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Úlceras Genitais APG 30: 1. Compreender os agentes etiológicos, epidemiologia, transmissão, fatores de risco, manifestações clínicas, diagnóstico e complicações da donovanose, sífilis, herpes, cancro duro e clamídia. INTRODUÇÃO Define-se ulceração como a perda completa da cobertura epidérmica com invasão para a derme subjacente. EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA Aproximadamente 70% dos casos de úlceras genitais atendidos em clínicas especializadas são decorrentes de IST, particularmente em adolescentes e adultos jovens. Como síndrome, as úlceras genitais não são agravos de notificação compulsória no Brasil, o que dificulta quantificar sua ocorrência. As úlceras genitais podem apresentar diferentes causas, como outras infecções, trauma, doenças inflamatórias (por exemplo, pênfigo, eritema multiforme, dermatite de contato, líquen plano erosivo ou erupção fixa por drogas) e lesões neoplásicas (por exemplo, carcinoma espinocelular ou outras neoplasias). O agente mais comumente encontrado em úlceras genitais é o vírus do herpes simples (herpes simplex virus, HSV), em seus tipos 1 e 2. O segundo agente mais comum é o Treponema pallidum, causador da sífilis. Esses agentes podem também ser encontrados em associação. O Brasil, de forma semelhante a outros países, enfrenta elevação importante nos casos de sífilis desde 2017. Em 2018, o país apresentou taxa de detecção de sífilis adquirida de 75,8 casos por 100 mil habitantes. O cancroide é causado pelo Haemophilus ducreyi, uma bactéria Gram-negativa de transmissão sexual. A doença, que ocorre com maior frequência em homens e nas regiões tropicais, vem sofrendo significativa redução, possivelmente em decorrência da introdução da abordagem sindrômica. O linfogranuloma venéreo é causado pela Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3, que são altamente invasivos. A transmissão é também atribuída a pessoas assintomáticas. É doença endêmica entre homens que fazem sexo com homens (HSH) na Europa, predominantemente infecções anogenitais e retais. A donovanose é causada pela Klebsiella granulomatis, sendo uma doença muito rara, mais encontrada em países de climas tropicais e subtropicais. Associada à transmissão sexual, possui transmissibilidade baixa e seus mecanismos de transmissão não são bem conhecidos. HERPES SIMPLES O herpes genital é a doença ulcerosa genital de maior prevalência e é uma infecção crônica. Os herpes-vírus são vírus encapsulados grandes com genoma bicatenar (hélice dupla). Existem três grupos e nove tipos de herpes-vírus que causam infecções nos seres humanos: 1. Vírus neurotrópico do grupo a, inclusive herpes-vírus simples tipo 1 (VHS-1; geralmente associado ao herpes labial, embora tenha crescido um número de infecções herpéticas anogenitais comprovadamente causadas pelo VHS-1) e tipo 2 (VHS-2) 2. Vírus varicela-zóster (causa varicela e herpes-zóster) 3. Vírus linfotrópicos do grupo b, inclusive citomegalovírus (causa citomegalovirose ou doença de inclusão citomegálica), vírus Epstein-Barr (causa mononucleose infecciosa e linfoma de Burkitt) e herpes-vírus humano do tipo 8 (provavelmente causa sarcoma de Kaposi). O HSV-1 e o HSV-2 são geneticamente semelhantes. Ambos causam diversas infecções primárias e recidivantes semelhantes e os dois podem causar lesões genitais. Esses vírus replicam-se na pele e nas mucosas infectadas (orofaringe ou genitália), onde causam lesões vesiculares da epiderme e infectam os neurônios que inervam a região. O HSV-1 e o HSV-2 são vírus neurotrópicos, ou seja, proliferam nos neurônios e compartilham da propriedade biológica de latência. O termo “latência” refere-se à capacidade de manter potencial patogênico, mesmo que não existam sinais e sintomas clínicos. No herpes genital, o vírus ascende pelos nervos periféricos até os gânglios das raízes dorsais sacrais O vírus penetra nas terminações dos nervos sensoriais e é transportado retrogradamente pelo axônio para as raízes dos gânglios dorsais, onde fica potencialmente latente por toda a vida. A reativação espontânea por várias causas resulta no transporte anterógrado de partículas/proteínas do vírus para a superfície, onde se dissemina, com ou sem formação de lesões. Postulou-se que mecanismos imunológicos controlariam a latência e a reativação (Cunningham, 2006). Estima-se que das mulheres norte-americanas entre 14 e 49 anos de idade, 21% tenham sido infectadas por HSV-2, e 60 % das mulheres são soropositivas para HSV-1 Muitas mulheres infectadas com HSV-2 carecem desse diagnóstico em razão de infecções leves ou não reconhecidas. As pacientes infectadas podem transmitir o vírus quando assintomáticas, e muitas infecções são sexualmente transmitidas por pacientes que desconhecem sua infecção. O maior número (65%) com infecção ativa é de mulheres. Sintomas: Os sintomas do paciente na apresentação inicial dependem basicamente de o paciente, durante o episódio atual, apresentar ou não anticorpos em função de exposição prévia. A taxa de ataque para indivíduos expostos sem anticorpos prévios é 70%. O período médio de incubação é de aproximadamente uma semana. Até 90% das pessoas sintomáticas em sua infecção inicial terão outro episódio em um ano. O vírus infecta células epidermais viáveis, e a resposta à infecção é formada por eritema e pápulas. Com a morte celular e a lise da parede celular, formam-se bolhas. A cobertura rompe-se, levando, em regra, à úlcera dolorosa. Essas lesões desenvolvem uma crosta e cicatrizam, mas podem ser infectadas secundariamente. As três fases das lesões são: ● vesícula com ou sem formação de pústula, com duração de aproximadamente uma semana, ● ulceração ● crosta Pode-se predizer que o vírus se dissemina durante as duas primeiras fases do surto infeccioso. Queimação e dor intensas acompanham as lesões vesiculares iniciais, e os sintomas urinários, como frequência e/ ou disúria, podem estar presentes em caso de lesões na vulva É possível haver edema local causado por lesões vulvares levando à obstrução uretral. De forma alternativa ou adicional, as lesões por herpes podem envolver vagina, colo uterino, bexiga, ânus e reto. É comum a paciente apresentar outros sinais de viremia, como febre baixa, mal-estar e cefaleia. Não há dúvidas de que a carga viral contribui para o número, o tamanho e a distribuição das lesões. Os mecanismos normais de defesa do hospedeiro inibem o crescimento viral, e a cicatrização se inicia em 1 a 2 dias. Para um paciente não infectado anteriormente, a fase vesicular ou inicial é mais longa. Há aumento no período de formação da nova lesão e a cicatrização é mais demorada. A dor persiste pelos primeiros 7 a 10 dias, e a cicatrização da lesão requer 2 a 3 semanas. Se um paciente tiver sofrido exposição anterior ao HSV-2, o episódio inicial será significativamente menos grave. A duração da dor e da sensibilidade dolorosa será menor, e o tempo de cicatrização será de aproximadamente duas semanas. Em geral, o vírus dissemina-se apenas durante a primeira semana. É comum haver recorrência após infecção por HSV-2, e quase dois terços dos pacientes apresentam sintomas prodrômicos ao surgimento da lesão. As parestesias precursoras, em geral, são descritas como prurido ou formigamento na região, antes da formação da lesão. Entretanto, os sintomas prodrômicos podem ocorrer sem que haja formação de lesão. As manifestações clínicas de pacientes com recorrência são mais limitadas, com sintomas perdurando apenas aproximadamente uma semana. Diagnóstico: O padrão-ouro para o diagnóstico de lesão(ões) herpética(s) é a cultura tecidual. A especificidade é alta, mas a sensibilidade é baixa e declina à medida que as lesões cicatrizam. PCR é de 1,5 a 4 vezes mais sensível do que a cultura, sendo provável que venha a substituí-la. Há testes sorológicos tipo-específicos para glicoproteína-G disponíveis para detectar anticorpos específicos para glicoproteína-G2 (HSV-2) e para glicoproteína-G1 (HSV-1). Apesar de esses testes pouco auxiliarem no diagnóstico, a identificação do tipo viral pode ser útil na avaliação de prognóstico e aconselhamento.Estima-se que o HSV-2 tenha maior transmissibilidade, incluindo a transmissão da gestante para o recém-nascido. SÍFILIS A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela espiroqueta Treponema pallidum, que é um organismo fino com forma de espiral e terminações afiladas. As mulheres com maior risco são aquelas pertencentes a grupos socioeconômicos desfavorecidos, as adolescentes, aquelas com início precoce da vida sexual e aquelas com um número grande de parceiros sexuais ao longo da vida. A taxa de acometimento para essa infecção é de aproximadamente 30%. T. pallidum é disseminado por contato direto com uma lesão úmida contagiosa, geralmente por relação sexual. Secreções repletas de bactérias podem transferir o microrganismo durante qualquer tipo de contato íntimo. Abrasões da pele podem ser outra porta de entrada. A transmissão transplacentária de T. pallidum da mãe para o feto depois da 16ª semana é rápida, de modo que a infecção materna em atividade durante a gestação pode causar sífilis congênita do feto. A sífilis não tratada pode causar prematuridade, morte fetal e anomalias congênitas, além de infecção ativa do feto/recém-nascido. Como as manifestações clínicas da sífilis materna podem ser sutis, o teste para sífilis é obrigatório para todas as gestantes. Depois de ser tratada para sífilis, a gestante geralmente é acompanhada ao longo de toda a gestação por dosagens repetidas dos títulos séricos. Sífilis primária: A lesão indicadora dessa infecção é chamada de cancro, onde as espiroquetas são abundantes. É uma úlcera clássica, isolada, firme ao toque, com bordas arredondadas levemente elevadas e uma base integrada não infectada. No entanto, pode se tornar infectada secundariamente e dolorosa. Em geral, os cancros são encontrados no colo uterino, na vagina ou na vulva, mas também podem se formar na boca ou ao redor do ânus. Essa lesão pode se desenvolver em 10 dias a 12 semanas após a exposição, com um período médio de incubação de três semanas. O período de incubação está diretamente relacionado ao grau de inoculação. Sem tratamento, essas lesões cicatrizam espontaneamente em até seis semanas. Sífilis secundária: Esta fase está associada à bacteriemia e desenvolve-se em seis semanas a seis meses após o surgimento do cancro. Sua manifestação é um exantema maculopapular que pode envolver todo o corpo e inclui palmas, plantas e mucosas. Assim como no cancro, esse exantema dissemina ativamente as espiroquetas. Nas áreas corporais quentes e úmidas, esse exantema pode produzir placas grandes, rosadas ou cinzas esbranquiçadas, altamente infecciosas, denominadas condylomata lata. Como a sífilis é uma infecção sistêmica, outras manifestações podem incluir febre e mal-estar. Além disso, sistemas orgânicos, como renal, hepático, osteo- articular e o nervoso central (SNC) (meningite), podem ser envolvidos. Sífilis latente: Denomina-se sífilis latente secundária o período de um ano após o surgimento de sífilis secundária sem tratamento, durante o qual podem surgir sinais e sintomas secundários. Entretanto, as lesões associadas a essas manifestações, em geral, não são contagiosas. A sífilis latente tardia é definida como aquela na qual se tenha passado um ano desde a infecção inicial. Sífilis terciária: Esta fase da sífilis não tratada pode surgir até 20 anos após a latência. Durante essa fase, evidencia-se o envolvimento cardiovascular, do SNC e do sistema musculoesquelético. No entanto, a neurossífilis e a sífilis cardiovascular são 50% menos comuns nas mulheres. Diagnóstico: As espiroquetas são finas demais para reter a coloração pelo Gram. A sífilis precoce é diagnosticada principalmente pelo exame em campo escuro ou pelo teste de imunofluorescência direta do líquido da lesão. Na ausência de diagnóstico positi- vo, o diagnóstico suposto pode ser confirmado com os testes sorológicos não treponêmicos: (1) teste VDRL ou (2) teste da reagina plasmática rápida (RPR) Como alternativa, pode-se optar pelos testes treponêmicos: (1) teste de absorção de anticorpo de treponema fluorescente ou (2) teste de aglutinação passiva para anticorpo contra Treponema pallidum Para rastreamento na população, os testes RPR ou VDRL são apropriados. Para aferições quantitativas dos títulos de anticorpos para avaliar a resposta ao tratamento, costuma-se utilizar os testes RPR ou VDRL. O resultado positivo em uma paciente que tenha sido tratada pra sífilis ou o aumento de quatro vezes no título (duas diluições) em paciente previamente tratada para sífilis determina a necessidade de confirmação com testes específicos para treponema. Assim, para a confirmação do diagnóstico em uma paciente com resultado positivo para teste não treponêmico de anticorpo ou com suspeita clínica de sífilis, as melhores opções são FTA-ABS ou TP-PA. Finalmente, para as medições quantitativas de títulos de anticorpos para avaliar a resposta ao tratamento, os testes mais utilizados são RPR ou VDRL. É importante observar que as mulheres com teste específico para treponema reativo provavelmente apresentarão teste positivo por toda a vida, mas até 25% podem negativar o exame após vários anos. CANCRO MOLE/CANCROIDE Cancro mole é uma das DSTs clássicas, mas é rara nos Estados Unidos. Aparece como erupção local, predominantemente em homens negros e hispânicos. É causada por um bacilo sem motilidade, não formador de esporos, facultativo, gram-negativo, o Haemophilus ducreyi. Em geral, o período de incubação é de 3 a 10 dias, e o acesso ao hospedeiro requer a presença de fissuras na pele ou na mucosa. O cancro mole não causa reação sistêmica, e não há síndrome prodrômica descrita. Sintomas: A paciente com a doença se apresenta inicialmente com uma pápula eritematosa que evolui para pústula que sofre ulceração em 48 horas. As bordas dessas úlceras dolorosas, em geral, são irregulares, com limites eritematosos sem enduração. A base da úlcera costuma ser avermelhada e granular e, em contraste com o cancro sifilítico, tem consistência amolecida. Em regra, as lesões são recobertas com material purulento e, quando secundadamente infectadas, exalam odor fétido. Nas mulheres as localizações mais comuns são a fúrcula vulvar, o vestíbulo, o clitóris e os grandes lábios. As úlceras no colo uterino ou na vagina podem ser duras. Simultaneamente, quase metade das pacientes desenvolverá linfadenopatia inguinal mole unilateral ou bilateral. Quando as úlceras são grandes e flutuantes, são chamadas de bubão. Às vezes podem supurar e formar fístulas, e sua drenagem resultará na formação de outra úlcera. Diagnóstico: O diagnóstico definitivo requer crescimento do H. ducreyi em meio específico, mas a sensibilidade para cultura é inferior a 80%. O diagnóstico é confirmado com a identificação de bastonetes gram-negativos, sem motilidade, em esfregaço coletado da lesão e corado pelo Gram. DONOVANOSE/GRANULOMA INGUINAL A doença ulcerativa genital granuloma inguinal também é conhecida como donovanose, e é causada por uma bactéria intracelular gram-negativa, Calymmatobacterium (Klebsiella) granulomatis. Essa bactéria é encapsulada e tem uma aparência característica na biópsia do tecido ou nos espécimes citológicos. Parece que o grau de contágio dessa doença é apenas médio, requerendo exposições repetidas, e possui um período longo de incubação, de semanas a meses. Sintomas: Apresenta-se com nódulos inflamatórios indolores, que progridem para úlceras altamente vascularizadas, avermelhadas e carnudas, que sangram com facilidade ao contato. Se secundariamente infectadas, podem se tornar dolorosas. Essas úlceras cicatrizam por fibrose, o que pode resultar em cicatrizes semelhantes a queloides. Os linfonodos, em geral, não estão envolvidos, mas podem aumentar de tamanho, e novas lesões surgirem junto aos canais de drena- gem linfática. Há relatos de lesões a distância Pode iniciar-se com uma úlcera de borda plana que evolui para uma úlcera hipertrófica ou vegetante, com fundo granuloso, sendo única ou múltipla, bem delimitada, que evolui lenta e progressivamente.Tem aspecto vermelho vivo e fácil sangramento à manipulação. Há predileção pelas dobras cutâneas ou mucosas, com frequente “configuração em espelho”. Não ocorre adenite, mas podem surgir pseudobubões na região inguinal (nódulos granulomatosos subcutâneos). A elefantíase genital é uma sequela tardia por fenômenos obstrutivos linfáticos. A disseminação extragenital é rara e, na maior parte das vezes, ocorre a partir de lesões genitais ou perigenitais primárias. O diagnóstico diferencial da donovanose inclui sífilis, cancroide, tuberculose e outras doenças granulomatosas, amebíase cutânea, neoplasias ulceradas e leishmaniose tegumentar americana Diagnóstico: Identificação de corpúsculos de Donovan ao exame microscópico de amostra corada com Wright-Giemsa. No momento, não há testes de PCR para DNA de C. granulomatis aprovados pela FDA. CLAMÍDIA/LINFOGRANULOMA VENÉREO Essa doença genital ulcerativa é causada pela Chlamydia tra- chomatis, sorotipos L1, L2 e L3, e é rara nos Estados Unidos. Assim como outras DSTs, essa infecção é encontrada em grupos socioeconômicos desfavorecidos, entre os indivíduos com múltiplos parceiros sexuais. O ciclo de vida da clamídia é formado por três fases. Inicialmente, partículas infectantes (corpos elementares) penetram na célula do hospedeiro, onde se desenvolvem, evoluindo para corpos reticulares metabolicamente ativos. A divisão binária dentro da célula permite que os corpos reticulares se transformem em múltiplos corpos elementares. Finalmente, estes corpos são liberados por exocitose. Sintomas: Em geral, a infecção divide-se em três fases, como se segue: (1) vesícula ou pápula pequena; (2) linfadenopatia inguinal ou femoral; e (3) síndrome anogenitorretal. Seu período de incubação varia entre três dias e duas semanas. As pápulas iniciais cicatrizam rapidamente e não deixam cicatrizes. Surgem principalmente na fúrcula vulvar e na parede vaginal posterior até o colo uterino. A inoculação repetida pode resultar em lesões em várias regiões. Durante a segunda fase, algumas vezes denominada síndrome inguinal, observa-se o aumento progressivo dos linfonodos inguinal e femoral. Os linfonodos aumentados e dolorosos podem fundir-se em qualquer lado do ligamento inguinal, criando um “bubão” característico, que aparece em até 20% das mulheres infectadas. Além disso, os linfonodos aumentados podem romper completamente a pele, resultando em drenagem crônica por fístulas. É possível haver febre antes do rompimento. É comum as mulheres com LGV desenvolverem infecção sistêmica e manifestarem mal-estar e febre. Além disso, pneumonia, artrite e hepatite são relatadas com essa infecção. Na terceira fase do LGV, a paciente desenvolve prurido retal e descarga mucoide pelas úlceras retais. Se forem infectadas, a descarga tornar-se-á purulenta. Essa apresentação é resultado da obstrução linfática que sucede a linfangite e que, em princípio, pode resultar em elefantíase da genitália externa e fibrose do reto. O sangramento retal é comum, e a paciente pode se queixar de cólicas, dores abdominais com distensão abdominal, dor retal e febre. É possível haver peritonite em consequência de perfuração intestinal. Também há relatos de estenose da uretra e da vagina. Diagnóstico: O LGV pode ser diagnosticado depois da avaliação clínica com exclusão de outras etiologias e teste positivo para clamídia. Uma sorologia com título 1:64 corrobora o diagnóstico. Além disso, pode ser realizada cultura para C. trachomatis ou teste por imunofluorescência ou PCR de amostras obtidas nos linfonodos por esfregaço ou aspiração. Referências HOFFMAN, Bárbara L.; SCHORGE, John O.; HALVORSON, Lisa M.; e outros Ginecologia de Williams . [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2014. E-book. ISBN 9788580553116. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/ 9788580553116/. Acesso em: 22 mai. 2023. Ramos, Mauro Cunha et al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: infecções que causam úlcera genital. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. v. 30, n. spe1 [Acessado 22 Maio 2023] , e2020663. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100010.e sp1>. ISSN 2237-9622. https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100010.es p1.
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