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→A própria indústria implanta esse programa para se autocontrolar, visando assegurar qualidade dos produtos fabricados BPF (Boas Práticas de Fabricação) PPHO (Procedimentos Padrão de Higiene Operacional) APPCC (Analise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) QUALIDADES DOS ALIMENTOS: Higiênico-sanitária; Sensorial; Nutricional Os programas de autocontrole existem para garantir as qualidades do alimento como um todo (devem provar por meio de evidencias que os produtos fabricados e comercializados não apresentam nenhum tipo de risco à saúde do consumidor) INTRODUÇÃO PROGRAMAS DE CONTROLE DE QUALIDADE/ PROGRAMAS DE AUTOCONTROLE →Programas implantados e monitorados pelos estabelecimentos, por meio do setor de controle de qualidade, visando assegurar a qualidade de seus produtos →O ideal é que a inspeção seja feita na fazenda, na indústria e no comercio Nas fazendas/propriedades rurais é BPP (Boas Práticas de Produção), sendo o M.V. RT responsável por essa propriedade responsável por implanta-lo (aspectos relacionados principalmente à sanidade animal como calendários de vermifugação e vacinal, higiene, limpeza e desinfecção, qualidade da água) No comercio é BPM (Boas Práticas de Manipulação), mas também nas panificadoras, supermercados, podendo ser implantado o BPF, dependendo se eles fabricam o alimento desde o início (qualidade da água, higiene do manipulador POR QUE OS ESTABELECIMENTOS SOB SIF SÃO OBRIGADOS A IMPLANTAR E MONITORAR OS PROGRAMAS DE AUTOCONTROLE? →A legislação de alimentos exige essa implantação (ponto de vista legal) →Conquista de mercado externo (exportação) →Com o PAC, o produto do estabelecimento fica mais seguro e melhor para o consumidor 1) Os estabelecimentos são responsáveis pela qualidade de seus produtos obrigatoriamente (atualização do RIISPOA, 2017) – é uma responsabilidade da empresa e não do Serviço de Inspeção, mas é tarefa deste monitorar/verificar se estão sendo cumpridos corretamente 2) Os estabelecimentos devem demonstrar, através de evidencias, que os produtos oferecidos aos consumidores são inócuos (através de análises, auditorias e documentação) O QUE É UM PRODUTO CÁRNEO DE QUALIDADE? →Característica sensorial adequada →Livre de matérias estranhas →De acordo com os padrões legais Qualidade nutricional Qualidade sensorial Qualidade higiênico-sanitária →Seguro para o consumidor POR QUE A QUALIDADE DA CARNE É IMPORTANTE? →A qualidade da matéria prima é extremamente importante, pois influencia diretamente na durabilidade (prazo de validade), rendimento, valor nutricional e características sensoriais do produto acabado Alimentos cuja qualidade higiênico- sanitária está comprometida representam um potencial risco à saúde publica OS PERIGOS DOS ALIMENTOS →Alimento seguro é aquele que não contém nenhum perigo que possa causar danos à saúde do consumidor Lembrara que todo alimento é contaminado, o que não pode conter é uma contaminação inaceitável/excessiva →Perigo = contaminação inaceitável de natureza biológica, química ou física, que possa causar dano à integridade do consumidor →Alimento não seguro = possui dose infectante capaz de causar danos à saúde do consumidor BIOLÓGICO →Mais comum, sendo as contaminações de origem acidental →Bactérias, vírus, fungos e insetos →Pode-se distinguir 2 grupos: visíveis a olho nu – macroscópicos (pragas, insetos e roedores) e não visíveis a olho nu – microscópicos (microorganismos, bactérias, fungos e vírus patogênicos e deteriorantes) →Fatores importantes: nº de microorganismos ingeridos (nível de contaminação/dose infectannte), sensibilidade do hospedeiro, multiplicação dos microorganismos no organismo, quantidade de toxina elaborada no alimento ou no organismo →Variáveis do microorganismo: potencial do microorganismo para causar a doença (patogenicidade), sensibilidade dos microorganisos às características do alimento e às condições ambientais e interações com outros microorganismos →Variáveis do hospedeiro: idade, condição física e estado geral de saúde e quantidade de alimento consumido →Deterioração de origem microbiológica →Infestação por pragas →Podem estar presentes nos alimentos por processamento industrial ineficaz →Leva a perdas de matérias primas e produtos finais (cerca de 50% das perdas) →Torna-se fundamental o desenvolvimento de métodos de detecção de agentes causadores de DTHA, assim como modernização dos sistemas de inspeção sanitária (aplicação dos princípios de análise de perigo e PCC e qualidade total) QUÍMICO →Contaminações acidentais ou propositais com substancias químicas na cadeia de produção →Substancia química, acidental ou intencionalmente, incorporada à carne e derivados durante o armazenamento e processamento →Exemplos: metais pesados, resíduos de medicamentos veterinários, pesticidas, produtos de limpeza, toxinas naturais (micotoxinas, toxinas estafilocócica, botulínica, etc), aditivos alimentares (nitrato, nitrito, sódio, potássio), químicos produzidos durante a fabricação (reação de ranço) O caso de antiparasitários e antimicrobianos em carnes e derivados: analise de detecção de contaminação química é dispendiosa e demorada →Para identifica-los pode-se fazer testes laboratoriais como o de cromatografia liquida FÍSICO →Contaminação acidental com objetos, sobretudo na produção e industrialização Qualquer objeto estranho à carne e derivados e que se incorpore acidentalmente Exemplos: pelos animais, fragmentos de embalagem, vidro, prego, cabelo, botão de roupa, adornos, tampa de caneta Origem: abate, materiais de embalagem, instalações, equipamentos e utensílios →Para identifica-los as indústrias têm detectores de metal para passar o alimento por eles (semelhante aos de aeroporto – portal ou raio-x), porém este detecta apenas se for metal, caso seja plástico ou outro material não será identificado EVOLUÇÃO DO CONTROLE DOS PERIGOS EM ALIMENTOS →Segurança dos alimentos: primeira e principal responsabilidade da indústria de alimentos →Até 1960: controle de qualidade tradicional (parâmetros definidos para o produto final) →1960: BPF (normas e procedimentos gerais) →1970: APPCC (EUA = conferencia nacional sobre proteção de alimentos nos EUA) →1993: codex alimentarius (incorporou o Guildelines for the applications of the HACCP system, com diretriz final aprovada em 1997) – comitê formando por países membros pensando em direcionar à qualidade dos alimentos e essas pessoas estabelecem diretrizes para segurança do produto →1995: PPHO (parte integrante das BPF, sendo itens de maior rigorosidade) BPP – BPF – PPHO – APPCC BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF) →Princípios, regras e procedimentos que regem o correto manuseio de alimentos, desde os cuidados com a matéria-prima até o produto final →Tem como principal objetivo a obtenção de insumos livres de contaminação, prevenção da contaminação cruzada entre produtos fabricados, prevenção contra condições que possibilitem a multiplicação de microorganismos e/ou produção de toxinas e a garantia da rastreabilidade do processo e produto FASE PRELIMINAR →Fase de conhecimento do funcionamento da indústria →Identificação dos aspectos de não- conformidade com as diretrizes das BPF →Checklist FASE DE PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO →Elaboração e implementação dos planos de ação para correções das não-conformidades FASE DE AUDITORIA →Consolidar a implantação do programa através de monitoração →Permitir informações para melhoria continua do processo ENGLOBAM 6 ASPECTOS GERAIS 1. Higiene pessoal e programa de treinamento 2. Projetos e instalações 3. Fabricação4. Limpeza e sanitização 5. Controle integrado de pragas e vetores urbanos (pode ser terceirizado, sendo feito por empresas especializadas) 6. Controle de qualidade (SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor) OBS: são aplicáveis a qualquer indústria que fabrique alimentos →O caso da indústria de carne e derivados (linguiça calabresa) 1. Higiene pessoal: colaboradores e funcionários (manipulação durante a fabricação) 2. Instalações: cutter, misturador, embutideira, câmaras frias 3. Fabricação: qualidade da carne, embutimento, estocagem, transporte 4. Limpeza: equipamentos, qualidade da água 5. Controle de pragas: insetos, roedores (iscas externas, ou seja, não podem estar no local onde se fabrica e manipula os alimentos – contato direto) 6. Controle de qualidade: recall, SAC, rotulagem, documentação e registros (planilhas de controle) BPF: aspectos gerais de infraestrutura e instalações o Não conformidade: mangueiras abertas no chão, ralo aberto e piso em más condições, cabeamento elétrico exposto, arremates inadequados em vazamentos de tubulações BPF: aspectos gerais de higiene pessoal e comportamento de visitantes o Não conformidade: funcionário sem gorro e mangas curtas, possibilitando a queda de pelos no produto, visitantes sem proteção para o cabelo PROCEDIMENTOS PADRÃO DE HIGIENE OPERACIONAL (PPHO) →Itens fundamentais do Programa BPF priorizados e necessitam de melhor detalhamento, monitoração, controle e verificação 1. Potabilidade da água: ingrediente e veiculo de higienização – ETA, substancias químicas e [ ] utilizadas, frequência de monitoração e analise, parâmetros físico- químicos e microbiológicos, medidas corretivas) 2. Higiene das superfícies de contato com o produto: evitar contaminação cruzada pelo contato direto (limpeza da mesa de evisceração é muito mais importante, pois é o local de contato direto do alimento – o biofilme é um problema sério na indústria de alimento, que é composto por resíduo de matéria orgânica por falha na etapa de limpeza e esta cria uma matriz para as bactérias se aderirem e é uma forma de resistência delas, ficando muito mais impregnadas dessa forma) 3. Prevenção da contaminação cruzada: por meio das instalações, equipamentos, utensílios e manipuladores 4. Proteção contra contaminação/ adulteração do produto: programas para prevenção de fraudes 5. Higiene pessoal: manipuladores, lavagem de mãos, treinamento dos colaboradores 6. Identificação e estocagem adequada dos produtos tóxicos: evitar contaminação de matérias primas, ingredientes e produtos finais 7. Saúde dos colaboradores: exames periódicos obrigatórios a cada 6 meses (para detecção de zoonoses) 8. Controle integrado de pragas: tipos de iscas, armadilhas, disposição, frequência de troca, produtos utilizados 9. Registro: documentação e planilhas ANÁLISE DE PERIGOS E PCCs (APPCC) →BPF e PPHO são pré-requisitos para a fundamentação do APPCC, pois se estes 2 não estiverem funcionando bem o APPCC também não funcionará →Faz a identificação dos possíveis perigos (físico, químico e biológico) do alimento e monitoramento dos PCCs →Pode ser implantado em toda a cadeia de produção Ex: cadeia de produção da carne bovina (insumos a produção – produção de bovinos – processamento – distribuição – consumo) →Baseado em etapas de processamento do alimento →Fundamento: identificação dos perigos potenciais à segurança do alimento e nas medidas de controle das condições que geram estes perigos CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA →É racional →É logico e compreensível →É continuo →É sistemático e completo →Hoje em dia é utilizado como ferramenta de gestão: forma de se conseguir um efetivo controle dos perigos →Não avalia apenas o final da produção, mas desde o início, monitorando o passo a passo, evitando desperdício (consequentemente gera lucros) →A análise para implantação do APPCC é especifica para uma indústria ou uma linha de processamento e para um produto considerado (varia para cada empresa) Pode ser implantado por etapas, por linhas de produção, não apenas na indústria toda OBJETIVOS →Estabelecer formas de controle para garantir a segurança e a inocuidade dos produtos para o consumidor (alimento seguro = sem perigos) →Eliminação ou redução de perigos e contaminações significativas no produto final →Gerenciar segmentos da produção →Controlar aspectos de qualidade e de fraude IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA FERRAMENTA APPCC →Atendimento aos requisitos legais (certificação, exportação) →Diminuição dos custos operacionais (com redução no volume de devolução e retrabalho) →Melhoria na gestão da empresa (todos os colaboradores devem e podem participar do sistema) – quesito super importante, pois todos os colaboradores interferem no controle de qualidade ETAPAS PRÉVIAS AO APPCC (SEGREDOS PARA O SUCESSO) →Empenho da gestão maior →Mudanças são inevitáveis (resistência) →Mudança de cultura (não é responsabilidade apenas do controle de qualidade – a responsabilidade é de todos) →Recursos →Indicação ao líder APPCC →Capacitação da equipe APPCC ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA APPCC 1. Definição dos objetivos 2. Organograma da empresa 3. Avaliação dos pré-requisitos 4. Formação da equipe APPCC 5. Programa de capacitação técnica 6. Descrição do produto ou grupo de produtos e uso esperado 7. Elaboração do fluxograma de processo 8. Validação do fluxograma de processo 9. Aplicação dos 7 princípios PRINCÍPIOS 1. Análise de perigos (biológico, físico ou químico – identificar os perigos e avaliar os riscos em termos de segurança alimentar) 2. Determinar PCCs (estabelecer metodologias de controle necessárias para eliminar/reduzir os perigos identificados) 3. Estabelecer limites críticos 4. Monitoramento dos PCCs (monitorização do cumprimento das metodologias de controle – o que/parâmetro, como/método, quando/frequência, quem/responsável) 5. Estabelecer ações corretivas (definir e implementar ações de melhoria) 6. Procedimentos de verificação (validar procedimentos de monitoramento, auditorias, propor ações corretivas de longo prazo, analises microbiológicas) 7. Registros e documentação (arquivamento de documentos para inspeção) OBS: a base para implantação dos APPCCs é a política de inocuidade, ou seja, produtos seguros aos consumidores, devendo implantar BPF e PPHO VANTAGENS →Oferecimento de alto nível de segurança dos alimentos →Conhecimento dos controles que são críticos para o perigo significativo identificado →Maior capacidade de manter e atrair novos clientes →Redução de custos por meio de utilização racional e inteligente dos laboratórios →Diminuição substancial de distribuição e/ou reprocessamento de produtos, estando aliado a um aumento da produtividade com qualidade e segurança →Consolidação da imagem e credibilidade da empresa, gerando maior competitividade no mercado e possibilitando a comercialização em nível internacional, apresentando ganho institucional, considerando o aumento da autoestima e importância do trabalho em equipe para os colaboradores LIMITAÇÕES OU DIFICULDADES →Requer educação dos manipuladores (indústria e consumidores) →Aceitação pelos inspetores de alimentos e consumidores →Divergência na determinação dos PCCs e a melhor forma de monitorá-los →Falsa impressão aos consumidores de que o alimento é seguro, não sendo necessário tomar as precauções entre a compra e o consumo LEGISLAÇÃO DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ALIMENTOS NO BR PORTARIA 1428 (26/11/1993): MS/ANVISA – aprova o “Regulamento Técnico para Inspeção Sanitária de Alimentos” PORTARIA 326 (30/07/1997): MS/ANVISA– BPF para estabelecimentos produtores/ industrializadores de alimentos PORTARIA 368 (04/09/1997): MAPA – Regulamento Técnico de BPF PORTARIA 46 (10/02/1998): MAPA – APPCC em industrias de POA RESOLUÇÃO DIPOA/DAS 10 (22/05/2023): PPHO nas industrias de leite e derivados PROGRAMA DE ALIMENTOS SEGUROS (PAS) →Alimentação adequada e segura é direito de todos →Programa implantado pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de poio às Micro e Pequenas Empresas), que engloba uma serie de cadeias produtivas, inclusive de carne, atingindo todos os elos de produção ESTRUTURA DA SEGURANÇA DE ALIMENTOS →Inspeção e regulamentação através de guias de legislação sanitárias (ações governamentais) →APPCC, BPF e PPHO (ações de caráter industrial/empresarial) ELEMENTOS BÁSICOS DE UM SISTEMA DE CONTROLE DE ALIMENTOS →Programas de controle de qualidade →Legislação e regulamentos sanitários →Serviços de inspeção →Serviços de laboratórios oficiais para a confirmação de contaminação por microorganismos patogênicos, bem como para o fornecimento de dados epidemiológicos →Informação, educação e comunicação ao consumidor →Capacitação de todos os envolvidos na cadeia produtiva
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