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Como Afiar Corretamente Suas Facas Os modernos acessórios e as técnicas corretas Embora possa ser utilizada tanto em defesa quanto em combate, a faca representa para muitas pessoas - caçadores, pescadores, campistas, etc. - um instrumento utilitário; para outras, como aquelas que trabalham com o preparo de qualquer tipo de carne - abatedores de animais, açougueiros, cozinheiros, "sushi-men" - ela é o instrumento profissional por excelência. Seja qual for seu uso ou utilização, existe o consenso geral que, para poder ser adequadamente utilizada, uma faca necessita estar corretamente afiada. Esse conceito é, na realidade, também esposado por toda e qualquer pessoa que utilize um instrumento cortante formão, goiva, machado, foice, etc. - pois todos sabem que uma ferramenta cortante é sempre muito mais perigosa quando... ela não corta. Este trabalho visa mostrar aos nossos Leitores - e temos certeza que a maioria deles possui e utiliza facas ou canivetes - não só como afiar corretamente esses instrumentos, mas como fazê-lo com o auxilio dos modernos equipamentos e acessórios disponíveis no mercado internacional, muitos dos quais - graças à abertura do mercado de importação em nosso país - já podem ser adquiridos localmente. FIO OU GUME Pode-se definir fio ou gume de uma faca - ou de qualquer outra ferramenta cortante - como a capacidade que esse instrumento possui em realizar, com precisão, facilidade e perfeição uma operação de corte em material pré-escolhido. Por precisão, definimos o corte efetuado em local determinado e na profundidade e espessuras desejadas; por facilidade, que esse corte possa ser efetuado com um mínimo de esforço ou pressão sobre o instrumento e a perfeição caracteriza a operação na qual as fibras do material são efetivamente cortadas e não rasgadas ou esfiapadas. Olhando a figura 1, podemos identificar em a a secção de uma lâmina de faca completamente sem fio pois, com este formato rombudo, ela não terá condições de efetuar uma operação de corte tal como descrita anteriormente. Em b, é mostrada uma secção de lâmina corretamente afiada, podendo-se observar seu perfeito fio de corte, pronto para ser utilizado. Em c, pode- se notar uma lâmina corretamente afiada, mas cujo fio está "virado", prejudicando sensivelmente sua capacidade de corte. A observação dessa figura nos permite definir duas operações diferentes relativas à afiação de uma faca: a primeira, chamada de afiação propriamente dita, é caracterizada pela passagem do perfil mostrado em a para aquele tipificado em b e a segunda é chamada de assentamento e define a passagem da situação c de volta à b. Toda operação de afiação, tal como pode ser observado na figura 1, exigirá, para que o fio possa ser corretamente executado, a retirada de material das faces laterais da faca; por outro lado, na operação de assentamento a retirada de material da faca, salvo em situação muito específica, a qual será adiante mencionada, pode ser considerada praticamente inexistente. A operação de afiação é realizada com o auxilio de pedras de afiar e aquela de assentamento com o de chairas ou assentadores. Os diferentes tipos disponíveis de cada e como utilizá-los corretamente representam o objetivo básico deste nosso trabalho e serão mostrados e explicados, com todos os detalhes necessários, ao longo deste. Antes, porém, desejamos mostrar aos nossos Leitores os diferentes tipos de fio existentes e quais são suas utilizações práticas. O fio de uma faca ou de qualquer outro instrumento cortante é definido pelo seu ângulo de afiação (vide figura 2); quanto menor for este ângulo, maior poder cortante terá o instrumento mas, por outro lado, a durabilidade do fio será comprometida pela possibilidade deste "virar" ou até mesmo quebrar . Assim, não se pode utilizar um fio com ângulo pequeno em ferramenta que irá produzir corte através de golpes tais como facões, machados e similares, pois este seria quebrado ao primeiro deles. Ângulos pequenos (15 a 17 graus) devem ter seu uso restrito a instrumentos de corte do tipo navalha, lâmina de barbear ou aqueles para emprego cirúrgico; entre 17 e 20 graus situam-se os ângulos ideais para facas destinadas ao trabalho com carne, incluindo aquelas para filetar peixes; de 20 a 23 graus são os recomendados para facas de caça, canivetes e outros instrumentos de uso geral; de 23 a 25 graus, os adequados para facas pesadas e entre 25 e 30 graus os utilizados em facões, trinchantes, machados e assemelhados. E importante lembrar que outros tipos de ferramenta, tais como formões, lâminas de plaina para madeira, serras, etc., possuem ângulos e formas específicas de afiação, mas deixarão de ser comentados por fugirem do escopo deste trabalho. CARACTERÍSTICAS TECNICAS E TIPOS DAS PEDRAS DE AFIAR As pedras de afiar têm por função retirar material da lâmina de forma a obter o ângulo adequado para esta. Essa retirada é efetuada pelo emprego de materiais mais duros do que o aço das lâminas (isto é, materiais que conseguem riscar o aço) e será tão mais eficiente quanto mais abrasivo (duro) for o material da pedra de afiar. O tamanho do grão abrasivo (grana) também está diretamente ligado à eficiência do desprendimento do material da lâmina, pois, quanto maior, também maior será a partícula retirada e mais rápido será o processo de afiação. Por outro lado, a retirada de grandes partículas resultará em uma superfície final áspera e rugosa. Por simplicidade, apresentamos a figura 1 como se a lâmina da faca fosse perfeitamente polida: na realidade, se examinarmos esta lâmina - em especial seu fio - com o auxilio de um microscópio, veremos que sua superfície é bastante irregular Como para uma perfeita operação de corte a lâmina não deve esgarçar as fibras, é fácil concluir que quanto mais polido for o fio de uma faca melhor será o seu desempenho. Assim, o tamanho da partícula retirada e o nível de polimento final já nos dão a primeira indicação para uma afiação eficiente: iniciar o processo de afiação utilizando pedras de grana grossa de modo a obter um desbaste rápido e continuá-lo com o auxílio de outras, com granas cada vez mais finas, até conseguir o fio e o acabamento desejados. Em engenharia, dureza significa resistência ao risco (ou à penetração, se estivermos utilizando equipamentos para medi-la). Para que você possa ter uma noção da dureza de diferentes materiais, citamos a conhecida escala de dureza Mohs que apresenta, em valores crescentes, a dureza de dez (lO) minerais, sendo o talco aquele de mais baixo valor seguido por: gesso, calcita, fluorita, apatita, feldspato, quartzo, topázio, coríndon e diamante. Nessa escala, qualquer dos minerais citados risca aqueles que lhe são inferiores. A figura 3 mostra um gráfico com as durezas de materiais empregados na fabricação de pedras de afiar e aquelas de dois tipos de aço. A escala utilizada é conhecida como dureza Knoop, a qual é expressa pelo peso (em kg) do indentator utilizado, dividido pela área projetada da indentação, esta em mm2. Pode-se dividir as pedras de afiar em dois tipos básicos: naturais e artificiais. Entre as primeiras, as mais conhecidas são aquelas descobertas há séculos no Estado de Arkansas, EUA, e utilizadas tanto pelos primeiros pioneiros norte-americanos quanto pelos índios que lá habitavam e, posteriormente, comercializadas em todo o mundo com o nome de "Arkansas stones" (pedras de Arkansas). Essas pedras, cujo nome técnico é novaculite, são constituídas de sílica pura transformada em rocha pelo calor e pressão gerados durante a formação da crosta terrestre e encontradas com granulação para desbaste suave ("soft"), média ("medium"), fina ("fine") e dura ("hard") esta última em geral de cor preta. Uma variedade dessas pedras é encontrada no vale do rio Ouachita (Washita), no mesmo Estado e também bastantepopular Essas pedras podem ser adquiridas em diversos tamanhos, sendo os mais comuns aqueles de 6" x 2" (152,4 x 50,8 mm) e 8" x 2" (203,2 x 50,8 mm), embora possam ser encontradas outras de maior tamanho destinadas à afiação de facas e outras ferramentas de grandes dimensões ou menores destinadas a serem carregadas no bolso e utilizadas para retoque do fio quando no campo. Embora de custo unitário relativamente alto (acima de US$ 10,00 por unidade em tamanho normal), essas pedras são de excelente qualidade e, quando corretamente utilizadas, permitem obter um fio perfeito. As pedras artificiais, habitualmente conhecidas como pedras de esmeril, são fabricadas a partir de grãos de produtos abrasivos tanto naturais quanto artificiais. Entre os primeiros, citamos o esmeril ("emery", da Grécia e Turquia e que deu origem às chamadas "pedras turcas"), o quartzo ("flint") e a granada ("garnet") e, entre os segundos, o carboneto de silício (SiC) e o óxido de alumínio (Al2O3). Os de origem natural apresentam durezas variáveis, enquanto os artificiais, fabricados dentro de técnicas controladas, possuem propriedades físicas uniformes. Esses abrasivos são triturados, moídos e classificados segundo seu diâmetro ou grana. Esta é definida por um sistema de números, no qual quanto maior o número, menor o diâmetro (ou grana) do abrasivo. Na realidade, a classificação é feita através de peneiras, sendo cada número representado pelo tamanho da malha (de seção retangular). Assim, uma peneira (malha) que deixe passar grãos com tamanho até 1/8" (3,18 mm) é denominada de grana 8; outra que deixe passar grãos até 1/400" (0,06 mm) de grana 400 e assim por diante. Após classificados por sua granulometria, os abrasivos são aglutinados com produtos especiais e moldados em diferentes formas e tamanhos. Em seguida, o aglutinante é endurecido por cozimento, vulcanização ou outro processo compatível com seu tipo fixando, assim, as partículas abrasivas. As ligas ou aglutinantes mais utilizados pela indústria são: argilas, vidros, resinas, borracha goma-laca, silicato de sódio e oxicloreto. As formas nas quais os abrasivos podem ser aglutinados são das mais variadas, predominando aquelas sob a forma de discos ou cilindros (rebolos para esmerilhamento ou retificação), pastilhas, peças planas (entre as quais as nossas pedras para afiar), pontas montadas e, quando sobre papel ou pano, as nossas conhecidas lixas. Sem entrar em mais detalhes da fabricação das pedras de afiar, é importante notar que além da granulometria e do tipo de aglutinante, um outro parâmetro é extremamente importante para o perfeito desempenho da pedra: sua porosidade, definida pela relação entre os grãos abrasivos, o aglutinante e os vazios que os separam. Embora conhecido e utilizado há muitos anos como material abrasivo ou de corte (o autor; ainda aluno de escola de engenharia, utilizou nos anos 50 brocas sinterizadas de diamante e outras com pedras cravadas manualmente, em sondagens de prospecção geológica realizadas em diversas barragens então em construção no País), o diamante industrial nas suas diversas formas, incluindo aquele de cor negra e normalmente de grandes dimensões denominado carbonado, somente em tempos recentes passou a ser oferecido comercialmente em pedras destinadas especificamente à afiação de facas e outras ferramentas. E foi desse novo segmento de utilização do diamante que surgiu a idéia de escrever este trabalho. A TÉCNICA DO ASSENTAMENTO E AFIAÇÃO DE FACAS A técnica a ser empregada na afiação de facas é exatamente a mesma quando são utilizadas pedras naturais ou artificiais, incluindo-se, nessas últimas, aquelas que utilizam o diamante como abrasivo. A grande diferença no emprego do diamante como abrasivo está em sua capacidade de corte e, portanto, na rapidez com que se pode efetuar as diversas operações de afiação, em especial aquelas de desbaste quando maiores quantidades de material precisam ser removidas. Dispondo-se de pedras com granas adequadas e utilizando-as corretamente o resultado final a ser obtido deve ser o mesmo, quer sejam empregadas somente pedras naturais, artificiais ou ambas. Antes da escolha das pedras a serem empregadas é necessário avaliar o grau de afiação que teremos que efetuar: se o fio estiver em ordem e somente "virado", uma chaira resolverá o problema. Sua técnica de utilização é a seguinte: pessoas destras devem segurar a chaira com a mão esquerda e a faca com a direita: em seguida "esfrega-se", sem aplicar pressão excessiva, o fio da faca contra a chaira, mantendo-se entre elas o mesmo ângulo com que aquela foi anteriormente afiada e efetuando movimentos contínuos por toda a extensão do seu fio e com este deslizando à frente e no sentido do movimento da faca. É indiferente se a faca é movida do cabo da chaira para sua ponta ou vice-versa. Realmente importante é que a faca seja movida contra o fio, isto é, como se estivéssemos "fatiando" a superfície da chaira. A cada movimento, a faca deve ser alternadamente "esfregada" por cima e por baixo da chaira igualando, assim, a operação de assentamento nos dois lados da lâmina. Na próxima vez que for a um açougue, observe com atenção como e com que frequência os profissionais utilizam uma chaira e rapidamente estará apto a usá-la. Chaira tipo bastão diamantado. Observe como a lâmina da faca é posicionada perfeitamente na vertical, fazendo com que o ângulo de afiação seja determinado por aquele dos bastões. Dentre as ferramentas hoje fabricadas com abrasivos diamantados, pode-se também encontrar chairas. Todavia, como sua capacidade de corte é muito grande elas se enquadram naquele caso especial que anteriormente mencionamos e no qual, durante o processo de assentamento do fio, algum material é retirado da lâmina. Esse fato pode ser facilmente constatado passando-se um pano limpo na chaira após o processo e observando os resíduos retirados. Esse tipo de chaira tem excelente aplicação na recuperação rápida de facas, especialmente em situações onde não se tenha tempo ou disponibilidade de outros equipamentos para efetuar uma afiação completa. Quando ao examinar o fio de uma faca concluirmos que ele está muito gasto ou mesmo inexistente, é chegada a hora de efetuarmos sua afiação. Neste trabalho vamos nos ater à utilização de pedras manuais para afiação, mas é necessário lembrar que especialmente nas operações iniciais de desbaste podemos utilizar equipamentos motorizados, tais como rebolos de esmeril, lixadeiras de fita ou disco, que aceleram e facilitam sobremaneira nosso trabalho. Todavia, sobre eles não vamos entrar em maiores detalhes, pois acreditamos que poucos dos nossos Leitores dispõem de tais equipamentos ou da técnica necessária para utilizá-los. Como já afirmamos anteriormente. deveremos proceder a afiação da faca utilizando pedras em ordem decrescente de tamanho de grão. Supondo-se um fio inexistente, devemos começar com uma pedra artificial de grana grossa, em seguida passar para uma média e, finalmente, para aquela de grão bem fino. No caso das pedras naturais do Arkansas, a inicial será a "soft", seguida da "medium", e terminando com a "fine". Quando desejarmos um fio excepcionalmente perfeito, deveremos terminar o trabalho utilizando a "hard". Escolhida a primeira pedra a ser utilizada, será necessário fixá-la a uma bancada para que possamos trabalhar sem que esta se mova e cause acidentes. Grande parte das pedras norte- americanas já vem acondicionada em caixetas de madeira ou plástico que facilitam tal fixação; outras são suficientemente pesadas e podem ser utilizadas sem fixação ou, ainda, podemos fixá-las a uma morsa de bancada com o cuidado necessário para não apertá-las em excesso e quebrá-las ou lascá-las. Em seguida, devemos aplicar uma pequena camada de lubrificante sobre a superfície da pedra com o objetivode ajudar o deslizamento da faca e facilitar a remoção tanto de partículas do abrasivo quanto da própria lâmina. O lubrificante a ser empregado pode ser água ou óleo fino, este em formulações especiais preparadas pelos próprios fabricantes das pedras de afiar. A solução caseira para um óleo bastante eficiente resulta da mistura de óleo do tipo Singer ou similar e querosene na proporção de 50% em volume. E importante ler o panfleto técnico que acompanha a pedra pois alguns fabricantes recomendam o uso de óleo, outros o de água, outros são indiferentes e outros afirmam que suas pedras podem ou devem ser utilizadas sem lubrificante. A técnica de afiação é bastante simples e lembra o assentamento do fio com chaira: encostar a lâmina na pedra no ângulo desejado e, mantendo esse ângulo, deslizar a faca contra o fio ao longo de toda a pedra, em um movimento já definido como se fôssemos "fatiá-la". Em seguida, repetir o mesmo movimento virando a faca de lado e trazendo-a de volta ao ponto de partida. Repetir os movimentos de vaivém até obter o desbaste necessário ou desejado. Essas operações serão repetidas em todas as outras pedras de diferentes granas a serem utilizadas. No caso de faca com lâmina curva é fundamental acompanhar essa curvatura durante o processo do deslizamento sobre a pedra, de forma a manter o fio sempre contra o sentido do movimento. Em lâminas de pequeno comprimento, a afiação pode ser efetuada utilizando-se somente uma das mãos para segurar o cabo; naquelas de maior comprimento, deve-se utilizar ambas, sendo uma no cabo e a outra na ponta da lâmina. Assim procedendo teremos duas vantagens: pressão mais uniforme da lâmina sobre a pedra e mais fácil manutenção do ângulo de afiação. A conhecida empresa norte-americana Buck Knives, fabricante de facas de alta qualidade e também de produtos para afiação destas, propõe, além de um ângulo de somente lO graus para suas facas, um sistema de movimentação da peça em afiação diferente daquele que sugerimos e que pode ser mais bem compreendido pela observação da figura. No processo, a faca é girada diversas vezes no sentido contrário ao dos ponteiros de um relógio; em seguida, esta é virada de lado e repete-se o movimento de girar pelo mesmo número de vezes do anterior; porém agora no sentido dos ponteiros de um relógio. Notem que no sistema sugerido pela Buck a faca, em um mesmo movimento giratório e em qualquer dos seus dois lados, irá deslizar com o fio contra e a favor da pedra. Quando a afiação deve ser considerada terminada? Embora esse seja um ponto de difícil definição, diríamos que a melhor maneira de verificação será testar o corte da lâmina, se possível no mesmo material onde pretendemos utilizá-la. Caso isso seja impraticável, tratando-se de facas de cozinha, caça, pesca, ou mesmo canivetes convencionais, basta testá-los cortando em tiras uma folha de papel. Embora este seja um teste rudimentar; se a faca efetuar os cortes com facilidade e sem efeito de "serra", ela estará corretamente afiada. Alguns especialistas em afiar facas com fios extremamente aguçados costumam complementar a afiação com duas operações adicionais: a) passar o fio da lâmina perpendicularmente sobre um pedaço de madeira de lei, procurando cortar suas fibras e não no sentido delas. Essa operação colocará o fio em posição absolutamente coincidente com o eixo da faca e b, passar a faca na face de uma tira de couro, em movimentos semelhantes ao da afiação, mas agora com o fio deslizando no sentido do movimento e não contra ele. Após a utilização das pedras de afiar - qualquer que seja o seu tipo deve-se limpá-las, visando retirar partículas soltas tanto do aço da lâmina quanto do próprio abrasivo. Essa limpeza pode ser feita com um pano limpo mas que não deixe fiapos na superfície das pedras. Todavia, após três ou quatro utilizações, é conveniente efetuar uma limpeza mais completa: com o auxilio de uma escova de cerdas curtas de náilon, lave-as com água e detergente e deixe-as secar naturalmente antes de guardá-las. Corretamente cuidadas, as pedras de afiar devem durar por toda uma vida. Guarde-as em local seguro e não deixe que sofram quedas ou pancadas pois, embora extremamente duras, as pedras são frágeis e podem partir-se com relativa facilidade. OS MODERNOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS No Brasil somente são fabricadas pedras artificiais: Carborundum, Norton e outras empresas menores as produzem em diversas granas, formatos e tamanhos. Sem dúvida, uma das mais práticas é aquela chamada pedra combinada, composta de duas pedras planas e retangulares - uma de grão grosso (100) e outra pedra fina (280) coladas entre si. Existem ainda pedras de tamanho reduzido e diferentes formatos, destinadas à afiação de pequenas lâminas e sempre disponíveis em granas grossa, média e fina. No Exterior; principalmente nos EUA, a variedade de pedras e "sistemas de afiação" é muito grande e é justamente nossa intenção torná-las conhecidas do público brasileiro, pois algumas já estão disponíveis em nosso país e outras podem ser facilmente adquiridas por correio ou fax e pagas com cartão de crédito internacional. As Informações acima foram escritas pelo Engenheiro CRESO M. ZANOTTA e publicadas na revista MAGNUM Ano VIII, Numero 47 (abril-maio/1996) - Página 48. Considerações de Wagner Hüber sobre o uso das Chairas na afiação de facas A chaira sempre deve possuir uma dureza superior a da faca, caso contrário o fio será danificado, pois a faca estará "cortando" o aço da chaira. Esta colocação apesar de parecer lógica, é importantíssima, pois existe atualmente no mercado brasileiro, chairas que não possuem tratamentos térmicos adequados ( em alguns casos nem possuem tratamento térmico e sim apenas uma camada de cromo duro na superfície que sai ao longo do tempo ), devido a busca de redução de custos ou falta de tecnologia para tal processo. No que diz respeito a segurança durante o processo de assentamento do fio, aconselhamos o uso de um protetor de chaira, fabricado em polipropileno, extremamente barato, protege a mão do usuário contra a possibilidade de cortar a mão que segura a chaira com o fio da faca. Devido a esta preocupação com a segurança, que, principalmente nos frigoríficos, iniciou-se o chairamento para a frente, ou seja, na direção do cabo para a ponta da faca. Se observada a fabricação da chaira, observará que em sua ponta existe uma conecidade, que serve para dar início ao chairamento, evitando desta forma a "batida inicial" do fio contra a lamina da chaira (que por ser mais dura pode danificar o fio conforme a força empregada). Novamente devido a custos este detalhe da chaira está sendo eliminado por alguns fabricantes e deve ser a tendência futura, devido a alteração cultural das pessoas no que diz respeito a forma de assentar o fio. Para finalizar a chaira adequada para o assentamento do fio é a chaira lisa, que não remove de forma alguma material da faca. Esta colocação é feita, devido ao fato de não existir disponível no mercado grande volume deste tipo de chaira. Também observamos que ocorre o lixamento da chaira, ou seja, compra-se a chaira com ranhuras e depois lixa-se a chaira até deixar lisa, removendo a camada de dureza, o cromo duro e a imantação, o que pode deixar com uma dureza inferior a da faca e ocorrer caso acima descrito no 1º item. Estamos em constante estudo sobre os produtos e métodos que estão sendo utilizados no Brasil e no exterior para mantermos a qualidade de nossos produtos, caso deseje obter mais informações, vocês encontrarão em nosso manual técnico destinado a frigoríficos, lançado rescentimente ou entre em contato conosco, será um prazer poder auxiliar. Atenciosamente. Wagner Hüber Engenharia de Produto/Processo Unidade de Produtos de Consumo Rua Paul Zivi,501. Distrito Industrial de Gravataí -RS Fone: (51)3358-5353 e-mail: wagner@gem.ind.br DICA DE FERRAMENTA PARA AFIAÇÃO DE LÂMINAS Recentemente "criei "(até então nunca tinha visto nada parecido) um tipo de afiador ("pedra") que é feito da seguinte forma. mailto:wagner@gem.ind.br Utilizando um caibro de madeira de 10X10 cm e com 27 cm de comprimento, eu colo com cola de contato (tipo sapateiro) em cada uma das quatro faces da madeira uma folha de lixa d`água com grãos diferentes (Ex: 280,320,400 e 600) pode também ser feita com lixas mais grossas). Desta forma eu tenho quatro tipos de grão em uma única peça. Se a madeira for densa fica ainda melhor. Mantendo uma umidade constante da lixa tenho conseguido resultados excelentes. Dura muito tempo, depois quando gastar é só colar por cima da lixa velha. Já tenho quatro conjuntos com grãos variados e não troco esse sistema por nenhum outro. Tenho facas diversas, com durezas de até 58 RC e consigo afiá-las através desse sistema facilmente. Gosto muito desse site e gostaria de dar a minha contribuição para que outras pessoas possam ter acesso a um sistema simples e barato e que no meu caso atende perfeitamente. As técnicas de afiação são as mesmas só mudei o agente afiador.