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Qualquer tipo de tratamento com prótese de um ou mais elementos, em dentes ou implantes, exige a confecção de restaurações provisórias, que facilitam a confecção da prótese definitiva O sucesso da prótese definitiva pode estar diretamente relacionado à qualidade das restaurações provisórias Desde sua confecção até a cimentação da prótese definitiva, o tempo despendido clinicamente com as restaurações provisórias é muito grande, em virtude dos procedimentos de confecção, cimentação, remoção e limpeza e das fraturas de margens e pônticos com necessidade de reembasamento e reparação Embora seja possível oferecer ao paciente um planejamento protético inicial e uma ideia de custo final para os casos de próteses fixas extensas (PPFs), somente após o tratamento periodontal é que se pode definir com exatidão quais dentes serão pilares, que prótese será executada e qual será o custo final Até então, deve-se estabelecer um orçamento inicial que inclua, se necessário, a montagem dos modelos em articulador semiajustável (ASA) e o enceramento diagnóstico, a remoção de próteses antigas e de núcleos intrarradiculares, o tratamento ou o retratamento endodôntico, a confecção de novos núcleos e de coroas provisó- rias e a possibilidade da colocação de implantes, combinados ou não à prótese parcial removi ́vel provisória Funcionais (função oclusal, estética, fonética) e biológicas (pulpar, periodontal) 1. Proteção Pulpar A prótese provisória deve ter a capacidade de, juntamente com o agente cimentante, auxiliar na recuperação do órgão pulpar CUIDADOS: Aquecimento da broca durante o preparo Aquecimento da resina acrílica durante a polimerização Adaptação da prótese provisória 2. Proteção Periodontal: Adaptação cervical Contorno Ameia interproximal Higiene Oral e Controle de Placa Bacteriana Preservar a saúde periodontal para casos onde o tecido gengival está saudável Auxiliar no tratamento e na recuperação de tecido gengival alterado; o Manutenção da saúde do periodonto tratado A adaptação correta da coroa provisória mantém a arquitetura normal do tecido gengival, evitando-se sua proliferação sobre o dente preparado e, consequentemente, instalação do processo inflamatório 3. Restauração Provisória com Tratamento Periodontal: Orientação dos Procedimento Cirúrgico: Controle da posição definitiva da margem gengival Avaliação da oclusão Contatos oclusais simultâneos Guia anterior personalizada Cúspides baixas, fossas rasas Diminuição da mesa oclusa Considerando as coroas provisórias como um protótipo da prótese definitiva, os ajustes funcionais e estéticos devem ser realizados até que não haja dúvidas para nenhuma das partes, profissional e paciente Comprimento, largura Contorno, forma Linha média Posição da gengiva nos dentes pilares Posição da gengiva na área desdentada Relação com os lábios (linha do sorriso) Cor Proteção pulpar Após a realização do preparo, é imperativo que a quantidade de desgaste esteja em acordo com as necessidades estéticas e mecânicas da prótese planejada, para que a prótese provisória possa, juntamente com o agente cimentante, auxiliar na recuperação do órgão pulpar Para isso, e previamente à confecção da prótese provisória, a superfície do dente preparado deve ser limpa com algum tipo de detergente específico para esse fim A seguir, ela deve ser envolvida com algodão embebido em solução de água de cal (hidróxido de cálcio PA), que, por apresentar ação bactericida e bacteriostática, tem a capacidade de agir como vedante dos túbulos dentinários pela iniciação do processo de mineralização Protege-se então a superfície preparada com duas camadas de verniz à base de copal, que vão impedir o contato direto da superfície dentinária com o mono ̂mero da resina, que é altamente irritante ao órgão pulpar Essas camadas de verniz serão na- turalmente removidas com a confecção das restaurações provisórias, não impedindo, portanto, a ação do cimento provisório no órgão pulpar. Outro aspecto também irritante à polpa é o calor gerado durante a reação de polimerização da resina. Nunca se deve esquecer de manter toda a área envolvida sob irrigação abundante, para eliminar o efeito nocivo de tal reação Proteção periodontal As próteses provisórias te ̂m a função primária de preservar a saúde periodontal do tecido gengival saudável, auxiliar no tratamento e na recuperação do tecido gengival alterado e, finalmente, auxiliar na manutenção da saúde do periodonto tratado Em todas essas situações, as restaurações provisórias devem apresentar características que mantenham a homeostasia da área Adaptac ̧ão cervical: A adaptac ̧ão correta da coroa provisória mantém a arquitetura normal do tecido gengival, evitando sua proliferação sobre o dente preparado e, assim, evitando a instalação do processo inflamatório Contorno: O contorno da prótese é influenciado pelos se- guintes fatores: estética, fonética, posição do den- te no arco, forma da raiz, forma do rebordo alveo- lar e qualidade do tecido gengival Dois aspectos são diretamente dependentes do contorno correto da prótese provisória: perfil de emergência e forma e extensão da ameia interproximal Não se pode determinar uma estética desejável sem uma avaliação correta desses aspectos, que devem ser determinados durante a fase das restaurações provisórias, acrescentando- se ou removendo-se resina e avaliando-se o espaço correto para a higienização da área. A qualidade do tecido gengival também depende do contorno correto da prótese Não existe estética sem saúde gengival! Ameia interproximal A forma e a extensão da ameia proximal devem proporcionar espaço para a papila proximal sem comprimi-la e permitir uma higienização correta com o uso do fio dental ou da escova interproximal, atendendo aos requisitos estéticos e fonéticos A pressão na papila gengival causa alterações histológicas em todas as suas estruturas celula- res, com consequente inflamação e lesão periodontal Higiene oral e controle de placa bacteriana A confecção correta de uma prótese provisória es- timula o paciente a mantê- la limpa e livre de placa e o paciente não conseguir higienizar corretamente sua prótese provisória, certamente não conseguirá também fazê-lo na definitiva Restaurac ̧ão provisória com tratamento periodontal A realização de um tratamento prévio que elimine próteses deficientes e restabelec ̧a a oclusão, a fonética, a estética e a função mastigatória; a instituic ̧ão de sessões de profilaxia, o aprendizado de técnicas de higienização e a eliminação de restaurações com deficiências marginais podem gradativamente restabelecer a autoconfiança do paciente, à medida que aumentam sua confiança no CD Assim, o momento ideal para encaminhar um paciente ao tratamento periodontal é quando ele já é capaz de fazer uma boa higienização e seus dentes foram preparados, receberam tratamento endodôntico, núcleos intrarradiculares (se necessário) e coroas provisórias. Nessa situação, sua oclusão e desoclusão estão adequadas, sua mastigação é efetiva e sua estética é satisfatória Orientac ̧ão dos procedimentos cirúrgicos A prótese provisória auxilia o periodontista a obter mais facilmente os requisitos estéticos e funcionais durante os procedimentos cirúrgicos Tais requisitos incluem, por exemplo, o correto posicionamento do retalho na região cervical, sem prejudicar a estética; a necessidade de colocação de enxerto conjuntivo em área desdentada, para melhorar o contorno estético do pôntico; o aumento do espaço interproximal, para facilitar a higienização; e o aumento de coroa clínica, necessário para melhorar a retenção da prótesesem comprometer a estética Controle da posição definitiva da margem gengival Após a cirurgia periodontal, é preciso aguardar a formação do sulco gengival, que ocorre em 60 a 90 dias, para fazer com segurança a margem do preparo subgengival Se necessário, deve-se aguardar um período maior, pois a formação completa do sulco gengival é muito importante para ter certeza do posicionamento definitivo da margem gengival O trauma mecânico causado pela ponta dia- mantada no epitélio sulcular durante o preparo subgengival não trará graves consequências para o periodonto, desde que a extensão intrassulcular não seja excessiva e a prótese provisória seja reembasada, bem adaptada, com contorno correto e bem polida De qualquer modo, é aconselhável esperar 2 a 3 semanas para realizar a moldagem, para ter certeza da localização definitiva da margem gengival. Esse cuidado é extremamente importante nas próteses envolvendo dentes anteriores Oclusão A determinação das características oclusais da prótese provisória ou definitiva deve preencher os seguintes requisitos para a obtenção da oclusão fisiológica: relação maxilomandibular (posição de trabalho) adequada, contatos oclusais uniformes, guia anterior e dimensão vertical de oclusão (DVO) corretos. Nessas condições, o paciente deve apresentar função mastigatória eficiente, conforto, saúde periodontal e ausência de proble- mas na ATM e nos músculos da mastigação. Prefe- rencialmente, ele não deve apresentar hábitos parafuncionais, como bruxismo ou apertamento dentário Contatos oclusais simultâneos O fechamento da mandíbula deve ocorrer com contatos simultâneos de todos os dentes posterio- res, o que garante maior eficiência mastigatória e estabilidade oclusal Esses fatores são importantes no direcionamento das forças oclusais para o periodonto de sustentação e a proteção da ATM Coroas provisórias que se deslocam com facilidade e constância, nas situações mais inconvenientes. Desajustes ou fraturas marginais que provocam sensibilidade a variações térmicas. Inflamação gengival e sangramento localiza- do (“nem escovo ou passo fio dental porque sangra”). Contatos proximais insuficientes ou inadequados, que possibilitam impacção alimentar. Formas anatômicas que deixam a desejar,mais comumente o sobrecontorno. Cor incompatível com a dos dentes vizinhos ou antagônicos, principalmente nos dentes anteriores O material mais utilizado para a confecção da restauração provisória é a resina acrílica (pó + líquido) autopolimerizável Vantagens Adesão química Baixa resistência ao desgaste Fácil manipulação Baixo custo Estética Desvantagens Liberação de monômero residual Alta porosidade Odor e pigmentação Calor/inflamação Intolerância ao meio bucal NÃO recomendado por longo tempo!!! 1º Fase Arenosa: Durante a fase arenosa as pérolas de polímero são completamente envolvidas pelo monômero que preenche os espaços vazios e o conjunto adquire uma cor translúcida. O nome atribuído a esta fase é consequência do aspecto semelhante a uma massa de areia molhada, que apresenta baixo escoamento e ganha brilho superficial por afloramento do excesso de líquido quando pressionada. 2º Fase Fibrosa: Na fase pegajosa o líquido dissolve as longas cadeias de polímero, tornando a mistura viscosa e aderente, fazendo com que na tentativa de manipulação apareçam inúmeros fios finos e pegajosos entre as porções resultantes. 3º Fase Plástica: Durante a fase plástica a massa resultante perde a pegajosidade a partir de certo ponto de saturação da solução de polímero no monômero, começa a escoar de modo homogêneo, torna‐se manipulável e sem aderência, sendo esta conhecida como fase de trabalho. 4º Fase Borrachoide: Na fase Borrachoide ocorre o aumento da concentração de cadeias de polímero no monômero e a evaporação do monômero residual, tornando o líquido escasso, fazendo com que o escoamento da massa torne‐se precário e apareçam características de recuperação elástica. 5º Fase Rígida: Fase final, já polimerizou. Proteção do CDP Proteção periodontal Restauração dos pontos oclusais e proximais Fácil manipulação Reparo e reembasamento Resistencia Instabilidade de cor Baixo custo Diversas cores Tomar decisões: Estética: Forma, tamanho, contorno dos dentes Oclusão: Guias, relações intermaxilares Conforto do paciente “Treinamento para futura prótese Momento de escolha do provisório Tempo de permanência na boca Custo e possibilidades do paciente Habilidade de cada profissional Cimentação provisória Último passo após a confecção dos provisórios são os ajustes oclusais, acabamento e polimento para que seja posto em função Cimentos provisórios e biocompatíveis Seleção do agente cimetante vai depender... Necessidade de ação antiiinflamatória, antimicrobiana e indução de dentina secundária – cimento de hidróxido de cálcio (DYCAL, Hidro-C...) Do grau de retenção dos pilares (Cimento de óxido de zinco com o sem eugenol) Do tempo de permanência na boca (pode-se usar definitivo) Do grau de mobilidade dos pilares Da extensão da prótese Da técnica de confecção (sem eugenol em resinas autopolimerizáveis) Manuseio conveniente Biocompatibilidade Estabilidade Resistência Estética (contorno, textura e polimento) Compatibilidade química Boa aceitação do paciente Em relação ao periodonto Contorno adequado (perfil de emergência) – Acomodação dos tecidos EVITA infiltração marginal Diretas: a coroa provisória é confeccionada diretamente na boca sobre o dente preparado Indicações: Prótese unitárias e substituição de próteses já existente Contra-indicação: Próteses extensas – muito tempo clínico! Indiretas: a coroa provisória é confeccionada fora da boca em ambiente laboratorial, sobre um modelo de gesso obtido a partir de uma moldagem do caso Híbrida Tempo de permanência na boca Custo Habilidade do cirurgião dentista Cimentação provisória, vai depender de: Ação anti-inflamatória Grau de retenção dos pilares Tempo de permanência Extensão da prótese Técnica de confecção Resina acrílica autopolimerizável Direta (na boca) Indireta (modelos de gesso c/preparos dentais) Maior conhecimento de anatomia dental Maior habilidade manual Referências anatômicas e dentárias Impressões do antagonista Faces proximais dos dentes vizinhos 1. Vaselina-se II 2. Manipula resina acrílica, durante a fase plástica faz a bolinha, leva a boca e pede pro paciente ocluir 3. Adapta-se a resina ao dente com um instrumento rombo (remoção e colocação do provisório durante a polimerização da resina) 4. Marcar o término cervical e remover excessos com a Maxicult 5. Reanatomizar o dente e marcar pontos de contato 6. Reebasamento, ajuste proximal, oclusal e escultura 7. Polimento 1. Selecionar dente compatível 2. Remover face palatina do dente de estoque com Maxicult 3. Isolar com vaselina 4. Prepara resina acrílica pela técnica do pincel Inicia pelo término cervical Face palatina Observar alinhamento da faceta Modelar face palatina e remover excessos da face vestibular Esperar resina ficar em fase rígida 5. Demarcar término e desgastes com a Maxicult 6. Reembasamento pela técnica do pincel 7. Acabamento e polimento Vantagens Melhor estética Facilidade e rapidez de confecção Maior lisura da face vestibular Desvantagens Evitar ajustes na face vestibular União deficiente da faceta à resina adicionada (fraturas) Contra-indicada para dentes posteriores Dentes restaurados ou não Dentes podem ser reanatomizados ANTES da moldagem Contornos axiais e incisais/oclusais satisfatórios Forma anatômica atende aos requisitos estéticos e funcionais Molde com Alginato ou Elastômero 1. Moldagem 2. Enceramento diagnóstico 3. Molda o modelo encerado com alginato 4. Vazamento (gesso) 5. Sobre o modelo de gesso encerado obter uma matriz de plástico em plastificador a vácuo 6. Preenche a moldeira com resina e leva a boca do paciente