Prévia do material em texto
Questão 1/10 - Estudos Estratégicos Leia o trecho a seguir: “Dentro desse panorama, é importante notar que os estudos da paz assumiram, desde os seus momentos iniciais, uma identidade intelectual que se afirmava em oposição à corrente realista das Relações Internacionais e aos estudos estratégicos. Se a reflexão científica sobre a guerra e a paz após o fim da II Guerra Mundial constituía um monopólio da tradição realista e estratégica - onde a máxima si vis pacem, para bellum era auto reproduzida e auto reforçada como verdade fixa e universal -, a emergência da pesquisa do conflito e da pesquisa da paz nos anos 1950/1960 representou um desafio a essa concepção dominante. Ao assumirem que a paz não era um mero estado contingente alcançado por vitórias militares entre guerras inevitáveis, mas se definia por seus próprios méritos como um processo que podia ser construído através de políticas e intervenções orientadas primordialmente para afirmar a vida das pessoas e produzir um mundo melhor, mais igualitário e justo, livre das manifestações diretas e indiretas de violência, os estudos da paz propuseram uma ruptura com o pensamento tradicional, rejeitando a máxima “se queres a paz, prepara-te para a guerra” e colocando em seu lugar uma outra noção igualmente radical: se queres a paz, prepara-te para a paz”. Fonte: OLIVEIRA, Gilberto Carvalho. Estudos da paz: origens, desenvolvimentos e desafios críticos atuais. Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 12, n. 1, 2017, p. 148-172, p. 153. Disponível: < https://cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/611/343>. O trecho acima faz referência às críticas dos Estudos da Paz aos Estudos Estratégicos. Tendo em conta os conteúdos da disciplina e as críticas de abordagens dissonantes dos Estudos Estratégicos, analise as afirmações abaixo e, depois, assinale a alternativa que indique apenas as corretas: I - Os Estudos Estratégicos recebem críticas direcionadas às dificuldades dessa área de pesquisa em se atualizar e analisar os fenômenos contemporâneos. II - As críticas aos Estudos Estratégicos, frequentemente, estão relacionadas ao caráter normativo da área e a sua preocupação excessiva com as implicações sociais do uso da força. III - Abordagens críticas aos Estudos Estratégicos apontam que a área deveria produzir um conhecimento mais acessível a uma audiência não especializada no assunto, tornando-se mais acessível à sociedade de uma forma geral. IV - São frequentes as críticas à presença dos Estudos Estratégicos no debate público, uma vez que essa característica diminui o rigor científico da área. Nota: 10.0 A Apenas as asserções I, II e III estão corretas. B Apenas as asserções I e III estão corretas. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! De acordo com a vídeo aula 1, apenas as asserções I e III estão corretas. A primeira asserção está correta porque uma das críticas mais frequentes aos Estudos Estratégicos refere-se às dificuldades dessa área de pesquisa em se atualizar e analisar os fenômenos contemporâneos. A segunda asserção está correta porque os Estudos Estratégicos não são marcados por um caráter normativo, de modo que não é atribuído juízo de valor ao uso da força e pouco se discute sobre as implicações sociais do uso da força. A terceira asserção está correta porque se critica o fato de os Estudos Estratégicos ainda carecerem de produzir um conhecimento mais acessível ao público não especializado nas temáticas da área. Em consequência, a quarta afirmação está errada, uma vez que os Estudos Estratégicos recebem críticas pela baixa preocupação com a sua inserção no debate público. Esse fato não diminuirá o rigor cientifico dos Estudos Estratégicos, mas possibilitará a divulgação de um conhecimento altamente especializado e relevante para governos e sociedade. Fonte: Rota de Aprendizagem de Estudos Estratégicos. Aula 1. Vídeo aula: Tema 5 – Estudos de segurança e críticas e limites dos estudos estratégicos. C Apenas as asserções I e II estão corretas. D Apenas as asserções I, III e IV estão corretas. E Apenas as asserções III e IV estão corretas. Questão 2/10 - Estudos Estratégicos “Como vimos, as guerras são motivadas por uma combinação de recursos e status. Do ponto de vista da teoria da guerra de Clausewitz (1976), podemos resumir que os grupos políticos iniciam guerras tendo como propósito a alteração, ou a manutenção, do status guo político, que pode variar do direito de propriedade e uso de recursos à hierarquia de indivíduos e grupos dentro de uma estrutura política, ou mesmo sobre a constituição dessa estrutura. Nesse sentido, é possível afirmar que as guerras podem ter objetivos políticos positivos e negativos. Dependendo de quão grave for essa alteração, principalmente para o lado que perde com ela, existe a produção de dois tipos de relacionamentos políticos com o uso da guerra: guerras ilimitadas e guerras limitadas.” Fonte: DUARTE, Érico Esteves Estudos Estratégicos Curitiba: Intersaberes, 2020, Capítulo 2. Tendo como base a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Estudos Estratégicos, assinale a alternativa que expõe, corretamente, o que são guerras limitadas: I. Quando nos objetivos há pouco apelo popular e hostilidade entre as sociedades. II. Quando os objetivos de ambos os lados têm implicações para as suas estruturas institucionais. III. São exemplos as guerras dinásticas, conquista de áreas pouco habitadas e isoladas, produção ou destruição de reconhecimentos e alinhamentos políticos. IV. São aquelas causadas por motivações menos graves e polares, por isso os lados são capazes de atender seus objetivos e tirar concessões voluntárias do outro. Sobre as afirmações acima: Nota: 10.0 A Apenas a afirmação I está correta. B Apenas a afirmação II está correta. C Apenas a afirmação IV está correta. D Apenas as afirmações I, e II estão corretas. E Apenas as afirmações I, III e IV estão corretas. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Guerras limitadas são aquelas causadas por motivações menos graves e polares, por isso os lados são capazes de atender seus objetivos e tirar concessões voluntárias do outro. Nesse tipo de conflito, não existe propósito e/ou meios para prostrar o outro lado e, geralmente, negociações diplomáticas são usadas por ambos os lados. Em termos históricos, podemos incluir as guerras dinásticas, conquista de áreas pouco habitadas e isoladas, produção ou destruição de reconhecimentos e alinhamentos políticos, imposição ou ruptura de relações predatórias e subordinação entre grupos políticos, acesso e distribuição de recursos e outras formas de ganho relativo de poder. Para identificar esse tipo de guerra, devemos evidenciar que os objetivos de ambos os lados não têm implicações para as suas estruturas institucionais e, principalmente, que há pouco apelo popular e hostilidade entre as sociedades. Referência: DUARTE, Érico Esteves Estudos Estratégicos Curitiba: Intersaberes, 2020, Capítulo 2. Questão 3/10 - Estudos Estratégicos Considere o trecho a seguir: “[...]as campanhas de 1793 e 1794 colocaram Clausewitz no caminho de reconhecer a guerra como um fenômeno político. As guerras, como todos sabem, eram travadas para que fosse atingido um propósito que era político, ou que pelo menos tinha sempre consequências políticas. As implicações que vinham a seguir não eram tão rapidamente evidentes. Se a guerra destinava-se a atingir um propósito político, tudo que entrava na guerra - os preparativos sociais e econômicos, o planejamento estratégico, a condução das operações, o emprego da violência em todos os níveis - deveria ser determinado por aquele propósito, ou, pelo menos, estar de acordo com ele. Embora os soldados tivessem que adquirir qualificações especiais e atuar sob alguns aspectos num mundo à parte, seria uma negação da realidade permitir que realizassem o seu trabalho sangrento sem serem perturbados, até que umarmistício trouxesse o seu empregador político de volta à equação. Assim como a guerra e as suas instituições refletem o seu ambiente social, todo aspecto do combate deve ser banhado pela sua motivação política, seja ela intensa ou moderada. A relação adequada entre a política e a guerra ocupou Clausewitz durante toda a sua vida, mas até mesmo os seus primeiros manuscritos e cartas revelam a sua percepção da interação existente entre elas”. Fonte: PARET, Peter. A Gênese de Da Guerra – Ensaios Introdutórios, p. 2-27, páginas da citação: 5-6. In: CLAUSEWITZ, Carl Von. Da Guerra. 2014. Disponível em: < http://almanaquemilitar.com/site/wp- content/uploads/2014/02/Da-Guerra-Carl-Von-Clausewitz.pdf. Tendo em conta os conteúdos discutidos na disciplina sobre a importância do pensamento de Clausewitz para os Estudos Estratégicos, análise as afirmações abaixo e depois assinale a alternativa que indique apenas as corretas: I. De acordo com o pensamento de Clausewitz a guerra deve ser analisada desde a sua importância política, de modo que se pense sobre a utilidade da mesma para um Estado determinado e para a política internacional. II. A concepção de Clausewitz sobre o âmbito político da guerra possibilitou que os Estudos Estratégicas entendessem que a preparação e a conduta da guerra envolvem várias atividades que devem ser desenvolvidas tanto pelas forças armadas, pelas sociedades e pelos governos. III. As discussões e contribuições presentes na obra de Clausewitz não repercutiram de forma significativa em conceitos mais específicos, como tática, estratégia e logística. Isso ocorre porque os conceitos de Clausewitz se direcionam apenas a explicar o âmbito macro do conflito. Nota: 10.0 A Apenas as afirmações I e III estão corretas B Apenas a afirmação I está correta C Apenas as afirmações I e II estão corretas Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! De acordo com a Aula 1 da disciplina Estudos Estratégicos a resposta correta apenas as afirmações I e II estão corretas. A afirmação I está correta porque acordo com o pensamento de Clausewitz a guerra deve ser analisada desde a sua importância política, de modo que se pense sobre a utilidade da mesma para um Estado determinado e para a política internacional. A afirmação II está correta porque “Segundo esta teoria [Clausewitz], preparação e conduta da guerra compreendem e implicam uma vasta série de atividades pelas forças armadas, sociedades e governos – dessa forma, a noção de que o âmbito político da guerra importa é essencial para que esses elementos sejam considerados. A afirmação III está incorreta porque Clausewitz buscou pensar não apenas no âmbito macro, mas também em questões táticas relacionadas à guerra. Dessa forma, é possível ver no livro que os conceitos de tática, estratégia e logística são pensadas desde uma perspectiva clausewitziana. Fonte: Rota de Aprendizagem de Estudos Estratégicos. Aula 1. Tema 3 – Conceitos e Terminologia. D Apenas a afirmação III está correta E As afirmações I, II e III estão corretas Questão 4/10 - Estudos Estratégicos Considere o trecho a seguir: “Um dos aspectos mais desafiantes dos estudos estratégicos para cumprimento de seu desenvolvimento como campo do conhecimento e de sua função social é seu rol de conceitos e terminologias. A raiz do problema é que a imprecisão de conceitos e discursos, ou a demasiada codificação dos termos relacionados à guerra, levam à redução do consentimento público e ao distanciamento entre civis e militares.” Fonte: DUARTE, Érico Esteves Estudos Estratégicos Curitiba: Intersaberes, 2020, Capítulo 1. Tendo como base a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Estudos Estratégicos, assinale a alternativa que expõe, corretamente, a definição de grande potência: Nota: 10.0 A São os países que possuem o maior PIB. B São os países que possuem o maior nível educacional. C São os países que conseguem controlar a imprensa e são autoritários. D São os países que possuem um maior nível de IDH e de educação formal. E São os países que possuem grandes foças terrestres e capacidade de retaliação nuclear. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Refere-se a países que possuem grandes forças terrestres e capacidade de retaliação nuclear. Essa é uma definição precisa de um tópico de interesse de estudo e que pode ser observado empiricamente. É possível identificar, por meio de informações adicionais, quais países possuem, por exemplo, submarinos capazes de lançamento de mísseis balísticos (no caso, Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França). Assim, esse conceito pode ser verificado, refinado e até ter seus termos substituídos. Referência: DUARTE, Érico Esteves Estudos Estratégicos Curitiba: Intersaberes, 2020, Capítulo 1. Questão 5/10 - Estudos Estratégicos Considere o trecho a seguir: “A guerra tem importância crucial para o Estado. É o reino da vida e da morte. Dela depende a conservação ou a ruína do império. Urge bem regulá-Ia. Quem não reflete seriamente sobre o assunto evidencia uma indiferença condenável pela conservação ou pela perda do que mais se preza. Isso não deve ocorrer entre nós”. Fonte: TZU, Sun. A arte da guerra. Tradução de Sueli Barros Cassal. Porto Alegre: L&PM, 2006, p. 12. Disponível em: <http://unes.br/Biblioteca/Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.pdf>. Tendo em conta o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina Estudos Estratégicos, assinale a alternativa que apresente, corretamente, a definição de guerra para Clausewitz: Nota: 10.0 A Para Clausewitz a guerra pode ser definida como o emprego unilateral da força para fins políticos e culturais B De acordo com Clausewitz, a guerra é o fenômeno involuntário por meio do qual sociedades inimigas acabam por se enfrentar C Para Clausewitz, a guerra pode ser definida como um ato de força, a fim de obrigar o opositor a submeter-se à nossa vontade. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Como pode ser visto na aula 2, a definição original de guerra é ser “um ato de força, a fim de obrigar o opositor a submeter-se à nossa vontade” (Clausewitz, 1976, p. 75). Porém, essa atribuição cognitiva da guerra não pode perder o domínio essencial em que esse fenômeno se dá: as relações humanas. Guerra, portanto, é um choque de vontades humanas, sendo apenas resolvido pelo uso da força. Fonte: Rota de Aprendizagem de Estudos Estratégicos. Aula 2. Tema 4 – Teoria da Guerra de Clausewitz: uma síntese. D De acordo com o pensamento de Clausewitz, a guerra pode ser entendida como uma estratégia estatal para a promoção da paz E Na definição de guerra estabelecida por Clausewitz, entende-se a guerra como um fenômeno estático e previsível, que se repete ao longo da história. Questão 6/10 - Estudos Estratégicos Leia o texto a seguir: “Os Estudos Estratégicos são um campo de pesquisa tardio, por isso apresentam um número significativo de inconsistências e irregularidades. A mais perversa delas é a capacidade questionável de delinear parâmetros claros e inequívocos de progresso científico. Ou seja, a falta de critérios para distinção entre pesquisa científica e compromissos expedientes, metodologias científicas e abordagens falaciosas e entre contribuições científicas e pseudociência (Kapferer, 2004, p. 64-72). Fonte: DUARTE, Érico Esteves; MENDES, Flávio Pedroso. A Ciência da Guerra: Epistemologia e Progresso nos Estudos Estratégicos, p. 129-150, Revista Brasileira de Estudos de Defesa. v. 2, nº 2, julho/dezembro, 2015. Disponível em: <https://rbed.abedef.org/rbed/article/view/61742> A partir dos conteúdos discutidos na disciplina, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta, a respeito do contexto de criação dos Estudos Estratégicos: I - O surgimento dos Estudos Estratégicos coincide com a queda do muro de Berlim e com o fortalecimento do capitalismo; II - A criação de Estudos Estratégicos ocorreucomo área de conhecimento e formação acadêmica no contexto das duas grandes guerras mundiais; III - A criação de think-tanks como a Rand Corporation e o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos e departamentos acadêmicos para estudos de paz e guerra foram fundamentais para o surgimento da área; IV - O surgimento de Estudos Estratégicos, enquanto campo, ocorre após a identificação de despreparo dos regimes democráticos em lidar com o pós-guerra; V - A dificuldade dos líderes civis em tomar decisões sobre guerras, a autonomia e irresponsabilidade dos militares com as consequências da guerra foram fatores propulsores da criação de Estudos Estratégicos; Nota: 10.0 A Apenas as asserções I e II estão corretas. B Apenas as asserções I, II e III estão corretas. C Apenas as asserções II, III e IV estão corretas. D Apenas as asserções II, III, IV e V estão corretas. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! “A criação dos Estudos Estratégicos, como campo de conhecimento e formação acadêmica, ocorreu no contexto das duas grandes guerras mundiais do século XX, seguidas do surgimento do armamento nuclear. As guerras tinham alcançado capacidades catastróficas de destruição e os países de regimes democráticos não estavam preparados para tal: os líderes civis não eram qualificados a tomar decisões sobre guerras, os comandantes militares eram demasiadamente autônomos e irresponsáveis com as perdas de vidas e recursos e a população havia se tornado parte dos campos de batalhas. As primeiras publicações por acadêmicos a fim de confrontar essa situação, vão ser organizadas no Entreguerras, ou seja, no período entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Porém, a disposição e mobilização de especialistas vão ocorrer apenas após a Segunda Guerra Mundial, com a criação de centros de pesquisas independentes (think-tanks) – como a Rand Corporation e o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos – e departamentos acadêmicos para estudos da paz e da guerra. Desde então, vem ocorrendo a expansão de pesquisadores e recursos para produção de conhecimento relacionado, o envolvimento de acadêmicos na formação de militares e nos departamentos governamentais e a promoção de debate público. ” Fonte: Rota de Aprendizagem de Estudos Estratégicos. Aula 1. Tema 1 – Origem e Desenvolvimento. E Apenas as asserções I, III e IV estão corretas. Questão 7/10 - Estudos Estratégicos Considere o trecho a seguir: “O sistema da Guerra Fria serviu como referencial para explicações sobre uma certa estabilidade na ordem política internacional resultante da combinação de dois fatores: o antagonismo estratégico-militar entre Estados Unidos e União Soviética e a dissuasão nuclear. Ademais, constituiu uma base para o entendimento sobre a contenção de conflitos armados locais e regionais, em decorrência do controle dos governos norte- americano e soviético de seus respectivos aliados e da intervenção em assuntos domésticos dos países periféricos. Seria natural, pois, que se questionasse em que medida a natureza e as características do fenômeno da guerra mudariam com o fim do período do paradigma Leste-Oeste. Embora reconheça a pertinência das análises que apontam certas conseqüências do fim da Guerra Fria - tais como a disponibilidade de um excedente armamentístico e a suspensão do apoio soviético a certos regimes - como significativas para a compreensão da emergência e novos conflitos, Mary Kaldor propõe que estes sejam avaliados à luz da globalização. Nesse sentido, salienta a relação entre conexões transnacionais características da era global e as novas formas de organização da violência nos anos 1990. O fenômeno da guerra configura-se sob uma nova forma de violência que, segundo Kaldor, corresponde a um misto de guerra praticada pelos Estados ou por grupos políticos, de crime organizado e de violações aos direitos humanos”. Fonte: LOPES, Liana Araújo. New and old wars - organized violence in a global era – resenha. Contexto int. vol.24 no.2 Rio de Janeiro July/Dec. 2002, página da citação: 433-434. A partir dos conteúdos discutidos na disciplina Estudos Estratégicos e da contextualização acima, análise as afirmações abaixo que versam sobre as guerras no século XXI e depois assinale a alternativa que indique apenas as corretas: I. As guerras no século XXI são marcadas pela multiplicidade de atores não estatais envolvidos nas mesmas. Dessa forma, as guerras contemporâneas estão altamente relacionadas com a falta de legitimidade política de alguns Estados. II. No campo tático, as guerras contemporâneas assumem cada vez mais a forma da insurgência e da contra- insurgência, sendo caracterizadas pelo uso evasivo e constante da força. III. As guerras na contemporaneidade são amplamente identificadas com fins e objetivos claro. Por conseguinte, os interesses dos atores envolvidos estão bem demarcados tanto no campo de batalha como na área política IV. O ambiente contemporâneo de formulação e execução da estratégica em decorrência do desenvolvimento tecnológico tornou-se muito mais preciso e estruturado. O processo de tomada de decisão militar, assim, acompanha a crescente cooperação internacional. Nota: 10.0 A Apenas as afirmações I, II e IV estão corretas. B Apenas as afirmações I, II e III estão corretas. C Apenas as afirmações I e IV estão corretas. D Apenas as afirmações I e II estão corretas. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Como se pode observar na aula 3, de Estudos estratégicos, a resposta correta é aquela que indica que as afirmações I e II estão corretas. A afirmação I está correta porque, como se viu na aula, a estranheza com relação ao século 21 é pelo fato de ele ter aspectos que se pensava superados. São eles: a multiplicidade de atores não estatais; a correlação entre constituição das forças combatentes e estabilidade política; a existência de áreas não governadas por Estados-nacionais; o uso evasivo e constante da força. Assim, a afirmação II também está correta – uma vez que a insurgência e contra-insurgência são formas cada vez mais observadas nos conflitos contemporâneos (Exemplo: Iraque pós-2003). A afirmação III está incorreta porque em termos de fins, o maior desafio da guerra contemporâneo tem sido a definição de objetivos políticos viáveis e a confusão entre objetivos políticos e metas bélicas ou que o uso da força pode prover. A alternativa IV está incorreta porque o ambiente de formulação estratégica continua a envolver incerteza, ambivalência e contextos transientes. Ainda assim, na maioria dos países democráticos, a prática estratégica ainda não existe como profissão e com clara atribuição burocrática de civis, com qualificação para coordenação com militares e respaldo dos líderes políticos Fonte: Rota de Aprendizagem de Estudos Estratégicos. Aula 3. Tema 5 – Guerra no Século XXI. E Apenas as afirmações II, III e IV estão corretas Questão 8/10 - Estudos Estratégicos Leia o texto a seguir: “Não deverei começar expondo uma definição pedante, literária da guerra, mas irei direto ao cerne da questão, o duelo. A guerra nada mais é que um duelo em escala maior. Inúmeros duelos vêm a formar a guerra, mas um quadro dela como um todo pode ser formado por um par de duelistas. Cada um tenta através da força física compelir o outro a fazer sua vontade; seu objetivo imediato é derrubar seu oponente de modo a torná-lo incapaz de uma resistência posterior. A guerra é, assim, um ato de violência destinado a compelir nosso inimigo a fazer a nossa vontade. A violência, para se opor à violência, se vale das invenções da arte e da ciência. Junto à violência estão certas limitações auto impostas, imperceptíveis, de pouca validade de menção, conhecidas como a Lei e costume internacionais, mas que dificilmente diminuem sua força. ” Fonte: CLAUSEWITZ, Carl von. Da Guerra. Martins Fontes. São Paulo, 1979. Considerando os conteúdos discutidos no decorrer da disciplinade Estudos Estratégicos a respeito da Teoria da Guerra de Carl Von Clausewitz, analise as asserções abaixo e assinale a alternativa correta: I A criação, mobilização e atualização das forças armadas, transporte dentro do país e no estrangeiro, disposição e guarnecimento das mesmas em bases e quartéis e o próprio emprego das forças armadas são importantes PORQUE II segundo a Teoria da Guerra, a preparação e conduta da guerra envolvem um conjunto de atividades a serem desempenhadas pelas sociedades, governos e forças armadas A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: Nota: 10.0 A A asserção I uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. B A asserção II uma proposição verdadeira, e a I é uma proposição falsa. C As asserções I e II são proposições falsas. D As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! “De um ponto de vista acadêmico, os conceitos e terminologia de um campo do conhecimento devem ser produzidos com base em teorias testadas e consagradas. No caso dos Estudos Estratégicos, essa cautela é, por um lado, mais importante em razão de sua proximidade com as questões de Estado e relações de poder e, por outro lado, mais difícil em razão da complexidade de seu fenômeno de estudo. A principal teoria que vem atendendo a esses requisitos e servindo de base conceitual e terminológica dos Estudos Estratégicos é a Teoria da Guerra, de Carl von Clausewitz. Segundo esta teoria, preparação e conduta da guerra compreendem e implicam em uma vasta série de atividades pelas forças armadas, sociedades e governos. Esse conjunto amplo de atividades é classificado por Clausewitz como a arte da guerra e envolve: 1) Criação, mobilização e atualização de forças armadas; 2) Transporte dentro do país e no estrangeiro; 3) Disposição e guarnecimento dessas forças em bases e quartéis; 4) O próprio emprego dessas forças armadas. A Teoria da Guerra, de Clausewitz, no seu sentido mais preciso, trata das considerações do uso das forças combatentes na conduta da guerra. Ou seja, o emprego de forças armadas em batalhas, campanhas e guerras. Para compreensão da correlação entre essas atividades e orientação da produção de conhecimentos, decisões e ações relacionadas, a teoria aponta para um conjunto de considerações que permitem analisar os vários aspectos da 4 guerra. Essas categorias analíticas são construções abstratas resultantes de proposições conceituais da Teoria da Guerra em confrontação com a História da Guerra. ” Fonte: Tema 3 da Rota de Aprendizagem 1. E As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. Questão 9/10 - Estudos Estratégicos Leia o texto a seguir: “Argumentos alinhados com uma abordagem centrada no Estado tendem a considerar a América do Sul como uma zona de paz em decorrência da baixa incidência de conflitos interestaduais na região. Para Arie Kacowicz, a paz regional é resultado de diferentes eventos ao longo da história, entre os quais: o papel hegemônico dos EUA e do Brasil; a formação de um equilíbrio de poder nos períodos de 1883-1930 e 1970- 1980; a percepção mútua de ameaça, especialmente contra os EUA; afastamento nos principais problemas de segurança global; os efeitos da democratização; desenvolvimento econômico e prosperidade nos últimos anos; interdependência econômica e integração; o consenso normativo sobre a gestão de conflitos e; satisfação com o status quo na região (Kacowicz 1998, 122). Essa percepção de que a América do Sul se constitui em uma zona de paz internacional também é descrita por Kalevi Holsti e Benjamim Miller. Segundo Holsti, a América do Sul no século XX teve uma era de paz relativa se comparada ao registro de guerra na Europa nos séculos XIX e XX (Holsti 1996). Para Miller, “[exceto] para a América do Norte, a América do Sul tem sido a área mais pacífica do mundo no século XX” (Miller 1997, 325)”. Fonte: FERREIRA, Marcos Alan S. V. Violência e Criminalidade na América do Sul: desafios atuais e as respostas da UNASUL. Paper preparado para o 5º Encontro da Associação Brasileira de Relações Internacionais, realizado em 29 a 31 de julho de 2015. Tradução nossa, p. 2-3. Na contextualização acima é possível perceber que a América Latina tende a ser percebida como uma região pacífica. Isso se dá em decorrência do baixo número de conflitos entre Estados na América Latina. Tendo isso em conta, bem como os conteúdos discutidos na disciplina Estudos Estratégicos, assinale a alternativa que indique, corretamente, uma das razões apresentadas na aula 3 para o menor número de conflitos registrados no continente latino-americano: Nota: 10.0 A A cultura latino-americana de base ameríndia possui um sistema de crenças e valores que impediram que os Estados do continente adotassem posturas mais violentas nas relações internacionais. B A geografia latino-americana, altamente acidentada e marcada por uma distribuição de recursos igualitárias, fez com o que os Estados da região tivessem poucas relações entre si. C Em certa medida, a colonização legou aos Estados latino-americanos a falta de capacidade estatal – incluindo a militar – que levou a menor ocorrência de guerras interestatais na região. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! As colônias espanholas nunca tiveram uma grande capacidade estatal, em termos de extração e administração, e as novas elites, na verdade, não eram tão novas e ocuparam essas administrações e lutaram entre si por elas. Portanto, as guerras de independência da América Latina, incluindo as do Brasil, não produziram grande mobilização de recursos a partir de sistemas diretos de extração e controle de recursos, para sustentação de exércitos permanentes. Assim, a falta de capacidade estatal, incluindo a militar, levou a menor ocorrência de guerras interestatais. Dessa forma, de acordo com a aula 3, não foram fatores culturais ou geográficos que reduziram o número de conflitos, mas sim, uma questão estratégica: a menor capacidade militar dos Estados latino-americanos fomentou a opção por outros métodos de resolução de conflito e pela própria tática da dissuasão. Fonte: Rota de Aprendizagem de Estudos Estratégicos. Aula 3. Tema 2 – Guerra e Formação dos Estados na América Latina. D As políticas internacionais de caráter pacifistas adotadas pelos Estados latino-americanos possibilitaram que, historicamente, não ocorressem confrontos armados na região. E A intervenção histórica de agentes internacionais fomentou uma cultura de paz na América Latina, de modo que os Estados da região se comportam de forma mais civilizada na política internacional. Questão 10/10 - Estudos Estratégicos Leia o trecho a seguir: "A maioria dos estudiosos de relações internacionais reconhece que a guerra é um problema importante, mas só estão interessados em seus antes e depois, não na guerra ela mesma – as causas e consequências da guerra, mas não a sua conduta, que é relegada ao status de um epifenômeno ou como algo intelectual infantil. Os Estudos Estratégicos se interessam por todas as três fases porque elas são interdependentes; conduta torna-se causa quando os mecanismos da violência moldam as decisões sobre o seu uso político. Fica impossível compreender os impulsos e escolha da dimensão política da guerra ou da paz sem compreender as restrições e oportunidades da dimensão militar. São as opções de como fazer a guerra que afetam se fazer-se a guerra, quem ganha e quem deveria ganhar, e que desta maneira conformam o mundo do pós-guerra". (BETTS, 1997, p. 7-33, apud PROENÇA JUNIOR, 2007, p. 29-46) Fonte: BETTS, Richard K. Should Strategic Studies Survive?. World Politics. Baltimore, 90(1): p. 7-33, 1997, p. 7-9. Tendo em conta o trecho citado acima e os conteúdos referentes à disciplina de Estudos Estratégicos, assinale a alternativa que indique, corretamente, como os Estudos Estratégicosentendem a guerra na atualidade: Nota: 10.0 A a guerra é entendida como uma estratégia cultural de supremacia frente a outros atores internacionais B a guerra é entendida como um mecanismo social de contestação das classes dominantes C a guerra é entendida como um instrumento político e como prioridade acadêmica Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Como se pode ver ao longo de toda a disciplina, Estudos Estratégicos, uma das questões centrais a essa área do conhecimento consiste em entender como se pode fazer uso da força como um instrumento racional dentro do jogo político e, assim, não a tornar um evento que envolve o "assassinato sem propósito"– como integrar política e guerra. E isso demanda que se busque uma junção interdisciplinar da gramática militar e da lógica política. Nesse sentido, a guerra é entendida como um instrumento político ou como uma prioridade acadêmica. Por todos esses motivos, a ciência política acabou se tornando o principal espaço acadêmico para o campo, e seu lugar nos assuntos militares é periodicamente questionado. Fonte: Rota de Aprendizagem da Aula 1. Tema 2: Guerra e Política D a guerra é entendida como o objetivo da política internacional e prioridade nacional E a guerra é entendida como um estado constante nas relações internacionais, resultado de visões culturais distintas