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Relatório CLAE - 2023 - Nota: 80%

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA
CAMPUS SALVADOR
AMANDA ANDRADE AMORIM
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA
Salvador
2023
2
Amanda Andrade Amorim
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
Relatório apresentado à disciplina de Análise
Instrumental I, ministrada pelo professor Walter
Gomes Júnior, como método avaliativo para a
turma 8841 do curso de Técnico em Química
Integrado no Instituto Federal da Bahia -
Campus Salvador.
Salvador
2023
3
RESUMO
Neste relatório, são apresentados os resultados e as discussões relacionadas ao
estudo da técnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Os
experimentos realizados tinham como objetivo compreender a aplicabilidade e a
função de cada procedimento relacionado à CLAE, analisando os diferentes
métodos, seus resultados e os fatores que interferem diretamente nesses processos.
Dessa forma, foi possível observar o efeito da variação do fluxo e do comprimento
de onda de detecção na análise de uma amostra de naftaleno. Além disso, foram
investigados os efeitos do tipo de fase móvel e do tipo de eluição por meio de
análises utilizando a CLAE. Adicionalmente, foi construída uma curva de calibração
para fins de quantificação.
Palavras chave: CLAE. Fluxo. Comprimento de Onda. Fase Móvel. Eluição.
Curva de Calibração.
4
SUMÁRIO
1.0 Objetivos……………………………………………………………………………5
1.1 Objetivo geral………………………………………………………………….…5
1.2 Objetivo específico……………………………………………………………...5
2.0 Introdução……………………………………………………………………….…6
3.0 Metodologia………………………………………………………………………..7
3.1 Efeito da variação de fluxo e de comprimento de onda de detecção na análise
de amostra de naftaleno por CLAE…………………………………………………..7
3.2 Efeito do tipo de fase móvel e do tipo de eluição em CLAE……………….7
3.3 Construção da curva de calibração do naftaleno, com 5 pontos, por CLAE…7
4.0 Procedimento Experimental…………………………………………………….8
4.1 Efeito da variação de fluxo e de comprimento de onda de detecção na análise
de amostra de naftaleno por CLAE…………………………………………………..8
4.2 Efeito do tipo de fase móvel e do tipo de eluição em CLAE……………….9
4.3 Construção da curva de calibração do naftaleno, com 5 pontos, por CLAE…10
5.0 Resultados e discussões………………………………………………………12
5.1 Efeito da variação de fluxo e de comprimento de onda de detecção na análise
de amostra de naftaleno por CLAE………………………………………………12
5.2 Efeito do tipo de fase móvel e do tipo de eluição em CLAE………………14
5.3 Construção da curva de calibração do naftaleno, com 5 pontos, por CLAE…18
6.0 Conclusão…………………………………………………………………………20
7.0 Referências……………………………………………………………………….21
5
1.0 OBJETIVOS
1.1 OBJETIVO GERAL
- Obter cromatogramas utilizando CLAE (Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência);
- Obter o cromatograma de substâncias utilizando diferentes condições;
- Compreender os dados apresentados após a efetuação da CLAE;
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
- Observar o efeito da variação de fluxo e de comprimento de onda de
detecção na análise de amostra de naftaleno por CLAE;
- Observar o efeito da variação do tipo de fase móvel e do tipo de eluição em
CLAE;
- Construir uma curva de calibração do naftaleno, com 5 pontos, por CLAE e
determinar a concentração do naftaleno em uma amostra desconhecida.
6
2.0 INTRODUÇÃO
A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC, sigla em inglês para
High-Performance Liquid Chromatography) é uma poderosa técnica analítica
amplamente utilizada em diversos campos científicos e industriais. Ela desempenha
um papel fundamental na separação, identificação e quantificação de substâncias
presentes em amostras complexas, como alimentos, produtos farmacêuticos,
materiais ambientais e muitos outros.
A CLAE baseia-se na interação diferencial entre os componentes de uma amostra
e uma fase estacionária, que é empacotada em uma coluna de alta eficiência
(CIOLA, 1998). Essa interação é mediada por uma fase móvel, que flui através da
coluna sob alta pressão, proporcionando uma separação eficiente e precisa dos
analitos. A alta eficiência da HPLC é alcançada por meio do uso de partículas
estacionárias de tamanho reduzido e alta superfície específica, o que resulta em
uma maior capacidade de separação e resolução dos picos cromatográficos. Além
disso, a CLAE oferece uma ampla gama de modos de separação, como
cromatografia por fase normal, fase reversa, troca iônica, exclusão por tamanho e
afinidade, permitindo a análise de uma variedade de compostos com diferentes
propriedades químicas (RODRIGUES, 2017). Devido a isso, sua versatilidade,
sensibilidade e precisão tornam-a uma ferramenta essencial tanto em laboratórios
de pesquisa quanto em controle de qualidade em indústrias.
7
3.0 METODOLOGIA
3.1 EFEITO DA VARIAÇÃO DE FLUXO E DE COMPRIMENTO DE ONDA DE
DETECÇÃO NA ANÁLISE DE AMOSTRA DE NAFTALENO POR CLAE.
Para analisar o efeito da variação de fluxo e de comprimento de onda de detecção
na análise de amostra de Naftaleno por CLAE, foi utilizado um equipamento de
cromatografia líquida de alta eficiência da VARIAN, com uma coluna cromatográfica
NST C8 sílica/octil de 250mm x 4,6mm x 0,5µm e a fase móvel utilizada foi o MeOH,
metanol. As variações aplicadas para a observação estão localizadas na Tabela 1,
presente na parte de procedimento experimental.
3.2 EFEITO DO TIPO DE FASE MÓVEL E DO TIPO DE ELUIÇÃO EM CLAE.
Para analisar o efeito da fase móvel em CLAE, foi utilizado o cromatógrafo
Agilent, com volume de injeção de 3 microlitros e temperatura da coluna de 35 graus
Celsius. A mistura a ser separada era composta por naftaleno, carbamazepina e
acetanilida (0,005 mol/L) utilizando as seguintes eluições como fase móvel: metanol
(100%), metanol:água (70:30) e - em modo gradiente - acetanitrila:água (50:50,
70:30 e 100:0). A fase estacionária da coluna era C18 (sílica ligada ao radical
octadecil).
3.3 CONSTRUÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO DO NAFTALENO, COM 5
PONTOS, POR CLAE.
Para efetuar a análise da construção da curva de calibração do naftaleno, com 5
pontos, por CLAE, as condições cromatográficas foram: volume de injeção de 10µL,
fluxo da fase móvel de 1 mL/min, temperatura da coluna de 35 graus Celsius e
comprimento de onda 260nm.
8
4.0 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1 EFEITO DA VARIAÇÃO DE FLUXO E DE COMPRIMENTO DE ONDA DE
DETECÇÃO NA ANÁLISE DE AMOSTRA DE NAFTALENO POR CLAE
1. Desgaseificar a fase móvel e colocar os recipientes nos respectivos lugares
com os tubos de conexão e filtros.
2. Remover as bolhas de ar entre o recipiente de fase móvel e a 1a válvula de
purga . Para isso, utilizar seringa de plástico.
3. Ligar o computador e o equipamento, e checar se a comunicação entre eles
foi estabelecida.
4. Remover as bolhas de ar entre a 1a válvula de purga e a 2a válvula de purga.
Para isso, abrir a 2a válvula de purga, ativar o controle manual e purgar as
linhas com fluxo elevado (por exemplo, fluxo de 3 mL/min e rampa de 1
minuto).
5. Fechar a 2a válvula de purga.
6. Aguardar a estabilização do sistema
7. Ativar ou construir o método de análise.
8. Ligar as lâmpadas.
9. Realizar as três análises da amostra de naftaleno 0,1 mol/L nas condições a
seguir, registrando os respectivos tempos de retenção e larguras de bandas
do pico do naftaleno.
Tabela 1. Condições cromatográficas para cada corrida
Corrida Fase
Móvel
Fluxo
(mL/min)
Comp. de
onda de
detecção
(nm)
Volume de
amostra
injetado
(µL)
Tempo
total de
corrida
(min)
1 MeOH 1 260 20 8
2 MeOH 1 600 20 8
3 MeOH 05 260 20 8
9
4.2 EFEITO DO TIPO DE FASE MÓVEL E DO TIPO DE ELUIÇÃO EM CLAE.
1. Ligar o equipamento de CLAE e o computador.
2. Desgaseificar as fases móveis e colocar os recipiente de fases móveis nos
respectivos lugares.
3. Remover bolhas entre o recipiente da fase móvel e a válvula de purga,
utilizando seringa de plástico.
4. Remover as bolhas de cada fase móvel, bolhas entre a válvula de purga e o
injetor, abrindo a segunda válvula de purga e urando MANUAL CONTROL,
com fluxo de 3 mL/min, e a rampa de 1min.
5. Desligar as bombas e fechar a válvula de purga número 2.
6. Estabilizar o sistema, usando a fase móvel desejada, com MANUAL
CONTROL tendo fluxo de 1 mL/min, na bomba A (ACN), o mesmo ocorre no
uso da bomba D (MeOH).
7. Criar método
8. Ativar o detector, ligando as lâmpadas.
9. Finalizar o MANUAL CONTROL, ativar cada método desejado e iniciar as
análises assim que o sistema estiver estabilizado.
Tabela 2. Condições de análise corrida 1 - Modo isocrático usando metanol
como fase móvel
Tempo (min) Fluxo
(mL/min)
MeOH (%) H2O (%) λ (nm)
0 1 100 0 254
8 1 100 0 254
10
Tabela 3. Condições de análise corrida 2 - Modo isocrático metanol:água
como fase móvel
Tempo (min) Fluxo (mL/min) MeOH:H2O (%) λ (nm)
0 1 70:30 254
8 1 70:30 254
Tabela 4. Condições de análise corrida 3 - Modo gradiente, iniciando com
acetonitrila
Tempo (min) Fluxo
(mL/min)
ACN (%) H2O (%) λ (nm)
0 1 100 50 254
2 1 70 30 254
10 1 50 0 254
4.3 CONSTRUÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO DO NAFTALENO, COM 5
PONTOS, POR CLAE.
1. Preparo da solução-estoque de 0,04 mol/L em hexano
a. Pesar 128 mg de naftaleno PA
b. Diluir, com hexano, em balão volumétrico 25 mL.
2. Preparo das soluções para a curva de calibração.
a. Preparar 5 soluções, em balões volumétricos de 5 ou de 10 mL,
tomando alíquotas da solução-estoque conforme a tabela abaixo.
11
Tabela 5. Condições para preparo de soluções.
Solução
desejado
Concentração
desejada
(mol/L)
Volume
necessário
para balão vol.
5 mL (mL)
Volume
necessário
para balão vol.
10 mL (mL)
1 0,0008 0,100 0,200
2 0,0012 0,150 0,300
3 0,0016 0,200 0,400
4 0,0020 0,250 0,500
5 0,0024 0,300 0,600
3. Criação do método de análise no CLAE.
4. Injeção das 5 soluções preparadas, em duplicata (o correto seria fazer 3
injeções de cada solução), e obtenção da média da área do pico de cada
solução
5. Injeção da amostra de concentração desconhecida e cálculo da
concentração.
12
5.0. RESULTADOS
5.1 EFEITO DA VARIAÇÃO DE FLUXO E DE COMPRIMENTO DE ONDA DE
DETECÇÃO NA ANÁLISE DE AMOSTRA DE NAFTALENO POR CLAE.
A prática a ser discutida a seguir foi feita com intuito de analisar as possíveis
mudanças oriundas da variação de fluxo - vazão da fase móvel - e comprimento de
onda na detecção de naftaleno (0,01 mol/L).
5.1.1 Análise da influência da variação do comprimento de onda.
Anteriormente à análise da variação do comprimento de onda, é necessário
observar aspectos do naftaleno, já que o mesmo consiste em um composto
hidrocarboneto aromático formado por uma junção de dois anéis benzênicos.
Figura 1. estrutura do Naftaleno.
Fonte: Vecteezy
Com isso, sabe-se que a absorção está estreitamente relacionada à presença de
pares de elétrons em conjugação nos anéis. O naftaleno, classificado como um
cromóforo, exibe insaturações de ligações covalentes em toda a sua estrutura, o que
resulta na manifestação de uma banda de absorção na região do espectro visível e
ultravioleta. Essa característica possibilita a análise a ser reproduzida com precisão,
desde que o comprimento de onda seja selecionado de forma a permitir a máxima
absorção da onda pelo composto.
No experimento, foi utilizado um detector que mede a resposta analítica com base
na capacidade das substâncias presentes na amostra de absorver ondas na faixa do
13
espectro visível e ultravioleta. A leitura, expressa em unidades de absorbância, que
basicamente indica a diminuição da intensidade da luz incidente, é então
relacionada ao tempo. Nesse contexto, quando o analito absorve um determinado
comprimento de onda de acordo com sua estrutura, é observada a formação de um
pico no gráfico, indicando a eluição do analito da coluna e sua absorção. Se não
houver a formação desse pico no gráfico, conclui-se que o comprimento de onda
utilizado não permite a máxima leitura de absorbância, tornando o detector
insensível para detectar o composto em questão.
Uma das corridas efetuadas não ocasionou na formação de picos no gráfico,
sendo ela com o comprimento de onda de 600 nm. Comparando com a literatura,
percebe-se que o resultado foi condizente, já que os comprimentos de ondas os
quais o naftaleno possui altas taxas de absorção são: 221 nm, 275 nm e 375 nm
(VON MÜHLEN, 2016).
5.1.2 Análise da influência da variação do fluxo da fase móvel.
Examinando os dados coletados (presentes na Tabela 1), percebe-se que a
alteração do fluxo impactou diretamente na mudança do tempo de retenção e na
largura da banda.
Tabela 6. Dados coletados nas corridas 1 e 2.
Corrida Fluxo (mL/min) Tr1 (min) LMA
1 1 3,558 9,7
2 0,5 7,144 17,0
Na Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, a difusão das moléculas da
amostra ao longo da coluna ocorre com uma transferência de massa lenta entre a
fase móvel, o que torna viável o uso de bombas para fornecer um fluxo contínuo do
líquido da fase móvel (NASCIMENTO, 2011). O preenchimento interno da coluna
consiste em partículas de diâmetro reduzido, geralmente entre 3 e 5 micrômetros,
que são porosas e contêm uma fase ligada de octilsilano. Essa fase reversa é
caracterizada pela ligação do grupo octil à sílica, tornando a fase estacionária de
baixa polaridade. Esses aspectos influenciam na efetiva retenção do naftaleno,
14
sendo que a eluição diferencial dele dependerá do fluxo da fase móvel, que nas
duas corridas é metanol.
É possível observar uma relação inversamente proporcional entre o valor do
fluxo e o tempo de retenção. Reduzindo a vazão de metanol pela metade (0,5
mL/min), consequentemente diminuindo a velocidade com que cada partícula da
amostra percorre a coluna, o tempo de retenção registrado foi aproximadamente o
dobro do tempo obtido com 1 mL/min . Portanto, é compreensível que a alteração do
fluxo da fase móvel afeta diretamente o tempo de retenção do analito, uma vez que
a velocidade de arraste das partículas é aumentada ou reduzida.
Partindo para análise da largura da banda, temos na teoria que as partículas
de um soluto apresentam movimentos distintos devido à ocorrência de inúmeras
transferências de fase entre a fase estacionária e a fase móvel durante sua eluição.
Isso ocorre devido ao fato de que cada molécula individual do soluto passa por
milhares de trocas entre as fases durante o processo (BACCAN, 2010).
Dessa forma, algumas partículas têm uma tendência de se mover
rapidamente na fase móvel na maior parte do tempo, enquanto outras são
retardadas, permanecendo na fase estacionária por um período mais longo do que a
média (VALENTE, 1983). Como resultado desses processos individuais aleatórios,
ocorre uma distribuição simétrica em torno do valor médio, que representa o
comportamento predominante das partículas. Esses processos aleatórios são
responsáveis pela largura da banda observada. Uma vez que o movimento da
molécula só pode ocorrer quando ela está na fase móvel, a largura de uma zona
aumenta à medida que se desloca ao longo da coluna, uma vez que há mais tempo
disponível para a migração ocorrer (UFJF, 2016).
Desse modo, ao reduzir o fluxo da fase móvel, ocorre um aumento do tempo
disponível para as transferências do soluto entre a fase móvel e a fase estacionária.
Como resultado, observa-se um alargamento da banda na saída da coluna - o que
corrobora com os dados obtidos.
5.2 EFEITO DO TIPO DE FASE MÓVEL E DO TIPO DE ELUIÇÃO EM CLAE.
15
Foram conduzidas três análises cromatográficas com o objetivo de investigar o
impacto da fase móvel e do tipo de eluição na análise de uma mistura contendo
naftaleno, carbamazepina e acetanilida em acetonitrila (0,005 mol/L). Observando os
cromatogramas abaixo e comparando com dados da literatura quando a polaridade
de cada composto, temos que a sequência de eluição é acetanilida, carbamazepina
e naftaleno, respectivamente.
Figura 2. Corrida 1 - Modo Isocrático com Metanol
Figura 3. Corrida 2 - Modo isocrático Metanol:água (70:30)
Figura 4. Corrida 3 - modo gradiente com acetonitrila
O naftaleno, a acetanilida e a carbamazepina possuem diferentes níveis de
polaridade.O naftaleno é considerado apolar, pois é composto por anéis benzênicos
unidos, o que resulta em uma estrutura eletronicamente simétrica e distribuição
16
uniforme de cargas (GARCIA, 2015). Por outro lado, tanto a acetanilida quanto a
carbamazepina apresentam grupos funcionais polares, como o grupo amida e o
grupo éster, respectivamente, em suas estruturas. Esses grupos conferem maior
polaridade das moléculas, tornando-as mais solúveis em solventes polares e mais
suscetíveis a interações intermoleculares, como ligações de hidrogênio. Portanto,
em comparação com o naftaleno, tanto a acetanilida quanto a carbamazepina são
mais polares.
Entre a acetanilida e a carbamazepina, a acetanilida é considerada mais polar. A
acetanilida possui um grupo funcional amida (-CONH2), que apresenta um dipolo
permanente devido à diferença de eletronegatividade entre o átomo de nitrogênio e
o átomo de carbono (BARREIRO, 2015). Esse grupo amida confere polaridade à
molécula, permitindo interações intermoleculares mais fortes, como ligações de
hidrogênio. Além disso, a acetanilida é mais solúvel em solventes polares do que a
carbamazepina. Por outro lado, a carbamazepina possui um grupo funcional éster
(-COO), que também possui uma certa polaridade (MURIE, 2015), mas em menor
intensidade em comparação ao grupo amida. Portanto, em termos de polaridade, a
acetanilida é mais polar que a carbamazepina.
É importante sinalizar que a fase estacionária é a C18, ou seja, a coluna está em
fase reversa devido a polaridade da mesma. Com base nisso e nas discussões
trazidas anteriormente, conclui-se que a sequência de eluição é, respectivamente,
acetanilida, carbamazepina e naftaleno.
Analisando os perfis cromatográficos de cada cromatograma, temos que o gráfico
da corrida 1 não possui uma resolução agradável, já que os picos 1 e 2 mantêm-se
muito próximos, dificultando a análise ideal de cada substância. Os outros dois
gráficos apresentam resoluções visualmente satisfatórias e a escolha da melhor
maneira de efetuar a eluição vai ser decidida a partir da análise do tempo de
retenção e da largura do pico de cada gráfico.
Tabela 7. Dados coletados quanto ao pico de acetanilida.
Tempo de retenção (min) Largura do pico (min)
Corrida 1 2,716 0,0677
17
Corrida 2 2,955 0,0788
Corrida 3 3,211 0,0761
Tabela 8. Dados coletados quanto ao pico de carbamazepina.
Tempo de retenção (min) Largura do pico (min)
Corrida 1 3,155 0,0591
Corrida 2 3,144 0,1057
Corrida 3 3,966 0,1004
Tabela 9. Dados coletados quanto ao pico de naftaleno.
Tempo de retenção (min) Largura de banda (min)
Corrida 1 5,639 0,6412
Corrida 2 6,398 0,1052
Corrida 3 5,957 0,0572
A partir da observação dos dados obtidos, percebe-se que a melhor resolução é
utilizando o método em gradiente de acetonitrila e água, já que um dos fatores que
deve ser analisado para definir a qualidade da CLAE é a largura de banda, que se
apresenta melhor que o segundo modo em duas das 3 corridas. Outro fator que
corrobora com a escolha do modo gradiente é o tempo de retenção, isso se dá pois
o último composto saí em menor tempo que em modo isocrático com metanol.
Após essas análises é importante discutir sobre o motivo da fase móvel com
metanol não ser tão favorável quanto a acetonitrila. Tanto a acetonitrila quanto o
metanol são solventes amplamente utilizados como fase móvel em cromatografia
líquida. Em relação à polaridade, o metanol é considerado mais polar do que a
acetonitrila.
O metanol possui um grupo hidroxila (-OH) em sua estrutura, o qual é altamente
polar devido à diferença de eletronegatividade entre o oxigênio e o hidrogênio
(SOLOMONS, 2009). Essa polaridade resulta em interações intermoleculares mais
18
fortes, como ligações de hidrogênio, e torna o metanol um solvente polar eficiente
para dissolver compostos polares e íons.
Por outro lado, a acetonitrila também possui uma polaridade significativa, porém
menor do que o metanol. Ela contém o grupo ciano (-CN), que é menos polar do que
o grupo hidroxila (GARCIA, 2015). Portanto, a acetonitrila é considerada um solvente
moderadamente polar.
Na escolha entre as duas substâncias como fase móvel em cromatografia líquida,
a polaridade desempenha um papel importante. O metanol é frequentemente
preferido para separações de compostos mais polares, enquanto a acetonitrila é
mais adequada para compostos menos polares. A seleção adequada da fase móvel
depende das características dos analitos e das condições de separação desejadas.
Considerando a discussão de polaridade de cada composto abordada
anteriormente, é possível inferir que - devido a sua polaridade moderada - a
acetonitrila é mais efetiva na separação da mistura da prática realizada.
5.3 CONSTRUÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO DO NAFTALENO, COM 5
PONTOS, POR CLAE.
A análise quantitativa na Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) é
fundamentada na formação dos picos cromatográficos no cromatograma, sendo que
as áreas desses picos estão diretamente relacionadas com a concentração do
analito. Em outras palavras, quanto mais concentrado for um composto, maior será o
seu pico e, consequentemente, sua detecção será mais intensa. Dessa forma, é
possível estabelecer uma relação gráfica linear entre a concentração (x) e a área do
pico (y).
Figura 5. Dados coletados (Concentração e área do pico)
19
Com base nos resultados obtidos, foi criado um gráfico de dispersão, no qual
foi adicionada uma regressão linear para determinar a equação e a correlação entre
os dados.
Gráfico 1. Curva de Calibração do naftaleno
A utilização da equação para a descoberta da concentração da amostra é
fundamental, e o cálculo é efetuado da seguinte forma:
𝑦 = 886515𝑥 − 155, 83
744, 30 = 886515𝑥 − 155, 83
900, 13 = 886515𝑥
𝑥 = 0, 0010 𝑚𝑜𝑙/𝐿
O resultado obtido no cálculo faz sentido quando comparado com as áreas
dos picos das concentrações nas quais o valor encontrado se mantém no meio.
O coeficiente de correlação linear, representado por R2, mede a relação entre
o eixo y e o eixo x. O valor obtido foi de aproximadamente 0,9963, o que indica uma
correlação altamente significativa entre os dados, atingindo uma relação ótima de
99,63%.
20
6.0 CONCLUSÃO
Ao realizar as práticas experimentais e redigir o relatório técnico-científico, foi
possível examinar como a variação do fluxo e do comprimento de onda influencia a
análise de amostras de naftaleno. Observaram-se e discutiram-se as diferenças nos
tempos de retenção e na largura de banda em cada método utilizado no
experimento. Em um estudo da mistura de naftaleno, carbamazepina e acetanilida,
foi analisado o efeito da fase móvel e do tipo de eluição na cromatografia líquida de
alta eficiência, com base nos princípios teóricos das eluições isocrática e em
gradiente. Por fim, para consolidar todos os conhecimentos adquiridos, foi
construída uma curva de calibração do naftaleno por meio de análise por CLAE
(cromatografia líquida de alta eficiência) utilizando soluções padrão, avaliando sua
linearidade e obtendo a concentração de naftaleno em uma amostra desconhecida.
21
7.0 REFERÊNCIA
[1] BACCAN (PDF). Universidade federal de juíz de Fora. Cromatografia Líquida.
Disponível em
<https://www.ufjf.br/baccan/files/2010/10/Aula-5-Cromatografia-l%C3%ADquida_04-0
7-16.pdf> Acesso em 30 de maio de 2023.
[2] BARREIRO, Eliezer J. Química Medicinal, 3a edição. Porto Alegre, 2015.
Disponível em
<https://play.google.com/store/books/details?id=agmsBAAAQBAJ&rdid=book-agmsB
AAAQBAJ&rdot=1&source=gbs_vpt_read&pcampaignid=books_booksearch_viewpor
t> Acesso em 31 de Maio de 2023.
[3] CIOLA, Remolo. Fundamentos da cromatografia líquida de alto desempenho.
1998. Disponível em
<https://www.estantevirtual.com.br/livros/ciola/fundamentos-da-cromatografia-a-liquid
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