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01 TEORIAS DO ENVELHECIMENTO

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ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO
TEORIAS DO ENVELHECIMENTO
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Olá!
Nos dias de hoje, podemos perceber uma parcela cada vez maior de indivíduos idosos, seja em nossa família, em
nosso bairro ou em nossa cidade. Este é um fenômeno mundial: cada vez as pessoas estão vivendo mais tempo.
Faça agora um exercício rápido e responda: em sua família, ou na família de algum amigo, existem pessoas com
mais de 80 anos? Provavelmente, você respondeu que sim.
Pensando nesta situação, quando poderíamos considerar um indivíduo idoso? Afinal de contas, o que é
envelhecer? E mais, por que e como ficamos velhos? Nesta aula, responderemos a todas estas questões.
Então, vamos à aula. Bons estudos!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1- Reconhecer o aumento da população idosa no Brasil e suas consequências;
2- Identificar os conceitos de idoso e de envelhecimento;
3- Relacionar as teorias que embasam o processo de envelhecimento.
Seu Francisco chegou em casa aborrecido.
Foi chamado de velho no mercado e não gostou nem um pouco.
Será que ele deveria ficar tão chateado? Afinal, o que é “ser velho”?
A palavra “velho” não é depreciativa; ela faz parte de um momento do nosso ciclo da vida. Lembra?
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Mas quando pode-se dizer que uma pessoa é idosa ou velha?
Embora outros fatores possam diferenciar os indivíduos, como por exemplo, socioeconômicos, demográficos e
epidemiológicos, a idade é um parâmetro arbitrário para definir a pessoa como idosa.
Vamos estudar melhor sobre esse assunto a seguir!
1 Idade de uma pessoa idosa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a pessoa idosa como aquela com idade superior a 60 anos em
países em desenvolvimento, subindo para 65 em países desenvolvidos (IBGE, 2002).
No Brasil, a caracterização da faixa etária de idosos pode seguir o descrito na Lei 10.741 de 1º de outubro de
2003, em seu art. 1º:
“É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade
igual ou superior a sessenta (60) anos” (BRASIL, p.17,2003).
2 População idosa no mundo e no Brasil
Agora sabemos que no Brasil é utilizado o ponto de corte de 60 anos para classificar as pessoas idosas. Mas
existem realmente muitos idosos no mundo? E no Brasil?
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Figura 1 - No mundo
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, em 2005, 10,4% da população mundial era
composta por idosos.
Figura 2 - No mundo
As projeções para 2050 ultrapassavam 20% do total de habitantes do planeta (NOGUEIRA, S.L., et al, 2008).
Figura 3 - No Brasil
No nosso país, em 1991 existiam 10.772.705 pessoas com 60 anos de idade ou mais (7,3% da população total).
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Figura 4 - No Brasil
Em 2000, esse número cresceu em mais de quatro milhões, atingindo um total de 14.536.029 idosos - 8,6% da
população total (IBGE, 2002).
Figura 5 - No Brasil
De acordo com o Censo de 2010, a população total de pessoas com mais de 60 anos de idade no Brasil é de
20.590.599, sendo 55,5% de mulheres de 45,5% de homens (IBGE, 2012).
O gráfico a seguir apresenta uma comparação da pirâmide etária brasileira nos Censos de 1960 e 2010. Podemos
observar que:
Houve um estreitamento na base e um alargamento do topo da pirâmide etária em 2010 (linha vermelha), o que
caracteriza uma população mais envelhecida. Chama a atenção também que o estreitamento da base está
associado à redução nas taxas de natalidade.
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Figura 6 - Composição relativa da população residente, por sexo, segundo as idades - Brasil - 1960/2010.
Fonte: Fonte: Censo Demográfico, IBGE 1960/2010.
3 Envelhecimento da população brasileira
Agora que já vimos que a população brasileira está envelhecendo, vamos discutir um pouco mais sobre este
processo.
Sabemos que nosso corpo sofre diversas alterações com o passar dos anos – processo de envelhecimento.
Embora possamos encontrar várias definições de envelhecimento na literatura, a maioria aponta para a
seguinte:
“perda de funcionalidade progressiva com a idade, com o consequente aumento da susceptibilidade
e incidência de doenças,
De acordo com Nieman (1999), o ser humano em geral poderia viver de até 115 a 120 se o estilo de vida e seu
perfil genético fossem ideais.
Vários pesquisadores têm estudado a fundo como ocorre o processo de envelhecimento, alguns deles ancorados
em parâmetros biológicos e outros em parâmetros comportamentais.
Estudaremos detalhadamente cada um deles nas próximas telas!
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4 Teorias biológicas
As teorias biológicas do envelhecimento são divididas em:
Teorias com base na restrição calórica
Trata da relação entre a diminuição da ingestão calórica com o processo de envelhecimento. Umas das correntes
dessas teorias associa o processo de envelhecimento à redução da taxa metabólica basal, a modulação da glicemia
e da insulinemia (Presença de insulina no sangue; em especial taxa anormalmente alta de insulina no sangue
circulante) e a hormese (Ação benéfica resultante da resposta do organismo a um estressor de baixa intensidade).
Teorias com base em danos de origem química
Nessas teorias, o envelhecimento decorreria de danos progressivos que se acumulam no organismo, e a
capacidade de reparo/ regeneração do organismo não acompanha a velocidade dos danos. Subprodutos das
reações químicas do próprio organismo seriam os geradores de danos irreversíveis às moléculas das células.
Além disso, a poluição, padrões de alimentação e atividades físicas poderiam potencializar este processo. Como
exemplo, temos os radicais livres, que se acumulam no organismo em ambientes poluídos e que são formados em
grandes quantidades durante sessões de exercício físico. Porém, em longo prazo, esse efeito é compensado pela
formação de enzimas antioxidantes, como efeito crônico dos exercícios.
Teorias com base no desequilíbrio gradual
O suporte dessas teorias está na diminuição da função de sistemas de controle do corpo, como o sistema
endócrino e imunológico, o que tornaria todas as células do corpo mais vulneráveis a enfermidades. Além da
diminuição de sistemas enzimáticos, que pode ser resultado de problemas na transcrição e de desequilíbrios no
meio interno.
Teorias com base genética
Saiba mais
Para mais detalhes sobre as teorias do envelhecimento, leia os seguintes artigos.
FARINATTI, Paulo de T. V. Teorias biológicas do envelhecimento: do genético ao
. Disponível em: . Acesso em: 23 jan.estocástico www.scielo.br/pdf/rbme/v8n4/v8n4a01.pdf
2021.
MOTA, M. Paula; FIGUEIREDO, Pedro A.; DUARTE, José A. Teorias biológicas do
. Disponível em:envelhecimento
www.fade.up.pt/rpcd/_arquivo/artigos_soltos/vol.4_nr.1/Paula_Mota.pdf. Acesso em: 23 jan.
2021.
http://www.scielo.br/pdf/rbme/v8n4/v8n4a01.pdf
http://www.fade.up.pt/rpcd/_arquivo/artigos_soltos/vol.4_nr.1/Paula_Mota.pdf
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Teorias com base genética
De acordo com essas teorias, o processo de envelhecimento seria programado geneticamente, permitindo que
organismo fosse capaz de realizar suas funções de manutenção da espécie. Umas dessas teorias mais antigas
aponta que o início do envelhecimento ocorre a partir de erros nos processos de transcrição genética.
5 Teorias sociais
Já as Teorias sociais são:
• Teoria dodesengajamento social
A base desta teoria está na ligação entre o corpo social e o corpo biológico. Nesse caso, o processo de
desengajamento do idoso estaria associado a uma preparação para a morte. Isto é, o idoso
gradativamente se desliga da sua vida social como se esta fosse um preparativo para sua “substituição”.
• Teoria daatividade e da subcultura do envelhecimento (FARINATTI, 2008)
Está baseada nas relações sociais e nas modificações das atividades decorrentes da perda de capacidades
físicas. Nessa teoria, o enfoque está na mudança das atividades que o idoso realiza em decorrência,
principalmente, da aposentadoria. O idoso deve procurar uma substituição das atividades, antes
rotineiras, por outras que se adequem a sua condição atual.
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Saiba mais
Na próxima aula, você vai estudar:
Veja a pirâmide etária do Brasilde acordo com o Censo de 2010: Disponível em: 
https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/default.php?
. Acesso em: 23 jan. 2021.cod1=0&cod2=&cod3=0&frm=piramide
FARINATTI, Paulo de T. V. Teorias biológicas do envelhecimento: do genético ao estocástico.
Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2021.https://www.scielo.br/pdf/rbme/v8n4/v8n4a01.pdf
MOTA, M. Paula; FIGUEIREDO, Pedro A.; DUARTE, José A. Teorias biológicas do
envelhecimento. Disponível em: https://rpcd.fade.up.pt/_arquivo/artigos_soltos/vol.4_nr.1
. Acesso em: 23 jan. 2021./Paula_Mota.pdf
https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/default.php?cod1=0&cod2=&cod3=0&frm=piramide
https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/default.php?cod1=0&cod2=&cod3=0&frm=piramide
https://www.scielo.br/pdf/rbme/v8n4/v8n4a01.pdf
https://rpcd.fade.up.pt/_arquivo/artigos_soltos/vol.4_nr.1/Paula_Mota.pdf
https://rpcd.fade.up.pt/_arquivo/artigos_soltos/vol.4_nr.1/Paula_Mota.pdf
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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• A conceituação de saúde e qualidade de vida;
• Os benefícios à saúde do idoso da prática regular de atividades físicas;
• A autonomia de vida como um objetivo a ser alcançado pela população idosa.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Estudou o processo de envelhecimento por que estão passando as populações brasileira e mundial;
• Identificou a caracterização da população idosa brasileira;
• Analisou as principais teorias que explicam o processo de envelhecimento sob os paradigmas biológico e 
social.
Referências
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010. Características gerais da
. Rio de Janeiro, 2012. p. 1-215.população, religião e pessoas com deficiência
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estudos e Pesquisas. Informação Demográfica e
Socioeconômica n.9. . Rio de Janeiro, 2002.Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil 2000
Farinatti, P. T. V. : promoção da saúde e exercício. São Paulo: Manole, 2008.Envelhecimento
MOTA, M. P.; FIGUEIREDO, P. A.; DUARTE, J. A. . Revista Portuguesa deTeorias biológicas do envelhecimento
Ciências do Desporto. Vol. 4, n. 1, p. 81–110, 2004.
Nieman, D C. . São Paulo: Manole, 1999.Exercício e saúde
Nogueira, S. L.; Geraldo, J. N.; Machado, J. C.; Ribeiro, R. C. L. Distribuição espacial e crescimento da população
: um estudo ecológico. R. Bras. Est. Pop. V. 25, n. 1, p. 195-198,idosa nas capitais brasileiras de 1980 a 2006
2008.
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	Olá!
	
	1 Idade de uma pessoa idosa
	2 População idosa no mundo e no Brasil
	3 Envelhecimento da população brasileira
	4 Teorias biológicas
	5 Teorias sociais
	Teoria dodesengajamento social
	Teoria daatividade e da subcultura do envelhecimento (FARINATTI, 2008)
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO
	Referências

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