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Vascularização do SNC

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Vascularização do Sistema Nervoso Central e Barreiras Encefálicas
Mulher de 61 anos de idade sofreu colapso no supermercado e estava em coma ao ser
internada no departamento de emergências do hospital local. Vinte e quatro horas depois,
ela recuperou a consciência e foi detectada com paralisia no lado esquerdo do corpo, que
envolvia principalmente o membro inferior. Também havia alguma perda sensitiva na perna
e no pé esquerdos. Ela era capaz de deglutir normalmente e não parecia ter dificuldade com
a fala. A hemiplegia e hemianestesia esquerdas sugeriram fortemente um acidente vascular
encefálico envolvendo o hemisfério cerebral direito. A restrição da paralisia e anestesia à
perna e ao pé indicava que a artéria cerebral anterior direita ou um de seus ramos fora
obstruída por um trombo ou êmbolo. O diagnóstico foi confirmado por tomografia de
emissão de pósitrons (PET), que mostrou ausência de fluxo sanguíneo através da área da
perna na face medial do hemisfério cerebral direito.
Os acidentes vasculares encefálicos (“derrames”) ainda são a terceira maior causa de
morbidade e morte nos Estados Unidos.
Vascularização do Sistema Nervoso Central
● O sistema nervoso é formado de estruturas nobres e altamente especializadas que
exigem, para seu metabolismo, um suprimento permanente e elevado de glicose e
oxigênio. Com efeito, a atividade funcional do encéfalo depende de um processo de
oxidação de carboidratos e não pode, mesmo temporariamente, ser sustentada por
metabolismo anaeróbico. Assim, o consumo de oxigênio e glicose pelo encéfalo é
muito elevado, o que requer um fluxo sanguíneo contínuo e intenso. → tem uma
especialização muito acentuada, necessita que “levem seu suprimento”
continuamente, sem interrupção
● A parada da circulação cerebral por mais de dez segundos leva o indivíduo à perda
da consciência. Após cerca de cinco minutos, começam a aparecer lesões
irreversíveis pois, como se sabe, a maioria das células nervosas não se regeneram.
● Os acidentes que acometem os vasos cerebrais estão cada vez mais comuns, esses
eventos que interrompem a circulação de determinadas áreas encefálicas, causando
necrose do tecido nervoso, e são acompanhados de alterações motoras, sensoriais
ou psíquicas, que podem ser características para a área e a artéria lesada.
● O fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado, sendo superado apenas pelo do rim e
do coração. Calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo uma quantidade de
sangue aproximadamente igual ao seu próprio peso.
● O encéfalo consome 20% do oxigênio disponível e recebe 15% do fluxo sanguíneo,
refletindo a alta taxa metabólica do tecido nervoso.
FSC = PA/RCV, fluxo sanguíneo cerebral é diretamente proporcional à pressão arterial e
inversamente proporcional à resistência cerebrovascular.
A resistência cerebrovascular depende sobretudo dos seguintes fatores:
a) pressão intracraniana - cujo aumento, decorrente de condições diversas e eleva a
resistência cerebrovascular;
b) condição da parede vascular - que pode estar alterada em certos processos patológicos,
como as arterioscleroses, que aumentam consideravelmente a resistência cerebrovascular;
c) viscosidade do sangue;
Jamil� Chahou�
d) calibre dos vasos cerebrais - regulado por fatores humorais e nervosos, estes últimos
representados por fibras do sistema nervoso autônomo, que se distribuem na parede das
arteríolas cerebrais. Entre os fatores humorais, o mais importante é o C02 , cuja ação
vasodilatadora dos vasos cerebrais é muito grande.
● O consumo de oxigênio varia entre as diversas regiões cerebrais. Verificou-se que o
fluxo sanguíneo é maior nas áreas mais ricas em sinapses, de tal modo que, na
substância cinzenta, ele é maior do que na branca, que o está relacionado com a
maior atividade metabólica da substância cinzenta.
Vascularização arterial do encéfalo
O encéfalo é suprido por duas artérias carótidas internas (sistema carotídeo) e duas
vertebrais (sistema vértebro-basilar) → todas são originadas no pescoço. As quatro artérias
situam-se dentro do espaço subaracnóideo, e seus ramos anastomosam-se sobre a face
inferior do encéfalo formando o círculo arterial do cérebro, também chamado de polígono de
Willis de onde sai as principais artérias para a vascularização cerebral.
Jamil� Chahou�
Artéria Carótida Interna:
A artéria carótida interna começa na bifurcação da artéria carótida comum, na qual
geralmente há uma dilatação localizada, denominada seio carótico. Agora, ela entra no
espaço subaracnóideo ao perfurar a aracnóide-máter e volta-se posteriormente até a
extremidade medial do sulco lateral do cérebro. Aqui, divide-se em dois ramos terminais,
artérias cerebrais anterior e média. Além de seus dois ramos terminais, a artéria carótida
interna dá os seguintes ramos mais importantes:
a) artéria oftálmica - emerge da carótida quando esta atravessa a dura-máter, logo abaixo
do processo clinóide anterior. Irriga o bulbo ocular e formações anexas; Supre o olho e
outras estruturas orbitais, e seus ramos terminais suprem a área frontal do couro cabeludo,
os seios etmoidais e frontais e o dorso do nariz.
b) artéria comunicante posterior - anastomosa-se com a artéria cerebral posterior, ramo da
basilar, contribuindo para a formação do polígono de Willis; Segue posteriormente acima do
nervo oculomotor para juntar-se à artéria cerebral posterior, formando assim parte do
polígono de Willis.
c) artéria corióidea anterior - dirige-se para trás, ao longo do trato óptico, penetra no corno
inferior do ventrículo lateral, irrigando os plexos coróides e parte da cápsula interna, os
núcleos da base e o diencéfalo.
● A artéria cerebral anterior é o menor ramo terminal da artéria carótida interna.As
artérias cerebrais anteriores se comunicam através de um ramo entre elas que é a
artéria comunicante anterior.
● A artéria cerebral média, o maior ramo da carótida interna, segue lateralmente no
sulco lateral do cérebro
Jamil� Chahou�
Artérias vertebral e basilar:
A artéria vertebral, ramo da primeira parte da artéria subclávia, ascende no pescoço
atravessando os forames nos processos transversos das seis vértebras cervicais superior.
Na margem inferior da ponte, une-se ao vaso do lado oposto formando a artéria basilar.
As artérias vertebrais dão origem às duas artérias espinhais posteriores (pode originar-se
da artéria vertebral ou da artéria cerebelar inferior posterior) e à artéria espinhal anterior (é
formada a partir de dois ramos, um de cada artéria vertebral próximo à sua terminação) que
vascularizam a medula.
A artéria cerebelar inferior posterior, o maior ramo da artéria vertebral, segue um trajeto
irregular entre o bulbo e o cerebelo
Originam ainda as artérias cerebelares inferiores posteriores, que irrigam a porção inferior e
posterior do cerebelo.
As artérias medulares são ramos muito pequenos que se distribuem ao bulbo.
A artéria basilar, formada pela união das duas artérias vertebrais, ascende em um sulco na
face anterior da ponte. Na margem superior da ponte, divide-se nas duas artérias cerebrais
posteriores que irrigam a parte posterior da face inferior de cada um dos hemisférios
cerebrais.
As artérias da ponte são numerosos vasos pequenos que penetram a substância da ponte
A artéria do labirinto é uma artéria longa e estreita que acompanha os nervos facial e
vestibulococlear no meato acústico interno e supre a orelha interna. Com frequência,
origina-se como ramo da artéria cerebelar inferior anterior.
A artéria cerebelar superior nasce próximo à terminação da artéria basilar. Curva-se ao
redor do pedúnculo cerebral e supre a face superior do cerebelo. Também supre a ponte, a
glândula pineal e o véu medular superior.
Jamil� Chahou�
A artéria cerebral posterior curva-se lateralmente e para trás ao redor do mesencéfalo e
recebe o ramo comunicante posterior da artéria carótida interna.
Ramos corticais suprem as faces inferolateral e medial do lobo temporal e as faces lateral e
medial do lobo occipital . Portanto, a artéria cerebral posterior supre o córtex visual. Ramos
centraisperfuram a substância cerebral e suprem partes do tálamo e do núcleo lentiforme,
bem como o mesencéfalo, a glândula pineal e o corpo geniculado medial. Um ramo
corióideo entra no corno temporal do ventrículo lateral e supre o plexo corióideo; também
supre o plexo corióideo do terceiro ventrículo.
Jamil� Chahou�
Círculo arterial do cérebro
Obstrução cerebral anterior do lado direito não traz tantos prejuízos, pois o lado esquerdo
consegue suprir, através da outra cerebral e da comunicante.
Artéria recorrente →
Lesão distal não interessa essa comunicação.
➔ O círculo arterial do cérebro, ou polígono de Willis, é uma anastomose arterial de
fonna poligonal e está situado na base do cérebro, onde circunda o quiasma óptico e
o túber cinéreo, relacionando-se ainda com a fossa interpeduncular.
➔ É formado pelas porções proximais das artérias cerebrais anterior, média e posterior,
pela artéria comunicante anterior e pelas artérias comunicantes posteriores, direita e
esquerda.
➔ A artéria comunicante anterior é pequena e anastomosa as duas artérias cerebrais
anteriores a diante do quiasma óptico. As artérias comunicantes posteriores unem,
de cada lado, as carótidas internas com as cerebrais posteriores correspondentes.
Deste modo, elas anastomosam o sistema carotídeo interno ao sistema vertebral.
IMPORTÂNCIA DO POLÍGONO DE WILLIS
O arranjo das artérias no Polígono de Willis cria uma redundância na circulação cerebral.
Se uma parte do círculo estiver bloqueada ou estreitada (estenose), ou se uma das
artérias que suprem o polígono está estreitada ou bloqueada, o fluxo sanguíneo dos
outros vasos sanguíneos pode muitas vezes preservar a perfusão cerebral o suficiente
para evitar sintomas de isquemia.
Jamil� Chahou�
Artérias para Áreas Específicas do Encéfalo:
● O tálamo é suprido principalmente por ramos das artérias comunicante anterior,
basilar e cerebral posterior.
● O mesencéfalo é suprido pelas artérias cerebral posterior, cerebelar superior e
basilar.
● A ponte é suprida pelas artérias basilar e cerebelares inferior anterior e superior.
● O bulbo é suprido pelas artérias vertebral, espinais anterior e posterior, cerebelar
inferior posterior e basilar.
● O cerebelo é suprido pelas artérias cerebelares superior, inferior anterior e inferior
posterior.
Território cortical das três artérias cerebrais e repercussões clínicas de suas
obstruções
➔ ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR
◆ A obstrução de uma das artérias cerebrais anteriores causa, entre outros
sintomas, paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado
oposto, decorrente da lesão de partes das áreas corticais motora e sensitiva,
que correspondem ao membro inferior e se localizam na porção alta dos
giros pré e pós-central (lóbulo paracentral → RESPONSÁVEL PELA ÁREA
MOTORA E SENSITIVA DA PERNA E DO PÉ).
Jamil� Chahou�
➔ ARTERIA CEREBRAL MEDIA
◆ Obstruções da artéria cerebral média, quando não são fatais, determinam
sintomatologia muito rica, com paralisia e diminuição da sensibilidade do lado
oposto do corpo (exceto no membro inferior), podendo haver ainda graves
distúrbios da linguagem. O quadro é especialmente grave se a obstrução
atingir também ramos profundos da artéria cerebral média (artérias estriadas)
que, como já foi exposto, vascularizam os núcleos da base e a cápsula
interna.
➔ ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR
◆ A artéria cerebral posterior irriga, pois, a área visual situada nos lábios do
sulco calcarino e sua obstrução causa cegueira em uma parte do campo
visual.
Jamil� Chahou�
VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO ENCÉFALO
● As veias do encéfalo, de um modo geral, não acompanham as artérias, sendo
maiores e mais calibrosas do que elas.
● Drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para as veias
jugulares internas, que recebem praticamente todo o sangue venoso encefálico.
● As veias jugulares externa e interna são as duas principais veias que drenam o
sangue da cabeça e do pescoço. As veias jugulares externas são mais superficiais e
drenam, para as veias subclávias, o sangue da região posterior do pescoço e da
cabeça. As veias jugulares internas profundas drenam a porção anterior da cabeça,
face e pescoço.
● As veias jugulares internas de cada lado do pescoço juntam-se com as veias
subclávias para formar as veias braquiocefálicas, que transportam o sangue para a
veia cava superior.
● As veias do cérebro dispõem-se de dois sistemas: sistema venoso superficial e
sistema venoso profundo. Embora anatomicamente distintos, os dois sistemas são
unidos por numerosas anastomoses.
○ Sistema Venoso Superficial – Drenam o córtex e a substância branca
subjacente. Formado por veias cerebrais superficiais (superiores e inferiores)
que desembocam nos seios da dura-máter.
○ Sistema Venoso Profundo – Drenam o sangue de regiões situadas mais
profundamente no cérebro, tais como: corpo estriado, cápsula interna,
diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro. A veia mais
importante deste sistema é a veia cerebral magna ou veia de Galeno, para a
qual converge todo o sangue do sistema venoso profundo do cérebro.
VEIAS CEREBRAIS SUPERFICIAIS
Jamil� Chahou�
DRENAGEM VENOSA DO ENCÉFALO As veias de paredes finas, sem válvulas, que
drenam o encéfalo perfuram a aracnóide e as lâminas meníngeas da dura-máter e terminam
nos seios venosos da dura-máter mais próximos, que drenam, em sua maior parte, para as
veias jugulares internas. As veias cerebrais superiores na face súpero lateral do encéfalo
drenam para o seio sagital superior; as veias cerebrais inferiores e a veia cerebral
superficial média, oriundas das faces inferior, póstero inferior e profunda dos hemisférios
cerebrais, drenam para os seios reto, transverso e petroso superior. A veia cerebral magna
(de Galeno) é uma veia única, mediana, que se forma no encéfalo pela união de duas veias
cerebrais internas; termina fundindo-se ao seio sagital inferior para formar o seio reto. O
cerebelo é drenado pelas veias cerebelares superiores e inferiores, que drenam a
respectiva face do cerebelo para os seios transverso e sigmóide
Jamil� Chahou�
VASCULARIZAÇÃO DA MEDULA
A medula espinhal é irrigada pelas artérias espinhais anterior e posterior, ramos da artéria
vertebral, e pelas artérias radiculares, que penetram na medula com as raízes dos nervos
espinhais.
● Artéria espinhal posterior direita e esquerda → As artérias espinhais posteriores
vascularizam a coluna e o funículo posterior da medula. As artérias espinhais
posteriores são pequenas na região torácica superior, e os primeiros três segmentos
Jamil� Chahou�
torácicos da medula espinal são particularmente vulneráveis a isquemia caso ocorra
oclusão das artérias segmentares ou radiculares nesta região.
● A artéria espinhal anterior → é um tronco único formado pela confluência de dois
curtos ramos recorrentes que emergem das artérias vertebrais direita e esquerda.
Nos segmentos torácicos superiores e inferiores da medula espinal, a artéria espinal
anterior pode ser pequeníssima. Caso as artérias segmentares ou radiculares
sofram oclusão nessas regiões, o quarto segmento torácico e o primeiro segmento
lombar da medula espinal são particularmente suscetíveis a necrose isquêmica.
→ Veias da Medula Espinal: As veias da medula espinal drenam para seis canais
longitudinais tortuosos que se comunicam superiormente dentro do crânio com as veias do
encéfalo e os seios da dura-máter. Elas drenam principalmente para o plexo venoso
vertebral interno.
BARREIRAS ENCEFÁLICAS
● Barreiras encefálicas são dispositivos que impedem ou dificultam a passagem de
substâncias entre o sangue e o tecido nervoso (barreira hematoencefálica) ou entre
o sangue e o líquor (barreira hematoliquórica).
● São locais onde substâncias encontram dificuldades ou total impedimento para
penetrar no tecido nervoso.
● Localizam-se no endotélio dos capilares cerebrais, apresentando “3” características
que os diferenciam dos demais endotélios capilares do corpo:
○ junções oclusivas
○ sem fenestrações → espaço entre as células
○ vesículaspinocitóticas raras
● A localização anatômica da barreira hematoencefálica foi objeto de controvérsias,
mas sabe-se hoje que ela está no capilar do sistema nervoso central. Este é
Jamil� Chahou�
formado pelo endotélio e por uma membrana basal muito fina. Por fora, os pés
vasculares dos astrócitos formam uma camada quase completa em torno do capilar
● FUNÇÕES DAS BARREIRAS
○ A principal função das barreiras é impedir a passagem de agentes tóxicos
para o sistema nervoso central,como venenos, toxinas, bilirrubina etc.
Impedem também a passagem de neurotransmissores encontrados no
sangue, como adrenalina. A adrenalina é lançada em grande quantidade na
circulação em certas situações emocionais e poderia alterar o funcionamento
do cérebro se não fosse barrada. Portanto, essas barreiras constituem um
mecanismo de proteção do encéfalo contra agentes que poderiam lesá-lo ou
alterar seu funcionamento.
CASOS CLÍNICOS (IMPORTANTE)
● Interrupção da Circulação Cerebral
○ As lesões vasculares do encéfalo são extremamente comuns, e o déficit
neurológico resultante depende do tamanho da artéria ocluída, do estado da
circulação colateral e da área do cérebro afetada. Os estudos clínicos e o
exame de material post-mortem enfatizaram a alta frequência de lesões nas
artérias carótida comum, carótida interna e vertebral no pescoço.
Síndromes Arteriais Cerebrais
Jamil� Chahou�
● Oclusão da Artéria Cerebral Anterior
Se a oclusão da artéria cerebral anterior for proximal à artéria comunicante anterior, a
circulação colateral geralmente é adequada para preservar a circulação. Uma oclusão distal
à artéria comunicante pode produzir os seguintes sinais e sintomas:
1. Hemiparesia e perda hemi sensitiva contralateral envolvendo principalmente a perna e o
pé (lóbulo paracentral do córtex)
2. Incapacidade de identificar objetos corretamente, apatia e alterações da personalidade
(lobos frontal e parietal)
● Oclusão da Artéria Cerebral Média
A oclusão da artéria cerebral média pode produzir os seguintes sinais e sintomas, mas o
quadro clínico varia segundo o local da oclusão e o grau de anastomoses colaterais:
1. Hemiparesia e perda hemi sensitiva contralateral envolvendo principalmente a face e o
braço (giros pré-central e pós-central)
2. Afasia se o hemisfério esquerdo for afetado (raramente, se o hemisfério direito for
afetado)
3. Hemianopsia homônima contralateral (lesão da radiação óptica)
4. Anosognosia se o hemisfério direito for comprometido (raramente, se o hemisfério
esquerdo for afetado)
● Oclusão da Artéria Cerebral Posterior
A oclusão da artéria cerebral posterior pode produzir os seguintes sinais e sintomas, mas o
quadro clínico varia segundo o local da oclusão e a disponibilidade de anastomoses
colaterais:
1. Hemianopsia homônima contralateral com algum grau de preservação macular (lesão do
córtex calcarino, preservação macular porque o pólo occipital recebe suprimento sanguíneo
colateral da artéria cerebral média)
2. Agnosia visual (isquemia do lobo occipital esquerdo)
3. Déficit de memória (possível lesão da face medial do lobo temporal)
● Oclusão da Artéria Carótida Interna
A oclusão da artéria carótida interna pode ocorrer sem causar sinais ou sintomas ou
ocasionar isquemia cerebral maciça, dependendo do grau de anastomoses colaterais.
1. Os sinais e sintomas são aqueles da oclusão da artéria cerebral média, incluindo
hemiparesia e hemianestesia contralateral.
2. Há perda parcial ou total da visão no mesmo lado, mas perda permanente é rara
(êmbolos desprendidos da artéria carótida interna chegam à retina através da artéria
oftálmica).
● Oclusão da Artéria Vertebrobasilar
As artérias vertebrais e basilar suprem todas as partes do sistema nervoso central na fossa
posterior do crânio e, através das artérias cerebrais posteriores, o córtex visual nos dois
lados. Os sinais e sintomas clínicos são extremamente variáveis e podem incluir os
seguintes:
1. Perda sensitiva ipsilateral da dor e temperatura na face e perda sensitiva contralateral da
dor e temperatura no corpo
2. Episódios de hemianopsia ou cegueira cortical total
3. Perda ipsilateral do reflexo nauseoso, disfagia e rouquidão em decorrência de lesões dos
núcleos dos nervos glossofaríngeo e vago
4. Vertigem, nistagmo, náusea e vômitos
5. Síndrome de Horner ipsilateral
6. Ataxia ipsilateral e outros sinais cerebelares
Jamil� Chahou�
7. Hemiparesia unilateral ou bilateral
8.Coma
Comprometimento do Fluxo Sanguíneo Cerebral
O comprometimento do fluxo sanguíneo cerebral pode ser causado por um grande número
de distúrbios, dos quais os mais importantes estão incluídos sob os seguintes títulos: (1)
doenças que alteram a pressão arterial, (2) doenças das paredes arteriais e (3) doenças
que resultam em obstrução da luz arterial.
● Doenças que Alteram a Pressão Arterial
○ Hipotensão Postural → Pacientes que se levantam após confinamento ao
leito por vários dias, soldados que permanecem em sentido por longos
períodos em um dia quente e devotos ajoelhados na igreja podem sofrer
acúmulo de sangue venoso nos membros ou redução do retorno venoso para
o coração, com consequente queda do débito cardíaco e diminuição da
pressão arterial. A pressão arterial geral é diminuída consideravelmente
antes que o fluxo sanguíneo cerebral seja reduzido.
○ Choque Físico e Psicológico → A queda profunda e prolongada da pressão
arterial que pode suceder um traumatismo físico, como um acidente
automobilístico ou cirurgia extensa, especialmente no idoso, cujas artérias
cerebrais já estão estreitadas por doença, pode levar o paciente a perder a
consciência. A hiperventilação e os estados de ansiedade podem reduzir o
fluxo sanguíneo cerebral por diminuição do conteúdo de dióxido de carbono
do sangue.
○ Alteração na Viscosidade Sanguínea → Na policitemia vera, o fluxo
sanguíneo cerebral é significativamente reduzido em virtude da elevação da
viscosidade do sangue.
○ Síndrome do Seio Carótico → O seio carótico, situado na extremidade
proximal da artéria carótida interna, é extremamente sensível a mudanças na
pressão arterial. A distensão da parede arterial suscita um reflexo que
alentece a frequência cardíaca e queda da pressão arterial. Isso decorre do
maior número de impulsos nervosos enviados pelo nervo para o seio
carótico, ramo do nervo glossofaríngeo, que conecta os centros
cardio-inibitório e vasomotor. Hipersensibilidade do reflexo ou compressão
externa pode levar a pressão arterial a cair bruscamente e produzir isquemia
cerebral e perda da consciência.
○ Cardiopatias → Toda doença cardíaca grave, como trombose coronariana,
fibrilação atrial, ou bloqueio atrioventricular, que causar diminuição acentuada
do débito cardíaco produzirá queda significativa da pressão arterial geral e
redução do fluxo sanguíneo cerebral.
● Doenças das Paredes Arteriais
○ A causa mais comum de estreitamento da luz das artérias que suprem o
encéfalo é o ateroma. Essa doença pode acometer as principais artérias que
suprem o cérebro no seu trajeto através do pescoço, bem como dentro do
crânio. Ademais, a deficiência da circulação cerebral pode ser agravada por
um episódio de trombose coronariana com sua hipotensão associada,
choque devido a procedimentos cirúrgicos, anemia intensa ou até mesmo
rotação da cabeça com compressão externa das artérias carótidas. A
degeneração ateromatosa das artérias cerebrais ocorre mais comumente a
Jamil� Chahou�
partir da meiaidade e frequentemente complica o diabetes e a hipertensão.
Quando há oclusão de uma artéria, o efeito depende do tamanho e da
localização do vaso. As células nervosas e suas fibras degeneram na área
avascular, e a neuróglia circundante prolifera e invade a área. Nos pacientes
com estreitamento generalizado das artérias cerebrais sem obstrução de
uma única artéria, o cérebro sofre atrofia difusa. Deve-se lembrar que uma
artéria ateromatosa muito estreita pode ser ocluída por um trombo, desse
modo obstruindo a luz totalmente.
● Doenças que Resultam em Obstrução da Luz Arterial
○ A embolia de uma artéria cerebral pode ocorrer deduas formas: (1) um
trombo (de longe a mais comum) e (2) glóbulos de gordura.
○ O trombo pode surgir em qualquer ponto sobre o revestimento endotelial
desde o lado esquerdo do coração até os vasos que originam as artérias
cerebrais. Um local de origem comum é uma placa ateromatosa sobre a
artéria carótida interna, carótida comum ou vertebral. Outra área é o local de
endocardite sobre a valva mitral ou aórtica ou o revestimento endocárdico de
um infarto do miocárdio após trombose coronariana. Nas mulheres, a
trombose cerebral é mais comum entre as usuárias de contraceptivos orais,
especialmente nas que recebem combinação de alta dose de
estrogênio-progesterona. A embolia gordurosa geralmente sucede fraturas
graves de um dos ossos longos. Glóbulos de gordura da medula amarela
macerada entram nas veias nutrícias, percorrem a circulação pulmonar e
terminam ocluindo múltiplas artérias cerebrais terminais pequenas.
Jamil� Chahou�
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (IMPORTANTE!!!)
VISTA LATERAL
Jamil� Chahou�
VISTA MEDIAL
Jamil� Chahou�
VISTA INFERIOR Nessa figura é possível observar o caminho percorrido pela
A. cerebral anterior.
Jamil� Chahou�

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