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Avaliação Clínica anamnese nutricional

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Avaliação Clínica: anamnese nutricional
Desafio
O diabetes é uma doença crônica fortemente relacionada aos hábitos alimentares e ao estilo de vida. Muitos portadores desconhecem a fisiopatologia da doença e desconhecem o tratamento, acreditando que só seja necessária a exclusão do açúcar da dieta. Não é incomum que os diabéticos adotem dietas que excluam os açúcares, aumentando o consumo de outros alimentos que acabam por elevar os níveis de glicemia, mantendo a hiperglicemia e prejudicando a saúde dos indivíduos a curto e a longo prazo.
Você é nutricionista clínico e está atendendo um paciente. Após uma vida de hábitos alimentares e estilo de vida irregulares, teve o diagnóstico de diabetes tipo 2. O paciente chega para a primeira consultar com você e se mostra muito ansioso em relação ao diagnóstico recente. Relata que perdeu sua mãe pela mesma doença e que tem muito medo de que o mesmo aconteça com ele. O paciente está emotivo e relata estar disposto a mudar radicalmente sua alimentação, dizendo que tudo que ele precisa é de um plano alimentar para seguir e solucionar os seus problemas.
Neste Desafio, elabore um texto com os aspectos relevantes a serem abordados e investigados na anamnese da primeira consulta desse paciente. Comente os principais temas: o acolhimento ao paciente diabético, o objetivo e os aspectos da anamnese que devem ser avaliados, métodos de avaliação do consumo alimentar e relação entre o nutricionista e o paciente.
Padrão de resposta esperado
Diabetes é uma doença crônica não transmissível, altamente prevalente na população. Devido à cronicidade, o tratamento deve ser extremamente esclarecido ao paciente, para que as complicações do diabetes sejam evitadas ao longo da vida. Ressalta-se, ainda, que essa enfermidade é uma das maiores causas de desfechos cardiovasculares que levam à morte.
O acompanhamento nutricional de pacientes diabéticos é parte fundamental no tratamento da doença, uma vez que a alimentação é uma das causas da hiperglicemia, como um dos fatores de risco modificáveis por meio da reeducação alimentar e da adoção de novos hábitos.
Em uma primeira consulta com um paciente que teve o diagnóstico recente da doença, cabe ao nutricionista esclarecer a influência da alimentação na condição clínica do paciente. Nesse sentido, o profissional deve organizar uma metodologia que consiga ilustrar a atuação dos alimentos na glicemia, abrangendo todos os grupos alimentares. É preciso, ainda, que o paciente compreenda a consequência da hiperglicemia na fisiologia humana. Esse aspecto é muito relevante, uma vez que muitos pacientes não seguem o tratamento nutricional por não relacionarem os malefícios envolvidos com o constante estado hiperglicêmico.
Quanto à anamnese nutricional que será aplicada para esse paciente citado, cabe ao nutricionista procurar tranquilizá-lo, esclarecendo que o tratamento nutricional do diabetes é, na maioria das vezes, suficiente para que se consiga normalizar as glicemias. Além disso, a dieta preconizada é estabelecida dentro de um plano alimentar saudável e variado, atendendo a todas as necessidades nutricionais do indivíduo. Como o paciente demonstra estar ansioso e emotivo, é necessário que o nutricionista estabeleça um vínculo de confiança com ele, sem julgamentos, de forma otimista em relação à capacidade que tem para seu autocuidado.
Na primeira consulta, o profissional realiza a anamnese para obter dados sobre a doença atual e outras informações específicas para a construção do plano alimentar. As perguntas são feitas a respeito dos seguintes temas: história de algumas doenças (obesidade, anorexia, bulimia, dislipidemias, pressão alta, etc.), alimentação atual e pregressa (nascimento e do passado recente), informações do funcionamento do tubo digestório como mastigação, problemas no estômago, glândulas anexas e eliminações fisiológicas (fezes e urina).
A investigação da história alimentar é uma ferramenta muito importante na consulta de nutrição, pois, a partir desses dados, a elaboração do plano alimentar será iniciada. Sendo assim, é necessário ter o conhecimento das técnicas corretas para se coletar e avaliar essas informações, a fim de se obter um retrato mais fiel do perfil alimentar do indivíduo.
É possível que se utilize o recordatório de 24 horas, para saber os horários, os locais e as quantidades de alimentos ingeridos em cada refeição do dia anterior. Esses dados podem ser complementados com informações obtidas pelo questionário de frequência de consumo alimentar, que classifica os alimentos por grupos (leite e derivados, frutas, hortaliças, carnes, ovos, óleos, etc.). Com base nisso, o nutricionista já estará munido de informações mais detalhadas sobre os alimentos consumidos e poderá obter um panorama dos hábitos alimentares.
É importante, também, que se analise o esquema de medicamentos (se houver) e os exames laboratoriais realizados previamente, os quais devem ser levados à consulta para avaliação. Outro item relevante é o fornecimento de informações sobre os exercícios físicos, realizados rotineiramente (horários, tipo, intensidade), uma vez que o plano alimentar poderá ser flexibilizado ou não a partir desses dados.
A relação entre o nutricionista e o paciente com diabetes, na elaboração do plano alimentar, é fundamental para que este seja viável e prazeroso. As dúvidas sobre os alimentos surgem à medida que aumenta o envolvimento com o plano alimentar. Dessa forma, inicia-se o processo educativo, em que profissional e paciente passam a trocar informações essenciais para o sucesso do tratamento.
Nessa primeira consulta, o profissional inicia a abordagem sobre a ação dos alimentos no organismo e de como os nutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) agem sobre a glicemia. Outros temas como hipoglicemia e o uso de produtos diets, adoçantes, frutas, doces, etc., devem ser abordados de tal maneira que o paciente saia da consulta com segurança de realizar as suas refeições. Ressalta-se, ainda, que a educação continuada faz parte de todas as consultas e as dúvidas são explicadas juntamente com a construção do plano alimentar.
Ao final, um plano alimentar específico às necessidades nutricionais e de saúde é fornecido, com listas de alimentos para consulta sobre o seu conteúdo nutricional e de carboidratos. Essas listas abrem um leque de opções de alimentos de forma que o plano alimentar não fica monótono e pode ser modificado pela própria pessoa com diabetes, respeitando as orientações do nutricionista. Após a consulta, o profissional disponibiliza o parecer nutricional para o médico ou para outros que façam parte da equipe de atendimento. Os encontros subsequentes são igualmente importantes para que haja a avaliação e possível modificação da conduta nutricional inicial e para que se possa dar continuidade ao processo educativo.