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2 Demonstrações financeiras

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Demonstrações 
Financeiras
 
SST
JUNIOR, Carlos Luiz Nunes
Demonstrações financeiras / Carlos Luiz Nunes Junior 
Ano: 2020
nº de p.: 11
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
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Apresentação
Nesta unidade, aprenderemos sobre as demonstrações financeiras no âmbito do 
processo decisório. Primeiramente, serão explicados os sistemas de informações 
gerenciais e os seus principais insumos: os demonstrativos financeiros. Serão 
elucidados os mais importantes demonstrativos divulgados pelas empresas, em 
especial aqueles obrigatórios às sociedades por ações e às empresas de grande porte. 
Veremos, ainda, o conceito de demonstrações financeiras projetadas, explicitando 
sua importância para a análise de estratégias e de decisões gerenciais. 
Bons estudos!
Demonstrações financeiras
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Os sistemas de informação gerencial 
Toda organização visa a atingir seus objetivos, a alcançar sua visão e a atender 
à missão para que foi constituída. Nesse processo, ao tratarmos de empresas 
privadas que focam a sustentabilidade e a perenidade dos negócios, torna-se 
fundamental que estejam sempre atentas ao modo como se posicionam no 
mercado e aos efeitos desse posicionamento. 
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As estratégias adotadas para o fortalecimento das empresas devem ser 
monitoradas constantemente. Somente por meio do controle dos seus resultados, 
as entidades conseguirão redirecionar as estratégias que não alcançam os 
resultados esperados. Assim, pelo controle da saúde econômica e financeira da 
empresa, o gestor poderá consubstanciar a manutenção de um posicionamento e o 
redirecionamento de objetivos. Com esses cuidados, o negócio conseguirá manter-
se competitivo e alcançar a sustentabilidade. 
Nesse sentido, para que o gestor acompanhe e analise os resultados obtidos, é 
necessária uma série de informações sobre o negócio. Nessa perspectiva, Prado et 
al. (2013) explicam que a própria gestão se fundamenta em um processo decisório 
que necessita de informações. São, portanto, as informações gerenciais os insumos 
da tomada de decisões. Abaixo, temos algumas características importantes que as 
informações devem apresentar.
Características das informações gerenciais
Confiabilidade As informações devem refletir, exatamente, a situação real da variável representada.
Abrangência As informações devem ser amplas o suficiente para fornecerem uma visão adequada da situação econômico-financeira da organização.
Tempestividade As informações devem chegar aos gestores no momento certo para a tomada de decisões.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Podemos, então, definir as informações gerenciais como insumos importantes para 
a condução dos negócios das empresas. Todavia, no ambiente empresarial, assim 
como em diversos tipos de organizações, são gerados grandes volumes de dados. 
Esses dados precisam ser processados para a geração de informações úteis. 
Contudo, ainda assim, o volume é grandioso.
Diante de tal cenário, para que uma organização possa tomar decisões 
assertivas a partir de informações adequadas e tempestivas, pode contar com 
sistemas de informações gerenciais disponíveis no mercado e em sistemas 
desenvolvidos internamente. 
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O poder da informação para decisões assertivas
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Lugoboni et al. (2018) explicam que os sistemas de informação são ferramentas 
estratégicas que possibilitam o armazenamento, a transmissão e a manipulação de 
informações. Com esses sistemas, unem-se as habilidades humanas à tecnologia, 
melhorando a qualidade das informações geradas para decisões mais afinadas aos 
objetivos do negócio.
Salientamos que os sistemas de informações gerenciais contarão com um corpo 
robusto de informações internas e externas. Contudo, nesta unidade, ater-nos-
emos às principais informações geradas pela empresa em termos de evidenciação 
de dados econômicos e financeiros: os demonstrativos contábeis.
Assim, além de outras informações geridas no âmbito dos sistemas de informações 
gerenciais, os demonstrativos financeiros gerados pela empresa são um dos seus 
principais subsídios. A seguir, conhecemos um pouco mais sobre eles. 
Principais demonstrações financeiras
Como destacamos anteriormente, os sistemas de informações gerenciais 
auxiliam bastante na condução dos negócios. Esses sistemas utilizam diversas 
naturezas de informação, sendo uma das principais aquela provenientes dos 
demonstrativos financeiros.
Pelos demonstrativos financeiros, dentre outras informações, as empresas 
evidenciam os atos e os fatos administrativos ocorridos, explicitando como o lucro 
foi formado; como se dão as aplicações e os investimentos da empresa; como é a 
sua estrutura de financiamento.
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Lucro
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Alguns desses demonstrativos, contudo, são obrigatórios, por força de lei, à maioria 
das organizações, sejam do setor público, seja do setor privado. Especificamente 
em relação às sociedades por ações, as demonstrações financeiras obrigatórias 
estão dispostas no art. 176 da lei nº 6.404/1976:
Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na 
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio 
da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício;
IV – demonstração dos fluxos de caixa; 
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado 
(BRASIL, 1976).
Ainda de acordo com o art. 176 da referida lei, as demonstrações financeiras devem 
ser complementadas por notas explicativas, por outros quadros analíticos e/ou 
por demonstrações contábeis que se fizerem relevantes à análise da situação 
patrimonial e do resultado do exercício empresarial.
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Conheça mais sobre a lei n. 6.404/1976, que rege as sociedades 
por ações. Está disponível neste link: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L6404compilada.htm.
Saiba mais
É importante entender que a lei n. 6.404/1976 se refere às sociedades por 
ações. Entretanto, a lei n. 11.638/2007 estendeu a obrigação de publicação das 
demonstrações contábeis a todas as sociedades de grande porte, mesmo às que 
não sejam constituídas sob a forma de sociedade por ações.
Alguns desses demonstrativos obrigatórios são elucidados a seguir, com base 
nos trabalhos de Almeida (2010) e de Gelbcke et al. (2018). Suas principais 
características são enfatizadas.
Balanço Patrimonial (BP)
apresenta os bens, os direitos e as obrigações da empresa, incluindo o 
investimento dos sócios. Exibe a posição financeira e patrimonial da empresa 
em determinada data. É composto por dois grupos principais: o ativo, que 
reúne bens e direitos, que são as aplicações de recursos; e o passivo, que 
contém as obrigações, as quais representam as origens dos recursos, e, 
também, o patrimônio líquido da empresa.
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA)
indica as variações ocorridas no saldo da conta (lucro/prejuízo) no âmbito 
do patrimônio líquido. Atualmente, pode ser incluída na Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido.
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
aponta a informação do lucro ou do prejuízo apurado no exercício social. É 
construída com base nas receitas, nos custos e nas despesas incorridos pela 
empresa em determinado período.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm
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Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
tem o objetivo de ilustrar como ocorreram as movimentações das 
disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) no período de apuração – 
isto é, as movimentações que representam impactos de caixa (recebimentos 
e pagamentos em dinheiro).
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
contabiliza o valor da riqueza gerada pela empresa, ressaltando os elementos 
que contribuírampara sua criação.
Assim, após os aspectos fundamentais acerca dos demonstrativos financeiros 
terem sido entendidos, com especial enfoque dos principais demonstrativos 
obrigatórios, também é relevante que observemos as projeções que os tomam 
como base. 
Demonstrações financeiras projetadas
Para Padoveze e Taranto (2009), a palavra projeção está relacionada ao 
delineamento de uma distância, embora possa ser tomada, também, como a 
mensuração econômica das previsões, dos planos e dos orçamentos. Assim, ao 
realizarmos as projeções dos demonstrativos financeiros, buscamos apresentar 
como será a situação econômica, financeira e/ou patrimonial da empresa ao fim de 
certo exercício, supondo que as metas planejadas e as estratégias implementadas 
sejam alcançadas do modo esperado.
Assim, as demonstrações financeiras projetadas auxiliam os gestores a tomarem 
decisões a partir da análise dos possíveis impactos de uma ação que a empresa 
deseja realizar sobre os futuros resultados.
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Na prática, as demonstrações projetadas seguem os mesmos 
procedimentos de elaboração das demonstrações reais. O que 
as diferencia é o fato de que as demonstrações reais de fim de 
exercício se baseiam em fatos contábeis concretos – ou seja, no 
passado, no que realmente ocorreu em termos de receitas e de 
custos –, enquanto os demonstrativos projetados consideram 
fatos futuros (possíveis).
Atenção
As demonstrações projetadas são produzidas com base nos dados gerados 
nos orçamentos, considerando, ainda, dados de mercado e informações relevantes 
que interferem nos resultados da empresa. Demonstram, assim, o que pode 
acontecer com a empresa se todas as metas forem atingidas; e se os cenários 
previstos ocorrerem.
No caso da projeção da DRE, por exemplo, tem-se a determinação de qual seria 
o lucro que a empresa obteria ao final do ano se todas as suas metas fossem 
cumpridas. A análise do lucro e, portanto, da rentabilidade permite ao gestor 
comparar o negócio e/ou a estratégia a ser adotada na empresa a outras opções 
possíveis – isto é, permite ao gestor avaliar e escolher a estratégia que melhor 
impacte os resultados da empresa e determinar se outras opções de investimento 
do mercado seriam mais adequadas. 
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Fechamento
Ao longo desta unidade, estudamos os principais instrumentos utilizados pelos 
gestores no processo de tomada de decisões: os sistemas de informações 
gerenciais. Foi possível compreendermos que, aliando tecnologia e capital 
humano, esses sistemas podem converter informações em decisões cada vez mais 
assertivas, aumentando a competitividade e a sustentabilidade dos negócios.
Ao longo de nossa discussão, ficaram claros os principais insumos desses 
sistemas: os demonstrativos financeiros. Por meio dos demonstrativos financeiros, 
as empresas evidenciam e transformam os eventos econômico-financeiros em 
informações padronizadas e sistematizadas.
Vimos que alguns dos principais demonstrativos são obrigatórios às 
sociedades por ações e às empresas de grande porte; e elucidamos suas 
características essenciais.
Por fim, notamos, também, a importância das projeções realizadas com base nos 
demonstrativos financeiros, visto que ajudam gestores a tomar decisões pautadas 
em feitos possíveis e nos resultados das estratégias implementadas.
Projeções
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
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Referências
ALMEIDA, M. C. Curso básico de Contabilidade. 6. ed. São Paulo:Atlas, 2010.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Brasília: Presidência da República, 1976. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm. Acesso em: 03 out. 2020.
BRASIL. Lei n. 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da 
Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e 
divulgação de demonstrações financeiras. Brasília: Presidência da República, 2007. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11638.htm. Acesso em: 03 out. 2020.
GELBCKE, E. R. et al. Manual de Contabilidade Societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 
2018. 
LUGOBONI, L. F. et al. Alinhamento entre planejamento estratégico e sistema 
de informação gerencial: estudo em empresas do terceiro setor com atividade 
hoteleira. PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review, v. 7, n. 1, p. 79-105, 2018. 
Disponível em: https://periodicos.uninove.br/podium/article/view/9547/4291. 
Acesso em: 03 out. 2020.
PADOVEZE, C. L.; TARANTO, F. C. Orçamento empresarial: novos conceitos e 
técnicas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
Prado, E. V. et al. Os desafios na implementação da controladoria estratégica 
nas organizações. Caderno Profissional de Administração da UNIMEP, v. 3, n. 
2, p.14-37, 2013. Disponível em: http://www.cadtecmpa.com.br/ojs/index.php/
httpwwwcadtecmpacombrojsindexphp/article/view/26/44. Acesso em: 03 out. 2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
https://periodicos.uninove.br/podium/article/view/9547/4291
http://www.cadtecmpa.com.br/ojs/index.php/httpwwwcadtecmpacombrojsindexphp/article/view/26/44
http://www.cadtecmpa.com.br/ojs/index.php/httpwwwcadtecmpacombrojsindexphp/article/view/26/44
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