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DIABETES MELLITUS Ana Beatriz Grecco – Turma V Clínica médica 2 Introdução – conceitos: Metabolismo intermediário: Período pós-prandial · Carboidrato rapidamente ingerido é transformado em glicose, que rapidamente sobe na circulação. Ocorre aumento da insulina, que coloca a glicose dentro da célula. Ao mesmo tempo que isso acontece, a glicose é armazenada – anabolismo – transformando a glicose em glicogênio, gordura (ácidos graxos), e proteínas (aminoácidos). Jejum: · Glicose cai insulina cai · Hormônios contra-insulínicos: aumentam glucagon, adrenalina, cortisol e GH catabolismo, ocorre quebra de glicogênio e através da gliconeogênese ocorre transformação da proteína e gordura para ter glicose. · Num catabolismo exagerado, ocorre formação de corpos cetonicos (provenientes da gordura), logo, um jejum muito prolongado pode levar a formação desses corpos. Diabetes = jejum Classificação da diabetes: · Diabetes tipo 1 insulina ausente, células destruídas · Diabetes tipo 2 insulina insuficiente, ilhotas disfuncionantes · Outros tipos: gestacional, drogas, Cushing DIABETES TIPO 1 Hipoinsulinismo absoluto – peptídeo C indetectável ou < 0,1 Doença auto-imune (anti-ICA, anti-GAD, anti-IA2) Pacientes típicos: <30 anos, magro Quadro – franco: · Aumento da osmolaridade plasmática · Polidipsia – muita água, aumenta o volume arterial · Poliúria · Emagrecimento · Polifagia · Aumento de ácido cetoacidose metabólica DIABETES TIPO 2 Aumento da resistência periférico à insulina: aumenta até a insulina sérica, sobrecarrega o pâncreas + fadiga pancreática secretória Influencia genética + ambiental Paciente típico: > 45 anos, obeso Assintomático durante anos · Abre quadro com complicações: · Macrovasculares: IAM, DAP, AVE · Micro: retinopatia, neuropatia e nefropatia DIAGNÓSTICO Sem dosar insulina – pode variar em todas as doenças Avaliar através da glicemia: · Glicemia de jejum >= 126 · Glicemia 2h pós-75 glicose >= 200 · Hemoglobina glicada (HbA1C) >= 6,5% Diagnóstico com 2 testes diferentes, pode ser na mesma amostra ou não Discrepância entre dois testes = repetir o alterado · Glicemia >= 200 aleatória, com sintomas de DM Não precisa repetir No estado pré-diabético: Paciente com risco cardiovascular, que pode retornar a glicemia normal, sem uso de medicamentos · Glicemia de jejum 100-125 · Glicemia TTOG VO 140-199 · HbA1C entre 5,7-6,4% · Não precisa de 2 amostras · Investigar anualmente · Sempre solicitar o TTOG se um dos outros dois estiver alterado Rastreamento populacional 3/3 anos: · IMC > 25 + fator de risco: HAS, sedentarismo, dislipidemia, história familiar para DM primeiro grau, SOP, acantose · Idade >= 45 anos TRATAMENTO Alvo: HbA1C < 7%. A cada 3 meses. · Glicemia capilar pré-prandial: 80-130. 4x/dia · Glicemia capilar pós-prandial: <180 TIPO 1 · Insulinoterapia: 0,5 – 1 UI/kg/dia · Tentar “imitar” o pico pós-prandial da insulina, e deixar o valor constante “lento” para depois de normalizar. SUS: Regular e NPH Para ação rápida: o que vale é o início Para ação lenta: vale a duração Portanto, para imitar a insulina: · Pós-prandial: · Lispro/ aspart/ glulisina refeição · Regular 30 minutos antes da refeição · Basal: · Glargina/ detemir/ degludeca 1x/dia · NPH 2x/dia ESQUEMAS DE APLICAÇÃO Quantidade distribuída ENTRE as rápidas: varia de acordo com as calorias de cada refeição. O ponto ruim é a quantidade de injeções. Ponto bom: mais fiel ao fisiológico. Exemplo: paciente de 60kg 60 UI total · Manhã: 2/3 – 40 UI 28 NPH e 12 REG · Noite: 1/3 – 20 UI 10 UI e 10 REG Sempre “quem é culpada” é a que acaba antes do período que vai medir a glicose. Hiperglicemia matinal: · Fenômeno do alvorecer: manhã desprotegida – contra-insulínicos estão aumentados, fisiológico. · Efeito Somogyr: hipoglicemia da madrugada. Rebote com efeito contra-insulínico junto. · Se a glicemia estiver alta de madrugada Somogyr Conduta: aumentar a dose (alvorecer) ou reduzir HPH ou lanche à noite (Somogyr). Se colocar o NPH mais tarde consegue resolver tudo. Padrão ouro de tratamento: Esquema de infusão contínua (bomba de insulina). ____________________________________________ DIABETES MELLITUS TIPO II Lembrar da história natural da diabetes: A resistência da insulina está aumentada sempre, então o carro-chefe do tratamento vai ser a diminuição dessa resistência: METFORMINA – Biguanida · Aumento o risco de acidose lática e diminuição da vitamina B12. · Benefício cardiovascular · Não usar: insuficiências – renal (ClCr <30), hepática GLITAZONA – PIOGLITAZONA · Aumenta peso, retém sal e tem risco de fraturas · Não usar: IC grave Drogas que aumentam a liberação de insulina: Aumentam o peso e risco de hipoglicemia! Sulfonilureias: glicazida, glipzida, glimepirida · Aumenta a secreção basal de insulina e tem eliminação renal Glinidas – Repaglinidas, nateglinidas · Aumenta o pico pós-prandial de insulina Drogas que diminuam a absorção de glicose: Acarbose: Diminui a glicemia pós-prandial / flatulência / diarreia Incretinomiméticos: · Imitam a incretina aumenta a insulina dependente da glicemia evita a questão da hipoglicemia · Inibidores da DPP-4 – gliptinas · Evitam a degradação da incretina · Análogos da GLP-1 – exenatida, liraglutida · Estimulação do preceptor da incretina · Diminui peso · Tem benefício cardiovascular · Administração subcutânea Inibidores do SGLT2 · Os mais recentes · Diminuem a reabsorção tubular de glicose O paciente urina mais glicose Gliflozinas: dapaglifozinas, canaglifozinas, empaglifozinas · Diminuição do peso e HAS · Aumenta risco de ITU, candidíase, poliuria · Benefício cardiovascular e na doença renal. Organizando o tratamento: 1) METFORMINA 500 – 2550 mg/dia + mudança no estilo de vida 2) Metformina + 2º/3º agente: a. Presença de doença aterosclerótica, IC e IR: i. Análogo da GLP-1 (aterosclerótica) ou inibidor da SGLT-2 (IC e IR) b. Ausência de doença aterosclerótida, IC ou IR com HbA1c acima da meta: i. Preocupação com ganho de peso GLP-1 / inibidor SGLT-2 ii. Preocupação com hipoglicemia análogo GLP-1 / inibidor SGLT-2 / inibidor da DDP-4 / glitazona iii. Preocupação com custo? Sulfonilureia / glitazona 3) Insulina basal (NPH noturna) a. Progredir dose de insulina NPH 2x/dia + regular 3x/dia 4) Insulina desde o início se: glicemia >= 300 (HbA1c >= 10% / gravidez / estresse (cirurgia/infecção) / doença hepática e renal avançada O que mais? · PA: 130/80 (se proteinúria: iECA/ BRA) · Dislipidemia: LDL < 100-70 / LDL < 50 (se muito alto risco – doença aterosclerótica clínica) · Dieta e atividade física Complicações agudas: CETOACIDOSE DIABÉTICA – DIABETES TIPO 1 E TIPO 2 · Glicose vai estar aumentada + ação dos hormônios contra-insulínicos · Aumento da lipólise liberação de corpos cetônicos: ácido hidroxibutírico, ácido acetoacético e acetona acidose metabólica com AG Diagnóstico: · Glicose > 250 · Cetonemia/ cetonuria (3+/4+) · Ph < 7,30 e HCO3 < 15 Clínica: · Dor abdominal, náuseas, vômitos · Hiperventilação (Kussmaul) · Leucocitose · Aumento de creatinina (IRA pós renal), amilase · DX diferencial: pancreatite aguda Tratamento: · Volume começar com o volume · SF 0,9 % - 1 L na 1ª hora (15 – 20 ml / criança) · Avaliar o sódio, Na baixo manter SF 0,9 % · Na N ou alto SF 0,45 % · Insulina segunda avaliação (hora) · Dose: 0,1 UI/kg + 0,10 U/kg/hora · Usar a insulina regular · Reduzir a glicemia 50-75 mg/dl/hora · Não pode ter pressa para diminuir a glicemia, pois corre o risco de hipotassemia e célula incha com entrada de água e ocorre edema cerebral · Quando glicemia = 250, inicial SG 5%, para evitar hipoglicemia · Potássio insulina depende do potássio Potássio está alto no plasma, e não na célula, mas se estiver baixo também pode estar com a célula vazia, pois pode ter saído todo o potássio na urina! · K+ > 5,2 não repor K+ !!! Faz a insulina direto · K+ 3,3-5,2 repor K+ · K+ < 3,3 repor K+ e adiar insulina!!! E o HCO3? Se pH<6,9 100mEq Está compensado? · Glicemia < 200 e · HCO3 > 15, pH > 7,3, AG>= 12 (pelo menos 2) · A insulina se mantém venosaaté o paciente conseguir se estabilizar, normalizando a ingesta de alimentos e líquidos. Complicações da cetoacidose: 1) Trombose 2) Edema cerebral 3) Hipocalemia grave (arritmia) 4) Mucomicose (Rhizopus sp, Mucor sp) a. Micose destrutiva rinocerebral b. TTO: anfo B + desbridamento ESTADO HIPERGLICÊMICO HIPEROSMOLAR NÃO CETÓTICO (DM tipo 2) · Aumento de glicose sede hiperosmolar água presa no plasma desidrata porque urina ciclo vicioso... · Esse paciente para de beber água plasma fica hiperosmolar queda de consciência · Mas ainda tem insulina não fazer cetoacidose · Paciente com prognóstico ruim, geralmente idosos cheios de comorbidades. Diagnóstico: · Glicemia > 600 · Osmolaridade > 320 · Ausência de cetoacidose: pH > 7,3 / HCO3 > 18 mEq/L Tratamento: · Mesmos princípios da cetoacidose VIP · Volume mais importante, porque está muito osmolar.
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