Buscar

Processo de Julgamento e Tomada de Decisões Responsáveis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Processo de Julgamento e Tomada de Decisões Responsáveis 
 
Para Praticar – Questão 1 
Em relação ao modelo de dois sistemas de processamento cerebral, o automático 
e o elaborado, assinale o que estiver incorreto: 
 A O sistema automático é rápido e não exige esforço mental, e as conclusões 
que esse sistema gera surgem naturalmente na cabeça, independentemente de 
nossa vontade. 
 B O sistema elaborado é lento e se caracteriza por exigir esforço mental e 
concentração, e as conclusões que esse sistema produz exigem operações mentais 
elaboradas e voluntárias. 
 C Enquanto estamos aprendendo uma nova tarefa, adquirindo uma nova 
habilidade, há a predominância de operações do sistema automático. 
 Resposta correta letra c 
 
Para Praticar – Questão 2 
Considere as atividades a seguir: 
Ler palavras em cartazes, detectar hostilidade numa voz, controlar as palavras 
quando se está irritado para não ofender alguém, completar a canção: “Ouviram 
do Ipiranga as margens...”. Falar três estados brasileiros que começam com a letra 
P. 
Em relação a essas atividades, 
 A duas podem ser atribuídas ao sistema automático e três ao sistema elaborado. 
 B três podem ser atribuídas ao sistema automático e duas ao sistema elaborado 
 C quatro podem ser atribuídas ao sistema automático e uma ao sistema 
elaborado. 
Resposta correta letra b 
 
Para Praticar – Questão 3 
Se cinco máquinas constroem cinco muros em cinco dias, quantos dias serão 
necessários para 100 máquinas construírem 100 muros? 
 A 5 dias 
 B 20 dias 
 C 100 dias 
 Resposta correta letra a 
 
Leitura 
A primeira impressão que temos é a de que o primeiro homem é menor que o 
segundo, que, por sua vez, seria menor do que o terceiro. No entanto, estamos 
diante de um caso de ilusão de ótica: os três homens têm exatamente o mesmo 
tamanho (se você dúvida, pode medir). O que nos confunde é a imagem de fundo: 
ela cria uma perspectiva que sugere que os homens vão se tornando maiores. 
Quando observamos a imagem rapidamente, não reparamos nessa sutileza. Isso 
ocorre porque, inicialmente, nosso cérebro processa as informações da imagem de 
maneira automática e cria uma coerência para a interpretação da figura. Num 
segundo momento, com mais atenção e com a ajuda da régua, tomamos 
consciência da ilusão de ótica, o que só é possível porque o cérebro operou no 
modo mais elaborado. 
Hoje, por causa de uma proposta teórica dos psicólogos Keith Stanovich e Richard 
West, sabemos que existem dois sistemas diferentes de processamento cerebral: o 
sistema automático e o sistema elaborado. 
O sistema automático é intuitivo, implícito, rápido e emocional. Ele não exige esforço 
mental. 
As conclusões a que esse sistema chega aparecem naturalmente, pois não são 
voluntárias e não dependem de nossa vontade. A maior parte das decisões que 
tomamos se baseia no sistema automático. Já o sistema elaborado é consciente, 
trabalhoso, explícito e lógico. Ele exige esforço mental e concentração. As 
conclusões que esse sistema produz partem de operações mentais voluntárias, que, 
por esse motivo, são mais complexas e elaboradas. 
Diante de um problema que pressupõe uma tomada de decisão, o sistema 
automático nos oferece respostas rápidas e intuitivas, enquanto o sistema elaborado 
gera várias possibilidades, que podem, posteriormente, ser confirmadas, corrigidas 
ou negadas. 
Em ações simples do cotidiano, como reconhecer que objeto está mais próximo de 
você ou desviar de uma bola lançada em sua direção, não há nenhuma 
necessidade de recorrer ao sistema elaborado. O sistema automático é bastante 
eficiente nessas situações. No entanto, quando estamos aprendendo a fazer algo, 
como a praticar um novo esporte, precisamos recorrer ao sistema elaborado, pois 
os movimentos que temos que fazer ainda não estão naturalizados. 
Quando uma pessoa está aprendendo a dirigir, ela precisa de toda a concentração 
para fazer os movimentos corretos com as mãos e os pés. O sistema elaborado está 
trabalhando a todo vapor. Como é praticamente impossível fazer duas tarefas 
simultâneas que exigem o processamento cerebral mais elaborado, quem está 
aprendendo a conduzir um veículo não consegue multiplicar 23 por 47 enquanto 
dirige. Com prática, as operações cognitivas exigidas por essa tarefa passam a ser 
processadas pelo sistema automático. Agora, é possível tentar fazer contas de 
cabeça e dirigir ao mesmo tempo. 
Os dois sistemas operam juntos, mas a maioria das nossas atitudes e decisões 
corriqueiras são tomadas pelo sistema automático. O sistema elaborado é acionado 
quando o sistema automático não consegue enxergar padrões coerentes e 
previamente aprendidos. Essa foi uma estratégia fantástica que a natureza 
encontrou para acelerar o processamento de informações que usamos para tomar 
decisões. 
Esse modo automático de processar informações é muito útil. Talvez por isso, em 
Hermano e Doroteia, poema épico escrito por Goethe, o escritor alemão, 
abordando a dificuldade de tomar decisões, afirma: “Quem pensa muito, nem 
sempre escolhe o melhor”. Essa frase parece ser uma defesa das decisões rápidas. 
Entretanto, apesar de ser altamente eficaz, o sistema automático não é infalível e, 
em algumas situações, pode nos induzir a percepções errôneas e, por extensão, 
levar a decisões equivocadas. 
Como é impossível ficar com o sistema elaborado checando todas as informações, 
podemos treinar para tornar o sistema elaborado mais sensível quando estamos 
diante de decisões importantes. É isso o que muitos executivos aprendem em suas 
carreiras. Por isso, essas duas formas de processamento cerebral hoje são estudadas 
em cursos superiores que formam pessoas para ocupar posições de liderança. 
Parabéns! 
Você terminou esta aula! 
 
Saiba mais 
 O livro "Rápido e devagar", escrito por Daniel Kahneman, apresenta duas formas 
de pensar: a rápida, intuitiva e guiada pela emoção, e a outra mais devagar, 
deliberativa e guiada pela lógica. O escritor, prêmio Nobel em economia, 
analisa quando podemos ou não confiar na intuição e como podemos utilizar 
diferentes técnicas para nos proteger contra armadilhas da mente. 
 O Ted Talk "Como fazer escolhas difíceis", apresentado pela filósofa e advogada 
Ruth Chang, discute uma nova forma de pensar sobre as decisões consideradas 
difíceis. Para ela, a oportunidade de se fazer uma escolha complexa significa 
também uma oportunidade de nos tornarmos pessoas diferentes das que somos. 
 
Para Praticar – Questão 1 
Quando estamos em uma fila para a entrada de um espetáculo, conversando com 
um amigo ou uma amiga, e damos um passo à frente quando a fila anda, esse gesto 
é comandado pelo 
 
A 
sistema elaborado, tendo em vista que precisamos ter atenção para medir a 
distância dos passos e não colidir com as pessoas à nossa frente. 
 
B 
sistema automático, uma vez que, em geral, paramos nossa conversa para nos 
concentrarmos nos movimentos necessários para andar. 
 
C 
sistema automático, uma vez que somos capazes de realizar essa ação mesmo não 
tendo consciência plena de seu processo de execução. 
Resposta correta letra c 
 
Para Praticar – Questão 2 
O viés da disponibilidade pode ser entendido como 
 
A 
o desvio na tomada de decisão, causado pela facilidade com que acessamos 
certas informações que estão em nossa memória e que, nem sempre, condizem 
com a realidade. 
 
B 
o desvio na tomada de decisão mais assertiva, causado pelo excesso de 
informações disponibilizadas para um certo fato, o que acaba por nos afastar da 
realidade. 
 
C 
o desvio necessário para que nos aproximemos da decisão mais correta, causado 
pelo grande número de informações que temos disponíveis para todo trabalho 
mental. 
Resposta correta letra a 
 
 
Para Praticar – Questão 3 
Qual das decisões a seguir pode estar sendo influenciada pelo viés da 
disponibilidade? 
 
A 
Um jovem decideformar uma banda de rock porque, em geral, esses artistas têm 
muita fama. 
 
B 
Um jovem decide ser bailarino porque acredita que a arte é uma forma de expressar 
suas alegrias e angústias. 
 
C 
Uma jovem decide seguir a carreira diplomática porque sonha com a possibilidade 
de morar fora do Brasil. 
Resposta correta letra a 
 
 
Leitura 
No seu dia a dia, você tem que tomar muitas decisões. 
Por exemplo: pela manhã, você prefere leite quente ou frio? Nas refeições, você 
coloca feijão sobre o arroz ou arroz sobre o feijão? Hoje, você decidiu usar uma 
camisa estampada ou lisa? Ontem, você escolheu ou não um tipo de música para 
ouvir? Em breve, você irá ou não alterar a foto do seu perfil em alguma rede social? 
A maioria dessas escolhas não envolve grandes riscos e não acarreta consequências 
que possam alterar o percurso de sua vida ou comprometer suas relações pessoais. 
Mas existem decisões que podem modificar significativamente seu comportamento 
ou impactar suas relações pessoais de forma desastrosa. Por exemplo: não usar o 
cinto de segurança é uma decisão que pode provocar de uma simples multa de 
trânsito à perda da vida. Postar certo comentário preconceituoso a respeito de uma 
pessoa (conhecida ou não) num aplicativo de troca de mensagens pelo celular 
pode provocar sérios danos à imagem dela e a você mesmo. 
Avaliar o impacto de uma decisão, observar os possíveis riscos gerados por ela e 
refletir sobre os ganhos e perdas de nossas ações são procedimentos que devem 
regular nosso comportamento cotidiano, pois são partes integrantes de um domínio 
fundamental de nossa vida: a habilidade em tomar decisões responsáveis. 
Analisando nossos comportamentos habituais, pode-se dizer que a maioria dos 
julgamentos que fazemos e das ações que realizamos é apropriada. Quando somos 
questionados sobre as razões que motivaram tais julgamentos ou ações, 
acreditamos que tomamos as decisões racionalmente e que raramente somos 
influenciados pela forma com que um problema se apresenta. 
No entanto recentes pesquisas realizadas no campo da neurociência revelam que 
somos muito menos racionais do que acreditamos ser e que nossas decisões estão 
sob constante influência de fatores externos e internos, que são conhecidos como 
vieses. 
Na aula anterior, mostramos, de maneira simplificada, que nossas ações podem ser 
regidas por dois sistemas cerebrais: o sistema automático, que é intuitivo, impulsivo e 
rápido, e o sistema elaborado, que é racional, consciente e lento. 
A maioria de nossas ações e julgamentos é realizada pelo sistema automático e isso, 
em grande parte, é suficiente para que possamos atuar em nosso cotidiano sem 
riscos elevados. 
Quando alguém nos oferece pipoca em um cinema, somos capazes de decidir se 
queremos ou não, sem desviar a atenção do filme. Não é necessário nenhum 
raciocínio muito elaborado para essa ação. Mesmo teclando no celular, somos 
capazes de confirmar uma escolha em uma lanchonete, sem prejuízo ao ato de 
digitar ou ao ato de confirmar a escolha. 
Por outro lado, o sistema elaborado entra em ação quando é necessária alguma 
reflexão mais aprofundada antes da tomada de decisão, exigindo concentração e 
um acentuado gasto energético. 
A decisão acerca de uma nova carreira profissional ou sobre casar-se ou não com 
uma pessoa não pode ser tomada de forma rápida e intuitiva. Afinal, nesses 
exemplos, uma escolha precipitada e com base em dados insuficientes pode 
conduzir a vida por caminhos indesejáveis, quando não desastrosos. 
Atualmente, o que se sabe é que os pensamentos que nos conduzem a julgamentos 
e ações estão constantemente contaminados por dados e referências que 
enviesam nossas avaliações, o que pode nos induzir a equívocos. 
Um desses vieses é o viés da disponibilidade, abordado cientificamente em um 
trabalho dos psicólogos Amos Tversky e Daniel Kahneman, de 1973, intitulado 
Availability: a heuristic for judging frequency and probability. De forma resumida, 
entende-se que nossos processos mentais que julgam a frequência e a 
probabilidade de certas ocorrências estão sob influência da facilidade com que 
certas informações vêm à mente. 
Vejamos um exemplo. Quem você acha que possui, em média, a maior 
remuneração no Brasil: professores universitários ou jogadores profissionais de 
futebol? 
A maior parte das pessoas não hesita em responder: são os jogadores de futebol. 
Certamente, essa avaliação está sob influência da frequência com que tomamos 
conhecimento dos valores salariais de certos jogadores de sucesso, porque esses 
dados são mais acentuadamente divulgados na mídia do que os salários dos 
professores universitários. 
Isso contribui para criar a falsa impressão de que, na média, jogadores de futebol 
são muito bem remunerados. Ao mesmo tempo, é um lugar-comum apontar o 
descaso da sociedade e dos governantes com relação ao ensino universitário, com 
destaque para os salários pouco atraentes dos professores. 
Assim, considerando as informações que estão mais disponíveis, é razoável que uma 
pessoa pense que, no Brasil, os jogadores de futebol são mais bem remunerados do 
que os professores universitários. No entanto, cerca de 83% dos jogadores 
profissionais de futebol no Brasil ganham menos do que dois salários mínimos por mês 
e só 2% dessa categoria recebe mais que 20 salários mínimos mensais. Na média, o 
salário de professores nas universidades públicas é cerca de dez vezes maior que o 
salário médio dos jogadores de futebol. 
Obter essas informações é muito importante, pois sabemos que questões salariais 
podem influenciar decisivamente nossas escolhas profissionais. 
Atualmente, os neurocientistas sabem que pessoas que se deixam conduzir pelo 
sistema automático são acentuadamente mais influenciadas pelo viés da 
disponibilidade, comparativamente às pessoas que exercitam um maior estado de 
vigilância. Esse estado – que podemos identificar com as ideias de prudência, de 
responsabilidade, de temperança, de atenção – é constantemente valorizado na 
Filosofia e na Literatura, como forma de evitar julgamentos precipitados e decisões 
equivocadas. Homero, em uma passagem célebre da Ilíada, dizia: “Olha ao mesmo 
tempo para frente e para trás”. É uma forma de dizer, poeticamente, que devemos 
desconfiar das avaliações impulsivas, sobretudo em questões mais relevantes para 
nossas vidas. 
Parabéns! 
Você terminou esta aula! 
 
Ted Talk "Dan Ariely pergunta: temos controle sobre as nossas decisões? ", apresenta 
os resultados de sua pesquisa e apresenta que não somos tão racionais como 
pensamos ser na tomada de decisões. 
 O site Lupa (https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/) é a primeira agência que faz a 
verificação quanto à legitimidade (fact-checking) de notícias divulgadas no 
Brasil. Afinal, divulgar fatos também deve ser uma decisão responsável; 
 
 
https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/
Das afirmações a seguir, qual está mais sujeita a interferências do viés da 
disponibilidade? 
 
A 
“Não confio em nenhum político.” 
 
B 
“Não gosto de coentro” 
 
C 
“Passo mal quando ando em montanhas russas.” 
 
 
Assinale a alternativa que não representa situações relacionadas ao viés da 
disponibilidade. 
 
A 
Ficar imaginando repetidamente cenas que estruturam o ciúme pode fazer a 
pessoa se portar como se tivessem ocorrido situações que nunca ocorreram. 
 
B 
Chegar a conclusões a respeito de determinado tema a partir de informações 
colhidas em redes sociais em grupos que defendem apenas um lado da questão. 
 
C 
Praticar atividade física de modo regular e alimentar-se de forma equilibrada, com 
orientação profissional, são posturas que podem aumentar o bem-estar. 
 
É comum que a soma das porcentagens do que cada integrante de um grupo 
acredita ter contribuído para a realização de um trabalho ultrapasse 100%. Como é 
possível explicar isso? 
 
A 
As pessoas tendem a superestimaras suas contribuições por terem mais facilidade 
de lembrar o próprio envolvimento no trabalho. 
 
B 
As pessoas tendem a subestimar suas contribuições, apoiadas na crença de que 
poderiam ter feito sempre mais. 
 
C 
As pessoas tendem a superestimar suas contribuições por acreditarem que o 
trabalho que realizaram é o mais importante. 
 
Leitura 
Nossos julgamentos e decisões podem ser enviesados pela disponibilidade de 
informações em nossa mente. 
É claro que lembrar mais facilmente determinados fatos é muito útil no nosso dia a 
dia. Qual o ponto de ônibus mais próximo de minha casa? Quanta água já tomei 
hoje? Qual o caminho mais curto para eu chegar ao trabalho? 
Mas nem sempre as informações mais facilmente disponíveis são as mais confiáveis. 
Por exemplo: em sua opinião, há atualmente mais consumidores de droga entre os 
jovens de escolas públicas ou de particulares? Muita gente responde: em escolas 
públicas! Mas isso é um equívoco. 
Segundo uma pesquisa realizada pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações 
sobre Drogas Psicotrópicas), que envolveu 51 mil estudantes do ensino fundamental 
e médio das redes pública e privada de Ensino em 2010, dos jovens que relataram o 
uso de qualquer droga (exceto álcool e tabaco), 9,9% pertencem à rede pública e 
13,6% à rede particular. 
Vejamos outra situação. Imagine que seus familiares estão em dúvida se, nas 
próximas férias, vocês irão viajar para a cidade do Rio de Janeiro ou para a bucólica 
cidade praiana de Mata de São João, no litoral norte da Bahia. Como segurança é 
muito importante, vocês resolvem que vão viajar para a cidade menos violenta e, 
para isso, resolvem pesquisar em que lugar ocorrem mais homicídios. 
Muita gente julgaria inicialmente que, entre as duas, o Rio de Janeiro seja mais 
violento. E isso é compreensível. Afinal, circulam muitas notícias na mídia com 
relação à violência no Rio de Janeiro. Mas observe os dados: em 2016, Mata de São 
João registrou 102,9 mortes por armas de fogo para cada 100 mil habitantes. 
Segundo o Mapa da Violência, em 2015, na cidade do Rio de Janeiro, ocorreram 
22,1 mortes por arma de fogo para cada 100 mil habitantes. Surpreendente, não é? 
Muitos julgamentos equivocados não geram consequências desastrosas. Porém, em 
algumas situações, temos que tomar decisões que podem afetar seriamente não só 
nosso rumo na vida, mas também nossas relações com outras pessoas. Quantas 
vezes você teve o impulso de romper a amizade com alguém, por alguma razão 
que julgou ser muito relevante? Em quantas outras você interpretou a ação de uma 
pessoa como agressiva, pensando até em vingança? 
Agora, vamos acionar nosso sistema elaborado. Será que o desejo de rompimento 
de uma amizade não foi gerado pelo fato mais recente e mais marcante sob ponto 
de vista negativo? Será que a melhor forma de responder a uma ação 
supostamente agressiva é com vingança? 
Quando realizamos tarefas em grupo, o viés da disponibilidade pode nos conduzir a 
avaliações errôneas. Em geral, tendemos a superestimar nossa participação. Isso se 
repete nas relações familiares, com relação a trabalhos domésticos. Em equipes 
esportivas, os atletas tendem a valorizar excessivamente suas participações, 
concluindo que se empenharam mais que os outros. Nesses casos, as informações 
sobre as próprias participações estão mais disponíveis à mente das pessoas. 
Essa postura individualista já foi amplamente debatida na Filosofia. Por exemplo: o 
alemão Friedrich Nietzsche, em Assim falava Zaratustra, afirmava: “Para ver muitas 
coisas é preciso desaprender a olhar para si mesmo. Essa dureza é necessária para 
escalar montanhas.” Em linguagem figurada, ele mostrava a importância de duvidar 
de nossas impressões sobre nós mesmos, para ter uma compreensão mais ampla da 
realidade. 
Muitas vezes, a disponibilidade das informações é influenciada pelas nossas 
lembranças, que podem ser ativadas em nossa mente por vários motivos. 
Costumamos memorizar o que é mais recente ou foi mais traumático. 
Suponha que você presenciou uma tentativa de assalto em certa localidade, o que 
lhe causou grande mal-estar. É provável que você decida evitar passar nesse lugar 
durante alguns dias, quando a lembrança ainda será muito forte. Mas, como nossa 
vida é muito complexa e novos eventos vão sobrecarregando nossa memória, com 
o passar do tempo, a lembrança do assalto fica menos disponível e, provavelmente, 
você voltará a transitar pelo local. 
Nosso estado emocional interfere em nossas lembranças. Pesquisas mostram que, 
quando estamos alegres, lembramo-nos mais facilmente de fatos alegres. Além 
disso, tendemos a avaliar e a julgar determinadas informações de modo mais 
positivo. Por outro lado, quando estamos deprimidos, lembranças tristes nos ocorrem 
com mais facilidade, e temos a tendência de fazer avaliações mais pessimistas. 
Parabéns! 
Você terminou esta aula! 
 
Saiba mais 
 O livro "Positivamente irracional", escrito pelo economista comportamental e 
pesquisador Dan Ariely, analisa o que realmente motiva as pessoas tanto na vida 
pessoal como na profissional. O pesquisador analisa temas como o 
comportamento de procrastinação e como a mente pode interferir no processo 
de tomada de decisão. 
 O artigo científico "Era óbvio que isso iria acontecer: Considerações sobre o viés 
retrospectivo", escrito por Bruno Stefani Ferreira de Oliveira e publicado na 
Revista de Psicologia de Fortaleza, apresenta uma revisão de literatura do 
conceito do viés retrospectivo e discute as implicações práticas e teóricas sobre 
o tema. 
Disponível em:www.periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/9278>; 
Acesso em: 9 dez. de 2019. 
 
http://www.periodicos.ufc.br/psicologiaufc/search#62
Quando estamos diante de necessidades mais primitivas, relacionadas à 
sobrevivência, nosso cérebro recruta, preferencialmente, 
 
A 
o sistema automático, que, em geral, decide pelas ações mais adequadas. 
 
B 
o sistema automático, que sempre decide pela ação pertinente. 
 
C 
o sistema elaborado, porque só ele é capaz de decidir corretamente. 
 
 
Autodisciplina, resistência a tentações, força de vontade e busca por gratificações 
a longo prazo são características 
 
A 
inerentes ao indivíduo, não podendo ser aprendidas ou desenvolvidas, e são 
comandadas pelo sistema automático, pois requerem pouco gasto de energia pelo 
cérebro. 
 
B 
inerentes ao indivíduo, não podendo ser aprendidas ou desenvolvidas, e são 
comandadas pelo sistema elaborado, uma vez que gastam bastante energia 
mental. 
 
C 
não inerentes ao indivíduo, podendo ser aprendidas e desenvolvidas, e são 
comandadas pelo sistema elaborado, exigindo esforço e gasto de energia mais 
elevado. 
 
 
Em geral, as pessoas com tendência a dependências apresentam predomínio mais 
ativo do sistema elaborado ou do sistema automático? 
 
A 
Do sistema automático, que conduz à satisfação imediata. 
 
B 
Do sistema automático, que sempre conduz a ações equivocadas. 
 
C 
Do sistema elaborado, que recruta mais energia cerebral. 
 
Leitura 
De acordo com o modelo que estamos adotando para as operações que regem 
nossos processos mentais, o sistema automático é rápido, tem baixo consumo de 
energia, é acionado involuntariamente e resolve grande parte dos problemas 
cotidianos que não exigem grandes reflexões; já o sistema elaborado é lento, tem 
grande consumo de energia e é acionado voluntariamente quando operações 
mentais elaboradas são requeridas. 
Na evolução da espécie humana, a luta pela sobrevivência impôs o 
desenvolvimento e a predominância do sistema automático. Por exemplo, diante 
de um predador carnívoro, tínhamos que reagir instantaneamente – lutar ou fugir – 
ou a morte prematura nos alcançaria. Nessa circunstância, grande parte de nossa 
energia era reservada para a ação muscular, com redução do fluxo sanguíneo para 
nossas vísceras e para nossocérebro. Portanto, nada mais natural que a prevalência 
do sistema econômico. 
Além disso, esse tipo de comportamento, tendo em vista nossa percepção limitada 
do tempo, foi muito útil por permitir interagir com o ambiente em busca de satisfazer 
as necessidades fisiológicas mais básicas, como fome, sede, frio, calor, reprodução, 
repouso, excreção, sono. Essa ação em busca da satisfação imediata é, 
primordialmente, conduzida pelo sistema automático. 
Mas, ao voltar nossa atenção para a sociedade moderna, notaremos que 
raramente iremos deparar com algum predador carnívoro. Para certa parcela da 
população, alimentos, estímulos sexuais e itens que nos confortam não representam 
mais artigos de difícil acesso. Nesse sentido, se deixamos o sistema automático ainda 
prevalecer em todas as decisões que envolvem recompensa a curto prazo, essa 
conduta pode nos levar à obesidade, ao vício em pornografia, à impulsividade 
generalizada, à dependência em jogos eletrônicos etc. 
É fato que nem todos os objetivos da vida são metas a longo prazo. Curtir encontros 
com amigos, deliciar-se com a comida favorita ou simplesmente não fazer nada é 
parte da vida e desfrutar desses momentos é muito importante. Entretanto, por 
vezes, satisfações a curto prazo podem gerar conflitos com a recompensa a longo 
prazo. O prazer imediato por um doce pode colocar em risco o tão sonhado sucesso 
de uma dieta. Todos concordam que basta um pequeno gole de uma bebida 
alcoólica, levando a uma imediata satisfação de um desejo, para arruinar a longa 
batalha de um indivíduo contra o vício. É um problema de controle de impulso. 
Em geral, as pessoas com tendência a dependências são aquelas nas quais o 
sistema automático, em busca da satisfação imediata, é mais ativo. Em 
contrapartida, indivíduos que são capazes de manter seu autocontrole, a fim de 
alcançar resultados mais duradouros e mais consistentes, colocam o sistema 
elaborado em ação quando estão em situações delicadas. 
É sabido que o ser humano, quando submetido a condições de sobrecarga física ou 
psicológica, tende a deixar o sistema automático prevalecer na busca de 
satisfações imediatas. Pessoas sob pressão ou submetidas a emoções negativas 
também apresentam dificuldade em acionar o sistema elaborado, responsável pelo 
autocontrole e pela tomada de decisão a longo prazo. 
Pesquisadores concordam que o autocontrole, embora apresente um componente 
genético, funciona como um músculo, podendo ser desenvolvido quando 
submetido a um treinamento correto. Manutenção do autoconhecimento, busca 
pela motivação em se autorregular, ter cuidado em analisar os riscos e pensar 
sempre nas consequências a longo prazo são regras essenciais para a tomada de 
decisões responsáveis. 
O processamento mental pelo sistema elaborado, como sabemos, consome muita 
energia e requer ainda mais energia para ser mantido. Estudos revelam que o 
exercício físico regular, o bom sono, a alimentação equilibrada, a prática espiritual 
e o contato social são alguns meios de deixar o sistema elaborado em alerta. 
Parabéns! 
Você terminou este curso! 
 
Saiba mais 
 O artigo "Comportamento de risco na adolescência", publicado pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, apresenta uma revisão de literatura 
sobre critérios de avaliação para comportamentos de risco na adolescência. 
Disponível 
em: www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/54698/000386001.pdf?sequenc
e=1&isAllowed=y>; 
Acesso em: 9 dez. de 2019. 
 O Ted Talk "Três maneiras de se planejar a longo prazo", apresentado por Ari 
Wallach, indica maneiras eficazes de aprender a pensar e a se planejar em uma 
perspectiva de longo prazo. 
Disponível em: 
 
Acesso em: 7 dez. de 2019. 
 O livro "O poder do hábito", de Charled Duhigg, explora a ciência por trás da do 
nascimento dos hábitos e estratégias eficazes para modificá-los. 
 O livro "Hábitos atômicos", de James Clear, se baseia em conceitos de biologia, 
psicologia e neurociência para propor ferramentas eficazes para mudanças de 
hábitos. 
 
 
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/54698/000386001.pdf?sequence=1&isAllowed=y%3E
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/54698/000386001.pdf?sequence=1&isAllowed=y%3E

Continue navegando