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LUANA PASTORE – T4 1 Especialidades Clínico-Cirúrgicas – Retocolite Ulcerativa Na colite ulcerativa leve, a mucosa é granular, hiperêmica e edematosa em sua aparência. Como a doença se torna mais grave, a mucosa ulcera e as úlceras podem se estender para a lâmina própria. A colite ulcerativa começa no reto e pode se estender proximalmente em um padrão contínuo, mas ela afeta apenas o cólon. Pseudopólipos se podem formar devido à regeneração epitelial após ataques agudos recorrentes. Com doença crônica, a mucosa do cólon pode perder o padrão de dobras normal, o cólon pode encurtar e parecer mais estreito. No início da colite ulcerativa, a histopatologia é caracterizada por necrose epitelial, um infiltrado inflamatório agudo na própria lâmina, criptite, abscesso da cripta. Na doença crônica, são vistos um infiltrado linfocítico predominante e uma distorção da arquitetura da cripta. Manifestações Clínicas Os sintomas da doença intestinal inflamatória são variados e podem ser consequência da localização da doença, da duração da doença e quaisquer complicações anatômicas da doença. Sintomas Assim como com a doença de Crohn, os sintomas e sinais de colite ulcerativa dependem da extensão e gravidade da doença. No momento do diagnóstico, 14 a 37% dos pacientes tem pâncolite (afeta o colón por completo), 36 a 41% apresentam doença estendendo-se além do reto, e 44% a 49% revelam proctosigmoiditis. Os sintomas incluem hematoquezia, diarreia, tenesmo, passagem de muco, urgência para defecar e dor abdominal. No contexto de proctite ou proctosigmoiditis, os pacientes podem apresentar constipação com dificuldade para defecar. Com comprometimento do colônicos mais graves, os pacientes também podem ter perda de peso e febre. Os pacientes também podem ter náuseas e vômitos por causa de dor abdominal, fadiga por causa da anemia, e edema periférico por causa da hipoalbuminemia. LUANA PASTORE – T4 2 Avaliação Diagnóstica Avaliação Endoscópica Em um paciente com sintomas sugestivos de doença inflamatória intestinal e nenhuma evidência de infecção para explicar os sintomas, é essencial a avaliação endoscópica. (ignorar escores) O diagnóstico de colite ulcerativa é baseado em achados endoscópios e histopatológicos. No início do processo da doença, os pacientes desenvolvem eritema difuso da mucosa, com perda do pavilhão vascular da mucosa normal. Em doença discreta, a mucosa pode ter uma aparência granular e edematosa. Como a doença se torna mais grave, a mucosa fica mais friável, sangra facilmente quando é tocada e, eventualmente, pode ulcerar. Achados endoscópicos que começam no reto e podem se estender proximalmente em um padrão contínuo, afetam apenas o cólon. Pseudopólipos podem se formar devido à regeneração epitelial após ataques recorrentes em pacientes com doença de longa duração. Manifestações como distorção da cripta, inflamação da mucosa contínua a partir do reto, ausência de granulomas e ausência de doença do intestino delgado são consistentes com colite ulcerativa. Tratamento O objetivo da terapia clínica consiste em reduzir a inflamação e, subsequentemente, induzir e manter a remissão clínica. Os medicamentos usados para tratar a doença intestinal inflamatória incluem as categorias de 5-aminossalicilato, antibióticos, corticosteroides, imunomoduladores, e de biológicos. A terapia médica específica selecionada é de acordo com a localização, a extensão (não penetrantes e sem estenose, com estenose e penetrante, além da doença fistulizante), e a gravidade da doença. LUANA PASTORE – T4 3 5-Aminossalicilatos A 5-ASA, que atua como um anti-inflamatório tópico dentro do lúmen do intestino, é usada para tratar colite ulcerativa leve a moderada, assumindo também um papel limitado na doença de Crohn. Corticosteroides Os corticosteroides são usados principalmente para tratar as exacerbações de colite ulcerativa e doença de Crohn. As formulações orais podem ser usadas para a doença leve a moderada, enquanto os corticosteroides sistêmicos são usados para doença moderada a grave. Indica-se a budesonida como revestimento entérico para o tratamento da doença de Crohn ativa leve a moderada. Imunomoduladores Em pacientes que continuam sintomáticos, apesar da terapia a 5-ASA ou que apresentam doença de Crohn moderada a grave ou colite ulcerativa, análogos tiopurina podem ser utilizados; metotrexato também pode ser usado para a doença de Crohn moderada a grave. Antibióticos O papel dos antibióticos engloba a doença de Crohn, na qual o metronidazol, a ciprofloxacina, ou ambas, são terapias indutivas primárias para as fístulas perianais e fissuras. Produtos Biológicos Anticorpos para o fator-alfa de necrose tumoral (anti-TNF-alfa) incluem infliximabe, que é aprovado para o tratamento da doença A de Crohn de intensidade moderada a grave, fistulização da doença de Crohn e colite ulcerativa moderada a grave que não responde à terapia convencional. Adalimube (Humira) e certolizumab pegol (Cimzia) foram aprovados para tratar a doença de Crohn moderada a grave que não responde à terapia convencional. Tratamento Clínico da Colite Ulcerativa A distribuição anat6omica da colite ulcerativa orienta a terapia. As opções incluem supositórios, enemas de retenção, espuma tópica, terapia oral e a terapia parenteral. Os supositórios são eficazes para tratar da proctite a 20cm do cólon. Espuma tópica e enemas são eficazes para colite distal e do lado esquerdo. A terapia oral e a terapia parenteral são eficazes para todos os locais da doença. Proctite Para proctite ulcerativa ativa, o tratamento tópico com 5-ASA (enema e supositórios) em combinação com o oral é superior ao tratamento oral isoladamente. Enemas com corticosteroides, supositórios ou espuma podem também ser usados se 5-ASA falhar. Colite Extensa Para pacientes com colite de atividade leve a moderada e com extensão proximal ao cólon sigmoide, a escolha farmacológica inicial é o aminossalicilato oral; a eficácia aumenta com o aumento das doses. Em pacientes com mais de cinco ou seis evacuações por dia, em que o resultado mais rápido é desejado, ou que não responderem a 3 a 4 semanas de 5-ASA, o tratamento de escolha é a prednisona oral. Se os pacientes com colite ulcerativa grave não começarem a responder aos corticosteroides na equivalente dose de 60mg de metilprednisolona intravenosa dentro de 5 LUANA PASTORE – T4 4 dias ou não responderem completamente dentro de 7 a 10 dias, as opções incluem colectomia, infliximabe ou ciclosporina. A indicação mais comum de hospitalização em pacientes com colite ulcerativa é diarreia intratável, embora a perda de sangue seja também comum. Os pilares do tratamento para Retocolite ulcerativa grave são reidratação com líquidos intravenosos e corticosteroides intravenosos. Os pacientes que não melhorarem em 7 a 10 dias devem ser considerados tanto para colectomia, um ciclo de ciclosporinas intravenosa ou infliximabe. Terapia Cirúrgica Em casos de Retocolite ulcerativa, a colectomia total é o procedimento curativo. Pode haver necessidade de colectomia de emergência em casos de megacólon tóxico, ou em um grave ataque fulminante sem megacólon tóxico. A operação de rotina para colite ulcerativa é a proctocolectomia e ileostomia de Brooke. A operação alternativa mais popular é proctocolectomia total com uma anastomose bolsa ileal anal. Referências Goldman Cecil Medicina – 24ª edição, Volume 1 – Capítulo 143, Páginas 3049-3070.
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