Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mecânica dos Sólidos 2 Prof. Jorge Neto Jorgesouzanetto@gmail.com Programação da Disciplina 14 datas até o final do primeiro semestre. Tópicos: Revisão de Forças; Flexão; Tensões de Cisalhamento; Deflexão de Vigas e eixos; Flambagem; Métodos de Energia. Revisão de Forças internas As forças que atuam nos corpos podem ser classificadas em: 1 - Forças Externas: representam a ação de outros corpos sobre o corpo em questão. Causam o movimento ou asseguram o equilíbrio do corpo. 2 - Forças Internas: são as forças que mantêm unidas os pontos que formam o corpo rígido. As forças internas surgem entre todas as partículas contíguas do corpo submetido à ação de uma carga externa. Em uma seção transversal, as forças internas são a resultante das forças distribuídas, que são produzidas devido as forças externas. Estas forças se distribuem de forma complexa na seção transversal. Devem ser tais que se cumpram as condições de equilíbrio de qualquer das partes do corpo em questão. Revisão de Definição de Forças Vamos considerar um corpo em equilíbrio submetido a um conjunto de forças, ativas e reativas. Seja uma seção qualquer S, submetida a um conjunto de forças em equilíbrio, que separa um corpo em duas partes A e B. Analisando o equilíbrio das partes A e B, tem-se que Forças em A ⇐ equilibram ⇒ Forças em B As ações exercidas pela parte A sobre a parte B equilibram as forças externas que atuam na parte B. Fazendo-se a redução deste sistema de forças interiores ao centroide G da seção S por intermédio das forças externas que atuam na parte B obtém-se as resultantes FR e MR. Para o caso de vigas, o carregamento é coplanar e atua perperdicularmente ao seu eixo Consideraremos somente: Esforço Normal – N Esforço Cortante – Q Momento Fletor – M Efeitos Causados pelos Esforços Simples Componente N – aproximar (esforço de compressão), ou afastar (esforço de tração), seções imediatamente próximas. Componente Q – provoca o deslizamento relativo entre seções paralelas devido é forças paralelas (em sentido oposto). Componente M – tende a fazer com que a seção gire em torno de um eixo localizado no seu próprio plano. Convenção de Sinais Vamos convencionar os sinais de N, Q e M da seguinte forma: Elementos longos e retos que suportam cargas perpendiculares a seu eixo longitudinal são denominados vigas. Vigas são classificadas de acordo com o modo como são apoiadas. As funções de cisalhamento (cortante) e momento podem ser representadas em gráficos denominados diagramas de esforço cortante (V ou Q) e momento fletor (M). Direções positivas indicam que o cortante provoca uma rotação em sentido horário e o fletor traciona a parte de baixo da seção. Represente graficamente os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga dada: O diagrama de corpo livre do segmento esquerdo + equilíbrio: Segmento esquerdo estende-se até a distância x na região BC. Esboçar os diagramas (observar o sentido + dos momentos!) Exemplo: Determine os diagramas para a viga abaixo: Determine os diagramas para a viga abaixo: Definição de Centroide O centroide C(x, y) de uma área plana é o ponto que define seu centro geométrico. Para determinar matematicamente a localização dos centroides usamos o método dos momentos: As fórmulas que definem o centroide de uma área plana dependem somente de sua geometria. A localização do centroide independe dos eixos Ox e Oy. O centroide C(x, y) de uma área plana é o ponto que define seu centro geométrico. O centro de gravidade G(xG, yG) considera uma função de peso específico γ(x, y). O eixo x coincide com a base do retângulo Faixa diferencial dA = b dy . Este resultado é válido para os dois outros lados do retângulo, considerando-se uma nova base e altura correspondente. O centroide de algumas áreas podem ser parcial ou completamente especificados por meio de condições de simetria. Se um corpo possui um eixo de simetria, centroide localiza-se sobre este eixo. Em alguns casos, o centroide encontra-se em um ponto que não se localiza no objeto. Exemplo: Determine o centroide da figura abaixo (dimensões em cm): Os momentos de inércia Ix e Iy são grandezas positivas: Momentos de Inércia: O produto de inércia Ixy podem assumir valores positivos e negativos: Algumas considerações: Os momentos de inércia variam de acordo com o eixo considerado. A unidade dos momentos de inércia é (comprimento)4 . Unidades usuais: mm4 , cm4 , m4; Exercício de revisão Diagrama momento fletor e cortante • Discutiremos as tensões que surgem em elementos de eixo reto submetidos à flexão; Ache o diagrama do momento fletor e cortante da viga. Exercício de revisão Diagrama momento fletor e cortante • Discutiremos as tensões que surgem em elementos de eixo reto submetidos à flexão; Ache o diagrama do momento fletor e cortante da viga. Flexão Pura • Discutiremos as tensões que surgem em elementos de eixo reto submetidos à flexão; • Discussão ficará limitada a elementos com área da seção transversal simétrica com relação a um eixo; • O momento fletor é aplicado perpendicularmente a um eixo de simetria. Revisão Flexão Pura As peças longas, quando submetidas à flexão, apresentam tensões normais elevadas. Por exemplo, para se quebrar um lápis, com as mãos, é mais eficiente tracioná-lo, comprimi-lo, torcê-lo, cisalhá-lo ou flexioná-lo? Neste caso, jamais se cogitaria tracioná-lo, comprimi-lo, torcê-lo ou cisalhá-lo; Um momento fletor de pequeno valor seria suficiente para produzir tensões de ruptura no material. Tipos de flexão (de acordo com os esforços atuantes): • Pura (somente momento fletor) • Simples (momento fletor e cortante) • Composta (momento fletor e esforço normal) • Normal ou reta: Quando o plano do momento contém um dos eixos centrais de inércia da seção. • Oblíqua: Quando nenhum dos eixos centrais de inércia da seção está contidos no plano do momento. Flexão reta: Flexão oblíqua: O momento flexiona a barra As retas longitudinais tornam-se curvas As retas transversais permanecem retas, mas sofrem rotação. A seção transversal de uma viga reta permanece plana quando a viga se deforma por flexão. Isso provoca uma tensão de tração de um lado da viga e uma tensão de compressão do outro lado. O momento (positivo) faz o material na parte inferior esticar-se e na parte superior comprimir- se Entre as duas regiões há a superfície neutra, onde as fibras não sofrem alteração de comprimento. Com base nessas observações fazemos as hipóteses: • O eixo longitudinal não sofre alteração de comprimento (eixo neutro – EN) • As seções transversais permanecem planas e perpendiculares ao EN • Qualquer deformação no plano da seção transversal será desprezada Determinação da deformação longitudinal: • ε varia de zero no eixo neutro até seu máximo nas extremidades • A lei de Hooke se aplica quando o material é homogêneo • O eixo neutro passa pelo centroide da área da seção transversal. Restrição: A seção transversal é simétrica. Distribuição de deformações: Distribuição de tensões: Eixo neutro Fórmula da flexão Seção retangular Seção composta simétrica Exercício Flexão Pura: Respostas Concentrações de tensão A fórmula para uma barra com um plano de simetria e uma seção transversal uniforme, e vimos na Seção 4.5 que ela seria precisa em todo o comprimento da barra somente se os momentos fletores M e M’ fossem aplicados usando-se placas rígidas e planas. Sob outras condições de aplicação das cargas, existirão concentrações de tensão junto dos pontos em que as cargas serão aplicadas. Tensões maiores também ocorrerão se a seção transversal da barra sofrer uma variação brusca. Foram estudados dois casos de interesse particular: o caso de uma barra chata com uma mudançabrusca na largura e o caso de uma barra chata com ranhuras. Como a distribuição de tensões nas seções transversais críticas depende somente da geometria dos elementos, podem ser determinados coeficientes de concentração de tensão para várias relações dos parâmetros envolvidos e podem ser registrados conforme mostram a seguir. O valor da tensão máxima na seção transversal crítica pode então ser expresso como: em que K é o coeficiente de concentração de tensão, e c e I se referem à seção crítica, isto é, à seção de largura d em ambos os casos considerados aqui. A figura mostra claramente a importância do uso de adoçamentos e ranhuras de raio r, o maior possível na prática. Cisalhamento Transversal Um carregamento transversal aplicado a uma viga resultará em tensões normais e de cisalhamento em qualquer seção transversal dessa viga. As tensões normais são provocadas pelo momento fletor M naquela seção e as tensões de cisalhamento, pela força cortante V. Como o critério dominante no projeto de uma viga quanto à resistência é o valor máximo da tensão normal na viga, nossa análise esteve limitada à determinação das tensões normais. No entanto, as tensões de cisalhamento podem ser importantes, particularmente no projeto de barras de paredes finas e vigas curtas e grossas, e sua análise será o assunto desta seção. A Fig. acima expressa graficamente que as forças elementares normais e de cisalhamento aplicadas em determinada seção transversal de uma viga prismática com um plano vertical de simetria são equivalentes ao momento fletor M e à força cortante V. Seis equações podem ser escritas para expressar esse fato. Três delas envolvem somente as forças normais sx dA. Para a determinação dessas equações foi imposto que a soma das forças normais fosse zero e que as somas de seus momentos em relação aos eixos y e z fossem iguais a zero e M, respectivamente. Outras três equações envolvendo forças de cisalhamento txy dA e txz dA podem agora ser escritas. Uma delas expressa que a soma dos momentos das forças de cisalhamento em relação ao eixo x é zero e pode ser desconsiderada em vista da simetria da viga com relação ao plano xy. As outras duas envolvem as componentes y e z das forças elementares e são: Primeira dessas equações mostra que devem existir tensões de cisalhamento verticais em uma seção transversal de uma viga sob carregamento transversal. A segunda equação indica que a tensão de cisalhamento horizontal média em qualquer seção é zero. No entanto, isso não significa que a tensão de cisalhamento txz seja zero em todos os pontos. Força cortante na face horizontal de um elemento de viga Considere uma viga prismática AB com um plano vertical de simetria que suporta várias forças concentradas e distribuídas. A uma distância x da extremidade A separamos da viga um elemento CDDC de comprimento x que se estende por sua largura desde a sua superfície superior até um plano horizontal localizado a uma distância y1 da linha neutra. A força cortante horizontal por unidade de comprimento, que será representada pela letra q. Lembramos que Q é o momento estático em relação à linha neutra da parte da seção transversal localizada acima ou abaixo do ponto no qual q está sendo calculado, e I é o momento de inércia da seção transversal inteira em relação ao eixo que passa pelo centroide. Por uma razão que se tornará aparente mais adiante, a força cortante horizontal por unidade de comprimento q é também chamada de fluxo de cisalhamento. A fórmula do cisalhamento é usada para encontrar a tensão de cisalhamento na seção transversal. τ= tensão de cisalhamento no elemento V= força de cisalhamento interna resultante I = momento de inércia da área da seção transversal inteira t= largura da área da seção transversal do elemento Q = , onde A' é a porção superior (ou inferior) da área da seção transversal do elemento, definido pela seção onde t é medida e y' é a distância até o centroide de A', medida em relação ao eixo neutro. Distribuição de tensão de cisalhamento em vigas retangulares Distribuição de tensão de cisalhamento em vigas retangulares Distribuição de tensão de cisalhamento em vigas retangulares Viga de abas largas Distribuição de tensão de cisalhamento em vigas de abas largas Exemplo A viga é feita de madeira e está sujeita a uma força de cisalhamento vertical interna resultante V = 3 kN. (a) Determine a tensão de cisalhamento na viga no ponto P e (b) calcule a tensão de cisalhamento máxima na viga. Exemplo: Uma viga é feita de três pranchas, com seção transversal de 20 100 mm, pregadas umas às outras. Sabendo que o espaçamento entre os pregos é de 25 mm e que a força cortante vertical na viga é V 500 N, determine a força cortante em cada prego. Deflexão de vigas e eixos OBJETIVO deste tema: Linha elástica Muitas vezes é preciso limitar o grau de deflexão que um a viga ou eixo pode sofrer quando submetido a uma carga; portanto nesta aula discutiremos vários métodos para determinar a deflexão e a inclinação em pontos específicos de vigas e eixos. Os métodos analíticos incluem o método da integração, a utilização de funções de descontinuidade e o método da superposição. Além desses será apresentada uma técnica parcialmente gráfica denominada método dos momentos de áreas. Por fim, analisaremos métodos para determinar as reações dos apoios em vigas ou eixos estaticamente indeterminados. A deflexão de uma estrutura é causada por seu carregamento interno como a força normal, força cortante, ou momento fletor. Muitas vezes é interessante fazer um esboço da forma defletida da estrutura quando ela está carregada a fim de conferir parcialmente os resultados. Esse diagrama de deflexão representa a curva elástica ou lugar geométrico dos pontos que define a posição deslocada do centroide da seção transversal a o longo dos membros. Normalmente é necessário, para facilitar a análise, que o diagrama de momento para a viga ou estrutura seja traçado primeiro. Para isto, relembramos que : Um momento positivo tende a flexionar uma viga ou membro horizontal côncavo para cima: Um momento negativo tende a flexionar a viga ou membro côncavo para baixo: Na figura ao lado podemos observar algumas curvas de deflexão para duas situações: Convenção de sinais. Ao aplicar a equação anterior, é importante usar o sinal apropriado para M como estabelecido pela convenção de sinais que foi usada na derivação dessa equação. Também, tendo em vista que o ângulo de inclinação será muito pequeno, o seu valor em radianos pode ser determinado diretamente: Deflexões por integração da equação do momento fletor – Método de integrações sucessivas Apêndice Flambagem Neste capítulo, nosso interesse estará voltado para a estabilidade da estrutura, isto é, para sua capacidade de suportar determinado carregamento sem sofrer uma mudança abrupta em sua configuração. Nossa discussão estará relacionada principalmente com colunas, isto é, com a análise e o projeto de elementos prismáticos verticais suportando forças axiais. Primeiro, consideraremos a estabilidade de um modelo simplificado de coluna, consistindo em duas barras rígidas conectadas por um pino e uma mola e suportando uma carga P. Você observará que, se seu equilíbrio for perturbado, esse sistema voltará à sua posição de equilíbrio inicial desde que P não exceda um certo valor Pcr, chamado de carga crítica. No entanto, se P < Pcr, o sistema se afastará de sua posição original e se estabilizará em uma nova posição de equilíbrio. No primeiro caso, dizemos que o sistema é estável, e no segundo caso, dizemos que ele é instável. Fórmula de Euler para colunas biarticuladas Retornando à coluna AB considerada na seção anterior (Fig. 10.1), propomos determinar o valor crítico da força P, isto é, o valor Pcr da força para o quala posição mostrada na Fig. 10.1 deixa de ser estável. Se P > Pcr, o menor desalinhamento ou perturbação fará a coluna flambar, isto é, a coluna assumirá outra configuração de equilíbrio como esta mostrada na Fig. 10.2. A relação Lr é chamada de índice de esbeltez da coluna. Em vista das observações do parágrafo anterior, está claro que o valor mínimo do raio de giração r deverá ser usado no cálculo do índice de esbeltez e da tensão crítica em uma coluna. A Equação (10.13) mostra que a tensão crítica é proporcional ao módulo de elasticidade do material e inversamente proporcional ao quadrado do índice de esbeltez da coluna. O gráfico descrito em função de Lr é mostrado na Fig. 10.9 para o aço estrutural, considerando E 200 GPa e ϬE 250 MPa. Devemos ter em mente que não foi usado coeficiente de segurança no gráfico de scr. Notamos também que, se o valor obtido para scr, da Equação (10.13) ou da curva da Fig. 10.9, é maior do que a tensão de escoamento , esse valor não tem utilidade para nós, pois a coluna escoará em compressão e deixará de ser elástica antes que a flambagem ocorra Extensão da fórmula de Euler para colunas com outras condições de extremidade A fórmula de Euler anterior foi deduzida na seção anterior para uma coluna articulada em ambas as extremidades. Agora a força crítica Pcr será determinada para colunas com diferentes condições de extremidade. No caso de uma coluna com uma extremidade livre A suportando uma força P e uma extremidade engastada B (Fig. 10.10a), observamos que a coluna se comportará como a metade superior de uma coluna biarticulada (Fig. 10.10b). A força crítica para a coluna da Fig. 10.10a é então a mesma da coluna biarticulada da Fig. 10.10b e pode ser obtida por meio da fórmula de Euler (10.11) usando um comprimento de coluna igual a duas vezes o comprimento L real da coluna dada. Os comprimentos de flambagem correspondentes às várias condições de extremidade consideradas nessa seção são mostrados na Fig. 10.18. Carregamento excêntrico e fórmula da secante Nesta seção será abordado o problema de flambagem de coluna de uma maneira diferente, observando que a força P aplicada a uma coluna nunca é perfeitamente centrada. Chamando de e a excentricidade da força, isto é, a distância entre a linha de ação de P e o eixo da coluna (Fig. 10.19a), substituímos a força excêntrica dada por uma força centrada P e um momento MA Pe= (Fig. 10.19b). Está claro que, não importa o tamanho da força P e a excentricidade e, o momento MA resultante sempre provocará alguma flexão na coluna (Fig. 10.20). À medida que aumenta a força excêntrica, tanto o momento MA quanto a força axial P também aumentam, e ambos farão a coluna flexionar ainda mais. Visto dessa maneira, o problema de flambagem não é uma questão de determinar por quanto tempo a coluna pode permanecer reta e estável sob uma força cada vez maior, mas sim quanto se pode permitir que a coluna flexione sob uma força cada vez maior, sem que a tensão admissível seja ultrapassada e sem que a deflexão ymáx se torne excessiva. ou ou Métodos de Energia Neste método, mostraremos como aplicar métodos de energia para resolver problemas que envolvam deflexão. O capítulo começa com uma discussão de trabalho e energia de deformação, seguida pelo desenvolvimento do princípio da conservação de energia. Usando esse princípio, determinaremos a tensão e a deflexão de um elemento estrutural quando submetido a impacto. Em seguida, serão desenvolvidos o método do trabalho virtual e o teorema de Castigliano, e esses métodos serão usados para determinar o deslocamento e a inclinação em pontos sobre elementos estruturais e mecânicos. Energia de deformação Considere uma barra BC de comprimento L e seção transversal uniforme de área A, que está presa em B a um suporte fixo e que em C está submetida a uma força axial P que cresce lentamente, conforme figura abaixo. Conforme observamos na Seção 2.2, desenhando o gráfico da intensidade P da força em função da deformação x da barra, obtemos uma curva característica da barra BC. Vamos agora considerar o trabalho dU feito pela força P à medida que a barra se alonga de um pequeno valor dx. Esse trabalho elementar é igual ao produto da intensidade P da força pelo pequeno alongamento dx. Escrevemos: e observamos que a expressão obtida é igual ao elemento de área de largura dx localizado sob o diagrama força-deformação, conforme figura abaixo. O trabalho total U feito pela força enquanto a barra sofre uma deformação x1 é portanto: e é igual à área sob o diagrama força-deformação entre x 0 e x x1. O trabalho feito pela força P enquanto ela é aplicada lentamente à barra deve resultar no aumento de algum tipo de energia associada à deformação da barra. Essa energia é conhecida como energia de deformação da barra. Temos, por definição, Lembramos que o trabalho e a energia devem ser expressos em unidades obtidas multiplicando-se unidades de comprimento por unidades de força. Assim, se for usado o sistema de unidades SI, o trabalho e a energia serão expressos em N m; essa unidade é chamada de joule (J). No caso de uma deformação linear e elástica, a parte do diagrama força deformação envolvida pode ser representada por uma linha reta cuja equação é P= kx . Substituindo P na Equação (11.2), temos O conceito de energia de deformação é particularmente útil na determinação dos efeitos de forças de impacto sobre estruturas ou componentes de máquinas. Considere, por exemplo, um corpo de massa m movendo-se com uma velocidade v0 que se choca com a extremidade B de uma barra AB (Fig. 1a). Des prezando-se a inércia dos elementos da barra e considerando que não há dissipação de energia durante o impacto, concluímos que a energia de deformação máxima Um adquirida pela barra, conforme figura abaixo, é igual à energia cinética original T=1 /2 mv² do corpo em movimento. Determinamos então o valor Pm da força estática que teria produzido a mesma energia de deformação na barra, e obtemos o valor σm da maior tensão que ocorre na barra dividindo Pm pela área da seção transversal da barra. Densidade de energia de deformação Conforme notamos o diagrama força-deformação para uma barra BC depende do comprimento L e da área A da seção transversal da barra. A energia de deformação U definida pela Equação anterior, portanto, dependerá também das dimensões da barra. Para eliminar de nossa discussão o efeito do tamanho e dirigir nossa atenção às propriedades do material, será considerada a energia por unidade de volume. Dividindo a energia de deformação U pelo volume V= AL da barra (Fig. 11.1) e usando a Equação anterior, temos: Lembrando que P/A representa a tensão normal Ϭx na barra e x/L a deformação específica normal ϵx, escrevemos: Em que e1 representa o valor da deformação específica correspondente ao alongamento x1. A energia de deformação por unidade de volume, UV, é conhecida como densidade de energia de deformação e será representada pela letra u. Temos, portanto, A densidade de energia de deformação u é expressa em unidades obtidas dividindo-se as unidades de energia por unidades de volume. Assim, a densidade de energia de deformação em unidade do sistema métrico SI será expressa em : Notamos que a densidade de energia de deformação u é igual à área sob a curva da tensão em função da deformação específica, medida desde ϵx =0 até ϵx =1. Se o material é descarregado, a tensão retorna a zero, mas há uma deformação permanente representada pela deformação específica ϵp, e somente a parte da energia de deformação por unidade de volume correspondente à área triangular é recuperada. O restante da energia gasta na deformação do material é dissipada na forma de calor. O valor da densidade de energia de deformação obtida fazendo ϵ1= ϵR na Equação (11.4), em que ϵR é a deformação específica naruptura, é conhecido como módulo de tenacidade do material. Ele é igual à área total sob o diagrama tensão-deformação específica e representa a energia por unidade de volume necessária para fazer o material entrar em ruptura. Está claro que a tenacidade do material está relacionada com sua ductilidade, bem como a seu limite de resistência , e que a capacidade de uma estrutura para resistir a uma força de impacto depende da tenacidade do material utilizado O valor ue da densidade de energia de deformação obtido fazendo-se σ1= σE na Equação (11.7), em que σE é a tensão de escoamento, é chamado de módulo de resiliência do material. Temos: O módulo de resiliência é igual à área sob a parte reta OE do diagrama tensão-deformação específica e representa a energia por unidade de volume que o material pode absorver sem escoar. A capacidade de uma estrutura para resistir a uma força de impacto sem se deformar permanentemente depende claramente da resiliência do material utilizado. Como o módulo de tenacidade e o módulo de resiliência representam valores característicos da densidade de energia de deformação do material considerado, eles são ambos expressos em J/m³ ou seus múltiplos em unidades SI. Energia de deformação elástica para tensões normais Como a barra considerada na seção anterior estava submetida a tensões σx uniformemente distribuídas, a densidade de energia de deformação era constante em toda sua extensão e podia ser definida pela relação entre a energia de deformação U e o seu volume V, ou seja, U/V. Em um elemento estrutural ou peça de uma máquina com uma distribuição de tensão não uniforme, a densidade de energia de deformação u pode ser definida considerando-se a energia de deformação de um pequeno elemento de material de volume ΔV e escrevendo O valor da energia de deformação U de um corpo submetido a tensões normais uniaxiais: A expressão obtida é válida somente para deformações elásticas e é conhecida como energia de deformação elástica do corpo. Energia de Deformação para Carregamento Axial. Lembramos que, quando uma barra é submetida a um carregamento axial centrado, as tensões normais σx podem ser consideradas uniformemente distribuídas em uma seção transversal. No caso de uma barra de seção transversal uniforme sujeita em suas extremidades a forças iguais e opostas de intensidade P, a Equação resulta em: Energia de Deformação na Flexão. Considere uma viga AB submetida a um carregamento, e seja M o momento fletor a uma distância x da extremidade A. Desprezando por enquanto o efeito da força cortante e levando em conta somente as tensões normais σx=My/I, substituímos essa expressão e escrevemos: Exemplo . Energia de deformação elástica para tensões de cisalhamento Energia de Deformação na Torção. Trabalho e energia em razão de uma única carga Carga por impacto Em todo o texto, consideramos que todas as cargas são aplicadas a um corpo de um modo gradual tal que, quando elas atingem um valor máximo, permanecem constantes ou estáticas. Entretanto, algumas cargas são dinâmicas; isto é, variam com o tempo. Um exemplo comum é a carga provocada pela colisão de objetos, denominada carga de impacto. Especificamente, ocorre impacto quando um objeto atinge outro de modo tal que forças de grande intensidade são desenvolvidas entre eles durante um período muito curto. Assim, para uma deformação elástica da estrutura, podemos expressar o valor máximo da energia de deformação como: a tensão máxima: Notamos pela expressão obtida que a seleção de uma barra com um grande volume V e um baixo módulo de elasticidade E resultará em um valor menor da tensão máxima σm para um carregamento por impacto. Considerando n 2 na expressão, a barra BCD é submetida a uma força estática Pm, sua energia de deformação é Para Pm, determinamos a força estática que produz na barra a mesma energia de deformação do carregamento por impacto: A maior tensão ocorre na parte CD da barra. Dividindo Pm pela área A dessa parte, temos: substituindo Um, temos: Trabalho e energia devido a várias cargas Energia de deformação da viga quando atuam nela as forças P1 e P2 como Levando em conta apenas o efeito das tensões normais, determine a energia de deformação da viga prismática AB para o carregamento mostrado. Usando E 200 GPa, determine a energia de deformação devido à flexão, para a barra de aço e o carregamento mostrado. A barra AC é feita de alumínio e está submetida a um torque T aplicado em C. Sabendo que G 73 GPa e que a parte BC da barra é vazada e tem um diâmetro interno de 16 mm, determine a energia de deformação da barra para uma tensão de cisalhamento máxima de 120 MPa impacto 1 6 Slide 1: Mecânica dos Sólidos 2 Slide 2: Programação da Disciplina Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87 Slide 88 Slide 89 Slide 90 Slide 91 Slide 92 Slide 93 Slide 94 Slide 95 Slide 96 Slide 97 Slide 98 Slide 99 Slide 100 Slide 101 Slide 102 Slide 103 Slide 104 Slide 105 Slide 106 Slide 107 Slide 108 Slide 109 Slide 110 Slide 111 Slide 112 Slide 113 Slide 114 Slide 115 Slide 116 Slide 117 Slide 118 Slide 119 Slide 120 Slide 121 Slide 122 Slide 123 Slide 124 Slide 125 Slide 126 Slide 127 Slide 128 Slide 129 Slide 130 Slide 131 Slide 132 Slide 133 Slide 134 Slide 135 Slide 136 Slide 137 Slide 138 Slide 139 Slide 140 Slide 141 Slide 142 Slide 143 Slide 144 Slide 145 Slide 146 Slide 147 Slide 148 Slide 149 Slide 150 Slide 151 Slide 152 Slide 153 Slide 154 Slide 155 Slide 156 Slide 157 Slide 158 Slide 159 Slide 160 Slide 161 Slide 162 Slide 163 Slide 164 Slide 165 Slide 166 Slide 167 Slide 168 Slide 169 Slide 170 Slide 171 Slide 172 Slide 173 Slide 174 Slide 175 Slide 176 Slide 177 Slide 178 Slide 179 Slide 180 Slide 181 Slide 182 Slide 183 Slide 184 Slide 185 Slide 186 Slide 187 Slide 188 Slide 189 Slide 190 Slide 191 Slide 192 Slide 193 Slide 194 Slide 195 Slide 196 Slide 197
Compartilhar