente. Os distúrbios do desenvolvimento e crescimento celular podem ser classificados em 2 principais causas: 1. Malformação: Ocorre durante a formação embrionária, por causas genéticas ou adquiridas. As causas genéticas podem ser esporádicas (sua ocorrência não obedece nenhuma lei, ou seja acidental, casual, eventual) ou hereditárias (transmitidas entre gerações). As causas adquiridas podem ser virais ou ambientais por intoxicação. Exs: Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ). Malformações causadas pela ingestão de Mimosa tenuiflora (jurema preta) em ovinos, caprinos e bovinos. 2. Adaptação: São respostas ao estresse ou lesão celular (injúria). As adapções podem ser classificadas em reversíveis e irreversíveis. Nesta aula vamos aprender sobre as reversíveis. *Dicas para compreensão dos termos que vamos estudar: Prefixos Sufixos Hipo Pouco Plasia Número de células Hiper Excesso Trofia Volume A Ausência Genesia Origem Dis Distúrbio Meta Transformar Neo Novo Malformações: Resumo da embriogênese: O desenvolvimento embrionário inicia-se pela fecundação, formando a célula zigoto que dará origem a todas as demais células do indivíduo adulto. O zigoto se divide dando origem ao blastocisto. A camada mais externa do blastocisto é denominada trofoblasto e formará a placenta. Já o aglomerado de células dentro do blastocisto (denominada disco embrionário), sofre diferenciação e origina as 3 camadas embrionárias: ectoderma, mesoderma e endoderma. A diferenciação do disco embrionário em camadas será o início para formação dos brotos embrionários, e estes brotos darão origem aos órgãos. Agenesia: ausência do órgão por ausência do broto embrionário. Ex: paciente nasce com apenas um testículo ou rim. Aplasia: ausência do órgão e presença do broto embrionário. Ex: Amelia (ausência de um ou mais membros). Paciente com um rim normal e outro com apenas a cápsula renal. Hipoplasia: órgão com baixo número de células, ocasionando em um órgão menor que o tamanho normal, na maioria dos casos funcionante. Ex: hipoplasia cerebelar, testicular. Disgenesia: órgão de conformação e tamanho anormal. Ex: rim com múltiplas formações císticas. Atresia: ausência de orifício natural (exs: anal, vesical, vaginal, cárdia). Ex: A ausência do orificio anal é denominado de atresia ani. Teratologia: especialidade médica que se dedica ao estudo das anomalias e malformações ligadas a uma perturbação do desenvolvimento embrionário ou fetal. Normal é o indivíduo que mais se aproxima do padrão médio da sua espécie. O que se desvia desse padrão é uma anomalia. Monstros (teras/ teratas) - indivíduos com deformações graves. Ex: Dicéfalo (duas cabeças). Hemiterias (hemiteras/ hemiteratas) - indivíduos com deformações leves. Anomalias tardias - aparecem com o desenvolvimento. Adaptações celulares: reversíveis Exemplificando a adaptação celular reversível (alteração adaptativa): Caso ocorra uma restrição na oxigenação do tecido, a célula reduz sua atividade. Porém continua trabalhando para se tornar viável mesmo com uma quantidade de oxigênio menor, consequentemente terá uma redução no seu metabolismo – diminui sintese de substâncias – dimuinui renovação de organelas e proteínas. De modo geral essas células irão diminuir de tamanho, porém vão continuar ativas e viáveis. Se for restabelecido a perfusão de oxigênio e a célula voltar a receber o mesmo teor de oxigênio de antes, ela retornará ao seu metabolismo normal – repor suas organelas – tamanho normal. As alterações adaptativas ocorrem em resposta ao estresse fisiológico ou a um estímulo patológico. Ex: restrição de oxigênio. Hipertrofia: aumento de volume do órgão ou tecido por aumento do tamanho das células que o constituem. Aumento do tamanho celular e das funções. Pode ocorrer na maioria dos órgãos, mas tende a se desenvolver nas células que sofrem pouca replicação (fibras musculares). As células sofrem estímulo excessivo. Ex: aumento da carga de trabalho. Ocorrência: Fisiológica. Ex: hipertrofia uterina na prenhez. Patológica. Ex: Hipertrofia cardíaca por estenose valvar. Microscopicamente: aumento do tamanho das células. Atrofia: Diminuição do tamanho do órgão ou tecido por diminuição do tamanho celular e/ou diminuição do número de células. Causas: nutricional (carência de substrato para o metabolismo celular, falta de “matéria prima” vinda da dieta), sedentarismo, desuso, denervação, senilidade. Microscopia: células em tamanho e número reduzido. Hiperplasia: Aumento do número de células de um determinado órgão ou tecido. Pode ser decorrente do mesmo estímulo da hipertrofia e em geral estão associados. Fisiológica: Hiperplasia Hormonal – o hormônio aumenta a proliferação do epitélio glandular da mama na puberdade ou gravidez. Hiperplasia compensatória – perda de uma parte de um órgão como fígado. Patológica: estimulação hormonal excessiva (ex. próstata) ou por irritação crônica. Distúrbios do desenvolvimento e da diferenciação celular: Metaplasia: Substituição de um tecido adulto bem diferenciado por outro tecido adulto bem diferenciado. Geralmente a metaplasia é uma alteração adaptativa para resistir às condições ambientais adversas, sendo reversível se a causa for removida. Ex:Irritação crônica devido à partículas e substâncias químicas em pulmões de fumantes pode transformar o epitélio cuboide e colunar normal das vias áreas em escamoso estratificado. Metaplasia em mucosa de esôfago por refluxo gástrico. Displasia: é uma organização anormal das células, decorrente de uma proliferação exacerbada. A displasia não possui capacidade de invasão celular para os tecidos vizinhos. A progressão para uma neoplasia nem sempre ocorre, mas há risco. Porém se for retirado o agente agressor pode haver regressão ou estacionamento do processo. Lesão microscópica com perda da orientação arquitetural e da uniformidade celular. As displasias epiteliais são as mais comuns de ocorrerem, acarretando em hiperplasia, distúrbios de maturação e atipias celulares e arquiteturais. Ex: Condiloma plano, causado pelo papiloma vírus humano (HPV) de transmissão venérea. É muito comum que as alterações do condiloma se associem a displasia do epitélio cervical e é acompanhada de uma cervicite crônica inespecífica.
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