Buscar

Livro-Texto - Unidade II FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

59
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
Unidade II
5 AFECÇÕES INESTÉTICAS CORPORAIS
Iniciaremos esta unidade discutindo sobre as afecções inestéticas corporais, ou seja, alterações que 
projetam uma imagem desagradável ao paciente e que o faz querer resolver esse problema buscando 
tratamentos específicos. 
5.1 Fibroedemageloide
Com certeza você já ouviu falar muito sobre essa condição, mas provavelmente a conhece por outro 
nome. O fibroedemageloide (FEG) também é chamado de celulite, entretanto, esse não é o termo mais 
adequado para descrever essa afecção, apesar desse erro existir há muitos anos e ainda gerar discussões. 
Celulite é uma palavra de origem latina, cellulite, que designa uma inflamação do tecido celular e 
há uma patologia que apresenta um quadro histológico condizente com o termo, que, geralmente, 
está associada a uma infecção bacteriana. Portanto, devemos ter cuidado ao usar esse termo quando 
falamos da alteração estética do relevo cutâneo.
A denominação fibroedemageloide deve ser utilizada, pois retrata de forma mais abrangente os 
achados histopatológicos da afecção inestética. O FEG afeta os tecidos adiposo e cutâneo em diversos 
graus, ocorrendo alterações estruturais na derme, na microcirculação e nos adipócitos. Essas alterações 
são também histoquímicas, bioquímicas e ultraestruturais, além de morfológicas.
Segundo Guirro (2002), FEG pode ser definido como uma desordem localizada que afeta o tecido 
dérmico e subcutâneo, apresentando alterações vasculares e lipodistrofia com resposta esclerosante, 
que resulta no inestético aspecto macroscópico.
Além de ser esteticamente desagradável, o FEG também pode gerar problemas álgicos nas regiões 
acometidas e diminuição das atividades funcionais, acarretando as seguintes complicações: imobilidade 
dos membros inferiores, dores intensas e problemas emocionais.
Histologicamente, o FEG não apresenta característica inflamatória, e, sim, uma infiltração edematosa 
do tecido conjuntivo, acarretando na polimerização da substância fundamental do tecido conjuntivo, 
retendo, assim, mais fluidos e aumentando a viscosidade. Além disso, ocorre uma menor capacidade de 
trocas capilares, interferindo na mobilização do excesso do tecido adiposo.
Clinicamente, o FEG é caracterizado por um espessamento não inflamatório das capas 
subepidérmicas, que pode geram dor. Ele se manifesta em forma de nódulos ou placas de variada 
extensão e localização, que geram alterações circulatórias, apresentando, dessa forma, um edema, 
devido à maior taxa de concentração proteica no líquido intersticial e alterações microcirculatórias, 
60
Unidade II
devido à insuficiência dos esfíncteres pré-coletores. Por fim, os pacientes apresentam aumento das 
células adiposas, que não necessariamente estão ligadas à obesidade. Na figura a seguir, pode-se 
observar as diferenças de um tecido saudável para o tecido com FEG.
Entre os aspectos clínicos do FEG, podemos destacar o aumento da espessura da pele, com maior 
consistência tecidual, maior sensibilidade à dor e pele com aspecto acolchoado, irregular com saliências e 
depressões, tipo “casca de laranja” ou “saco de noz”. Como sintomas, nossos pacientes podem apresentar 
parestesias, câimbras, sensação de peso, dor à palpação e diminuição da temperatura tecidual.
Portanto, resumindo, o FEG é um tecido mal-oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem 
elasticidade, resultante do mau funcionamento do sistema circulatório e das transformações do 
tecido conjuntivo.
A formação da celulite
Ponto de ancoragem
A)
B)
Epiderme
Derme
Tecido conjuntivo
Redução no tecido de 
conexão vertical
Lóbulos de 
gordura
Músculos
Camada de 
gordura de reserva
Fáscia 
superficial
Células de 
gordura
Cinco razões pelas quais a 
celulite se forma
1. Acumulação tóxica
2. Células de gordura aumentadas
3. Circulação pobre
4. Fibrose do tecido de conexão
5. Retenção de água
Saudável Enfermo
Figura 37 – Tecido saudável × tecido com FEG: a figura A apresenta um tecido saudável, e a B, um tecido com 
FEG, com a pele com aspecto de casca de laranja, devido ao aumento dos adipócitos, da circulação prejudicada, da 
perda de elasticidade das fibras colágeno e do estancamento de líquidos com alta taxa de proteínas
Adaptada de: https://bit.ly/3rOfGLh. Acesso em: 7 dez. 2021.
61
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
5.1.1 Fases do FEG
As alterações que ocorrem no tecido podem ser divididas em quatro fases histológicas:
• Primeira fase: caracteriza-se por hipertrofia das células adiposas. Ocorre a dificuldade em drenar 
o líquido intersticial, gerando, assim, uma inundação no tecido. É uma fase congestiva simples, 
que pode ser temporária. A persistência dessa congestão implica na compressão dos vasos, que 
não conseguem desempenhar seu papel e precisam dilatar frente a obstáculos, dessa forma, 
aumentando a permeabilidade e o escape de líquido.
• Segunda fase: ocorre proliferação das fibras colágenas e o tecido passa a apresentar uma 
consistência gelatinosa que vai se tornando cada vez mais densa.
• Terceira fase: formação de tecido fibroso, devido ao aumento da densidade do tecido conjuntivo. 
Esse tecido passa, então, a envolver e comprimir todos os elementos de tecido conjuntivo, artérias, 
veias e nervos; o FEG se torna irreversível.
• Quarta fase: o processo é contínuo e ocorre o espessamento do tecido conjuntivo, ele endurece 
com o tempo e se torna esclerosado. Caracterizado por um tecido muito firme e duro, sendo que 
esse endurecimento tecidual produz uma irritação contínua nas terminações nervosas, gerando 
dores a palpação, pressão ou mesmo sem motivo externo.
Existem alguns fatores que podem predispor o FEG e que, quando somados, podem gerar uma maior 
probabilidade para instalação dessa afecção. Entre eles estão os fatores genéticos, a idade, o gênero e 
os desequilíbrios hormonais. Além desses, existem alguns fatores determinantes, ou seja, que quando 
apresentados, tornam-se alvo de fácil acesso para o FEG, como estresse, tabagismo, sedentarismo, 
desequilíbrios glandulares, diabetes, maus hábitos alimentares e disfunções hepáticas.
5.1.2 Avaliação do FEG
Inicialmente, devemos realizar uma inspeção da pele em posição ortostática a fim de verificar a 
coloração, o tônus da musculatura e se há presença de varizes, equimoses e estrias. Então passamos 
para a palpação do tecido, verificando se o paciente tem ou não dor. Nessa etapa, podemos realizar dois 
testes, o da casca de laranja e o da preensão.
No teste da casca de laranja, deve-se pressionar o tecido adiposo entre o polegar e o indicador ou 
entre as palmas das mãos e observar se o local pressionado apresenta uma pele com aparência rugosa 
ou casca de laranja, que indica a presença de FEG. Já no teste da preensão, como demonstrado na figura 
a seguir, deve-se realizar a preensão entre os dedos da pele e da tela subcutânea, seguida da tração dos 
tecidos. Se o paciente, nesse caso, apresentar sensação de dor e incômodo, é caracterizado um FEG com 
alteração de sensibilidade.
62
Unidade II
Figura 38 – Teste de preensão
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 360).
Seguindo na palpação tecidual, deve-se realizar um rolar dos dedos nos tecidos que apresentam FEG 
e perceber se há a presença de nódulos duros, que caracterizam o infiltrado tecidual.
Por último, deve-se localizar a região que apresenta FEG. Normalmente, essa afecção está localizada 
na porção superior das coxas, porção interna dos joelhos, glúteos, abdome e porção superior dos braços.
5.1.3 Classificação do FEG
O FEG pode ser classificado em três diferentes graus de acordo com o aspecto clínico: 
• Grau I: FEG brando, que só é percebido pela compressão do tecido, não ocorrendo alteração 
sensorial.
• Grau II: FEG moderado, ocorrem depressões visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos e pode 
haver alterações de sensibilidade.
• Grau III: FEG grave, que pode ser observado em qualquer posição (ortostática ou decúbito). A pele 
apresenta uma característica flácida eenrugada, com relevos e nódulos. Nessa fase, as fibras do 
tecido conjuntivo estão danificadas e o paciente apresenta uma maior sensibilidade à dor.
Além da classificação de acordo com o aspecto clínico, o FEG pode ser classificado de acordo com 
suas formas clínicas, ou seja, o aspecto aparente e as manifestações visíveis:
• FEG consistente (duro): apresenta grande espessamento da pele com zonas atingidas com uma 
conformação regular e uniforme, não havendo grandes deformações. Apresenta um acolchoamento 
sem mobilidade e, muitas vezes, varicosidades, equimoses e extremidades frias. Encontrado em 
obesos e pessoas com sobrepeso que nunca emagreceram, mas também em indivíduos com baixo 
peso e praticantes de atividade física. Também podem ser encontradas estrias na mesma região.
63
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
• FEG brando ou difuso (flácido): é a forma mais importante. Pode apresentar-se em grandes ou 
pequenas proporções em pacientes com hipotonia muscular. As regiões atingidas manifestam uma 
total deformidade, com dificuldade em encontrar contornos na área afetada. Com o movimento, 
nota-se oscilação dos tecidos superficiais, sendo comum a presença de varicosidades e sensação 
de peso nos membros acometidos. Normalmente estão associados a déficits circulatórios e edemas 
e presentes em indivíduos que tiveram grande perda de peso sem realizar atividade física ou 
sedentários que apresentam pouca massa muscular.
• FEG edematoso: apresenta um aspecto de edema tecidual puro e simples, sendo exclusivo de 
membros inferiores. Tem consistência variável, às vezes muito firme e, em outras vezes, flácida. Pode 
ser encontrado em pessoas de qualquer faixa etária e qualquer peso, tendo como característica a 
pele do tipo “casca de laranja”.
• FEG misto: quando o paciente apresenta, por exemplo, tipo firme nas coxas associado ao tipo 
flácido no abdome; é frequente encontrar formas mistas.
5.2 Obesidade e sobrepeso
A obesidade é definida como um aumento exagerado e generalizado da gordura corporal, que ocorre 
devido ao balanço energético positivo, ou seja, a ingestão calórica supera o gasto. É considerada uma 
alta porcentagem de gordura acima de 25% para homens e 32% para mulheres.
Vários fatores podem levar à obesidade, e um sistema de vida inadequado está entre eles, bem como 
sedentarismo, alimentação insatisfatória, hábitos familiares inadequados, excesso de carboidrato na 
dieta, velocidade na refeição, lanches desequilibrados e consumo de guloseimas e doces em excesso.
Mais do que um problema estético, a obesidade pode trazer muitas outras patologias, como diabetes, 
arteriosclerose, distúrbios cardiovasculares, entre outros.
Antigamente, acreditava-se que a causa da obesidade estava exclusivamente ligada ao excesso 
de alimentação. Contudo, se realmente fosse só essa a causa, facilmente seria eliminada com uma 
dieta alimentar. Atualmente, a obesidade é considerada uma etiologia multifatorial, na qual, além 
do não balanceamento energético, existem outros fatores associados, os fatores metabólicos, como 
o hipotireoidismo, os fatores genéticos e os fatores emocionais, como situações de estresse ou 
depressão, além da inatividade física, considerada um fator mais grave que a superalimentação e que 
está associada à obesidade infantil.
5.2.1 Tipos de obesidade
A obesidade pode ser classificada como exógena ou nutricional, que normalmente está relacionada 
com a alta ingestão de alimentos e o pequeno gasto energético, ocorrendo em 95% dos casos, ou 
endógena, que está relacionada a causas hormonais e algumas síndromes genéticas.
64
Unidade II
A obesidade ainda pode ser classificada de acordo com a mudança do tecido adiposo, podendo ser 
hiperplásica ou hipertrófica. Na obesidade do tipo hipertrófica, ocorre a hipertrofia do tecido adiposo, 
ou seja, os adipócitos aumentam de tamanho, sendo mais comum ocorrer em adultos. Já na obesidade 
hiperplásica, ocorre o aumento no número de células adiposas e está mais associada à obesidade infantil 
ou à que ocorre na adolescência, pois os adipócitos aumentam da 30ª semana gestacional até o primeiro 
ano de vida e depois esse aumento se repete na puberdade.
Portanto, quando um indivíduo obeso passa por uma redução ponderal, os adipócitos apenas 
diminuem de tamanho, como demonstrado na figura a seguir.
149 kg
0,9 µg/célula
75 bilhões
103 kg
0,6 µg/célula
75 bilhões
75 kg
0,2 µg/célula
75 bilhões
Figura 39 – Mudança dos adipócitos (representados pelas bolas pretas) na redução de peso corporal
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 310).
5.3 Adiposidade localizada
A adiposidade localizada é a deposição de gordura em locais específicos do corpo, dando origem 
ao aumento na espessura e consistência do tecido adiposo. Isso ocorre devido a alguns fatores, como 
gênero, hormônios e genética. Nas mulheres, por exemplo, a gordura tende a se acumular nas regiões 
de coxas, glúteos e quadris. Já nos homens, na região abdominal.
Existem dois tipos de obesidade caracterizados pelo acúmulo de gordura em regiões localizadas. 
O primeiro tipo é a obesidade central ou androide, na qual o acúmulo de gordura ocorre mais na região 
65
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
abdominal, e por isso é considerada de maior risco para doenças cardiovasculares. Já o segundo tipo 
é chamado obesidade periférica ou ginoide, na qual a deposição de gorduras se dá mais na região de 
glúteos, quadris e coxas, não gerando, portanto, tantos riscos em promover as doenças cardiovasculares.
5.4 Métodos de avaliação da composição corporal
Existem vários métodos para avaliar a composição corporal, como relação peso-altura, medição 
das pregas cutâneas, pesagem subaquática, bioimpedância e absortimetria de raios x em duas 
energias (DEXA).
A relação peso-altura é calculada através do índice de massa corpórea (IMC), no qual é realizada uma 
relação entre peso dividido pela altura ao quadrado. Apesar de ser um método de fácil aplicação, é o 
menos utilizado, pois não diferencia gordura de músculo, então não temos como identificar se o indivíduo 
apresenta uma grande quantidade de massa muscular ou se simplesmente é obeso. Os resultados do IMC 
podem ser observados na tabela a seguir.
Tabela 1 – IMC
IMC Classificação
<18,5 Baixo peso
18,5-24,9 Peso normal
25-29,9 Sobrepeso
30-34,9 Obesidade
35-39,9 Obesidade severa
≥40 Obesidade mórbida
A avaliação das dobras ou pregas cutâneas é um método bastante utilizado para determinar a 
composição corporal. São mensuradas dobras de gordura específicas do corpo e esses valores são 
relacionados com idade, peso e altura para determinar o percentual de gordura.
As medidas devem sempre ser realizadas no hemicorpo direito, com o paciente em pé. Deve-se, 
então, pinçar a dobra de pele e gordura com o indicador e o polegar, destacando-a do tecido muscular 
e posicionar o adipômetro, esperando cerca de 2 a 3 segundos para realização da leitura, que será feita 
em milímetros.
Para maior confiabilidade dos dados, devem ser realizadas três medidas em cada dobra e realizada a 
média. Normalmente, as dobras utilizadas são: tricipital, bicipital, subescapular, suprailíaca, abdominal, 
coxa, panturrilha e peitoral. As figuras a seguir demonstram a mensuração de algumas pregas cutâneas 
com o adipômetro.
66
Unidade II
A) B)
Figura 40 – Mensuração das dobras cutâneas: A) tricipital; B) subescapular
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 316).
A) B)
Figura 41 – Mensuração das dobras cutâneas: A) suprailíaca; B) abdominal
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 316).
Figura 42 – Mensuração da dobra cutânea da coxa
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 317).
67
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
A perimetria também é apropriada, pois prediz o percentual de gordura e determina os padrões de 
distribuição da gordura. Para a mensuração é utilizada a fita métrica sobre a pele, tendo como pontos 
de referência: 
• pescoço: logo abaixo da proeminência laríngea;
• ombros: na saliência dos músculos deltoide, abaixo do acrômio,após a expiração;
• peito: na quarta articulação esternocostal;
• cintura: ponto médio entre a margem da costela inferior e crista ilíaca, ponto mais estreito 
do tronco;
• abdome: 2,5 cm acima do umbigo, após expiração;
• quadril: linha dos trocânteres maiores;
• coxa proximal: abaixo da prega glútea;
• coxa medial: ponto médio;
• coxa distal: próximo aos epicôndilos femorais;
• joelho: nível médio da patela;
• panturrilha: maior protrusão muscular;
• tornozelo: sobre os maléolos;
• braço: ponto médio entre o ombro e o cotovelo;
• antebraço: circunferência máxima da porção proximal;
• punho: sobre os processos estiloides do rádio e da ulna.
Outra técnica de avaliação é a pesagem subaquática, na qual é realizada uma estimativa da densidade 
corporal total, analisando o peso corporal medido no ar com o peso durante a submersão na água. Para 
a mensuração, o indivíduo deve realizar uma expiração forçada e bloqueá-la de 5 a 10 segundos, 
quando será realizada a medida. O procedimento é repetido de 8 a 12 vezes e o valor médio é utilizado. 
Mulheres devem realizar a medição sempre no mesmo período do ciclo menstrual para minimizar 
erros de medida.
A bioimpedância elétrica também é um método bastante utilizado para avaliar a composição corporal, 
por ser rápido, não invasivo e relativamente barato. A técnica é aplicada através de um aparelho com 
68
Unidade II
intensidade de corrente de 500 a 800 microamperes e frequência de 50 Hz, que quantifica a resistência 
do tecido, sendo que os tecidos com maior resistência são os que não apresentam gordura. Além disso, 
também é mensurada a quantidade de água corporal. São utilizados quatro eletrodos do lado direito do 
corpo, sendo dois no dorso da mão e dois no dorso dos pés; para tal, o paciente deve estar relaxado e 
deitado em decúbito dorsal.
A fim de que os resultados sejam mais fidedignos, as mensurações devem ser padronizadas, 
controlando temperatura ambiente, nível de hidratação, ciclo menstrual, período de repouso, jejum 
alimentar, presença de metais no corpo, atividade física e ingestão de bebidas alcóolicas.
Por último, um recurso que ainda é pouco utilizado devido ao alto custo é o DEXA (absortimetria 
de raios x em duas energias), sendo este considerado o mais preciso e padrão ouro para avaliação da 
composição corporal. O DEXA é uma técnica amplamente utilizada para mensuração de massa e 
densidade mineral óssea, pois é o mesmo aparelho com que se realiza a densitometria óssea, mas por 
ser um método caro e que expõe o indivíduo à radiação, acaba sendo mais utilizado em pesquisas. 
5.5 Recursos terapêuticos
O tratamento da obesidade é realizado basicamente com dieta, exercício físico e terapia 
medicamentosa. Já para o tratamento da adiposidade localizada e do FEG, além de dieta e atividade 
física, existem alguns recursos terapêuticos que podem ser utilizados, os quais serão discutidos a seguir.
5.5.1 Massagem
As massagens para o tratamento das afecções inestéticas, ao contrário do que muitas pessoas 
pensam, não devem ser vigorosas ou fortes, pois não podemos encarar que os nódulos do FEG devem 
ser desfeitos sob pressão. A massagem vigorosa pode romper trabéculas conjuntivas que já estão frágeis 
e criar espaços que acumularão líquido intersticial. As lesões produzidas pela pressão também geram 
equimoses, devido à ruptura de vênulas e arteríolas da hipoderme, gerando assim um quadro doloroso. 
Além disso, as massagens não devem ser utilizadas como forma isolada de tratamento, sendo mais 
eficazes quando utilizadas em conjunto com outras técnicas.
Como técnicas de massagem, podemos utilizar a drenagem linfática manual, devido ao quadro de 
estase sanguínea e linfática presente no FEG, a massagem modeladora e a massagem clássica.
Todas as massagens serão realizadas com objetivo de proporcionar analgesia, incrementar a 
circulação sanguínea, promover relaxamento muscular, auxiliar na penetração de produtos, diminuir 
a resistência da pele às correntes e aumentar a maleabilidade tecidual.
5.5.2 Corrente diadinâmica
Podem ser utilizadas as correntes difásicas (DF), monofásica (MF), curto período (CP) e ritmo sincopado (RS) 
para o tratamento das afecções inestéticas, sendo que cada uma possui objetivos diferentes. 
69
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
A DF é utilizada para analgesia, pois eleva o limiar de excitabilidade das fibras nervosas sensitivas. 
Além disso, proporciona melhora circulatória. Nessa corrente, selecionamos uma frequência de 100 Hz 
com largura de pulso de 10 ms, utilizando pulsos alternados com retificação completa da onda. A CP 
proporciona aumento da circulação local ou segmentar, utilizando correntes difásicas e monofásicas 
alternadas a cada um segundo. Já na MF, utilizamos uma frequência de 50 Hz e largura de pulso de 10 ms, 
com retificação em semionda, o que proporciona um estímulo ao metabolismo do tecido conjuntivo. 
Por último, a RS é uma corrente monofásica com trens de pulso de 1 segundo intercalado com período 
de repouso do mesmo tempo, portanto, produz contrações rítmicas das fibras musculares, podendo ser 
utilizadas com o exercício. Uma desvantagem dessa corrente é que ela é bastante desagradável.
5.5.3 Correntes excitomotoras
São utilizadas através da estimulação elétrica neuromuscular (EENM) com o objetivo de facilitar 
a contração muscular, reeducar a ação muscular, aumentar potência muscular, aumentar a irrigação 
sanguínea e aumentar o retorno linfático e venoso.
Opta-se nesse tipo de corrente por frequências entre 10-50 Hz, com largura de pulso entre 250-300 ms 
e a proporção de tempo de contração para relaxamento de 1:3. 
Em muitos casos, na obesidade, uma grande camada de gordura pode isolar o ponto motor que deve 
ser atingido pelo eletrodo de superfície, o que resultará em um alto limiar à estimulação, necessitando 
de uma alta intensidade para conseguir a contração da musculatura.
5.5.4 Endermologia
A endermologia é uma técnica baseada na aspiração (sucção) e na mobilização tecidual, na qual o 
aparelho produz uma mobilização profunda da pele, permitindo, assim, uma maior circulação sanguínea. 
O vácuo produz uma pressão negativa no tecido e devido a isso não melhora a circulação linfática, 
mas produz uma melhor maleabilidade tecidual.
As manobras devem sempre ser executadas no sentido das fibras musculares e linhas de tensão para 
evitar flacidez.
O aparelho para aplicação da endermologia está demonstrado na figura a seguir.
70
Unidade II
Figura 43 – Aparelho de endermologia da Ibramed
Adaptada de: https://bityli.com/BqfXzs. Acesso em: 13 dez. 2021.
5.5.5 Ultrassom
O uso do ultrassom (US) no tratamento das afecções inestéticas corporais está associado aos seus 
efeitos fisiológicos e a sua capacidade de penetrar substâncias através da pele (fonoforese). Entre esses 
efeitos podemos destacar:
• Efeitos mecânicos: produz uma micromassagem tecidual, aumentando o metabolismo celular, o 
fluxo sanguíneo e o suprimento de oxigênio.
• Efeitos térmicos: produz vasodilatação, aumento da permeabilidade da membrana, aumento na 
reabsorção tecidual e aumento na extensibilidade do colágeno.
• Efeitos químicos: aumento da permeabilidade das membranas celulares.
• Efeitos cavitários: ocorre a formação de bolhas ou cavidades no meio líquido, decorrentes de 
ondas estacionárias, produzindo microbolhas de vácuo que vão se tornando maiores e implodem. 
Essas microbolhas possuem elevado nível de energia se chocando entre os adipócitos, que possuem 
membranas muito finas, as quais não resistem a esses choques, rompendo-se.
• Efeito fonoforese: princípios ativos comumente utilizados são hyalozima, cafeína, ginkgo biloba, 
entre outros.
71
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
O tempo de aplicação e a intensidade do US devem sempre ser mensurados. Como regra geral, 
em áreas de até 10 cm² é realizado por cerca de 2 minutos. No FEG utilizamos frequência de 3 MHz e 
intensidade de até 2 W/cm².
5.5.6 Radiofrequência
A radiofrequência é caracterizadapela utilização de ondas de rádio de alta frequência nos tecidos, 
gerando calor, sendo a onda eletromagnética que gera calor por conversão compreendida entre 30 KHz 
e 300 MHz, mas com frequência mais utilizada entre 0,5 MHz e 1,5 MHz.
A partir do calor profundo no local, cria-se retração, remodelação e produção de novo colágeno na 
pele. Portanto, produz uma melhora do aspecto da pele de maneira progressiva, sendo muito utilizada 
para flacidez e FEG. Tem como vantagens ser um procedimento não agressivo, não invasivo e sem efeitos 
colaterais. Na figura a seguir, pode-se observar uma aplicação de radiofrequência na região do abdome.
Figura 44 – Aplicação de radiofrequência
5.5.7 Carboxiterapia
A carboxiterapia é utilizada com o objetivo de melhorar a circulação sanguínea e promover uma 
regeneração tecidual. A técnica é realizada através da infusão de gás carbônico (CO2) medicinal. Utilizando 
um aparelho acoplado a um cilindro de CO2, o terapeuta regula a vazão do gás (até 80 mL/min) para uma 
agulha de calibre mínimo, que é inserida entre a pele e a gordura.
O CO2 atua dilatando vasos sanguíneos, estimulando a formação de novos vasos e promovendo uma 
melhor irrigação tecidual e maior oxigenação na área tratada. Além disso, o CO2 também rompe fibroses 
no tecido subcutâneo, favorecendo a formação de colágeno e elastina.
72
Unidade II
A carboxiterapia é considerada uma técnica dolorida devido à distensão que gera nos tecidos e é 
contraindicada em pacientes com doenças pulmonares com retenção de CO2, como a doença pulmonar 
obstrutiva crônica (DPOC), e em pacientes que apresentem infecção ativa na região de aplicação.
5.5.8 Criolipólise
A criolipólise é o método não invasivo mais atual que vem sendo amplamente utilizado para o 
tratamento de adiposidade localizada, pois reduz significativamente a adiposidade subcutânea, sem 
prejuízo para os tecidos adjacentes. É um procedimento aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) 
que provoca a morte celular por apoptose do adipócito. Ela utiliza baixas temperaturas para acabar com 
a gordura localizada.
O aparelho é colocado na superfície da pele, como pode ser observado na figura a seguir, fazendo 
as células de gordura serem congeladas a temperaturas negativas para serem destruídas. A ponteira do 
aparelho realiza um poderoso vácuo que promove a sucção da pele e da porção de gordura localizada, 
então, o resfriamento intenso e controlado destrói as células de gordura, danificando seletivamente as 
células adiposas, que são mais sensíveis ao frio, sem causar qualquer dano a nervos, músculos e outras 
estruturas próximas. Então as células de gordura se rompem totalmente e, em consequência, o corpo 
entende que elas não fazem mais parte do organismo e as expele naturalmente.
Os cabeçotes e o aparelho de criolipólise estão demonstrados na figura 46.
Figura 45 – Aplicação de criolipólise
73
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
Figura 46 – Aparelho de criolipólise da Medical San
Adaptada de: https://bityli.com/Ndq6qZ. Acesso em: 13 dez. 2021.
5.6 Estrias
As estrias são cicatrizes que se formam quando há destruição de fibras elásticas e colágenas na pele, 
normalmente causadas por um estiramento da pele. As linhas são formadas devido à diminuição da 
espessura de derme e epiderme, ocorrendo modificações nas fibras colágenas, na substância fundamental 
amorfa e nos fibroblastos. Inicialmente, elas podem coçar, arder, apresentar prurido e até dor, mas com 
o passar do tempo se tornam assintomáticas. 
São classificadas como uma atrofia tegumentar adquirida com aspecto linear de 1 milímetro ou 
mais de largura, que se apresentam perpendiculares às linhas de fenda.
É considerada uma patologia de etiologia multifatorial, influenciada por fatores endocrinológicos 
e predisposição genética e familiar. Normalmente, elas se formam quando ocorre o estiramento da 
pele, em casos como gravidez, aumento exagerado de peso, colocação de prótese mamária, fase de 
crescimento e uso de anabolizantes dispõem o aparecimento das estrias. Além disso, outros fatores, como 
os hormonais, com uso de estrógeno e hormônios adrenocorticais, e o uso prolongado de tratamentos 
com corticoides também predispõem o aparecimento.
74
Unidade II
Os locais mais comuns para o aparecimento de estrias são coxas, glúteos, abdome, seios e região 
lombossacral. Como sintomas iniciais ao seu surgimento podemos destacar o aparecimento de um sinal 
inflamatório local, portanto, prurido, dor, calor e discreta coceira.
As estrias podem ser classificadas de duas maneiras: de acordo com o tempo de existência e quanto 
à posição. A classificação quanto ao tempo de existência é a mais utilizada, subdividindo as estrias 
em recentes ou vermelhas e antigas ou brancas. As estrias vermelhas são mais novas, apresentando 
uma coloração rósea ou púrpura, e devido ao pouco tempo de aparecimento conseguem ser tratadas 
ou amenizadas com a utilização de cremes. A coloração dessas estrias é caracterizada pela irrigação 
sanguínea ainda presente. Após essa fase, as estrias são classificadas como antigas ou albas, quando 
já se tornaram cicatrizes, não sendo mais irrigadas por sangue, e por isso apresentam essa coloração 
esbranquiçada. Nessa fase, as estrias precisam de tratamentos mais específicos com algumas intervenções 
que discutiremos mais adiante.
A outra classificação das estrias se dá quanto ao posicionamento, podendo ser horizontais ou 
verticais. As estrias horizontais são as do crescimento, que aparecem sobretudo na região peitoral e 
quadril. Já as verticais surgem devido ao esticar exagerado da pele. Aparecem muito durante a gestação, 
quando engordamos rapidamente ou quando ocorrem muitas alterações hormonais.
5.6.1 Teorias da etiologia
A etiologia das estrias já é considerada multifatorial, mas ainda é bastante controversa, existindo, 
portanto, três teorias para justificá-la: teoria mecânica, teoria endocrinológica e teoria infecciosa.
A teoria mecânica tem sido a mais aceita e acredita-se que a deposição excessiva de gordura no 
tecido adiposo, principalmente quando ocorre rapidamente, gere danos às fibras elásticas e colágenas 
da pele, e com isso surgem as estrias. As estrias também são consideradas sequelas de períodos rápidos 
de crescimento e estiramento da pele, com consequente ruptura ou perda de fibras elásticas dérmicas, 
que é tido como fator básico para o seu aparecimento.
A teoria endocrinológica demonstra que a teoria mecânica é muito simplista, e que além do 
estiramento da pele, há uma relação causal hormonal entre esteroides tópicos ou sistêmicos. Nessa 
teoria, a etiologia parece estar muito associada às alterações hormonais, especificamente com 
hormônios corticoides.
Por último, a teoria infecciosa sugere que processos infecciosos geram danos às fibras elásticas, 
provocando estrias. 
5.6.2 Recursos terapêuticos
Ainda é um desafio tratar estrias, principalmente as albas, sendo que nenhum recurso terapêutico 
nesse período é totalmente eficaz, devido à não regeneração das fibras elásticas. Por isso, quanto mais 
cedo o paciente procura o tratamento, melhores os resultados.
75
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
Atualmente, muitos estudos estão sendo desenvolvidos utilizando a eletroterapia, que parece ser 
um dos recursos mais promissores, pois aumenta significativamente o número de fibroblastos jovens 
e promove uma neovascularização, melhorando o aspecto da pele e deixando ela mais próxima do 
que era antes.
Como recursos mais utilizados e com resultados mais expressivos podemos destacar a radiofrequência 
fracionada, o peeling de cristal, o eletrolifting, o laser fracionado de CO2 e o laser fracionado não ablativo, 
além da utilização de cremes. Discutiremos a seguir cada um desses recursos.
Iniciamos pela radiofrequência fracionada, que pode ser utilizada tantos nas estrias vermelhas quanto 
nas albas. Na estria vermelha, ela provoca um fechamento dos vasos sanguíneos de pequeno tamanho 
e estimula a produção de colágenona área, dando aspecto mais natural à pele e diminuindo o tamanho 
das estrias. Já na estria alba, ela também atua na formação de colágeno, mas agora aproximando as 
bordas da estria e preenchendo-as, sendo que a energia e o calor conseguem penetrar na pele de forma 
profunda e homogênea, promovendo uma renovação da derme.
No peeling de cristal, a pele será esfoliada através dos cristais de óxido de alumínio com o intuito de 
eliminar a camada superficial da pele, de forma suave, gerando uma regeneração das células da região.
O eletrolifting é o mesmo utilizado nas afecções inestéticas faciais. Também chamado de Striat 
(figura a seguir), que utiliza uma corrente galvânica contínua de baixa frequência, duração e intensidade 
que atuam no nível celular para restaurar a camada colágena e estimular a produção de elastina. São 
utilizados dois eletrodos, um passivo tipo placa e um ativo tipo agulha, para aplicação do método 
invasivo, mas superficial. O estímulo da agulha desencadeará um processo de reparação tecidual e uma 
inflamação aguda local, portanto, após a aplicação, a área apresentará uma hiperemia e o tecido reagirá 
a essa inflamação controlada. Lembrando que essa é uma técnica contraindicada para pacientes que 
apresentam queloide. Na figura 48 podemos observar o aspecto da pele antes e logo após a utilização 
do Striat, sendo notável a hiperemia e o edema locais.
Figura 47 – Aparelho Striat
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 405).
76
Unidade II
A) B)
Figura 48 – Antes e após aplicação do Striat: A) aspecto antes; 
B) aspecto após a aplicação com edema e hiperemia
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 406).
Para aplicação do eletrolifting, a pele deve estar higienizada, esfoliada e tonificada, podendo ser 
utilizado anestésico após esses procedimentos. Então é colocado o dispositivo para fechar a corrente 
entre os polos e aplicado álcool 70% na região do tratamento. No caso das estrias, elas deverão ser 
estimuladas individualmente até que seja obtida a hiperemia, podendo a caneta ser deslizada sobre a 
estria, ou realizando a técnica de escarificação. A caneta com agulha, nesse caso, é o eletrodo ativo. 
A intensidade da corrente deve ser baixa, variando de 180 a 200 microamperes, no máximo.
Outra técnica de tratamento que vem sendo bastante estudada e ganhando mercado são os lasers. 
O de baixa intensidade pode ser utilizado em processos cicatriciais, incluindo pós-cirúrgico e feridas, 
como úlceras de pressão. No caso das estrias, o laser fracionado de CO2 e o laser fracionado não ablativo, 
mas em ambos o terapeuta necessita de bastante conhecimento sobre o aparelho e atenção durante 
a aplicação. 
O laser fracionado de CO2 provoca uma queimadura controlada da pele que irá gerar um processo 
de cicatrização e consequentemente a produção de novo colágeno. O alvo desse tipo de laser é a 
água, e o feixe de luz é atraído por suas moléculas. Ele é do tipo fracionado, pois um feixe de luz 
é dividido em microrraios que atingem a pele em pequenas regiões, provocando, assim, pequenas 
lesões controladas. Além do tratamento de estrias, essa técnica também é indicada para cicatrizes e 
rejuvenescimento da pele.
Já o laser fracionado não ablativo é uma técnica menos dolorosa que a anterior e provoca menos 
manchas na pele, pois promove uma cicatrização mais rápida. Os raios atravessam a epiderme sem 
machucá-la e chegam à derme, onde atuam na estimulação da produção de colágeno. 
Talvez o tratamento mais utilizado para estrias sejam os cremes à base de ácidos que promovem a 
renovação da pele, estimulando a produção de novo colágeno. Entretanto, esse é um tratamento mais 
eficaz quando utilizado em estrias vermelhas, e mesmo nesses casos os resultados são demorados e 
podem ser percebidos apenas após um ano de uso. É um tratamento que pode ser associado a outros 
recursos terapêuticos.
77
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
 Lembrete
Para aplicação do eletrolifting a pele deve estar higienizada, esfoliada e 
tonificada, podendo ser utilizado um anestésico após esses procedimentos. 
6 FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO CUTÂNEA
A cicatrização é um processo que se dá fundamentalmente no tecido conjuntivo, sendo que a 
cicatriz nada mais é do que a substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo, chamado tecido 
cicatricial. Mas essa formação não ocorre rapidamente e esse tecido passa por três fases antes de estar 
totalmente formado, que são as chamadas fases de cicatrização: fase inflamatória, fase proliferativa e 
fase de maturação.
A fase inflamatória é a fase inicial do processo, sendo fundamental e com duração de cerca 
de 72 horas, em média. Ela se inicia imediatamente após o surgimento da ferida e é totalmente 
dependente da atividade plaquetária, da cascata de coagulação e da liberação de substâncias 
vasoativas, fatores de crescimento e proteases. Esse período é chamado de fase inflamatória 
devido ao surgimento de uma reação inflamatória local com a presença de macrófagos, linfócitos, 
neutrófilos, mastócitos, plaquetas, entre outros. Portanto, após a ruptura do tecido, inicia-se um 
processo de vasoconstrição local para estancar o sangue, fluindo plaquetas para a ferida para 
auxiliar na hemostasia. Então, após o estancamento do sangue, ocorre uma vasodilatação local, 
com aumento do fluxo sanguíneo no local da lesão, promovendo rubor e aumento da temperatura 
local, caracterizando, assim, uma inflamação.
Após 2 ou 3 dias da ferida, inicia-se a fase proliferativa, que pode durar de 3 a 24 dias, dependendo 
da lesão. Nesse momento ocorre a formação do tecido de granulação, os miofibroblastos, juntamente 
aos fibroblastos, que agem promovendo a contração da ferida. Então as células epiteliais nas margens 
da ferida se proliferam e migram para a superfície, repondo a perda celular e formando as camadas de 
epiderme. Também pode-se subdividir as etapas da fase proliferativa em três, sendo elas:
• Reepitelização: quando ocorre a migração dos queratinócitos das margens da ferida.
• Fibroplasia: quando há a formação da matriz, que é uma coleção de elementos celulares como 
fibroblastos, fibronectina, colágeno, entre outros. Essa matriz é a base para a formação do tecido 
de granulação.
• Angiogênese: aumento circulatório local que se dá pela formação de novos vasos sanguíneos, ou 
seja, a neoangiogênese.
Então ocorre a fase de maturação, iniciando com a diminuição da vascularização local. Nessa fase 
ocorrem dois importantes processos de forma simultânea, a síntese de tecido, realizada pelos fibroblastos, 
e a lise do colágeno, coordenada pela colagenase. Portanto, nessa fase, o tecido é remodelado, diminuindo 
78
Unidade II
a quantidade de fibroblastos e orientando as fibras colágenas para aumentar a força tênsil do tecido. 
Além disso, ocorre a mudança de coloração do tecido de granulação, de avermelhado para branco 
pálido, pois a cicatriz passa a ser um tecido avascular.
Na figura a seguir, pode-se acompanhar as três fases do processo cicatricial.
A coagulação ocorre por causa de 
proteínas de coagulação e proteínas 
plasmáticas, e uma crosta é formada
As células epiteliais se multiplicam 
e preenchem sobre o tecido de 
granulação
O epitélio restaurado engrossa; 
a área amadurece e contrai
Epiderme
A) B) C)
Fibroblasto
Derme
Macrófago
Artéria
Produtos químicos 
inflamatórios são liberados 
a partir de lesões
Enquanto as células sanguíneas 
infiltram-se na área lesada
O tecido de granulação 
restaura o suprimento vascular
Área subjacente do 
tecido cicatricial
Figura 49 – Fases do processo cicatricial: A) fase inflamatória; 
B) fase proliferativa; C) fase de maturação
Adaptada de: https://bit.ly/3y589Zu. Acesso em: 7 dez. 2021.
O processo de cicatrização também é classificado segundo o tipo e a quantidade de tecido formados, 
que estão relacionados com a quantidade de tecido lesado ou danificado e se houve ou não a presença 
de infecção, sendo, portanto, classificado como primeira, segunda ou terceira intenção.
A cicatrização do tipo primeiraintenção ou primária ocorre quando não há presença de infecção, 
e as bordas da ferida estão próximas ou foram aproximadas para ocorrer a cicatrização, havendo no 
máximo uma mínima perda tecidual com edema muito pequeno. Portanto, ocorre a união imediata 
das bordas feridas com uma evolução asséptica de uma cicatriz linear, e a formação de tecido de 
granulação é imperceptível. São cicatrizes que evoluem entre 4 a 10 dias. Podemos citar como exemplo 
de cicatrização do tipo primeira intenção as cicatrizes cirúrgicas realizadas nas linhas de fenda.
Na cicatrização de segunda intenção, pode ou não ter infecção, mas as bordas da ferida nunca 
podem ser aproximadas e não contatam entre si, devido à perda tecidual excessiva. Portanto, elas 
ficam abertas para que ocorra a contração e a epitelização, sendo que o espaço será preenchido por 
tecido de granulação, podendo isso durar de dias a meses. Essa formação de O tecido de granulação é 
extremamente importante, pois é um tecido resistente a infecção que terá um epitélio migrado para a 
superfície, promovendo suprimento aos fibroblastos que produzirão colágeno.
79
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
Por último, na cicatrização do tipo terceira intenção sempre haverá presença de infecção na 
ferida e, por isso, essa ferida deve ser mantida aberta, para somente depois do tratamento adequado 
da infecção ser realizada a aproximação das margens da ferida. É um processo que envolve limpeza, 
desbridamento da ferida e só depois a formação de tecido de granulação saudável para posterior 
coaptação das bordas da lesão. Exemplos desse tipo de cicatrização são as úlceras de pressão.
6.1 Distúrbios cicatriciais
Existem alguns fatores sistêmicos que influenciam na formação cicatricial, como: o uso de 
corticosteroides, radioterapia, quimioterapia, idade, diabetes melito descompensada, neuropatias, 
hipoproteinemia, hepatopatia com deficiência de fatores de coagulação, choque hipovolêmico, presença 
de toxinas bacterianas e uso de anti-inflamatórios não esteroidais. Além desses, alguns fatores externos 
também podem interferir no processo cicatricial, como a presença de infecção, corpos estranhos, tecidos 
necrosados ou isquêmicos, seroma, tensão grande na área e movimentação do local.
Como vimos anteriormente, a cicatriz final é secundária ao processo de reparação, que é variável 
e muitas vezes imprevisível, e em alguns casos, a cicatriz pode apresentar-se normotrófica, atrófica, 
hipertrófica ou queloide.
As cicatrizes normotróficas são o sonho da cicatrização, pois a pele ganha aspecto e consistência 
bem parecidos com o da pele antes do ferimento, sendo comuns após ferimentos mais simples, que não 
agridam tanto, ou cicatrizes cirúrgicas.
As cicatrizes atróficas são mais comuns e independem de fatores genéticos. Elas normalmente 
aparecem por conta da perda de estruturas que dão apoio e firmeza à pele, como músculo e gordura, e 
deixam uma espécie de buraco (relevo) na pele. Muito comum em casos de acne, cirurgias mais extensas 
e acidentes.
Já as cicatrizes hipertróficas acontecem quando nosso corpo produz colágeno em quantidades 
anormais e de forma desorganizada, fazendo com que a cicatriz fique com uma textura mais elevada em 
relação à pele que está ao redor. Esse tipo de cicatrização é mais raro, mas apresenta um componente 
hereditário. As pessoas, normalmente, confundem essas cicatrizes com os queloides, que também são 
distúrbios cicatriciais, mas diferentemente da cicatriz hipertrófica, a queloide apresenta um crescimento 
mais desregulado, no qual o corpo não para de produzir colágeno novo e a cicatriz formada acaba 
ultrapassando os limites da lesão, caracterizando uma cicatrização excessiva que está muitas vezes 
relacionada a fatores étnicos, sendo mais comuns em orientais, e genética.
As cicatrizes hipertróficas e os queloides constituem um problema estético significativo e apresentam 
um tratamento problemático. Na figura a seguir pode-se observar esses dois distúrbios cicatriciais.
80
Unidade II
A) B)
Figura 50 – Distúrbios cicatriciais: A) cicatriz hipertrófica; B) queloide
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 416-418).
6.2 Abordagens terapêuticas no reparo tecidual
Desde a Antiguidade a cicatrização de feridas desperta um grande interesse dos estudiosos, e até 
os dias atuais os recursos terapêuticos vêm sendo amplamente estudados. Entretanto, como em outras 
patologias, o tratamento dos distúrbios cicatriciais se faz pela associação de recursos disponíveis para, 
assim, obter resultados mais promissores. A seguir, discutiremos alguns desses recursos.
6.2.1 Tratamento cirúrgico e terapia medicamentosa
O queloide pode ser removido cirurgicamente, para que depois seja realizado o acompanhamento da 
nova cicatriz, sendo que este muitas vezes é realizado com a utilização da radioterapia local, para que 
controle a formação do colágeno. Essa radioterapia algumas vezes também apresenta bons resultados 
em queloides recentes.
A terapia medicamentosa consiste, basicamente, na aplicação de corticoide na cicatriz, que mostrou 
ter uma ação inibidora sobre os fibroblastos ativos, conseguindo nivelar a cicatriz. 
 Observação
Esses métodos devem ser realizados apenas por médicos dermatologistas 
ou cirurgiões plásticos, pois ambos podem gerar riscos ao paciente.
6.2.2 Laser de baixa intensidade
O laser de baixa intensidade produz o reparo tecidual, agindo nos linfócitos aumentando sua 
proliferação e ativação e nos macrófagos aumentando a fagocitose. Além disso, eleva a secreção de 
fatores de crescimento dos fibroblastos e intensifica a reabsorção de fibrina e colágeno. O laser é 
realizado através de técnica pontual em toda a cicatriz ou ferida, removendo as camadas mais afetadas 
e expondo novas camadas de pele, promovendo, assim, uma remodelação total das fibras colágenas. 
81
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
Entretanto, ainda não há um consenso em relação à intensidade de aplicação. Nas duas figuras a seguir, 
pode-se observar uma aplicação de laser para cicatrização de feridas.
 Lembrete
O laser de baixa intensidade pode ser utilizado em processos cicatriciais, 
incluindo pós-cirúrgico e feridas, como úlceras de pressão.
Figura 51 – Aplicação de laser em ferida
Figura 52 – Aplicação de laser em ferida (laser desligado)
82
Unidade II
 Saiba mais
O artigo indicado aqui é uma revisão sistemática sobre o tratamento 
de úlceras de pressão com informações importantes, demonstrando 
qual tipo de laser apresenta maior evidência e melhores resultados para 
o tratamento de pacientes. Para entender melhor sobre o assunto, leia o 
artigo a seguir: 
MACHADO, R. S.; VIANA, S.; SBRUZZI, G. Low-level laser therapy in the 
treatment of pressure ulcers: systematic review. Laser Med Sci., n. 32, v. 4, 
p. 937-944, 2017.
6.2.3 Ultrassom
O uso do US apresenta bons resultados na fase inflamatória inicial e na reparação tecidual, 
mediando a inflamação através de alteração de migração e função leucocitária, aumentando a 
angiogênese, a síntese e a maturação do colágeno e, assim, formando tecido cicatricial. Além disso, 
ele auxilia na orientação das fibras colágenas, melhorando, então, a elasticidade e a funcionalidade 
do tecido. Por último, aumenta a tensão e a média de contração das bordas da ferida, acelerando 
a cicatrização.
As intensidades recomendadas variam entre 0,5-1,5 W/cm2, sendo que nas primeiras 24 horas após 
o ferimento, devido à intensa cascata inflamatória, é recomendada a utilização do US pulsado, pois 
aumentos de temperatura nessa fase não são desejados. O US contínuo pode ser utilizado após essa fase 
inicial, desde que seja necessário um maior aporte energético.
6.2.4 Massagem
A massagem é indicada na prevenção de queloides, mas também pode agir em queloides já instaladas. 
Podemos utilizar diferentes técnicas manuais e vacuoterapia.
A manobra de fricção é realizada com uma pressão suficiente que seja capaz de mobilizar o tecido 
superficial em relação ao profundo, com o objetivo deliberar as aderências. Pode ser realizada através 
de movimentos transversais, circulares ou associando movimentos de tração e rolamento, como 
demonstrado na figura a seguir.
83
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
A) B)
Figura 53 – Manobras de fricção: A) movimentos circulares; 
B) movimentos associados de tração e rolamento
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 421).
Outra técnica de massagem bastante utilizada no tratamento das cicatrizes é a manobra de 
Wetterwald, na qual são realizados movimentos de pinçamento e rotação de uma prega, como podemos 
observar na figura a seguir. As manobras são realizadas no intuito de prevenir e tratar as aderências 
cicatriciais, através da melhora da maleabilidade tecidual, com consequente melhora de função e 
aparência do tecido afetado.
A) B)
Figura 54 – Manobra de Wetterwald: A) início do movimento; B) mobilização da cicatriz
Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 421).
Por último, podemos utilizar a endermologia, com o intuito de minimizar as aderências cicatriciais.
6.2.5 Outras técnicas
Existem outros recursos que também podem ser utilizados com intuito de melhorar as desordens 
cicatriciais.
O microagulhamento pode ser utilizado para produzir uma nova cicatrização, promovendo a síntese 
de um novo colágeno de forma organizada. Entretanto, é uma técnica mais utilizada em cicatrizes 
superficiais e recentes, sendo contraindicada em pacientes com queloide.
84
Unidade II
Os peelings também podem ser utilizados para melhorar a estética da cicatriz. O de diamante é 
utilizado sempre em cicatrizes mais superficiais, elevadas e atróficas, como as cicatrizes de acne, e o 
peeling químico pode ser utilizado em todas as concentrações, dependendo da necessidade do paciente.
 Observação
Nos casos de pacientes com cicatrizes de acne, podemos associar as 
técnicas de peeling, utilizando o físico em conjunto com o químico.
7 FISIOTERAPIA EM QUEIMADOS
Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos superficiais em decorrência de traumas de origem 
térmica, química, elétrica ou radioativa, que podem variar desde um pequeno eritema na pele até 
agressões mais graves, que desencadeiam um grande número de respostas sistêmicas.
Recentemente, com o avanço da medicina, o número de mortes decorrentes de queimaduras 
tem reduzido significativamente, melhorando inclusive o prognóstico e a qualidade de vida dos 
sobreviventes, e juntamente à equipe multidisciplinar, fisioterapeutas têm um importante papel nessa 
melhora, através da reabilitação no âmbito hospitalar e ambulatorial. 
Nos primeiros 3 a 4 dias após o acidente, as mortes acontecem mais por hipovolemia relacionada à 
desidratação pela área atingida. Já nos dias subsequentes, a principal causa de morte são as infecções 
oportunistas, sendo que cerca de 70% das infecções em queimados estão relacionadas com 
procedimentos comuns de uma internação, como intubação orotraqueal, traqueostomia e introdução 
de cateteres.
Embora a morbimortalidade desses pacientes tenha diminuído, a epidemiologia continua sendo 
basicamente a mesma e os números de casos se mantêm. A Associação Americana de Queimaduras 
estabeleceu alguns critérios para admissão de pacientes em hospitais especializados:
• Queimaduras de espessura parcial com mais de 10% da superfície corporal queimada.
• Queimaduras de espessura completa em qualquer faixa etária.
• Queimaduras que envolvem mãos, pés, face, períneo, genitália ou pele sobre as grandes 
articulações.
• Queimaduras elétricas, incluindo lesão por raio.
• Queimaduras químicas.
• Lesões por inalação.
85
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
• Queimaduras em pacientes com doenças preexistentes que poderiam complicar o tratamento.
• Pacientes com uma queimadura e um trauma coexistente (por exemplo, fraturas).
• Pacientes que requerem reabilitação especial social, emocional ou de longo prazo, incluindo casos 
de suspeita de abuso em crianças.
As queimaduras podem ocorrer devido a agentes térmicos, como frio, escaldadura, chamas, sólido 
aquecido, gasoso, mas também por agentes químicos, radioativos ou elétricos.
Algumas características da queimadura devem ser sempre notadas, para que possamos classificá-la 
e considerar sua gravidade. São elas:
• Extensão da queimadura: é determinada pela percentagem da superfície corporal atingida; 
quanto maior for a parte atingida, maior é a gravidade da queimadura.
• Profundidade da queimadura: é relativa às camadas de pele queimada e afere-se pelo grau.
• Localização da queimadura: zonas do corpo como a face, os olhos, o pescoço, as vias respiratórias, 
o tórax, os órgãos genitais e as articulações são sempre graves, independentemente do seu grau.
• Idade da vítima: em crianças e idosos a situação é mais grave.
7.1 Classificação das queimaduras
Como dito anteriormente, as queimaduras podem ser classificadas segundo o grau de profundidade 
de camadas de pele que foram atingidas, sendo consideradas de 1º, 2º, 3º e 4º graus, como demonstrado 
na figura a seguir.
Figura 55 – Na última fileira da ilustração, queimaduras de 1º, 2º e 3º graus, respectivamente
Adaptada de: https://bit.ly/3oyYtDM. Acesso em: 7 dez. 2021.
86
Unidade II
As queimaduras de 1º grau são mais superficiais, em que somente a epiderme é atingida. 
Manifestam-se por uma vermelhidão da pele, com uma sensação de ardência, e costumam ser curadas 
sem deixar cicatriz ou lesões permanentes após 2 a 7 dias. É possível observar uma queimadura dessa 
profundidade na figura a seguir.
Figura 56 – Queimadura de 1º grau
Disponível em: https://bit.ly/3lIHAoc. Acesso em: 7 dez. 2021.
As queimaduras de 2º grau abrangem uma maior profundidade da pele, atingindo epiderme e parte 
da derme. São muito doloridas e em geral formam bolhas, comumente, se curam após 10 dias e até 
3 semanas. Na figura a seguir, pode-se observar uma queimadura de 2º grau.
Figura 57 – Queimadura de 2º grau
Disponível em: https://bit.ly/3GoI8r6. Acesso em: 7 dez. 2021.
87
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
As queimaduras de 3º grau afetam tecidos mais profundos, tendo a pele totalmente destruída 
(epiderme e derme), com danos profundos, podendo levar a alterações hemodinâmicas dependendo 
da área total da queimadura. Em geral, podem deixar sequelas permanentes, tanto estéticas quanto 
funcionais, sendo que em casos mais graves podem produzir amputação de uma estrutura ou até levar 
o paciente à morte. A área da lesão pode apresentar-se escura (carbonizada) ou esbranquiçada, e o 
paciente, na maioria das vezes, necessita de intervenção cirúrgica para aproximação das bordas da 
ferida ou de enxertia de pele. Na figura a seguir, pode-se observar uma queimadura de 3º grau com 
pequena extensão.
Figura 58 – Queimadura de 3º grau
Disponível em: https://bit.ly/3lJSg5Y. Acesso em: 7 dez. 2021.
Por último, as queimaduras de 4º grau, que, além da epiderme e da derme, atingem fáscia, músculos, 
tendões, articulações, ossos, cavidades e, por isso, são consideradas gravíssimas e raramente as 
vítimas sobrevivem.
Ainda pensando na profundidade das queimaduras, podemos observar três zonas de dano tecidual na 
ferida: zona de coagulação, zona de estase e zona de hiperemia, observadas na figura a seguir. Na zona 
de coagulação, as células são lesadas irreversivelmente e a pele está morta, e por isso, normalmente, 
requer enxertia de pele para a cicatrização. São mais suscetíveis a infecção, devido à falta de tecido. A 
zona de estase contém células lesionadas que podem morrer dentro de 24 a 48 horas, se não obtiverem 
tratamento adequado, e então resultarão na conversão para a zona de coagulação. Por último, a zona 
de hiperemia é o local de mínimo dano celular, em que o tecido se recupera dentro de alguns dias.
88
Unidade II
Zona de hiperemia
Epiderme
Zona de estase
Derme
Zona de coagulação
Tecido subcutâneo
Figura 59 – Zonas de dano tecidual por queimadura
Fonte: O’Sullivan e Schmitz (2010, p. 1.196).
Além da profundidade, também classificamos a queimadura pela extensão da áreaqueimada, sendo 
esse um fator importante para determinar a gravidade da lesão. Essa extensão é calculada através da 
porcentagem da área corporal queimada (ATSQ), utilizando a regra dos nove, que divide o corpo em 
áreas correspondentes a 9% ou múltiplos de 9%, da superfície corporal total, como pode ser observado 
na figura a seguir. Esse é o método mais acurado e universal para determinar a extensão de uma lesão 
por queimadura.
4,5%4,5%
8,5% 8,5%
4,5%4,5%
4,5% 4,5%
4,5%4,5%
4,5% 4,5%
18%18%
18%
B)
A)
18%
9%9%
6,5% 6,5%
1%
1%
9%9%
6,5% 6,5%
Figura 60 – Regra dos nove para determinar a superfície 
corporal queimada em adultos (A) e crianças (B)
Fonte: O’Sullivan e Schmitz (2010, p. 1.197).
89
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
Então, a partir da classificação por profundidade e extensão, realizamos uma nova classificação, 
dividindo os pacientes em pequeno, médio ou grande queimado. 
O pequeno queimado apresenta queimaduras de 1º e/ou 2º graus, atingindo até 10% de ATSQ. 
O médio queimado abrange indivíduos com queimaduras de 1º e/ou 2º graus em 10%-26% de ATSQ ou 
queimaduras de 3º grau independentemente da extensão, queimaduras de extremidades e queimaduras 
de córneas. Por último, o grande queimado apresenta queimaduras de 1º e/ou 2º graus em mais de 
26% do corpo, queimaduras de 3º grau em mais de 10% do corpo e queimaduras de períneo, sendo 
considerados os mais graves e com maior risco de mortalidade.
7.2 Períodos da queimadura
Após a lesão, nosso corpo responde iniciando um processo cicatricial, como vimos anteriormente, e 
no caso das queimaduras, podemos dividir esse processo inicial de cicatrização em três períodos:
• 1º período: tem duração de até 12 horas após a lesão e resulta na formação de edema local 
com vasodilatação local, aumento da pressão osmótica intersticial e aumento da permeabilidade 
vascular, o que resulta na tentativa de hidratação da região queimada e consequentemente na 
desidratação corporal progressiva.
• 2º período: tem duração de 12 a 24 horas e é caracterizado pela redução da perfusão tecidual, 
com isquemia tecidual e necrose, déficit circulatório local e possivelmente orgânico e redução da 
diurese. Um quadro de desidratação corporal é estabelecido.
• 3º período: após 24 horas, ocorre a adesão plaquetária e de leucócitos à superfície das células 
endoteliais lesadas; além disso, caracteriza-se um quadro de homeostasia e de indícios de um 
início de cicatrização.
7.3 Complicações
Dependendo da extensão da lesão, da profundidade e do tipo de queimadura, pode haver 
complicações secundárias. Além disso, existem alguns indicativos da gravidade da lesão com o 
aparecimento de complicações, e a estreita relação com a mortalidade, como gênero, idade e inalação 
de fumaça ou produtos tóxicos. Outros fatores, como a saúde prévia e o estado psicológico do paciente, 
também afetarão essas complicações.
7.3.1 Infecções
As infecções são uma das causas líderes de mortalidade decorrente de queimaduras. Antibióticos 
sistêmicos são utilizados para tratar tanto as queimaduras quanto as infecções sistêmicas gerais.
7.3.2 Complicações pulmonares
As complicações respiratórias, incluindo infecções respiratórias, em pacientes queimados são muito 
comuns, e geralmente são causas de índices elevados de óbitos. Sempre que um paciente apresentar 
90
Unidade II
queimadura grave de face e pescoço devemos suspeitar de lesões de vias aéreas, e quando isso ocorre, 
o paciente perde o mecanismo de depuração ciliar, diminuindo a função imunológica e facilitando o 
aparecimento das infecções.
Grande parte dos óbitos no local do incêndio são por envenenamento por monóxido de carbono, 
que tem uma afinidade para a hemoglobina vinte vezes maior que o oxigênio, gerando, assim, hipóxia 
tissular, acidose e redução na oferta de oxigênio ao cérebro. Em grandes inalações de material de 
combustão há queda na relação PaO2/FiO2.
Pacientes queimados que inalaram monóxido de carbono podem cursar três estágios diferentes:
• 1º estágio: ocorre nas primeiras 36 horas após a inalação e o paciente apresenta um quadro de 
insuficiência respiratória aguda, cursando com asfixia, envenenamento por monóxido de carbono, 
broncoespasmo, obstrução de vias aéreas e lesão de parênquima pulmonar.
• 2º estágio: ocorre após 48 a 96 horas em cerca de 5% a 30% dos pacientes, e apresentam 
edema pulmonar.
• 3º estágio: caracterizado por um quadro de broncopneumonia que ocorre de 3 a 10 dias após a 
lesão em 15% a 60% dos pacientes, cursando em mortalidade de 50% a 86%.
7.3.3 Complicações metabólicas
A queimadura impõe um desafio metabólico e catabólico ao corpo, sendo que a resposta ao estresse 
no paciente queimado é similar a qualquer doente crítico ou com trauma severo, diferenciando-se 
pela severidade e pela duração. Um paciente grande queimado chega a apresentar taxas metabólicas 
elevadas em 200%.
Após o trauma por queimaduras, são liberados mediadores da inflamação nos locais da ferida, 
o que promove um grande edema, sendo que em queimaduras com mais de 10% de ATSQ, essa 
liberação de mediadores resulta em respostas sistêmicas, caracterizadas por um aumento significativo 
na concentração de cortisol e citocinas na mediação do processo inflamatório. Portanto, a resposta 
hipermetabólica após grandes queimaduras é caracterizada por uma resposta hiperdinâmica, 
aumentando a temperatura corporal em 1 °C a 2 °C, o consumo de glicose e oxigênio, a formação de 
CO2, a glicogenólise, a lipólise e a proteólise, que resultam na rápida diminuição do peso corporal e 
diminuição nas reservas de energia, que são vitais para o processo de cicatrização.
Devido a isso, recomenda-se que a temperatura ambiente seja mantida em torno de 30 °C, o que 
reduzirá a taxa metabólica de modo significativo.
Como parte do estado hipermetabólico do paciente, as proteínas do tecido muscular são usadas 
preferencialmente como fonte de energia, e essa situação, combinada com a restrição ao leito, faz com 
que os músculos se atrofiem rapidamente, tornando o paciente mais fraco.
91
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
 Lembrete
O estado hipermetabólico do paciente grande queimado gera 
um catabolismo proteico severo, que diminui sua imunidade e gera, 
consequentemente, um retardo na cicatrização da ferida.
7.3.4 Complicações cardiovasculares
As alterações hemodinâmicas geram um desvio de líquido para o interstício, o que consequentemente 
reduz o volume do líquido plasmático intravascular, e com isso ocorre a diminuição do débito cardíaco, 
que pode alcançar até 15% na primeira hora após a lesão.
Em pacientes grandes queimados podem ocorrer alterações hematológicas e circulatórias, como 
mudanças na concentração e função das plaquetas, nos fatores de coagulação e leucócitos, disfunção 
dos eritrócitos e diminuição na hemoglobina.
Essas alterações, combinadas com alterações cardíacas, impactarão inicialmente nos esforços de 
ressuscitação do paciente, e se ele sobreviver, em quão rapidamente ele irá se recuperar.
7.3.5 Ossificação heterotópica
Os pacientes queimados são suscetíveis ao desenvolvimento de ossificação heterotópica, entretanto, 
a maioria dos casos acaba não trazendo problemas aos pacientes, do ponto de vista clínico.
Ainda não se sabe ao certo por que pacientes queimados desenvolvem ossificação heterotópica; 
entre as suspeitas etiológicas estão a imobilização, os microtraumas, a alta ingestão de proteína e a 
sepse. As áreas mais afetadas são os cotovelos, seguidos por quadris e ombros. Em geral, a ossificação, 
nesses pacientes, ocorre em áreas de lesão com espessura completa ou locais que demoram muito 
para cicatrizar.
Os sintomas aparecem tardiamente e incluem diminuição de ADM e dor local.
7.3.6 Neuropatia
A neuropatia periférica em pacientes com queimaduras pode se caracterizar como polineuropatia 
ou neuropatia local. Como na ossificação heterotópica, ainda não se sabe por que esses pacientes 
desenvolvem neuropatias, sendo bastante comum em pacientesque apresentaram sepse.
A maioria das neuropatias se resolvem com tempo e fisioterapia.
Algumas neuropatias locais podem ser causadas por fatores externos do tratamento, como a 
aplicação de bandagens compressivas muito apertadas, órteses mal colocadas, posicionamentos 
92
Unidade II
prolongados ou inapropriados do paciente. Os locais mais comuns de envolvimento são plexo braquial, 
nervo ulnar e nervo fibular comum.
7.3.7 Cicatrizes patológicas
As cicatrizes se tornam patológicas quando assumem a forma de hipertrofia, contratura ou atrofia, 
sendo que essas condições podem interferir na ADM do paciente.
 Saiba mais
Para ler um pouco mais sobre queimaduras e entender o tratamento 
emergencial nas queimaduras, leia a cartilha do Ministério da Saúde:
BRASIL. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras. 
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de 
Atenção Especializada. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: 
https://bityli.com/CyoSBqK. Acesso em: 14 dez. 2021.
7.4 Abordagem fisioterapêutica
O fisioterapeuta tem um papel essencial com os pacientes queimados, tanto na fase hospitalar 
quanto ambulatorial, prestando uma assistência tanto preventiva quanto curativa. A fisioterapia deve 
ser realizada diariamente, e se possível, no período de internação, duas vezes ao dia.
Na fase hospitalar, como a cicatrização da ferida é um processo dinâmico que pode alterar 
diariamente, nós, fisioterapeutas, devemos avaliar e monitorar o paciente como um processo de rotina 
observando sempre a integridade da pele, a ADM e a mobilidade, para verificar problemas potenciais e 
conseguir evitá-los.
7.4.1 Metas e objetivos
As metas e os resultados da fisioterapia devem ser sempre individualizados e dependem 
muito do prognóstico do paciente e do seu estado médico atual, sendo que o resultado ideal da 
reabilitação é o retorno do paciente à função e ao estilo de vida anteriores à lesão. Portanto, em geral, 
nossos objetivos são:
• obter uma ferida limpa para favorecer a cicatrização das feridas e tecidos moles;
• reduzir o risco de infecção e complicações;
• prevenir úlceras de pressão;
• reduzir risco de comprometimentos secundários, contraturas cicatriciais, complicações pulmonares 
e cardiovasculares;
93
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
• obter/manter ADM máxima;
• restaurar nível pré-lesão de resistência cardiovascular;
• melhorar elasticidade musculotendínea e nutrição dos tecidos articulares e funcionais;
• obter força muscular boa a normal;
• promover independência nas posturas sentado e em ortostatismo e na deambulação;
• promover independência nas atividades da vida diária (AVD);
• minimizar formação de cicatrizes;
• aumentar capacidade aeróbia;
• viabilizar o retorno do paciente ao funcionamento normal e à vida preexistente à lesão por 
queimadura.
7.4.2 Intervenção hospitalar e ambulatorial
Pacientes queimados, em geral, começarão a fisioterapia no dia da admissão. Entretanto, graças 
à exigência nutricional muito grande apresentada pelo organismo devido ao estado hipermetabólico, 
dependendo do caso, o fisioterapeuta não poderá manipular o paciente. Portanto, a avaliação inicial 
determinará quais áreas serão abordadas primeiro.
Devemos demandar uma atenção especial à hidratação da pele do paciente, para isso, podem ser 
utilizados recursos como hidratantes de pH neutro e óleos.
O edema após as queimaduras é um fator favorável à colonização bacteriana, que causa as infecções. 
Portanto, o controle e a redução do edema em conjunto com a preservação da ADM, são, em geral, as 
maiores prioridades do fisioterapeuta na fase inicial do tratamento.
A elevação dos membros e o movimento ativo, principalmente de mãos e tornozelos, auxiliam a 
minimizar a formação do edema. O posicionamento correto no leito, o uso de órteses e exercícios 
previnem a formação das contraturas cicatriciais. A deambulação deve ser estimulada assim que possível 
e de forma progressiva. Técnicas de massagem e compressão também minimizam a formação das 
contraturas. Recursos de eletrotermofototerapia, como laser, US e TENS, também podem ser utilizados 
para auxiliar no tratamento, com o objetivo de minimizar a inflamação, a dor e as contraturas.
A fisioterapia na fase hospitalar deve ser realizada no mínimo duas vezes ao dia, e após a alta, na 
fase ambulatorial, inicialmente todos os dias, e ir progredindo para a diminuição das sessões.
94
Unidade II
Fisioterapia respiratória
Como vimos anteriormente, as complicações respiratórias são bastante comuns, principalmente em 
pacientes que inalaram monóxido de carbono. Portanto, o objetivo da fisioterapia respiratória é manter 
a permeabilidade das vias aéreas, podendo administrar oxigênio com cateter ou máscara e, em casos 
mais graves, a intubação orotraqueal.
O fisioterapeuta conduzirá a ventilação do paciente em mecânica invasiva ou mecânica não invasiva 
e depois realizará o desmame dessa ventilação. Além disso, devem ser orientadas e realizadas manobras 
de higiene brônquica e manobras de reexpansão pulmonar e exercícios respiratórios.
 Observação
Durante a ventilação por pressão positiva, deve-se monitorar a pressão 
arterial devido ao aumento da pressão intratorácica.
Posicionamentos e órteses
O posicionamento correto do paciente no leito deve ser iniciado no dia da internação, com o 
objetivo de minimizar o edema, prevenir a destruição dos tecidos e manter o alongamento dos tecidos. 
As áreas queimadas devem ser posicionadas em um estado alongado ou de posição neutra. No quadro a 
seguir, podemos observar estratégias de posicionamento para deformidades comuns. Nas figuras 61 e 62 
também estão demonstrados alguns posicionamentos com pacientes queimados. Além disso, quando 
possível, devemos utilizar posições de drenagem postural, também demonstradas a seguir.
Quadro 3 – Estratégias de posicionamento
Anterior do 
pescoço Flexão Hiperextensão
Usar um colchão duplo; posicionar o pescoço 
em extensão; depois de cicatrizado, usar órtese 
cervical rígida 
Ombro e axila Adução e rotação medial Abdução, flexão e rotação lateral
Posicionar com ombro flexionado e abduzido 
(órtese tipo aeroplano)
Cotovelo Flexão e pronação Extensão e supinação Órtese de extensão
Mão
Mão em garra (também 
chamada de posição 
intrínseca negativa)
Extensão de punho; flexão 
metacarpofalângica. 
extensão interfalângica 
proximal e distal; abdução de 
polegar
Dedos enfaixados separadamente; elevar para 
reduzir o edema; colocar na posição intrínseca 
positiva: punho em extensão; metacarpofalângica 
em flexão, interfalângica proximal e distal em 
extensão, polegar em abdução com espaço 
membranoso largo
Quadril e 
virilha Flexão e adução
Todos os movimentos, 
especialmente extensão e 
abdução de quadril
Ouadril neutro com leve abdução
Joelho Flexão Extensão Órtese posterior de joelho
Tornozelo Flexão plantar Todos os movimentos, especialmente dorsiflexão
Órtese plástica tornozelo-pé com recorte no 
tendão do calcâneo e tornozelo na posição neutra
Adaptado de: O’Sullivan e Schmitz (2010, p. 1.207).
95
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
Figura 61 – Posicionamento no leito de um paciente com queimadura em região anterior do pescoço
Fonte: O’Sullivan e Schmitz (2010, p. 1.207).
Figura 62 – Posicionamento no leito de um paciente com queimadura na região axilar
Fonte: O’Sullivan e Schmitz (2010, p. 1.207).
96
Unidade II
Figura 63 – Posicionamento com drenagem postural de um paciente queimado
Fonte: O’Sullivan e Schmitz (2010, p. 1.208).
O uso de órteses em pacientes queimados é bastante comum, principalmente após enxertia de pele. 
Nessa fase, que dura de 4 a 5 dias, o membro que recebeu o enxerto deve ficar imobilizado. Portanto, 
o fisioterapeuta atua dentro do centro cirúrgico na confecção de órteses gessadas para imobilizar o 
paciente na postura adequada, que têm como objetivo estabilizar o membro, reduzir a dor, proteger a 
área, melhorar a função, prevenindo sequelas edeformidades.
Outras órteses devem ser utilizadas quando o paciente apresenta um risco de diminuição significativa 
de ADM ou perda de função, sendo que as indicações gerais incluem: prevenção de contraturas, 
manutenção da ADM, correção de contraturas, ganho de ADM e proteção do local. Todas as órteses 
devem ser confeccionadas sob medida e devem ser verificadas rotineiramente quanto ao ajuste correto.
As órteses de posicionamento devem ser utilizadas durante a noite ou em curtos períodos durante 
o dia, para que o paciente não fique sem se movimentar ativamente e não atrapalhem no ganho de função.
As órteses dinâmicas permitem o movimento articular e são ajustadas de acordo com a tolerância do 
paciente, sendo um bom recurso para correção das contraturas e auxílio no retorno à função.
Exercícios passivos, ativos e resistidos
Os exercícios são utilizados com o intuito de prevenir a integridade articular, impedir a rigidez, o 
encurtamento de tecidos moles, aderências cicatriciais e manter ADM e padrões de movimento. 
Todo paciente internado que esteja consciente e capaz de obedecer a comandos deve ser encorajado 
a realizar exercícios ativos em todo o corpo, incluindo tronco e áreas não queimadas, tomando o devido 
97
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
cuidado com o estado de hipermetabolismo. Portanto, durante a sua realização, deve-se monitorar os 
sinais vitais do paciente para examinar as respostas cardiovascular e respiratória ao tratamento, para 
que não ocorra o esforço excessivo. 
Exercícios passivos e ativos assistidos devem ser realizados caso o paciente não consiga atingir a 
ADM ativa completa, que para muitos pacientes pode ser extremamente doloroso, e por isso eles se 
recusam a realizar o exercício, mas devemos ser persistentes e explicar as necessidades em manter uma 
ADM completa. Para uma melhor adesão do paciente, podemos utilizar recursos analgésicos antes da 
realização dos exercícios, como TENS.
À medida que o paciente vai se recuperando, podemos incluir exercícios de fortalecimento, pois 
pacientes queimados perdem muito peso corporal e, consequentemente, massa muscular.
 Lembrete
Durante a realização dos exercícios, deve-se monitorar os sinais vitais 
do paciente para examinar as respostas cardiovascular e respiratória ao 
tratamento, para que não ocorra o esforço excessivo.
Deambulação
A deambulação deve ser estimulada e iniciada assim que possível de forma progressiva. Iniciamos 
pelo ortostatismo e depois pela marcha estacionária. Entretanto, se o paciente não tolera a posição, por 
hipotensão postural ou dor, podemos utilizar a prancha ortostática.
No início, talvez o paciente necessite de um dispositivo auxiliar de marcha, mas a deambulação 
independente deve ser incentivada e iniciada o mais cedo possível.
Além da marcha, exercícios com ergômetros também devem ser incentivados, como bicicleta 
ergométrica e caminhada em esteira, pois além de aumentar resistência cardiovascular, melhoram força 
e ADM dos membros.
Massagem
A massagem deve ser realizada durante e após o período de cicatrização, para melhorar a sensibilidade 
da pele, melhorar a estrutura da cicatriz, prevenir e corrigir aderências simples, estimular a circulação 
sanguínea da nova pele e reduzir o edema. Entretanto, precisamos estar atentos à intensidade 
empregada na massagem. Entre as massagens indicadas, podemos citar:
• massagem clássica: melhora a circulação e facilita a penetração de agentes lubrificantes;
• drenagem linfática: melhora edemas;
98
Unidade II
• massagem cicatricial: rompe aderências, possibilitando um aumento na maleabilidade tecidual, 
ela deve ser realizada de maneira lenta e firme, mas sem muita pressão, durante 5 a 10 minutos 
de duas a três vezes por dia.
A endermologia também pode ser utilizada como uma técnica complementar, pois apresenta ação 
desfibrosante, promovendo o remodelamento da cicatriz.
Enfaixamento e malhas de compressão
Podem ser utilizadas faixas elásticas para promover o suporte vascular aos enxertos de pele e 
controlar o edema e a formação de cicatrizes, sendo que as faixas devem ser utilizadas até que a pele do 
paciente ou as cicatrizes possam tolerar as forças de cisalhamento impostas pelas malhas compressivas 
e não existam muitas áreas abertas. Nos membros inferiores, as faixas elásticas são aplicadas em 
padrão “8”, em membros superiores em espiral e em tronco faixa circular.
As malhas de compressão, preferencialmente, devem ser feitas sob medida e em geral são bem 
apertadas. Contudo, essa pressão é necessária para prevenir a formação de cicatrizes hipertróficas.
Existem malhas de compressão para todas as partes do corpo, incluindo face e pescoço, podendo ser 
vestidas quando a pele ou a cicatriz puderem tolerar as forças de cisalhamento. Elas devem ser utilizadas 
por até 23 horas por dia, sendo retiradas apenas para a higiene pessoal (banho), por até 18 meses do 
acidente, sendo que as peças devem ser lavadas diariamente e, por isso, o paciente necessita de pelo 
menos duas malhas. Na figura a seguir está demonstrado um exemplo de malha de compressão.
Figura 64 – Malhas de compressão, luvas, colete e meia-calça
Fonte: O’Sullivan e Schmitz (2010, p. 1.212).
99
FISIOTERAPIA APLICADA À DERMATOFUNCIONAL
Fase ambulatorial
A fase ambulatorial nos pacientes queimados irá se basear em suas necessidades individuais, mas 
tem como objetivo principal promover independência funcional ao paciente, tornando possível a volta 
dele às atividades preexistes à lesão.
Exercícios com ADM completa devem ser incentivados e os pacientes devem ser encorajados a fazer 
suas AVDs de modo mais independente possível. O uso de órtese é continuado, sendo que muitas vezes 
nessa fase o paciente já faz uso de órtese dinâmica para ganho de ADM. 
Os cuidados com a pele devem ser mantidos, com uso de sabonete suave, sem perfume, e hidratante 
de pH neutro, bem como os cuidados com a cicatriz, na qual podemos utilizar laser, US e massagem.
O programa de reabilitação será alterado de acordo com as habilidades físicas do paciente e a 
extensão da maturação cicatricial. Depois que a independência funcional, a maturação cicatricial e 
a ADM completa forem atingidas, poderemos dar alta ao paciente.
8 CIRURGIAS PLÁSTICAS FACIAIS E CORPORAIS
A procura da sociedade pelas cirurgias plásticas vem aumentando consideravelmente nos últimos 
anos, o que tem ocorrido devido à procura por um padrão de beleza estruturalmente bem formado. 
Com isso, as cirurgias apresentaram larga divulgação e importante aprimoramento de suas técnicas 
com ampla área de atuação. Dentro desse segmento, a fisioterapia dermatofuncional tem uma grande 
contribuição, tanto no pré quanto no pós-operatório, para que o paciente obtenha os resultados 
esperados, realizando um preparatório para a intervenção cirúrgica, acelerando o processo de recuperação 
pós-operatória, bem como prevenindo e controlando complicações. 
Nos dias atuais, praticamente todos os cirurgiões plásticos trabalham com uma equipe 
multidisciplinar que contenha um fisioterapeuta, devido aos melhores resultados pós-cirúrgicos.
Deve-se lembrar que toda intervenção cirúrgica traz riscos ao paciente, pois gera lesão tecidual, 
hematomas, edema, alterações de sensibilidade e pigmentação, e nas cirurgias plásticas isso não é 
diferente, podendo implicar em complicações como alterações de relevo cutâneo (ondulações), cicatrizes 
aderentes, cicatrizes atróficas, hipertróficas ou queloideanas, fibrose tecidual, infecções, lesões nervosas 
que causam parestesias, necrose tecidual e seroma.
Nosso papel, como fisioterapeutas, tem início no pré-operatório, visando uma recuperação mais 
rápida, eficiente e funcional. No pós-operatório imediato, os objetivos são manter a função respiratória 
e evitar complicações e trombose venosa profunda. Já no pós-operatório tardio, trabalhamos para 
que o paciente tenha uma recuperação mais rápida e volte as suas atividades diárias, além de evitar 
complicações que podem ocorrer

Continue navegando