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9-Ortopedia - Doenças do Desenvolvimento (23 05 2023)

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Doenças do Desenvolvimento na Ortopedia 
Introdução 
A articulação do joelho é chamada de 
femoro-tibial a qual abrange a patela, 
fêmur e tíbia. A patela tem uma relação 
articular com o fêmur por meio de 
ligamentos. A patela está afrente e se 
articula na fossa troclear. Os sesamoides 
são observados melhor em visão lateral. 
Quem liga a patela na região mais 
anterior a tíbia, chama-se proeminência 
da tíbia (crista tibial), onde existe uma 
estrutura chamara ligamento reto 
patelar inferior. A patela também está 
ligada ao fêmur para que se encaixe no 
sulco troclear, por isso é ligada pelo 
tendão da musculatura do quadríceps 
femoral (reto, bíceps, bastolateral e 
basto intermédio). Ainda, há os meniscos 
(medial e lateral). 
Em resumo, o fêmur se articula na região 
da pelve e é revestido pela musculatura 
do quadríceps que se unem em um 
tendão que se une a patela, que está 
ligada a crista tibial pelo ligamento reto 
patelar. 
Luxação de patela 
É a perda da relação entre as superfícies 
articulares. A luxação ocorre por 
alterações anatômicas que deixam a 
articulação entre fêmur e patela 
(fêmuro-tibial) incongruente 
ocasionando a perda da patela do sulco 
troclear. Isto é, a luxação de patela não é 
o rompimento do tendão, e sim uma 
incongruência da articulação. 
Luxação medial de patela 
É o deslocamento constante ou 
esporádico em sentido medial da patela 
para fora do sulco troclear. Pode ser uni 
ou bilateral sendo que normalmente é 
bilateral, mas geralmente com graus 
diferentes. 
É a alteração mais comum de origem 
congênito-hereditária e que tem como 
incidência principalmente cães das raças 
de pequeno porte, porém pode 
acometer SRD também. Independe de 
macho e fêmea e em 4-5 meses de idade 
já aparece os sinais clínicos da doença. 
Causas 
Arrasamento do sulco troclear: o sulco 
troclear está mais plano, portanto, a 
patela fica deslizando em uma superfície 
plana. 
Medialização da crista tibial: é o 
deslocamento medial da crista tibial e 
consequentemente leva o ligamento 
para a região medial. 
Hipoplasia do côndilo medial: é a má 
formação do epicôndilo medial, onde 
deveria ter um epicôndilo apresenta uma 
hipoplasia do epicôndilo, isto é, não tem 
epicôndilo. Portanto, a anatomia de 
encaixe do sulco troclear altera. 
Inserção anormal do quadríceps: o 
quadríceps está apoiado mais medial 
levando o tendão do quadríceps e a 
patela medialmente. Alteração mais rara. 
Sinais clínicos 
Pisar em ovos: apoia pouco o membro e 
os joelhos voltados medialmente 
Claudicação 
Atrofia muscular, principalmente do 
quadríceps 
Luxação lateral de patela 
Incidência em cães de raça de grande 
porte causada pela hipoplasia do 
epicôndilo lateral. 
Sinais clínicos 
São mais discretos, mas o animal pode 
claudicar. 
Diagnóstico 
Resenha: raça e idade 
Sinais de claudicação podendo chegar a 
saltar e pisar em ovos 
Palpação (diagnostico principal): 
SEMPRE com articulação femoro-tibial 
em extensão tentando palpar ela em 
sentido medial-lateral ou lateral-medial. 
Ao palpar que a patela se deslocou é 
confirmatório de luxação de patela. Em 
caso de radiografia quando for grau 1 e 2 
pode ser que radiografe com a patela no 
sulco troclear. 
Radiografia: pode-se ver uma 
medialização, mas não é certeza de que 
se vai encontrar. Por isso, não é 
diagnóstico. Para visualizar o 
arrasamento do sulco troclear é 
necessário que se faça projeção Sky-line 
(o feixe direcionado para o epicôndilo 
lateral medial e patela). 
Tratamento 
Patelopexia 
Geralmente essa cirurgia é associada a 
trocleoplastia que consiste em 
aprofundar o sulco troclear e realizar a 
imbricação lateral (sutura da cápsula) do 
retináculo. 
Quando houver medialização da crista 
complementa com a transposição da 
crista tibial (fixando com parafuso ou fio 
de aço). 
Pós-operatório 
Toda cirurgia articular NÃO IMOBILIZA, 
apenas restringe um pouco o 
movimento, recomendando no mínimo 2 
meses para recuperação. Se os dois 
membros tiverem luxados, opera 
primeiro o pior clinicamente (mais dor, 
mais claudicação, maior atrofia 
muscular). Por ser uma doença 
congênito-hereditário, orienta que os 
animais não entrem na reprodução 
Analgesia: 3-5 dias dipirona e tramadol 
Não precisa tanto de anti-inflamatório, 
mas se quiser pode AINEs, como 
meloxicam juntamente com a analgesia. 
Antibioticoterapia sistêmica é bom para 
caso infecção da pele (Staphylococcus e 
Streptococcus) por 7-10 dias com 
cefalosporina, amoxicilina ou rifocina 
tópica 
O maior problema da luxação de patela é 
o tutor não respeitar o repouso relativo 
por 2 meses, porque arrebenta os 
pontos. Isto é, o animal pode andar, mas 
não pode correr e nem ficar em posição 
bipedal. 
Graus de luxação de patela 
Grau I: luxa esporadicamente 
Grau II: luxa com frequência 
Grau III: luxa frequentemente e 
apresenta poucas alterações posturais 
Graus IV: permanentemente luxada e 
apresenta muitas alterações posturais 
Ruptura do ligamento cruzado cranial 
É a ruptura do ligamento cruzado cranial 
devido ao avanço ou cronicidade da 
luxação de patela. Normalmente chega 
na clínica luxamento de patela e ruptura 
do ligamento cruzado cranial juntos, 
porque ao ocorrer luxação o animal força 
mais ainda o joelho e causa a ruptura. 
Existem dois tipos de ligamento cruzado, 
o cranial e o caudal, mas somente o 
cranial que rompe porque é o que se 
insere na face articular do fêmur e a face 
anterior da tíbia (evita uma extensão 
excessiva), portanto, tem muito mais 
força de impacto que o caudal. 
É uma condição que tem maior 
incidência em raças de pequeno porte, 
porque são elas que tem maior chances 
de ter luxação patela. Porém, raças de 
grande porte ao caírem ao solo apoiado 
nos joelhos perante a uma altitude 
elevada gera o rompimento do 
ligamento cruzado caudal. 
Sinais clínicos 
Claudicação do membro afetado 
Diagnóstico 
O diagnóstico é realizado através de 
exames de palpação. Pode-se realizar o 
teste de “gaveta” que é mais fácil de ser 
executado em pequeno porte, em que 
desliza o joelho para trás e para frente 
(forçar a tíbia para frente segurando o 
fêmur), e caso a tíbia deslize é gaveta 
positivo. 
Pode também realizar o teste de 
compressão tibial que é mais fácil de ser 
executado em grande porte, em que 
uma mão no final do fêmur, indicador na 
crista tibial e a outra mão vai ao final da 
tíbia e faz movimento de flexão. Se a tíbia 
estiver instável jogará o dedo indicador 
para frente. 
Normalmente tem que sedar o animal 
para movimentar, porque causa muita 
dor no animal ao realizar esses testes de 
palpação. 
Através da ultrassonografia é possível 
observar o ligamento cruzado rompido, e 
a radiografia mostra o desalinhamento 
entre os ossos. Porém, não são 
necessários para fechar diagnóstico. 
Tratamento 
Não dá para suturar o ligamento, porque 
ele rompe e encurta, portanto, é 
necessário substituir o ligamento que foi 
rompido. 
Sutura fabelo-tibial 
Amarração para substituir o ligamento e 
reposicionar a tíbia no local de origem. 
Faz-se amarração na face lateral do 
fêmur e perfurando a tíbia lateral. 
Perfura a crista tibial e se faz um 8 com 
fio inabsorvível. Deve ter cuidado com o 
nervo fibular. 
Sutura intercondilar 
TPLO: nivelamento do platô tibial 
É uma técnica mais cara em que permite 
deixar horizontalmente o platô da tíbia 
deixando o animal mais estável. 
TTA: avanço da tuberosidade tibial 
Técnica mais cara e mais elaborada que 
aumenta a superfície onde o fêmur vai 
deslizar. 
Articulação coxofemoral 
A articulação coxofemoral faz a relação 
da cabeça do fêmur com o acetábulo. 
Somente tem o ligamento redondo nessa 
região. Doenças relacionadas a essa 
articulação são a necrose asséptica da 
cabeça do fêmur e displasia coxo-
femoral. 
Necrose asséptica da cabeça do fêmurÉ uma doença congênito-hereditário, 
também conhecida como “Legg-Calve-
Perthes Disease”, que acomete somente 
cães de raça de pequeno porte. Pode ser 
unilateral ou bilateral, começando o 
desenvolvimento a partir dos 5 meses de 
idade. Não tem predisposição sexual e é 
recomendado remover esse animal da 
reprodução. 
Patogenia 
Os cães predispostos a essa enfermidade 
nascem com uma má circulação da 
artéria principal que nutre a cabeça do 
fêmur, a artéria circunflexa cranial, para 
o fêmur direito, esquerdo ou para 
ambos. Algo provoca um mal 
desenvolvimento dessa artéria 
circunflexa que deveria mandar o sangue 
oxigenado para cabeça do fêmur, e com 
o passar dos meses essa cabeça é nutrida 
de forma inadequada com oxigênio. 
No entanto, sabe-se que sem oxigênio 
gera a morte de osteócitos e 
osteoclastos formando lacunas que não 
se preenchem de tecido mineralizado, 
havendo então uma desmineralização na 
cabeça do fêmur, de tal forma que ao 
passar dos meses essa lesão deixa a 
cabeça menor e irregular na sua 
superfície articular com a cavidade do 
acetábulo. 
Depois de alguns meses tem formação 
de osteoartrite, devido ao atrito da 
cavidade acetabular com a cabeça do 
fêmur que causa proliferação celular 
nessa cavidade. 
Sinais clínicos 
Claudicação 
Atrofia muscular 
Impotência funcional: se o tutor 
demorar meses para levar o animal ao 
veterinário 
Dor 
Crepitação 
Diagnóstico 
Resenha 
Pequeno porte, cão, desde filhote 
apresenta claudicação discreta 
incialmente que depois evoluiu, 
acompanha atrofia muscular. 
Palpação 
Uma vez que essa articulação permite 
todas as movimentações possíveis, deve 
realizar todos, e vai sentir crepitação 
(praticamente patognomonico), 
manifestar dor (vocalização e morde o 
veterinário). 
Radiografia 
A radiografia é o método que fecha o 
diagnóstico, observa-se radioluscência 
da cabeça do fêmur e irregularidade da 
superfície articular da cabeça do fêmur. 
Pode encontrar osteófitos no bordo 
acetabular. 
Tratamento 
Exérese/ressecção da cabeça do fêmur 
É o procedimento mais simples e fácil do 
que prótese óssea. Quando remove a 
cabeça juntamente com uma porção do 
colo do fêmur, tem a certeza de que 
retirou apenas a região isquêmica. O 
espaço morto que sobra é preenchido 
por tecido de granulação depois de 2 
meses de pós-operatório, sendo esse 
tecido quem sustenta essa articulação 
com total estabilidade. Apenas depois 
de 2 meses o animal começa a apoiar 
mais o membro. 
Incisão sempre dorso-cranial ao 
trocanter maior, se fizer caudal pode 
atingir o nervo ciático e causar 
complicação. 
Pós-operatório 
3-5 dias de analgesia com tramadol e 
dipirona 
Podendo fazer anti-inflamatório com 
AINEs (meloxicam) por 3-5 dias 
Cobertura antibiótico sistêmica 
(cefalosporina) devido a infecção de pele 
contra estafilo e estrépito. 
Displasia coxo-femoral 
Doença caracterizada pela alteração no 
formato da cabeça do fêmur que adquire 
um formato mais achatado e 
arrasamento do acetábulo. Acomete 
somente cães de raças grandes e 
gigantes, possui caráter congênito-
hereditário, bilateral e pode ter graus 
diferentes. As únicas raças de médio 
porte que podem também ser 
acometidas são Shar-pei, Basset Hound e 
Coker Espeni. 
NÃO PODE dar diagnostico em animais 
com meses de idade, porque ainda está 
ocorrendo formação do osso e dos 
músculos, tem que esperar próximo a 1 
ano de idade. 
Patogenia 
Formação irregular do acetábulo e da 
cabeça do fêmur, então o que deveria ser 
concavo no acetábulo e convexo na 
cabeça do fêmur, geneticamente a 
cabeça do fêmur se forma mais chata e o 
acetábulo mais raso. Não há alteração na 
calcificação e nem mineralização, e sim 
no formato das superfícies articulares. 
No entanto, essa condição leva a uma 
estabilidade e deterioração do ligamento 
redondo. 
SEMPRE bilateral, podendo ser um mais 
avançado que o outro, mas sempre nos 
dois membros. 
Sinais clínicos 
Dificuldade de levantar e se sentar 
devido a dor 
Andar dos membros pélvicos 
claudicante, juntamente com o 
bamboleio (animal rebola porque escapa 
tanto o fêmur do acetábulo que ele joga 
colateral para doer menos). 
Atrofia muscular 
Existe uma parcela dos animais com 
displasia que tem o musculo pectíneo 
(medial da coxa) mais curto que o 
normal, logo, ele seria o fator de uma 
evolução mais rápida da displasia. Deve 
testar o pectíneo através do 
posicionamento em decúbito lateral e 
abduz o membro pélvico em 90 graus, se 
não conseguir é porque esse músculo 
está tenso. Se ele tiver esse musculo 
tenso será necessário operar essa 
musculatura também na hora de 
resolver a displasia. 
Diagnóstico 
É mais tardio (esperar 1 ano de idade) 
para que se tenha certeza de que as 
irregularidades sejam de luxação e não 
de formação da parte óssea, fisiológica. 
Além disso, as fêmeas não podem estar 
no cio devido ao afrouxamento da 
musculatura. 
Teste de Ortolani 
Confirma se há displasia através da 
palpação do trocanter maior ao abduzir 
o membro, porque quando abduz a 
cabeça do fêmur entra. 
Mensuração do ângulo de Norberg 
É o ângulo que mensura a relação entre 
o encaixe da cabeça do fêmur em relação 
a cavidade acetabular. Em animais 
normais tem que ser maior ou igual 105°, 
e em animais positivo para displasia é 
menos que 105°. 
É medido através da colocação de um 
ponto no centro de cada cabeça do 
fêmur, traça uma linha que ligue eles e... 
Classificação de displasia 
Grau 1: ângulo de Norberg entre 100° e 
105° e discreto achatamento com 
arrasamento 
Grau 2: ângulo de Norberg entre 90° e 
100° e moderado achatamento com 
arrasamento 
Grau 3: ângulo de 70° a 90° com 
pronunciável de achatamento da cabeça 
do fêmur e arrasamento do acetábulo. 
Subluxação. 
Grau IV: luxação coxofemoral, menor que 
70° o ângulo, achatamento e 
arrasamento 
Tratamento 
É uma doença congênito-hereditária 
então deve retirar o animal da 
reprodução para que os filhotes não 
apresentem a mesma condição 
Mectomia do pectíneo 
Apenas em animais com tensão do 
musculo pectíneo, realiza a secção do 
musculo 
Denervação da cápsula articular 
Secciona a inervação para retirar a dor 
desse paciente que traz o bamboleio. 
Isto é, toda inervação que vai para o 
ramo acetabular é seccionada. Não 
concerta a articulação, mas tira a dor. 
Acessa sem abrir a capsula articular e 
desbrida com bisturi, aplica antisséptico 
revulsivante como iodo.

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