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ADENITE EQUINA – “GARROTILHO” Clínica Médica de Grandes Animais Prof. Ms. Rodrigo Tavares Nieman ▪ Garrotillo (espanhol) – angina grave que produz a morte por sufocação; ▪ Strangles (inglês) – estrangulamento/garrote; ▪ Cavalos que parecem estar sendo estrangulados por garrote devido aumento dos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares, que obstruem a faringe; ▪ Jordanus Ruffus (1215) – trata-se de uma das primeiras doenças de equinos a serem descritas na literatura científica mundial. ▪ Inflamação do trato respiratória anterior (TRA) associada a abscedação de linfonodos; ▪ Streptococcus Equi, subsp. equi (bactéria beta-hemolítica, gram +); ▪ Maior prevalência em animais até cerca de 4-5 anos (estresse); ▪ Doença endêmica, alta morbidade e baixa letalidade; ▪ Transmissão: fômites contaminadas, secreções, aerossóis (incubação por até 1 semana). ▪ Estima-se que 20% dos animais convalescentes ou, aparentemente recuperados, possuem o agente na secreção nasal; ▪ Existência de portadores assintomáticos; ▪ A bactéria pode permanecer viável nas descargas purulentas por semanas ou meses; ▪ Estresse, transporte, excesso de trabalho, viroses e parasitoses e superlotação aumentam a suscetibilidade. Agente Bacteriano Criptas das tonsilas linguais e palatinas e epitélio folicular Sistema Linfático Gânglios Linfáticos Linfonodos regionais Lesões inflamatórias e supurativas (Faringite aguda) (Formação de abscessos) Fatores de virulência = Ác. Hialurônico e Proteína SeM (proteína de membrana que possui atividade antifagocítica e de aderência, estando presente em algumas cepas de Streptococcus) (Secreções e fômites contaminadas) TRA (7-14 dias) (Translocação) (Neutrófilos polimorfonucleares) (Falha fagocítica dos neutrófilos) A eliminação final da bactéria é dependente da lise da cápsula do abscesso e evacuação do conteúdo ▪ Epidemiologia - Transferência direta ou indireta de descargas nasais purulentas entre cavalos afetados e susceptíveis (Ladlow, J., Scase, T.,Waller, A., 2006) ▪ Sinais Clínicos (14 dias após exposição ao agente) - Letargia, inapetência, anorexia (início); - Pirexia abrupta (até 42ºC/107ºF); - Hiperplasia linfoide faríngea (tosse) – dor local; - Dispneia inspiratória/mista e disfagia; - Linfadenopatia (Triângulo de Viborg) – cápsula fibrosa espessa; - Secreção ocular e corrimento nasal mucopurulento de odor fétido; - Drenagem da secreção em direção às vias aéreas e/ou através da pele. Quanto MAIOR for o inóculo intranasal de S. equi cultivado, MENOR o período de incubação e MAIS grave será a doença. ▪ Diagnóstico - Manifestações clínicas/evidências epidemiológicas; - Hemograma (leucocitose por neutrofilia, hiperfibrinogenemia); - Testes específicos dependem: *Estágio da infecção; *Localização anatômica da colheita; *Técnica da coleta de amostragem; *Teste optado. Punção de Linfonodo/abscesso Swabs Nasofaríngeos (cultura/PCR/ELISA) Lavagem da bolsa gutural ▪ Tratamento - Repouso absoluto/Alimentação acessível, adequada e palatável; - Ventilação em baias (climas mais quentes); - Antibioticoterapia – ainda existem controvérsias (Boyle et al., 2018) *Penicilina (22-44.000 UI/kg, IM cd 12h ou IV cd 6h). - Compressas, drenagem e curativo dos abscessos (Icthamol, iodo pividine 1-3%, compressas quentes, cirúrgica); - AINEs e Antitérmicos; - Terapia suporte (fluidoterapia, alimentação por sonda e traqueostomia). ▪ Tratamento - Principais indicações da antibioticoterapia: *Infecção aguda e febre prévias à formação de abscessos; *Linfadenopatia e desconforto respiratório; *Abscedação metastática; *Purpura hemorrágica tratada com corticosteroides; *Infecção das bolsas guturais; Não devem ser utilizados como terapias preventivas da doença ▪ Tratamento (bolsas guturais) - Lavagem das bolas guturais (solução salina isotônica/fluidos poliionicos); - Benzilpenicilina (sistêmica/tópica); - Solução de Acetilcisteína 20% (atividade desnaturante e solubilizante); - Remoção de eventuais condróides; - Drenagem percutânea (Triangulo de Viborg) (?); - Laser guiado por endoscopia. ▪ Prevenção - Manejo sanitário adequado (desinfecção com iodóforos/clorexidine 2%); - Vacinação (baixos índices de proteção): *Inadequada estimulação antigênica; *Curta persistência dos anticorpos no soro; *Proteção nos equinos não seja mediada por anticorpos séricos, mas sim por imunoglobulinas secretórias da mucosa nasofaringea produzidos localmente. ▪ Vacinas - Intranasal viva atenuada (PINNACLE I.N. ®): animais saudáveis, sem febre e/ou secreção nasal (PCR positivo por até 6 semanas); - EquilisStrepE® (Europa): submucosa do lábio inferior, imunidade experimental de 3 meses e carece da capacidade de diferenciação de animais infectados pela vacinação (DIVA); - Strepvax II ®, Equivac S ®, Strepguard®: extrato celular; - Strangvac® (Suécia): multicomponente com capacidade DIVA. ▪ Prevenção/Biossegurança ▪ Métodos para evitar e/ou limitar a exposição ao agente: - Quarentena (3 semanas) e triagem de animais recém- chegados (endoscopia + testes diagnósticos) – reduzir taxas de complicações e letalidade; - Desinfecção e limpeza de equipamentos potencialmente contaminados e medidas de vazio sanitário (descanso de pastagem, estábulos e carretos); - Educar/instruir responsáveis pela higiene dos animais. Cuidados em detectar o “Saliente/Subclinical Carrier” GRUPO VERMELHO GRUPO AMARELO GRUPO LARANJA GRUPO VERDE Cavalos que demonstraram pelo menos um sinal clínico consistente com garrotilho Cavalos que tiveram contato direto ou indireto com outro cavalo infectado (grupo vermelho) e pode ter a doença incubada. Cavalos que não tiveram contato com outros cavalos infectados ou suspeitos. ▪ Prevenção/Biossegurança ? Abscessos Metastáticos Sinusite Pneumonia Aspirativa Agalactia Miocardite Endocardite Panoftalmite Abscessos Periorbitais Ceratite Ulcerativa Abscessos Paravertebrais Meningite Funiculite Miosite Artrite Tenossinovite Púrpura Hemorrágica COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS
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