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TABAGISMO O tabagismo, de acordo com a oms, é a principal causa prevenível de morte e de doenças no mundo, afetando mais de 1 bilhão de pessoas. É responsável por aproximadamente 6 milhões de mortes por ano no mundo, devendo alcançar mais de 10 milhões de mortes anuais em 2030. Além disso, também se estima que o tabagismo passivo seja responsável por cerca de 600 mil mortes anuais entre os não fumantes. Atualmente, existe evidencia indicante que uma em cada dois fumantes morrera em decorrência direta de uma doença tabaco-relacionada. O brasil tem apresentado redução significativa na prevalência do tabagismo nas últimas décadas. Em 1989, conforme dados provenientes da pesquisa nacional sobre saúde e nutrição, a prevalência total de fumantes no Brasil tingiu a impressionante taxa de 34,8%. Em 2009, um levantamento realizado nos 107 maiores municípios do brasil, com pessoas entre 12 e 65 anos de idade, observou que 4,1% dos entrevistados reportaram ter utilizado produtos derivados de tabaco alguma vez na vida, e 17,4% referiram uso diário (20,3% homens, e 14,8% mulheres).de acordo com o vigitel um programa de vigilância do ministério da saúde por meio da consulta telefônica dos fatores de risco do tabagismo e das doenças crônicas- realizado nas capitais do pais, identificou-se que a prevalência de fumantes diários maiores de 18 anos foi de 10,8% sendo maior no sexo masculino do que sexo feminino. O que fazer? Inicialmente, deve-se realizar uma entrevista junto a pessoa, com foco na sua história tabagista, Nesse momento, o profissional deve tentar estabelecer a maio empatia possível com a pessoa, de modo a deixa-la confortável durante a entrevista, a aumentando assim o seu envolvimento. AS SEGUINTES INFORMAÇOES DEVEM SER AVALIADAS: NÍVEIS DE ESCOLARIDADE E SOCIOECONÔMICO. VÁRIOS ESTUDOS DEMONSTRAM QUE PESSOAS COM MENOR GRAU DE INSTRUÇÃO E MENOR NÍVEL SOCIOECONÔMICO APRESENTAM MENORES TAXAS DE SUCESSO DE CESSAÇÃO DO TABAGISMO, ALÉM DE TEREM NATURALMENTE MAIOR DIFICULDADE DE ACESSO ÁS MEDICAÇÕES ANTITABAGISMO. Antecedente atual ou prévio de transtorno de ansiedade, depressão ou história de abuso de drogas. Essa pessoas apresentam maior prevalência de tabagismo, em geral consumindo maior quantidade de cigarros diariamente. Quanto à relação entre transtornos psiquiátricos e maior dificuldade para cessação do tabagismo, as evidências são controversas. Em uma metanálise publicada em 2003, não se identificou risco maior de recidiva a curto ou longo prazo em pessoas com diagnostico prévio de depressão maior. Por outro lado, em outra revisão sistemática a associação de antidepressivos (bupropiona) com uma abordagem padrão para cessação do tabagismo resultou em melhora das taxas de abstinência a longo prazo entre pacientes com depressão atual ou previa. De modo geral, recomenda-se que, antes de se iniciar o tratamento para cessação do tabagismo, a pessoa esteja o mais estável possível na parte psiquiátrica, seja com psicoterapia ou com medicações especificas: como ansiolíticos e antidepressivos, caso sejam necessários. INVESTIGAÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE É recomendado que se faça uma revisão da historia pessoal, bem como uma avaliação detalhada dos medicamentos em uso. Isso pode ser útil para a prevenção de efeitos colaterais pelo uso ou pela interação com determinadas edicações antitabagismo. Por exemplo, a bupropiona é contraindicada em pessoas com antecedentes de crises convulsivas. Esse mesmo medicamento, por também ser um antidepressivo, pode resultar em interações medicamentosas nas pessoas em uso de outros antidepressivos ou benzodiazepínicos. AVALIAÇÃO DO GRAU DE DEPENDENCIA à NICOTINA A dependência ao tabaco está principalmente relacionada à ação da nicotina no snc, mais especificamente no núcleo accumbens, levando ao aumento dos níveis de dopamina. Os critérios para transtorno por uso de tabaco, conforme o manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais (DSM), são descritos no quador. A avaliação do grau de dependência à nicotina é geralmente feita pela aplicação do teste de fargerstrom- um questionário simples contendo seis perguntas, com pontuação variando de 0 a 10, descritos na tabela. AVALIAÇÃO DO GRAU DE MOTIVAÇÃO Como a cessação do tabagismo envolve modificação dos hábitos e condutas do estilo de vida da pessoa, é essencial que ele esteja motivada para que se posso obter sucesso durante e após o tratamento. A prescrição de medicações antitabagismo em pessoas pouco ou não motivadas dificilmente resultara em sucesso, evoluindo, com mais probabilidade, com uma redução, as vezes, pouco expressiva do número de cigarros fumados por dia. Além disso, logo após a suspensão das medicações antitabagismo em uso, frequentemente essa spessoas tendem a retornar a consumir a mesma quantidade de cigarros que fumavam antes. Uma das escalas mais utilizadas nesse sentido é o modelo transeteórico comportamental de proschaska e cols, que classifica as pessoa em 5 estágios de mudança, conforme descrito a seguir. 1) PRÉ- CONTEMPLAÇÃO A pessoa não cogita a possibilidade de parar de fumar, mesmo sendo aconselhada sobre os benefícios de cessação do tabagismo. O profissional deve procurar realizar, sempre que possível, pelo menos uma abordagem mínima, frisando com a pessoa a importância da cessação do tabagismo e os benefícios associados, de modo que ela possa passar a contemplas a ideia de parar de fumar e, assim, evoluis para os estágios a seguir. 2) CONTEMPLAÇÃO A pessoa começa a admitir que fumar é um problema, no entanto tem medo de dar os primeiros passos para parar de fumar. Em outras palavras, o fumante demonstra sentimento de ambivalência quanto À mudança de comportamento. Nesse momento, a pessoa encontra-se mais suscetível a essa mudança, uma vez que já está consciente da importância de parar de fumar, precisando de apoio, estimulo e orientação para passar para os estágios seguintes. Identificar barreiras para realização de uma tentativa e esclarecer dúvidas são fundamentais. 7) Preparação- A pessoao passa a dar os primeiros passos para a cessação do tabagismo, começando a controlar o número de cigarros fumados por dia, estabelecendo horários para fumar ou mesmo procurando ajuda profissional. 8) AÇÃO A pessoa adota atitudes especificas, conseguindo efetivamente parar de fumar. O estímulo à mudança, o entendimento desse processo e a atenção aos riscos de recaisa devem ser abordados pelo profissional nessa fase. O indivíduo deve estar orientado a identificar e a evitar as situações relacionadas ao consumo de cigarros e a usar estratégias para lidar com os momentos de forte vontade de fumar. O estímulo à mudança, o entendimento desse processo e a atenção aos riscos de recaída devem ser abordados pelo profissional nessa fase. O indivíduo deve estar orientado a identificar e a evitar as situações relacionadas ao consumo de cigarros e a usar estratégias para lidar com os momentos de forte vontade de fumar. É importante parabenizar a pessoa por essa conquista, o que contribui para aumentar sua autoestima, também frisando todos os benefícios que ela vem sentindo desde a interrupção do tabagismo, o que contribui para o aumento da motivação. 9) MANUTENÇÃO Nessa fase, a pessoa deve estar consciente da necessidade de prevenir a ocorrência de lapsos/recaídas, devendo ousar as estratégias aprendidas. Mais uma vez, é importante, devendo usar as estratégias aprendidas. Mas uma vez, é importante destacar os benefícios da cessação do tabagismo. Em outras palavras, esse estágio configura a finalização do processo de mudança ou encerra no caso de ocorrência de recaídas. ENTREVISTA MOTIVACIONAL EM DETALHES Para os pacientes que possuem sentimentos de ambivalência com relação ao tabagismo, a entrevista motivacional mostra-se uma técnica interessante p para esses casos, auxiliando na mudança doestágio comportamental. Nessa entrevista, recomenda-se que o profissional de saúde procure: ->Acolher o fumante, de modo a entender as suas necessidades a respeito do conflito causado pelo tabagismo. ->Analisar e compreender a ambivalência como elemento perturbados da decisão de mudança. ->Minimizar junto ao fumante suas incertezas quanto a interrupção do tabagismo e, simultaneamente, enfatizar expectativas positivas a serem observadas com a abstinência. ->Individualizar os conflitos entre fumante e tabaco, entre paciente e dependência e entre paciente e abstinência. A entrevista motivacional é uma abordagem terapêutica que utiliza um modo particular de ajudar as pessoas para reconhecer e fazer algo a respeito de seus problemas presentes, incluindo processo de ambivalência perante o ato de mudança de comportamento, nesse caso, parar de fumar. Dessa forma, a motivação deve ser entendida como a capacidade de uma pessoa se envolver e aderis a uma estratégia especifica de mudança. Esse ato deve ser encarado como um estado de prontidão ou vontade de mudança, que pode flutuar e um momento para outro; por isso, são usadas ferramentas baseadas nesse modelo. O modelo transteórico comportamental apresentado é uma ferramenta fundamental para traçar as condutas terapêuticas nesse momento. Esse modelo tenta auxiliar a mudança de comportamento de forma mais persuasiva do que coerciva. Essa prática terapêutica pode ser empregada em um único encontro/avaliação, mas geralmente, necessita de mais um encontro para obter maior sucesso. Os modelos protocolares preexistes fornecidas pelo MS e pelo instituto nacional de câncer INCA. 1) ABODAGEM MÍNIMA (breve) 2) PAAP (pergunte, avalie, aconselhe e prepare) 3) PAAPA (pergunte, avalie, aconselhe, prepare e acompanhe) 4) Abordagem intensiva. LEMBRETE: NUNCA PERCA A OPORTUNIDAD DE ABORDAGEM, MESMO EM SITUAÇOES IMPROVÁVEIS. QUANTO MAIS INTENSA A ABORDAGEM, MAIOR A TAXA DE CESSAÇÃO DO TABAGISMO. A entrevista motivacional é uma intervenção que reúne muito mais do que um conjunto de técnicas para fazer o aconselhamento, uma vez que ela é uma maneira de estar com o paciente, provavelmente de modo bastante diferente de forma como os outros podem tê-lo tratado no passado. É uma forma de tratamento bastante promissora e que dá alento ao difícil tratamento de comportamentos aditivos, nesse caso o tabagismo. PESQUISAAR CIENTIFICAS TEM TENTADO DEMONSTRAR A EFEITIVIDADE DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL BREVE NO TRATAMENTO DO TABAGISMO; os resultados não são satisfatórios, principalmente quando se refere ao paciente com grave dependência ao tabaco. Tratamento não farmacológico Em relação ao aconselhamento, é importante que se leve em conta os horários livres da pessoa antes de escolher a modalidade de tratamento, de modo a otimizar o máximo possível a sua adesão ao tratamento. Ambas as abordagens apresentam eficácia, havendo controvérsias sobre qual modalidade apresenta melhor relação custo-efetividade (devido a heterogeneidade do acompanhamento psicológico durante os estudos). As seguintes considerações sobre cada forma de aconselhamento podem ser feitas. O quadro descreve as características do acompanhamento em grupo, em que as taxas de cessação são maiores, à medida que seja adjuvante a terapia medicamentosa. PROGRAMAS DE ATENDIMENTO EM GRUPO PARA CESSAR O TABAGISMO O primeiro passo consiste em explicar para o fumante o planejamento do tratamento, expondo as opções de tratamento e as modalidades de aconselhamento disponíveis (consultas individuais ou em grupos). 1) ABORDAGEM EM GRUPO Cada sessão possui duração, em média, de 60 minutos. Tem a grande vantagem de troca de experiências entre os fumantes, mostrando as pessoas que muitas das dificuldades que encontram para parar de fumar são mais comuns do que elas imaginam. Permite abordar simultaneamente vários indivíduos, sendo em geral, até 12 por grupo, uma vez que um número maior de pessoas pode reduzir a eficácia do tratamento supervisionado nessa modalidade. Exige, naturalmente, uma sala maior, para que todas as pessoas possam ficar bem acomodadas; de preferência, com uma disposição em círculo, na qual se tona mais fácil a comunicação. Algumas pessoas, por problemas pessoais ou mesmo por timidez, não se sentem a vontade para compartilhar seus avanços ou recaídas, o que pode resultar em adesão insatisfatória ao tratamento ou mesmo desistência (procurar avaliar isso durante a entrevista inicial). Algumas pessoas, por questões de excentricidade, podem inibir ou afetar o comportamento dos outros, dificultando a dinâmica em grupo, bem como a eficácia do tratamento (incluir essas pessoas preferencialmente na abordagem individual). De acordo com o consenso abordagem e tratamento do fumante, elaborado pelo inca, recomendam-se, a princípio, 6 sessões, com as 4 primeiras sendo semanais, e as duas últimas com periodicidade quinzenal. A rotina das reuniões é descrita a seguir. PRIMEIRO ENCONTRO Após a entrevista inicial, é recomendado que o profissional, antes de iniciar a sessão, já tenha em mãos diversas informações de cada fumante (idade, número de cigarros fumados por dia, grau de dependência a nicotina, número de tentativas previas para cessação de tabagismo, comorbidade, antecedentes psiquiátricos, medicamentos em uso, etc.). O objetivo dessa sessão é preparar as pessoas para parar de fumar. Costuma-se perguntar a razão principal pela qual cada indivíduo deseja parar de fumar, uma vez que isso pode ajudar, em determinadas situações, a aumentar a motivação das pessoas. Deve-se explicar aos fumantes que a nicotina é uma substancia psicoativa, que pode resultar em dependência física, psicológica e comportamental. É interessante explicar nos receptores nicotínico-colinergicos leva a liberação de neurotransmissores, como dopamina, serotonina, norepinefrina e acetilcolina, o que resulta em sensação de prazer, diminuição da ansiedade e aumento da atenção e da memória. É importante que o fumantes entendam que evitar situações de risco e utilizar estratégias é essencial para o sucesso no tratamento. Assim, recomenda-se evitar possíveis gatilhos relacionados com o cigarro, o que varia de fumante para fumante, sendo os mais comuns ingeris bebidas alcoólicas, tomar café, sentar ao computador, etc. A pessoa deve ser alertada para o fato de que, ao parar de fumar, experimentará episódios de forte vontade de fumar (fissuras). Nesses momentos, o fumante deve ser orientado a realizar atividades que possam distrai-lo (caminha, ler um livro, etc...O, também se destacando como opções o consumo de gomas de marcar ou ingerir agua (de preferência, gelada). Salienta-se que esses episódios de vontade intensa de fumar tem duração de aproximadamente 5 minutos e se tornam cada vez mais fracos e raros com o decorrer do tratamento. Nesse momento, é importante explicar o que é a síndrome de abstinência, que tem início aproximadamente 8 horas pós o ultimo cigarro, a tingindo um pico com 72 horas de abstinência. Sua duração é de aproximadamente 3 a 4 semanas. Ela é marcada por um forte e persistente desejo de fumar, humor deprimido, insônia ou sonolência diurna, irritabilidade, frustação ou raiva, ansiedade, dificuldade de concentrar-se, inquietação, diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial e aumento do apetite ou ganho de peso. É prudente enfatizar que os medicamentos tem como objetivo diminuir os sintomas relacionados a abstinência, oferecendo maior chance de sucesso, mas a mudança de comportamento é a chave para uma vida sem cigarros. Recomenda-se explicar sucintamente os principais medicamentos antitagismo disponíveis, como agem, enfatizando as vantagens e desvantagens de cada um. Após a introdução desses conceitos, cada fumante deve ser estimulado a marcar uma data para parar de fumar (dia D). Recomenda-separada abrupta, em vez da redução progressiva do número de cigarros fumados por dia. O profissional pode auxiliar na escolha da data orientando a pessoa a escolher entre um dia da semana ou fim de semana, observando se existe diferença de consumo de acordo com os gatilhos relatados. PRÓXIMOS ENCONTROS Preconiza-se a utilização de estratégias direcionadas para aquisição e treinamento de habilidades que são decisivas para que ocorram mudanças na vida diária dos fumantes, o que é realizado principalmente na forma de terapia congnitivo-comportamnetal (tcc). Entre as principais características da tcc, destacam-se as seguintes: 1) Praticar sempre a empatia 2) Oferecer orientação contínua, independentemente do progresso ou do insucesso da pessoa. 3) remover barreiras que possam interferir no tratamento, como ansiedade, estresse, falta de motivação, etc. 4) remover situações-gatilhos, sempre que possível, o que varia de fumante para fumante, po exemplo, suspender a ingestão de bebidas alcoólicas, reduzir o consumo do café, não acompanhar os colegas enquanto fumam, etc. 5) Estabelecer metas alcançáveis e realistas e ajudar ativamente na tomada de decisões. 6) proporcionar liberdade de escolha nos caminhos do tratamento, seja na modificação do medicamento, seja na recusa em usar novos medicamentos, ou mesmo na escolha das estratégias a serem utilizadas para a cessação do tabagismo. 7) Questionar e enfatizar sobre a ocorrência de benefícios relacionados à redução ou a interrupção do tabagismo, como melhora do hálito e do odor, redução da PA, melhora da tosse e da falta de ar, etc. Investigar o impacto da redução/interrupção do tabagismo na dinâmica das relações familiares: eles perceberam, estão felizes com a atitude da pessoa? A cada encontro, também é importante avaliar o progresso dos indivíduos (questionar sobre o número de cigarros fumados por dia) e se houve lapsos ou recaídas, bem como a ocorrência de efeitos colaterais associados as medicações prescritas e monitorar periodicamente o peso. OBSERVAÇÕES ->Para pessoa que apresentam, na entrevista inicial ou durante o acompanhamento, quadro sugestivo de ansiedade ou mesmo de depressão, é importante que se considere, nem que seja temporiamente, a prescrição de ansiolíticos e antidepressivos, avaliando também a necessidade de referenciamento para psicólogo e/ou psiquiatra. Para essa situação, recomenda-se avaliar cada caso individualmente. ->de forma geral, 1 em cada 10 fumantes pode ganhar mais de 10 kg após parar de fumar, com a média de ganho de peso situado-se entre 2 a 4 kg. Vale ressaltar que nem todos os indivíduos ganham peso, com alguns podendo ate emagrecer. A maior parte do ganho ponderal ocorre, em média, nos primeiros 6 meses após a cessação, estabilizando-se após 1 ano da cessação do tabagismo. Em ganhos superiores a 3 a 4 hg, solicitar a p pessoa maior atenção na dieta e realização de exercícios físicos; caso ocorra ganho persistente, referenciar para nutricionista e/ou endocrinologista. Pessoas que, por acaso, não interromperem totalmente o tabagismo, podem, caso tenham interesse, reiniciar o tratamento, sendo, por exemplo, realocados para um novo grupo de cessação de tabagismo. MANUTENÇÃO Ao término do programa, os indivíduos que se encontrarem abstinentes do fumo podem ser encaminhados para a fase de manutenção, que consiste, geralmente, em encontros mensais até se completar 12 meses de acompanhamento. Para as pessoas que evoluírem com recaídas durante o acompanhamento, discutir a programação de uma nova tentativa, de modo semelhante a todo o processo descrito, como se fosse iniciar o tratamento pela primeira vez. 2) ABORDAGEM INDIVIDUAL-> é aplicada na forma de uma consulta e deve englobar o mesmo conteúdo descrito na abordagem em grupo. Nessa modalidade, a entrevista inicial pode conter o processo de preparação para parar de fumar, sendo o primeiro retorno após a data de parada. Tratamento farmacológico De acordo com o consenso abordagem e tratamento do fumante, o uso de medicamentos antitabagismo está indicado nas seguintes situações. ->fumantes moderados, ou seja, que fumam 20 ou mais cigarros por dia ->fumantes que fumam o primeiro cigarro até 30 minutos após acordar e fumam, no mínimo, 10 cigarros por dia. ->fumantes com escore do teste de fargerstrom igual ou maior do que 5, ou avaliação individual, a critério do profissional. ->fumantes que já tentaram para de fumar apenas com tcc. ->fumantes que não possuem contraindicações clinicas. ->decisão a critério do profissional. De modo geral, deve-se recorrer inicialmente à monoterapia. A terapia combinada em geral é indicada em uma das seguintes situações: pessoas com elevado grau de dependência nicotínica, pessoa em uso de monoterapia com evolução insatisfatória durante o tratamento, pessoa que fizeram uso prévio de vários medicamentos com sucesso parcial. A seleção entre medicamentos de primeira ou segunda escolha depende de vários fatores: Condições financeiras do indivíduo, disponibilidade dos medicamentos, grau de dependência nicotínica, uso prévio de medicamentos, presença ou não de contraindicações aos medicamentos, etc. TERAPIA DE REPOSIÇÃO DE NICOTINA Também denominada terapia de reposição de nicotina (trn), sendo considerado medicamento de primeira escolha para cessação do tabagismo. Seu mecanismo de ação está relacionado com a ligação aos receptores nicotínicos no snc, impedindo desse modo, a ligação da nicotina liberada pelo cigarro nos mesmos receptores. Disponíveis em diversas apresentações, como adesivos transdermicos, gomas de mascar, pastilhas e spray nasal (este último não comercializado no brasil). GOMA DE MASCAR Encontra-se disponível em tabletes de 2 a 4 mg, contendo nicotina tamponada em ph alcalino, o que facilita a sua absorção pela mucosa oral. Deve-se masca-la até o surgimento de um gosto característico na boca, o que indica a liberação de nicotina, devendo, em seguida, ser posionada no sulco gengival por alguns minutos até adquirir consistência mais firme; em seguida, mascar novamente e reiniciar o processo anterior por, em média, 30 minutos, quando, então, a goma deve ser descartada. NÃO INGERIR ALIMENTOS OU BEBIDAS 15 MINUTOS ANTES OU DURANTE O USO, UMA VEZ QUE PODE INTERFERIR NA ABSORÇÃO DA NICOTINA. Ele age, em média, por 20 a 30 minutos, com seu pico de concentração em torno de 20 minutos. Pode ser usada também como monoterapia, o que requer, em média, 8 a 12 gomas/dia, não devendo ser utilizada mais do que 24 unidades/dia; além de essa abordagem mostra-se pouco pratica e onerosa, também pode associar-se a efeito colaterais, como fadiga muscular no maxialar. Outra possibilidade consiste no uso combinado com outros medicamentos antitabagismo, em especial com os adesivos transdermicos de nicotona (ver a seguir). Nessa situação, a goma é mais utilizada como medicamento emergencial nos momentos de fissura no decorrer do dia. As reações adversa mais comuns incluem problemas dentais, dor na articulação temporomandibular, dente amolecidos, soluços, adesão a dentadura, irritação da boca ou da garganta, ulcerar orais, hipersalivaçao e dispepsia. PASTILHAS As pastilhas são mais rapidamente absorvidas pela mucosa oral do que as gomas de mascar, sendo mais práticas de usar, pois não costumam associar-se com dor na ATM. São disponíveis na dose de 2 ou 4 mg. De modo semelhante a goma, podem ser usadas como monoterapia (mínimo de 9 máximo 15 pastilhas/dia) ou para alivio das fissuras, em combinação com outros medicamentos, como os adesivos transdermicos. ADESIVOS TRANSDÉRMICOS Estão disponíveis em dosagens de 7,14 e 21 mg de nicotina ativa. Promovem liberação continua de nicotina, promovendo absorção correspondente a 75% da dosagem total contida nos adesivos. Eles devem ser aplicados pela manhã, ao acordar, em área coberta sem pelos (entre pescoço e a cintura),sendo trocados a cada 24 horas, com a orientação de se alternarem os locais de aplicação. Recomenda-se utilizar doses decrescentes de nicotina, começando-se geralmente com o adesivo de 21 mg e finalizando com o de 7mg. Costuma-se usar 2 a 4 caixas de 21 mg e, em sequência, 2 a 4 caixas de 14 mg e 1 a 2 caixas de 7mg. Dependendo do grau de dependência e do progresso da pessoa, pode-se prolongar ou abreviar o uso desses medicamentos. A dose máxima é de 42 mg/dia (2 adesivos de 21mg), e a data para parar de fumar deve coincidir com o início do tratamento. Os efeitos adversos mais comuns são: irritação cutânea, que pode resultar em eritema, prurido, edema e bolhas (oq responde ao uso de corticoide tópico), além de insônia, hipersalivaçao, náuseas e vômitos. OBSERVAÇOES Segundo a revisão sistemática da Cochrane, todas a s formulações de reposição de nicotina contribuem para o aumento da chance de cessação de tabagismo em fumantes motivados. A mesma revisão mostrou que o uso de TRN aumentou, nos estudos avaliados, a taxa de abstinência tabagistica em 50 a 70%, independentemente da definição utilizada para caracterizar abstinência. -recomenda-se que gomas sejam usadas por até 12 semanas, e os adesivos, de preferência, a te 8 a 10 semanas. Naturalmente, o uso desses medicamentos pode ser prolongado conforme critério médico. -Deve-se evitar, dentro do possível, o consumo de cigarros durante a utilização de TRN, popi pode resultar na absorção diária de doses maiores de nicotina do que a pessoa vinha habitualmente utilizado antes de iniciar o tratamento antitabagismo. Isso pode acarretar cefaleia, mal estar, náusea e mesmo piora da PA, caso isso ocorra, é necessário avaliar o grau de motivação do fumante. - A TRN deve ser utilizada com cautela em pessoas portadoras de coronariopatias (especialmente nos primeiros 14 dias após infarto agudo do miocárdio) ou em portadores de arritmias graves. Estudos prévios já indicaram que a trn pode ser, de fato, utilizada com segurança em indivíduos cardiopatas crônicos, não aumentando a gravide da doença cardiovascular. BUPROPIONA Medicamento antitabagismo de primeira escolha, que corresponde a um antidepressivo atípico inibindo a receptação da dopamina e da norepinefrina no SNC. O mecanismo pelo qual auxilia na cessação do tabagismo não está totalmente esclarecido, mas se acredita que promova aumento dos níveis dos neurotransmissores supracitados no núcleo accumbens, proporcionando redução da compulsão de fumar. Encontra-se disponível em comprimidos de 150 mg, com caixas de 30 ou 60 comprimidos. É rapidamente absorvida após a ingestão, atingindo pico plasmático em 3 horas, com meia-vida de 19 horas. A metabolização é principalmente hepática, com excreção renal. A dose inicial é de 150 mg/dia durante os 3 primeiros dias; a partir do quarto dia até o final do tratamento, aumenta- se a dose para 300 mg/dia, divididos em 2 tomadas diárias, com intervalo mínimo de 8 horas. Não ingerir a segunda dose após as 19 horas, devido ao risco de insônia. Em pessoas idosas com insuficiência renal ou hepática, a dose plena pode ser reduzida para 150 mg/dia. O dia D deve ser programado entre 10 e 14 dias após o início da bupropiona, recomendando-se o seu pico por até 12 semanas. POSSUII DIVERSAS CONTRAINDICAÇÕES: ->ABSOLUTAS. Epilepsia ou história de convulsões prévias (inclusive, convulsão febril na infância) ou anormalidades reconhecidas no eletroencefalograma, tumores do snc, trauma craniana e uso de inibidor da monoaminoxidase (imao) nos últimos 15 dias. ->RELATIVAS. Evitar uso concomitante com carbamazepina, cimetidina, barbitúricos, fenitoína, antpsicóticos, teofilina, corticosteroides sistêmicos, hipoglicemiantes orais/insulina; pessoas em uso de outros antidepressivos ou benzodiazepínicos ou com hipertensão arterial não controlada; sua utilização não é recomendada durante a gravidez, pois ainda não há dados suficientes de segurança. OS EFEITOS ADVERSOS MAIS COMUNS SÃO: SENSAÇÃO DE BOCA SECA E INSÕNIA, CEFALEIA, TONTURA E AUMENTO DA PA; OUTRO MENOS FREQUENTES; CONVULSOES, NAUSEAS, VOMITOS, ENXAQUECA, DOR ABDOMINAL E CONSTIPAÇÃO. VERENICLINA É também considerada terapia de primeira escolha para cessação do tabagismo. O mecanismo de ação envolve a ligação aos receptores nicotínicos alfa4beta2, o que resulta na liberação de dopamina, porem em quantidades menores do que a nicotina, agindo, desse modo, com um agonista parcial. Como a ligação aos receptores nicotínicos impede a ação da nicotina no SNC, considera-se que esse medicamento também possui ação antagonista com relação à nicotina. Deve-se utilizar o seguinte esquema de tratamento: 1 cp, de 0,5 mg, 1 vez ao dia (do primeiro ao terceiro dia); 1 cp., de 0,5 mg, de 12/12 horas ( do quarto ao 7 dia); por último , 1 cp (1mg) de 12/12 horas ( a partir do oitavo dia até o final do tratamento). A PESSOA DEVE PROGRAMAR O DIA D UMA SEMNA APÓS O INÍCIO DA VARENICLINA. Recomenda-se o uso por 12 semanas. Com relação aos efeitos colaterais, a náusea é a mais frequente, relatada em até um terço das pessoas, resultando em interrupção do tratamento em 3% dos casos. Tende a ser mais intensa nas primeiras semnas, com a grande maioria dos casos sendo leves a moderados, desaparecendo com a continuidade do tratamento ou com o uso de antieméticos. Outros efeitos colateriais (>10%); constipação, diarreia, distensão abdominal, desconforto estomacal, flatulência ,boca seca, fadiga, dispneia e rinorreia. Há relatos de ocorrência de sonhos vividos, humor depressivo, agitação, ideação e comportantamento suicida, sobretudo em pessoa com antecedentes psiquiátricos. Caso isso ocorra, suspender a medicação imediatamente. Em termos de contraindicações, destaca-se hipersensibilidade a vareniclina e insuficiena renal grave. Não há estudos sobre a segurança do fármaco em gestantes, nutrizes e adolescentes. Em junho de 2001, a food and drug administration publicou uma advertência sobre o uso da vareniclina em pessoas com doença cardiovascular previa, que pode associar-se a risco pequeno, massa clinicpamente relevante, de eventos cardiovasculares. NORTRIPTILINA Antidepressivo tricíclico que promove o bloqueio da receptação de norepinefria no snc, aumentando, assim, os seus níveis na fenda sináptica. A sua ação como medicação antitabagismo ainda não está totalmente esclarecida, mas as evidencias sugerem que é independente da sua ação antidepressiva. É CONSIDERADO MEDICAMENTO DE SEGUNDA ESCOLHA PARA CESSAÇÃO DO TABAGISMO. A dose deve ser iniciada com 25 a 50 mg/dia, de preferencia à noite, e aumentanda, gradualmente, se necessário e conforme a tolerância do fumante. Os principais efeitos colaterais são boca seca, sonolência e, eventualmente, retenção urinária. EXIGE CAUTELA AO SER PRESCRITO PARA CARDIOPATAS E PORTADORES DE ARRITMIAS, PODENDO PROMOVER TAQUICARDIA SINUSAL E PROLONGAMENTO DO INTERVALO QT. Pode ser uma opção interessante ao ser usado em combinação com o adesivo, pois além da ação antitabagismo combinada, contribui para redução dos níveis de ansiedade. CLONIDINA É um medicamento anti-hipertensivo devido ao seu efeito agonista sobre os receptores adrenérgicos alfa2. Acredita-se que seu efeito antitabagismo esteja relacionado ao alívios dos sintomas da síndrome de abstinência. É pouco utilizado atualmente como medicamento antitabagismo. Os efeitos colaterais mais comuns incluem sedação e hipotensão arterial; sua suspensão abrupta pode resultar em efeito rebote com crises hipertensivas. OUTROS MÉTODOS Vários outros métodos vem sendo preconizados para a cessação do tabagismo, como hipnose, acunpuntura, cigarros artificiais sem droga, aromaterapia, entre outros. Não existem, no entanto, evidencias cientificas suficientes para comprovar a eficácia desses métodos. Dessa forma, nenhum desses métodos é recomendado para a cessaçãodo tabagismo. ERROS MAIS FREQUENTES COMETIDOS Desconsiderar tratamento em fumantes nos estágios motivacionais pré-contemplatico e/ou contemplativo. Esses indivíduos precisam ser avaliados por meio de entrevista motivacional, oferecendo informação necessária para que contemplam a ideia de parar de fumar, identificando quais barreiras impedem a realização de uma tentativa. A ausência de motivação não deve ser interpretada como ausência de oportunidade. O tabagismo é uma doença crônica, e o fumante deve ser abordado repetidamente, a fim de favorecer o processo de mudança. Orientar indiscriminadamente a cessação do tabagismo para tabagistas e etilistas. Nessa situação, deve-se avaliar cada caso quanto à possibilidade de tratamento de ambas as condições simultaneamente, podendo ser necessários intervir sobre cada dependência em momentos diferentes. Iniciar tratamento com combinação de medicamentos. O tratamento farmacológico, quando indicado, deve ser iniciado, a princípio com monoterapia. Considerar associação de medicamentos em pacientes com resposta insatisfatória à monoterapia em uso. Não avaliar, antes da prescrição, a existência de contraindicações para as medicações antitabagismo (avaliar condições clinicas previas, comorbidades ou os medicamentos já em uso pela pessoa), o que pode levar ao aparecimento de efeitos colaterais e iatrogênicos. PROGNÓSTICO E COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS A recaída é frequente, ocorrendo mais comumente nas 2 primeiras semanas após a cessação do tabagismo. Isso é reforçado pelo fato de que a maioria dos fumantes necessita de diversas tentativas previas ate obter abstinência continua e definitiva. A ocorrência de uma recaída pode resultar no retorno completo à mesma quantidade de cigarros que a pessoa consumia anteriormente ou em uma quantidade ainda maior; ao mesmo tempo, a recaída pode resultar no reinício do tratamento. Existe também o lapso, que corresponde a um episódios isolado em que a pessoa volta a fumar, como se fosse um deslize, não traduzindo necessariamente uma recaída; por outro lado, uma sucessão de lapsos pode precipitar uma provável recaída. Muitos indivíduos que param de fumar sem acompanhamento adequado podem evoluir com piora da ansiedade e mesmo com a ocorrência de síndrome de abstinência, que se manifesta por agitação, nervosismo, insônia, dificuldade de concentração, etc. OUTRA COMPLICAÇÃO POSSÍVEL É O GNHO DE PESO, DE CAUSA MULTIFATORIAL (redução do metabolismo, piora da ansiedade, redução da atividade física, aumento da ingesta calórica, piora da ansiedade, redução da atividade física, aumento da ingesta calórica, necessidade de manipular a mãos com algumas coisas). A MÉDIA DE GANHO DE PESO SITUA-SE ENTRE 2 A 4 KG, com ganho ponderal ocorrendo em média nos primeiros 6 meses após a cessação, com tendência a se estabilizar após 1 ano da cessação do tabagismo.
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