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Aula 2: 6 de maio 2-1 Curso: Relatividade 01/2019 Aula 2: 6 de maio Profa. Raissa F. P. Mendes Na aula passada, vimos que, na presença de um campo gravitacional uniforme, a Relatividade Restrita continua válida se consideramos referenciais em queda livre como referenciais inerciais. No entanto, não existem campos gravitacionais uniformes! As inomogeneidades do campo gravitacional são o que o distinguem de um efeito puramente cinemático, e estão por trás da inexistência de referenciais globalmente inerciais na presença de gravitação. Vamos começar nossa jornada para entender que: A gravitação é uma manifestação da curvatura do espaço-tempo, e essa curvatura é responsável pela mudança na separação entre duas geodésicas (linha de mundo de part́ıcula em queda livre). Precisaremos então dissecar essa frase e entender como quantificar a “separação” e a “taxa com que ela muda” entre duas “geodésicas” num espaço-tempo “curvo”. A “separação” vai ser descrita por um vetor e precisaremos revisar um pouco a nossa noção de vetores. A “mudança da separação” envolve comparar vetores em pontos diferentes e derivar vetores. Isso nos levará a introduzir a noção de transporte paralelo num espaço-tempo curvo, e a noção de derivada covariante. Precisaremos também descrever “geodésicas”, as linhas de mundo de part́ıculas em queda livre, e faremos isso com as ferramentas anteriores. Por fim, vamos poder discutir o “desvio geodésico” e usá-lo para definir a “curvatura” do espaço-tempo. O último passo é discutir como essa curvatura é produzida por uma certa distribuição de matéria e energia, e isso nos levará às equações de Einstein. Prontos?! Aula 2: 6 de maio 2-2 2.3 Descrição matemática do “espaço-tempo” O espaço-tempo (a coleção de todos os eventos) é uma variedade quadri-dimensional dotada de uma métrica Lorentziana1. Variedades diferenciais: Uma variedade é um conceito fundamental em matemática e f́ısica. Ela captura a ideia de que um espaço pode ser curvo e ter uma topologia diferente, mas, localmente, ele pode se comportar como Rn. A variedade completa é constrúıda costurando essas pequenas regiões “planas”. A dimensão da variedade é o número de parâmetros independentes necessários para caracterizar cada ponto. Mais formalmente, uma variedade, M , n-dimensional real C∞ é um conjunto com uma coleção de subconjuntos abertos {Oa} que satisfazem as propriedades: • Cada p ∈M está em pelo menos um Oa: {Oa} cobre a variedade; • Para cada a, existe um mapa bijetivo ψa : Oa → Ua, onde Ua é um conjunto aberto de Rn. • Se quaisquer dois conjuntos Oa e Ob se intersectam, Oa∩Ob 6= ∅, podemos considerar o mapa ψb ◦ ψ−1a que leva pontos em ψa[Oa ∩ Ob] ⊂ Ua ⊂ Rn a pontos em ψb[Oa ∩ Ob] ⊂ Ub ⊂ Rn. Exigimos então que esse mapa seja infinitamente diferenciável. Cada mapa ψa é um sistema de coordenadas. Exemplos de variedades: toro, esfera, um conjunto de transformações cont́ınuas como rotações. Não são variedades: dois cones ligados pelo vértice. Intuitivamente, uma variedade é um espaço com coordenadas, que parece localmente Euclideano mas globalmente pode se retorcer de quase qualquer forma (contanto que continuamente)! A variedade não necessariamente tem, ela mesma, a estrutura de um espaço vetorial (como o espaço Euclideano ou o espaço-tempo da Relatividade Restrita têm, por exemplo), sendo um conceito bastante primitivo. Vetores em variedades arbitrárias: Para os nossos objetivos, não será necessário desenvolver a noção mais precisa de vetores numa variedade arbitrária.Podemos apenas manter a noção de 1Na Relatividade Restrita, o espaço-tempo é a variedade R4 com uma métrica Lorentziana plana. Aula 2: 6 de maio 2-3 vetores como derivadas tangentes a curvas. Uma curva é um mapa γ : R→ M , e podemos definir o vetor tangente à curva num ponto p como o objeto com componentes d(ψ ◦ γ)µ/dλ = dxµ/dλ (onde λ é o parâmetro ao longo da curva). Métrica: A métrica é um campo tensorial ( 02 ) simétrico e não degenerado 2. A métrica adiciona estrutura à nossa variedade; mais à frente vamos ver que ela determina, por exemplo, a curvatura do espaço-tempo. A variedade em si só é uma estrutura primitiva: é uma coleção de pontos “amorfa”, que localmente parecem um espaço Euclideano, mas que não carregam em geral nenhuma noção de distância entre si. A métrica dá “forma” a esse espaço. Se a métrica é positivo-definida, ou seja, g( ~X, ~X) > 0 para todo ~X 6= ~0, a métrica é dita Riemani- anna. Esse não é o caso em Relatividade! Em geral, podemos definir a assinatura da métrica como sendo o número de auto-valores positivos menos o número de auto-valores negativos3. Se há só um auto-valor negativo, a métrica é dita pseudo-Riemanniana, ou Lorentziana. Em Relatividade, a assinatura da métrica será sign(g) = +2. 2.4 Álgebra tensorial num espaço curvo O prinćıpio da equivalência nos diz que, num laboratório infinitesimal em queda livre, valem as leis da Relatividade Restrita. Portanto, nesse referencial, podemos definir vetores, 1-formas e tensores, independentemente da curvatura do espaço-tempo. Porém, embora referenciais em queda livre sejam muito importantes conceitualmente (vamos discutir mais sobre isso à frente), muitas vezes o espaço-tempo é mais convenientemente descrito por um sistema de coordenadas global e, como a transformação para referenciais em queda livre varia ponto a ponto, pode não ser conveniente realizar cálculos apenas neles. Vamos ilustrar esse ponto com o exemplo da esfera. 2Não degenerado significa que se g( ~X, ~Y ) = 0 para todo ~Y , então ~X = 0. Isso significa que num certo sistema de coordenadas, a matriz que representa a métria deve ser inverśıvel. Outra forma equivalente é que essa matriz não deve possuir autovalores nulos. 3Note que toda matriz simétrica pode ser diagonalizada. Aula 2: 6 de maio 2-4 Exemplo: Na superf́ıcie da esfera, podemos introduzir, na vizinhança de qualquer ponto, um sistema de coordenadas cartesiano, {x, y}, ou seja, localmente a distância entre dois pontos quais- quer é dada por ds2 = dx2 + dy2. No entanto, essas coordenadas só cobrem uma vizinhança do evento de base e o sistema de coordenadas localmente cartesiano muda de ponto a ponto. Para muitos propósitos, é mais útil descrever a esfera (de circunferência 2πa) com coordenadas globais θ ∈ [0, π] e φ ∈ [0, 2π). Nesse caso, sabemos que a distância entre dois pontos próximos é dada por ds2 = a2(dθ2 + sin2 θdφ2), e isso vale em qualquer lugar da esfera. Como passamos para um sistema de coordenadas cartesiano local? Vamos considerar o pólo norte, θ = 0, por exemplo. Podemos definir coordenadas x = aθ cosφ e y = aθ sinφ. O pólo norte corresponde a x = y = 0. Substituindo a transformação inversa no elemento de linha em termos das coordenadas polares e expandindo em torno de x = y = 0, vemos que ele se reduz a ds2 = dx2 + dy2 +O(x2, y2, xy). No pólo sul, a transformação de coordenadas seria x′ = a(θ − π) cosφ e y′ = a(θ − π) sinφ. É claro que podemos decompor um vetor qualquer nas bases locais {~ex, ~ey} e {~ex′ , ~ey′}, mas será mais útil definirmos uma base {~eθ, ~eφ} associada às coordenadas globais no nosso espaço! Então, antes de continuarmos para espaços quaisquer, vamos investigar o efeito de descrevermos quantidades tensoriais em coordenadas arbitrárias, curviĺıneas. Vamos começar com um caso bem simples: o plano em coordenadas polares! 2.4.1 O plano em coordenadas polares Considere o plano Euclideano. Podemos descrevê-lo em coordenadas cartesianas ou polares, relaci- onadas por x = r cos θ e y = r sin θ, ou r = (x2 + y2)1/2 e θ = arctan(y/x). Nosso objetivo é definir bases de vetores {~er, ~eθ} e 1-formas {d̃r, d̃θ} associadas a essas coordenadas, e investigar como as componentes de um vetor ou 1-forma (ou tensor) nessas bases se relacionam com aqueles nas bases cartesianas {~ex, ~ey} e {d̃x, d̃y} 4.Vamos começar pelas 1-formas. Seja um campo escalar φ. Definimos a 1-forma gradiente d̃φ como o objeto com componentes d̃φ→car (∂φ/∂x, ∂φ/∂y) em coordenadas cartesianas. Da mesma forma, no sistema de coordenadas (r, θ), essa 1-forma tem componentes d̃φ →pol (∂rφ, ∂θφ). A base de 1-formas tem, naturalmente, componentes d̃r →pol (1, 0) e d̃θ →pol (0, 1). Como as componentes de uma 1-forma em coordenadas polares se relaciona com as componentes cartesianas? Temos, pela lei de transformação das derivadas parciais, ∂φ∂ξ = ∂x ∂ξ ∂φ ∂x + ∂y ∂ξ ∂φ ∂y para ξ igual a r ou θ. Ou seja, podemos escrever ∂a′φ = Λ b a′∂bφ, onde os ı́ndices sem apóstrofo se referem a (x, y) e os ı́ndices com apóstrofo a (r, θ), e definimos Λba′ ≡ ∂a′xb. Explicitamente, [Λba′ ] = [ ∂x/∂r ∂x/∂θ ∂y/∂r ∂y/∂θ ] = [ cos θ −r sin θ sin θ r cos θ ] . Como as 1-formas de base se transformam? É fácil mostrar que, se a base de 1-formas se transforma do jeito “natural”, por exemplo, d̃r = ∂xrd̃x + ∂yrd̃y (ou seja, d̃x a′ = Λa ′ bd̃x b, com Λa ′ b = ∂bx a′), então d̃φ = ∂aφd̃x a = ∂a′φd̃x a′ , que reflete a invariância da 1-forma sob transformações de co- ordenadas. Isso é válido pois Λab′Λ b′ c = δ a b , que pode ser visto no caso da transformação entre 4Essa discussão poderia ser feita para uma transformação arbitrária, para coordenadas ξ(x, y) e η(x, y). A única exigência é que o Jacobiano da transformação não se anule, de modo que ela seja inverśıvel. Aula 2: 6 de maio 2-5 coordenadas cartesianas e polares da seguinte forma: [Λab′ ][Λ b′ c] = ( ∂x ∂r ∂x ∂θ ∂y ∂r ∂y ∂θ )( ∂r ∂x ∂r ∂y ∂θ ∂x ∂θ ∂y ) = ( ∂x ∂r ∂r ∂x + ∂x ∂θ ∂θ ∂x ∂x ∂r ∂r ∂y + ∂x ∂θ ∂θ ∂y ∂y ∂r ∂r ∂x + ∂y ∂θ ∂θ ∂x ∂y ∂r ∂r ∂y + ∂y ∂θ ∂θ ∂y ) = ( ∂x ∂x ∂x ∂y ∂y ∂x ∂y ∂y ) = ( 1 0 0 1 ) . Explicitamente, Λa ′ b tem a forma: [Λa ′ b] = [ ∂r/∂x ∂r/∂y ∂θ/∂x ∂θ/∂y ] = [ cos θ sin θ −r−1 sin θ r−1 cos θ ] . O mesmo racioćınio acima pode ser feito para vetores. Seja uma curva {r = f(s), θ = g(s), a ≤ s ≤ b}. O vetor tangente à curva, ~V , tem componentes (dr/ds, dθ/ds) em coordenadas polares. As componentes dos vetores se transformam como dx a′ ds = Λ a′ b dxb ds 5. Se a base de vetores se transforma da forma natural, ~ea′ = Λ b a′~eb, então o vetor é invariante, ~V = V a~ea = V a′~ea′ . Note que os vetores e 1-formas de base em coordenadas polares mudam de direção ponto a ponto. Além disso, a magnitude dos vetores pode mudar ponto a ponto6. A partir da base de vetores e 1-formas, podemos construir bases para tensores de todos os tipos. Por exemplo, podemos escrever a métrica como g = gabd̃x a ⊗ d̃xb. Em coordenadas cartesianas, temos gab = g(~ea, ~eb) = δab. Quais são os componentes da métrica em coordenadas polares? Serão ga′b′ = g(~ea′ , ~eb′) = Λ a a′Λ b b′δab. Explicitamente, [ga′b′ ] = [ 1 0 0 r2 ] . O deslocamento infinitesimal entre dois pontos próximos é dl2 = dr2 + r2dθ2. A métrica inversa tem componentes grr = 1, grθ = 0 e gθθ = 1/r2. A métrica e a métrica inversa permitem que façamos um mapeamento entre 1-formas e vetores. Por exemplo, se φ é um campo escalar e d̃φ é a 1-forma gradiente descrita anteriormente, então podemos escrever o vetor gradiente como ~dφ→pol ga ′b′∂a′φ = (∂rφ, ∂θφ/r 2). 5É fácil verificar que outro vetor t́ıpico, o “vetor deslocamento”, com componentes cartesianas (∆x,∆y) e com- ponentes polares (∆r,∆θ), se transforma dessa mesma maneira. 6O vetor ~eθ, tendo componentes (0, 1), representa um deslocamento de 1 radiano, que é maior para raios grandes que pequenos. Aula 2: 6 de maio 2-6 2.4.2 O espaço-tempo de Minkowski em coordenadas arbitrárias Voltemos ao espaço-tempo! Até agora, restringimos o nosso estudo de Relatividade Restrita a sistemas de coordenadas em que o tempo é medido por observadores inerciais e as coordenadas espaciais compõem um sistema cartesiano. Nessa classe de sistemas de coordenadas, a métrica tem componentes ηαβ = diag(−1, 1, 1, 1). Gostaŕıamos de permitir transformações arbitrárias de coordenadas espaço-temporais no espaço-tempo da Relatividade Restrita (que chamaremos daqui para frente também de espaço-tempo de Minkowski). Nosso interlúdio no plano mostra que, num sistema de coordenadas arbitrário, (i) as componentes da métrica, que são ηαβ num referencial inercial (cartesiano), serão dadas por gα′β′ = g(~eα′ , ~eβ′) num referencial arbitrário; (ii) a métrica inversa, com componentes gα ′β′ , é definida por gα′β′g β′γ′ = δγ ′ α′ ; (iii) a métrica e a métrica in- versa mapeiam vetores em 1-formas, por exemplo Vα′ = gα′β′V β′ , sendo que gα′β′ pode agora ser uma função complicada da posição; (iv) a matriz de transformação de Lorentz, que permitia que transitássemos entre referenciais inerciais, é substitúıda por uma matriz de transformação geral: Λα ′ β = ∂x α′/∂xβ. 2.5 O espaço-tempo é localmente plano Da discussão anterior, podemos ser levados ao seguinte questionamento: por uma transformação arbitrária de coordenadas, a métrica η = diag(−1, 1, 1, 1) do espaço-tempo de Minkowski é levada em gµ′ν′ = Λ α µ′Λ β ν′ηαβ, onde Λαµ′ = ∂x α/∂xµ ′ . Por outro lado, definimos um espaço-tempo qualquer como uma variedade dotada de métrica, onde a métrica é um campo tensorial simétrico. É natural então perguntarmos: qualquer campo tensorial 4x4 simétrico pode ser escrito da forma acima? Se a resposta a essa pergunta fosse afirmativa, isso significaria que em qualquer espaço-tempo podeŕıamos definir um sistema de coordenadas inercial global em que a métrica fosse η. Mas a nossa discussão anterior nos leva a crer que isso não é posśıvel! De fato, o campo descrito por Λ não é o mais geral posśıvel, pois suas componentes precisam satisfazer a condição de integrabilidade ∂γΛ α′ β = ∂2xα ′ ∂xγ∂xβ = ∂2xα ′ ∂xβ∂xγ = ∂βΛ α′ γ . O objetivo desta seção é mostrar que: Dada uma métrica genérica com componentes gαβ, podemos escolher uma transformação de coordenadas xα(xµ̂) de forma que, nas vizinhanças de um ponto P , gαβ(P ) = ηαβ, ∂γgαβ(P ) = 0 Note que em geral teremos ∂µ∂νgαβ 6= 0. Aula 2: 6 de maio 2-7 Ou seja, a métrica perto de P é aproximadamente a da Relatividade Restrita, com as diferenças sendo de segunda ordem nas coordenadas. Esse sistema de coordenadas é o que chamaremos de “sistema inercial local” ou “referencial local de Lorentz”. Ideia da prova: Sob a mudança de coordenadas xα(xµ̂), as componentes da métrica se transfor- mam como gµ̂ν̂ = Λ α µ̂Λ β ν̂gαβ (2.1) A ideia é expandir os dois lados da equação acima e usar a nossa liberdade na escolha de Λ para forçar gµ̂ν̂ a ser o mais próximo posśıvel de η. Temos, para g: gαβ(x) = gαβ(x0) + (x γ̂ − xγ̂0)∂γ̂gαβ|P + 1 2 (xγ̂ − xγ̂0)(x λ̂ − xλ̂0)∂λ̂∂γ̂gαβ|P + · · · ∼ gP + (∂̂g)P x̂+ (∂̂2g)P x̂x̂ e para Λ: Λαµ̂(x) = Λ α µ̂(x0) + (x γ̂ − xγ̂0)∂γ̂Λ α µ̂|P + 1 2 (xγ̂ − xγ̂0)(x λ̂ − xλ̂0)∂λ̂∂γ̂Λ α µ̂|P + · · · = ∂xα ∂xµ̄ |P + (xγ̂ − xγ̂0) ∂2xα ∂xγ̄∂xµ̄ |P + 1 2 (xγ̂ − xγ̂0)(x λ̂ − xλ̂0) ∂3xα ∂xλ̄∂xγ̄xµ̄ |P + · · · ∼ ∂x ∂x̂ |P + ∂2x ∂x̂∂x̂ |P x̂+ ∂3x ∂x̂∂x̂∂x̂ |P x̂x̂ As últimas linhas nas expressões acima usam uma notação esquemática, suficientente para o argu- mento a seguir. Do lado esquerdo da equação (2.1), temos ĝP + (∂̂ĝ)|P x̂ + (∂̂2ĝ)P x̂x̂. A equação (2.1) fica: ĝP + (∂̂ĝ)|P x̂+ (∂̂2ĝ)P x̂x̂ ∼ ( g ∂x ∂x̂ ∂x ∂x̂ ) P + ( g ∂x ∂x̂ ∂2x ∂x̂∂x̂ + ∂̂g ∂x ∂x̂ ∂x ∂x̂ ) P x̂ + ( g ∂x ∂x̂ ∂3x ∂x̂∂x̂∂x̂ + g ∂2x ∂x̂∂x̂ ∂2x ∂x̂∂x̂ + ∂̂g ∂2x ∂x̂∂x̂ ∂x ∂x̂ + ∂̂2g ∂x ∂x̂ ∂x ∂x̂ ) P x̂x̂ É posśıvel que: • gµ̂ν̂ |P = ηµ̂ν̂? Sim! Esse é um conjunto de 10 equações para as 16 incógnitas Λαµ̂|P = ∂xα/∂xµ̂|P . Note que seis elementos de Λ|P não são especificados por essa condição. Esses elementos representam as transformações que preservam a forma da métrica de Minkowski, e podem ser vistos como os três ângulos que descrevem uma rotação genérica e as três componentes da velocidadeque descrevem um boost arbitrário. • ∂µ̂gα̂β̂|P = 0? Sim! Esse é um conjunto de 40 equações (note que a métrica tem 10 componentes indepen- dentes) para 40 incógnitas: {∂2xα/∂xγ̂∂xλ̂} (note que esse é um objeto simétrico em γ̂ e λ̂). Podemos resolvê-lo! • ∂µ̂∂λ̂gα̂β̂|P = 0? Não! Esse é um conjunto de 100 equações (10 x 10, por conta da simetria em α̂ e β̂ e em µ̂ e λ̂) para 80 = 4 x 20 incógnitas {∂3xα/∂xγ̂∂xλ̂∂xρ̂} (note que existe simetria nos três últimos ı́ndices7). Não é posśıvel anular as derivadas segundas da métrica completamente: sobram 20 componentes. Veremos mais à frente que essas componentes restantes especificam o campo gravitacional, determinando o tensor de curvatura. 7Quantas componentes independentes um tensor Tabc totalmente simétrico possui? Existem 4 componentes da forma Taaa. Além disso, existem 4x3 componentes da forma Taab, sendo 4 valores posśıveis para a e 3 para b, já que não queremos os três ı́ndices repetidos. Note que Taab = Taba = Tbaa. Por fim, existem 4x3x2/3! componentes da forma Tabc, correspondendo a 4 formas de escolher a, 3 de escolher b e 2 de escolher c, dividido pelo número de permutações posśıveis desses ı́ndices, que correspondem ao mesmo objeto. Ao todo, temos 4 + 12 + 4 = 20 componentes independentes. 2-8 Descrição matemática do ``espaço-tempo'' Álgebra tensorial num espaço curvo O plano em coordenadas polares O espaço-tempo de Minkowski em coordenadas arbitrárias O espaço-tempo é localmente plano
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