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APG 07 - DIARREIA

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Eliminação excessivamente frequente de fezes moles ou 
malformadas. 
Pode estar relacionada com alguns fatores fisiológicos e 
patológicos. 
Tem como causa agentes infecciosos, intolerância 
alimentar, fármacos ou doença intestinal. 
As diarreias agudas com menos de 4 dias de duração 
são causadas principalmente por agentes infecciosos e 
têm evolução autolimitada 
Mecanismos Fisiopatológicos 
São categorizadas em osmótica, secretória, inflamatória, 
disabsortiva e funcional, sendo as 4 primeiras diarreias 
orgânicas e a última não orgânica. 
Diarreia osmótica: Ocorre por acúmulo de solutos 
osmoticamente ativos não absorvíveis no lúmen intestinal. 
Assim, ocorre retenção de líquidos intraluminais e 
consequentemente diarreia. É a partir desse mesmo 
mecanismo que funcionam os laxativos. Ex.: deficiência de 
dissacarídeos, alta ingestão de car¬boidratos pouco 
absorvíveis (sorbitol, manitol, lactulose), abuso de laxativos. 
Diarreia secretória: Distúrbio no processo hidroeletrolítico 
pela mucosa intestinal, por meio do aumento de 
secreção de íons e água para o lúmen ou inibição da 
absorção, por meio de drogas ou toxinas. 
Diferentemente da osmótica, tem gap osmolar baixo, não 
melhora com jejum e é responsável por um grande 
 
 
 
volume de fezes aquosas. Esse é o tipo de diarreia 
provocada por E. coli enterotoxigênica, Vibrio cholerae, 
Salmonella sp. 
Diarreia inflamatória: causada por uma alteração 
inflamatória, levando a produção de muco, pus e/ ou 
sangue nas fezes. Pode ter alteração laboratorial da 
calprotectina ou lactoferrina fecal. Entre as causas, 
destacam-se a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. 
Diarreia funcional: Nesse tipo de diarreia, a absorção e 
secreção estão normais, porém não há tempo suficiente 
para ocorrer a absorção desses nutrientes corretamente. 
Ocorre por hipermotilidade intestinal. Exemplos: síndrome 
do intestino irri¬tável e diarreia diabética (neuropatia 
autonômica). 
Diarreia disabsortiva: Também conhecido como 
esteatorreia. A causa dessa diarreia está associada a baixa 
absorção dos lipídios no intestino delgado. Por exemplo 
doença celíaca, doença de Crohn, doença de Whipple, 
giardíase, estrongiloidíase e linfoma intestinal. 
Doença associada a viagens mais comum, afetando 20% 
a 70% dos viajantes, principalmente aqueles que visitam 
países de baixa e média renda. 
bactérias entéricas e parasitas são mais prevalentes do 
que os vírus nos países em desenvolvimento e 
geralmente atingem o pico durante os meses de verão 
Incidência relatada de infecção por espécies de Shigella 
160 milhões de episódios em países com recursos 
limitados, principalmente em crianças 
Prevalência relatada de infecções por Giardia intestinalis 
20% - 30% em crianças em países com recursos 
limitados 
Começa subitamente e persiste por menos de 2 
semanas geralmente é causada por agentes infecciosos 
Patógenos entéricos causam diarreia por vários 
mecanismos. Alguns não são invasivos e não provocam 
inflamação, mas secretam toxinas que estimulam a 
secreção de líquidos. Outros invadem e destroem as 
células epiteliais e, deste modo, alteram o transporte de 
líquidos, de modo que a atividade secretória continua, mas 
a atividade absortiva é interrompida. 
DIARREIA NÃO INFLAMATÓRIA 
Está associada à eliminação de fezes líquidas volumosas, 
mas sem sangue; cólicas periumbilicais, distensão 
abdominal por gases; e náuseas ou vômitos. 
Causado por bactérias produtoras de toxinas (p. ex., S. 
aureus, E. coli enterotoxigênica, Cryptosporidium parvum, 
Vibrio cholerae) ou outros patógenos (p. ex., vírus, 
Giardia) que interrompem a absorção ou o processo 
secretório normal do intestino delgado. 
Vômitos abundantes sugerem enterite viral ou 
intoxicação alimentar por S. aureus. Embora geralmente 
seja branda, a diarreia (que se origina do intestino 
delgado) pode ser volumosa e causar desidratação com 
hipopotassemia e acidose metabólica (i. e., cólera). Como 
não há invasão dos tecidos, também não há leucócitos 
nas fezes. 
DIARREIA INFLAMATÓRIA 
Se caracteriza por febre e diarreia sanguinolenta 
(disenteria). 
Causado pela invasão das células intestinais (p. ex., Shigella, 
Salmonella, Yersinia e Campylobacter) ou toxinas 
associadas às infecções descritas antes por C. difficile ou 
E. coli 
Como as infecções associadas a esses microrganismos 
afetam predominantemente o intestino grosso, a 
eliminação de fezes é frequente, as fezes têm volume 
pequeno e a defecação está associada a cólicas no 
quadrante inferior esquerdo do abdome, urgência para 
defecar e tenesmo. 
A disenteria infecciosa deve ser diferenciada da colite 
ulcerativa aguda, que pode causar diarreia sanguinolenta, 
febre e dor abdominal. 
Diarreia que persiste por 14 dias não pode ser atribuída 
a patógenos bacterianos (exceto C. difficile) e o paciente 
deve ser avaliado a procura de outra causa de diarreia 
crônica. 
 
Os sintomas persistem por 4 semanas ou mais. 
Associada aos distúrbios como DII, SCI, síndromes de má 
absorção, doenças endócrinas (hipertireoidismo, 
neuropatia autônoma diabética) ou colite pós-irradiação. 
Existem quatro grupos principais de diarreia crônica: 
conteúdo intraluminal hiperosmótico; aumento dos 
processos secretórios do intestino; doenças inflamatórias; 
e processos infecciosos 
A diarreia factícia é causada pelo uso indiscriminado de 
laxantes ou pela ingestão excessiva de alimentos 
laxativos. 
DIARREIA OSMÓTICA 
a água é atraída para dentro do lúmen intestinal pela 
concentração hiperosmótica do seu conteúdo, a tal 
volume que o cólon não consegue reabsorver o excesso 
de líquido. 
Em pessoas com deficiencia de lactase, a intolerância à 
lactose se deve à ausência da enzima lactase no intestino 
delgado para degradar a lactose em glicose e galactose. 
A atividade inadequada de lactase possibilita que a lactose 
chegue ao intestino grosso. A flora no intestino grosso 
constitui uma via de resgaste para a digestão de lactose 
que é clivada em ácidos graxos de cadeia curta e gás, 
principalmente hidrogênio (H2), dióxido de carbono (CO2) 
e metano (CH4). 
A lactose não digerida pode provocar diarreia osmótica; 
os produtos de sua digestão bacteriana podem provocar 
diarreia secretória e distensão intestinal por gás, eventos 
que provavelmente provocam sintomas. 
Os sais de magnésio no leite de magnésia e em alguns 
antiácidos não são bem absorvidos e causam diarreia 
quando são ingeridos em quantidades expressivas. Outra 
causa de diarreia crônica é a redução do tempo de 
trânsito, que interfere na absorção. Em geral, a diarreia 
osmótica regride com a suspensão da ingestão alimentar. 
DIARREIA SECRETÓRIA 
Ocorre quando os processos secretórios do intestino 
estão exacerbados. 
Esse tipo de diarreia também ocorre quando ácidos 
biliares em excesso permanecem no conteúdo intestinal 
à medida que chegam ao cólon. Isso acontece 
frequentemente com as doenças do íleo, porque os sais 
biliares são absorvidos neste segmento intestinal. 
Também pode ocorrer quando há proliferação 
bacteriana excessiva no intestino delgado, interferindo na 
absorção da bile. 
Alguns tumores (p. ex., síndrome de Zollinger-Ellison e 
síndrome carcinoide) produzem hormônios, que 
aumentam a atividade secretória do intestino. 
DIARREIA INFLAMATÓRIA 
Associada comumente à inflamação aguda ou crônica, ou 
a uma doença intrínseca do intestino grosso, inclusive 
colite ulcerativa ou doença de Crohn. 
Evidencia-se por aumento da frequência e urgência para 
defecar e dor abdominal em caráter em cólica. Em 
muitos casos, a defecação se acompanha de tenesmo (i. 
e., esforço doloroso para defecar), incontinência fecal e 
despertar durante a noite com desejo urgente de 
defecar. 
Infecções parasitárias persistentes podem causar diarreia 
crônica por alguns mecanismos. Os patógenos associados 
mais comumente à diarreia crônica incluem os 
protozoários Giardia, E. histolytica e Cyclospora.Pacientes 
imunossuprimidos são especialmente suscetíveis aos 
agentes infecciosos causadores de diarreias agudas e 
crônicas, inclusive Cryptosporidium, citomegalovírus 
(CMV) e complexo Mycobacterium avium-intracellulare. 
O diagnóstico baseia-se nas queixas de defecação 
frequente e no relato de fatores associados, inclusive 
doenças coexistentes, uso de fármacos e exposição a 
possíveis patógenos intestinais. 
Os distúrbios como DII e doença celíaca devem ser 
considerados. 
Quando o início da diarreia está relacionado com uma 
viagem ao exterior, deve-se considerar a possibilidade de 
diarreia do viajante. 
Embora a maioria das diarreias agudas seja autolimitada e 
não requeira tratamento, a diarreia pode ser 
especialmente grave nos lactentes e nas crianças 
pequenas, nos pacientes com doenças coexistentes, nos 
idosos e nos indivíduos previamente saudáveis quando se 
estende por períodos longos. Desse modo, a reposição 
de líquidos e eletrólitos é incluída como um dos objetivos 
do tratamento da diarreia. 
Os fármacos usados para tratar diarreia incluem 
difenoxilato e loperamida, que são derivados opioides. 
Esses fármacos reduzem a motilidade GI e estimulam a 
absorção de água e eletrólitos. 
As preparações adsorventes como o caulim e a pectina 
adsorvem substâncias irritantes e toxinas do intestino. 
Esses ingredientes são incluídos em algumas 
preparações antidiarreicas de venda livre, porque 
adsorvem as toxinas responsáveis por alguns tipos de 
diarreia. O subsalicilato de bismuto pode ser usado para 
reduzir a frequência de eliminação de fezes malformadas 
e aumentar a consistência das fezes, principalmente nos 
casos de diarreia do viajante. 
Esse fármaco parece inibir a secreção intestinal causada 
por E. coli enterotoxigênica e pelas toxinas da cólera. Os 
fármacos antidiarreicos não devem ser usados por 
pacientes com diarreia sanguinolenta, febre alta ou sinais 
de toxemia em vista do risco de agravarem a doença. Os 
antibióticos devem ser reservados para pacientes com 
patógenos entéricos confirmados. 
 
 
 
 
JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; 
et al. Manual de medicina de Harrison. Grupo A, 2021. 
9786558040040. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978655
8040040/. 
NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Grupo GEN, 
2021. 9788527737876. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852
7737876/. 
DynaMed. Diarréia Aguda em Crianças. Serviços de 
informação da EBSCO. Acessado em 1º de março de 
2023. https://www.dynamed.com/approach-to/acute-
diarrhea-in-children 
 
 
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