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Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia O sistema respiratório é divido em zonas de condução e zonas respiratórias. As zonas de condição são responsáveis por transportar os gases, assim como umidificá- los e aquecê-los. Além disso, também está envolvida com a vocalização e com a filtração de partículas. Já a zona respiratória está relacionada com a produção de surfactantes e com a troca gasosa. A ventilação é o fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões. Uma vez que o ar atinge os alvéolos, os gases individuais, como oxigênio e o CO2, difundem-se do espaço alveolar para a corrente sanguínea. OBS: a difusão é o movimento de uma molécula de uma região de maior concentração para uma de menor concentração. A Lei de Fick diz que a transferência de um gás é proporcional a área do tecido, à diferença de pressão entre os dois lados e inversamente proporcional à espessura da barreira. Dessa forma, a diminuição da capacidade de difusão é dada pelas seguintes circunstâncias: Espessamento da barreira; Redução da área superficial; Redução da captação pelos eritrócitos; Desigualdade da relação ventilação e perfusão. A fibrose pulmonar é uma doença causada pela lesão e cicatrização dos pulmões. A doença torna o tecido que envolve os sacos aéreos dos pulmões mais grossos, impedindo a passagem do oxigênio para a corrente sanguínea. A próxima figura mostra as pressões parciais do oxigênio e do CO2 no ar, nos alvéolos e no interior do corpo. A PO2 alveolar normal ao nível do mar é de 100 mmHg. A PO2 do sangue venoso ao entrar no pulmão é de cerca de 40 mmHg. O oxigênio, portanto, move-se a favor do seu gradiente de pressão parcial (concentração), dos alvéolos para os capilares. Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia A difusão tenta manter a homeostasia e, assim, a PO2 do sangue arterial que deixa os pulmões é a mesma que a dos alvéolos: 100 mmHg. Quando o sangue arterial alcança os capilares teciduais, o gradiente é invertido. As células usam continuamente o oxigênio para a fosforilação oxidativa. Nas células de uma pessoa em repouso, a PO2 intracelular média é de 40 mmHg. O sangue arterial que chega às células tem uma PO2 de 100 mmHg. Devido a uma menor PO2 nas células, o oxigênio difunde- se a favor do gradiente de pressão parcial, ou seja, do plasma para as células. Mais uma vez, a difusão ocorre até o seu equilíbrio. Como resultado, o sangue venoso tem a mesma PO2 que as células. Por outro lado, a PCO2 é mais elevada nos tecidos do que no sangue capilar sistêmico, devido à produção elevada de CO2 durante o metabolismo celular. A PCO2 intracelular em uma pessoa em repouso é de cerca de 46 mmHg, comparada à PCO2 arterial, que gira em torno de 40 mmHg. Essa diferença faz o CO2 se difundir para fora das células, em direção aos capilares. A difusão ocorre até o equilíbrio, fazendo a PCO2 média do sangue venoso sistêmico girar em torno de 46 mmHg. Nos capilares pulmonares, o processo é inverso. O sangue venoso trazendo o CO2 das células tem uma PCO2 de 46 mmHg. A das células tem uma de 46 mmHg. A PCO2 alveolar é de 40 mmHg. Devido ao fato de a PCO2 no sangue venoso ser mais elevada que a alveolar, o CO2 no sangue move-se dos capilares para os alvéolos. Quando o sangue sai da circulação pulmonar, ele tem uma de 40 mmHg, idêntica à PCO2 alvéolos. O transporte de oxigênio no sangue tem dois componentes: o oxigênio que está dissolvido no plasma (PO2) e o oxigênio ligado à hemoglobina (Hb). Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia O oxigênio é pouco solúvel em soluções aquosas, e cerca de 3% de todo o oxigênio encontra-se dissolvido no sangue. Isso significa que a hemoglobina transporta aproximadamente 97% do oxigênio. A hemoglobina (Hb) é um tetrâmero de quatro cadeias proteicas globulares (globinas), cada uma centrada em torno de um grupamento heme contendo ferro. O átomo de ferro central de cada grupo heme pode ligar-se reversivelmente a uma molécula de oxigênio. A interação ferro- oxigênio é uma ligação fraca que pode ser facilmente rompida sem alterar a hemoglobina ou o oxigênio. Com quatro grupamentos heme por molécula de hemoglobina, uma molécula de hemoglobina tem o potencial de se ligar a quatro moléculas de oxigênio. A hemoglobina ligada ao oxigênio é conhecida como oxi-hemoglobina (HbO2). Curva de dissociação A forma da curva de saturação da HbO2 reflete as propriedades da hemoglobina e a sua afinidade pelo oxigênio. Se você olhar para a curva, você observará que a uma alveolar e arterial normal (100 mmHg), 98% da hemoglobina estará ligada ao oxigênio. Em outras palavras, à medida que o sangue passa pelos pulmões sob condições normais, a hemoglobina capta quase a quantidade máxima de oxigênio que ela pode transportar. A curva é quase plana em níveis mais elevados de Po2. Em uma PO2 acima de 100mmHg, mesmo grandes mudanças na PO2 causam apenas pequenas alterações nas porcentagens de saturação da Hb. A curva de dissociação da hemoglobina pode ser deslocada pelos seguintes fatores: Temperatura (ºC); Concentração de hidrogênio (pH) e pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2); Concentração de 2,3- bifosfoglicerato (2,3-BPG). OBS: o desvio da curva para direita reflete maior oferta de O2 para os tecidos (menor afinidade), já o desvio para esquerda aumenta o carregamento do O2 pela Hb (maior afinidade). O transporte dos gases no sangue inclui a remoção de dióxido de carbono, bem como o fornecimento de oxigênio às células. O dióxido de carbono é um Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia subproduto da respiração celular e é potencialmente tóxico, se não for excretado (removido do corpo). A PCO2 elevada (hipercapnia) faz o pH diminuir, situação conhecida como acidose. Extremos de pH interferem com as ligações de hidrogênio das moléculas e podem desnaturar proteínas. Níveis anormalmente elevados de PCO2 também deprimem a função do sistema nervoso central, causando confusão, coma e até mesmo morte. Por essas razões, o CO2 deve ser removido, tornando a homeostasia do CO2 uma importante função do sistema respiratório. O dióxido de carbono é mais solúvel nos fluidos corporais do que o oxigênio, porém as células produzem muito mais CO2 do que a capacidade de solubilização plasmática desse gás. Apenas cerca de 7% do CO2 está dissolvido no plasma do sangue venoso. O restante, aproximadamente 93%, difunde-se para os eritrócitos, sendo que 23% desse conteúdo se liga à hemoglobina (HbCO2) e 70% são convertidos em bicarbonato (HCO3-). 1. O CO2 difunde-se das células para os capilares sistêmicos. 2. Apenas 7% do CO2 permanece dissolvido no plasma. 3. Cerca de um quarto do CO2 liga-se à hemoglobina (23%), formando a carbaminoemoglobina. 4. Cerca de 70% do CO2 é convertido em bicarbonato e em H+. A hemoglobina tampona o H+. 5. O HCO3 chega ao plasma em troca de Cloro. 6. Nos pulmões, o CO2 dissolvido difunde-se do plasma para os pulmões. 7. Pela lei de ação das massas, o CO2 desliga-se da hemoglobina e difunde-se para fora dos eritrócitos. 8. A reação do ácido carbônico é revertida, trazendo o HCO3 de volta para os eritrócitos e convertendo-o a CO2. Efeito Haldane: é a expressão que designa o aumento da tendência do CO2 de deixar o sangue conforme aumenta a saturação da hemoglobina pelo oxigênio. Quando o oxigênio se liga a hemoglobina, há transformação do grupamento heme férrico num ácido mais forte. A acidificação da hemoglobina dificulta a ligação do CO2 e aumenta a quantidade de H+ na corrente sanguínea. Devido a menor ligação com a hemoglobina e ao ligamentodo hidrogênio ao bicarbonato, convertido em CO2 e água por ação da enzima anidrase carbônica, a concentração sanguínea de CO2 aumenta. O aumento da concentração sanguínea de CO2 leva a um deslocamento do equilíbrio químico no sentido de o eliminar e facilitar sua difusão pelas membranas celulares. Isso permite que ele deixe o sangue rapidamente pelos alvéolos pulmonares, difundindo-se no sentido da menor concentração de CO2 no ar alveolar.
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