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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL „ RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I – ETAPA I – PATOLOGIAS EM PAVIMENTAÇÕES Ramon Marques Lajeado, outubro de 2016 2 Ramon Marques RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I – ETAPA I – PATOLOGIAS EM PAVIMENTAÇÕES Relatório de Estágio Supervisionado I, etapa I, apresentado na disciplina de Estágio Supervisionado I, do Curso de Engenharia Civil, do Centro Universitário UNIVATES, como avaliação de nota do semestre 2016A. Professor: Ms. Antônio Pregeli Neto Lajeado, outubro de 2016 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................4 1.1 Pavimentos Flexíveis........................................................................................................................5 1.2 Pavimentos Rígidos..........................................................................................................................6 2 ÓBJETIVOS.................................................................................................................................................7 3 MATERIAIS................................................................................................................................................8 3.1 Subcamadas......................................................................................................................................8 3.2 Revestimentos..................................................................................................................................9 3.2.1 Revestimento Asfáltico.................................................................................................................9 3.2.2 Revestimento de Concreto..........................................................................................................10 3.2.2.1 Pavimentos de Concreto Simples (PCS)..................................................................................11 3.2.2.2 Pavimentos de Concreto Armado (PCA) ................................................................................11 3.2.2.3 Pavimentos de Concreto Pretendido (PCPRO).......................................................................12 4 PATOLOGIAS EM PAVIMENTAÇÕES..................................................................................................12 4.1 Patologias em Pavimentos de Concreto.........................................................................................12 4.1.1 Patologias Estruturais..................................................................................................................12 4.1.2 Patologias Funcionais..................................................................................................................14 4.2 Patologias em Pavimentos Asfálticos............................................................................................16 4.2.1 Deformações de Superfície.........................................................................................................16 4.2.2 Defeitos de Superfície.................................................................................................................17 4.2.3 Panela..........................................................................................................................................17 4.2.4 Escorregamento de Revestimento Betuminoso...........................................................................18 4.2.5 Fendas: fissuras e trinca..............................................................................................................19 5 EMPRESAS ENTREVISTADAS QUE ATUAM NO RAMO DE PAVIMENTAÇÕES.........................22 5.1 Questões Genéricas da UNIVATES..............................................................................................23 5.2 Questões Específicas......................................................................................................................23 6 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS..........................................................................................................24 6.1 Questionário Genérico....................................................................................................................24 6.2 Questionário Específico.................................................................................................................25 6.2.1 Síntese das respostas dadas pelo projetista com auxílio do Engenheiro Civil da empresa Construtora Giovanella LTDA.............................................................................................................25 6.2.2 Síntese das respostas dadas pelo projetista com auxílio do engenheiro civil da empresa Construtora Giovanella LTDA.............................................................................................................26 CONCLUSÃO................................................................................................................................................28 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................29 4 1 INTRODUÇÃO Através da disciplina Estágio Supervisionado I abordarei a temática: Patologias de Pavimentos, as quais se constituem de estruturas compostas por camadas projetadas e dimensionadas, contendo os materiais específicos de acordo com as características do solo ao qual este será implantado, podendo ser classificados em estruturas rígidas ou flexíveis. Eles permitem o tráfego dos mais variados tipos de veículos automotores, promovendo assim a movimentação da economia/comércio com o transporte de mercadorias e outros produtos e veículos. Todo solo possui características próprias, sejam elas em função de onde e como se formou juntamente a variações climáticas, podendo acarretar mudanças em suas propriedades mecânicas. Em Pavimentações Asfálticas os estudos do tráfego de veículos associados às características mecânicas do solo indicarão o tipo de material a ser utilizado naquele pavimento. Desde as camadas subjacentes (subleito, reforço de subleito, sub-base e base) até o revestimento propriamente dito. Embora seja feito o estudo adequado para o emprego de determinado tipo de material, com o passar do tempo, ainda na vida útil do pavimento, poderão surgir algumas anomalias (falhas) na estrutura de revestimento e, por conseguinte nas subcamadas, devido a alguma negligência na execução ou algo que passou despercebido quando o pavimento foi projetado. Devido a isso, é de extrema importância saber o tipo de patologia e onde se deu a origem da mesma no pavimento para que seja possível realizar alterações e remediar/melhorar a condição de trafegabilidade daquele pavimento. 5 1.1 Pavimentos Flexíveis Os Pavimentos Flexíveis são formados superficialmente por uma camada asfáltica, como revestimento, e subcamadas de base, sub-base e de reforço de subleito, compostos por materiais granulares, solos ou misturas de solos, sem adição de materiais cimentícios (Figura 1). Neste, a intensidade de tráfego influencia na capacidade de suporte nas subcamadas, afetando sua rigidez. Dependendo das condições ambientais e características do solo o qual será implantado no pavimento, indicará qual será espessura das camadas. Eles são projetados para operar em uma vida útil de dez anos. Figura 1 - Estruturação Pavimento Flexível. BERNUCCI BARIANI, Liedo; DA MOTTA, Laura Maria Goretti; PEREIRA CERATTI, Jorge Augusto; BARBOSA SOARES, Jorge. PavimentaçãoAsfáltica: Formação Básica para Engenheiros. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Petrobras e Abeda, 2010. Nesse tipo de pavimento a transmissão das cargas vindas das rodas dos veículos acontece de forma vertical, canalizando em um ponto único e distribuídas em uma área menor (Figura 2). Figura 2 - Distribuição das tensões em pavimentos flexíveis. Dtt.upfr. Disponível em: <http://www.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/TextoComplementar.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. 6 1.2 Pavimentos Rígidos São pavimentos que compõe em sua superfície uma camada de concreto de cimento Portland e em suas subcamadas, sub-base, subleito ou sobre o reforço do subleito, quando necessário, (Figura 3), material granular ou material estabilizado a cimento. São projetados para operar em torno de trinta anos, mediante poucas manutenções periódicas. Figura 3 - Estruturação Pavimento Rígido. BERNUCCI BARIANI, Liedo; DA MOTTA, Laura Maria Goretti; PEREIRA CERATTI, Jorge Augusto; BARBOSA SOARES, Jorge. Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Petrobras e Abeda, 2010. Nos pavimentos rígidos, a transmissão das cargas da roda dos veículos acontece de forma semelhante à dos pavimentos flexíveis, porém a dissipação das tensões pela estrutura do pavimento ocorre em uma área de maior absorção (Figura 4). Figura 4 - Distribuição das tensões em pavimentos flexíveis. Dtt.upfr. Disponível em: <http://www.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/TextoComplementar.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. 7 2 OBJETIVOS Os objetivos do presente trabalho consistem na apresentação de como se dão as patologias em pavimentos, abordando de que modo as empresas procedem no tratamento de certas imperfeições causadas pela má execução, comportamento mecânico do solo e agentes externos agressivos. Métodos, formas de execução e manutenção, são alguns dos conceitos que serão contextualizados, mediante as práticas que as empresas adotarem para correção dos pavimentos. 8 3 MATERIAIS 3.1 Subcamadas Os materiais que compõem as subcamadas (base, sub-base e subleito), são definidos de acordo com suas funções no pavimento, tendo em vista sua resistência a deformações promovidas pelo tráfego. - Base: cumpre o papel de amenizar as tensões nas camas inferiores, possibilitar a drenagem de água que se infiltra (por meio dos poros do pavimentos e eventual deformação) e resistir a tensões causadoras de imperfeições na superfície. Os materiais que podem ser usados na Base são: Brita Graduada Simples, Brita Graduada Tratada com Cimento, Concreto Compactado a Rolo, Solo-Cal, Solo-Cimento, Macadames Hidráulicos e Solo-Brita. - Sub-base: sua função está em diminuir a espessura da base, formando uma espécie de “capa” que protege o subleito. Materiais empregados: Cascalho, Solo-Cal. Solo-Cimento, Brita Graduada Tratada com Cimento. - Subleito: camada de fundação, onde há o solo propriamente dito a qual servirá de apoio para o pavimento, sendo nele diagnosticado sua resistividade (Índice Suporte Califórnia – CBR), umidade, peso específico natural e peso específico aparente seco, os quais influenciarão na espessura e nos tipos de materiais das camadas sobrepostas. 9 3.2 Revestimentos Nos pavimentos a função do revestimento está em impermeabiliza-los, oferecendo resistência a: derrapagem, agentes intempereis e tráfego, e também proporcionar um conforto na trafegabilidade. Os tipos de revestimento a serem empregados, são selecionados de acordo com a intensidade de tráfego que certa rodovia sofrerá, podendo ser: 3.2.1 Revestimento Asfáltico Usado em pavimentos flexíveis, semirrígido e invertido, em que se empregam materiais como: CBUQ (Cimento Betuminoso Usinado a Quente), PMQ (Pré-Misturado a Quente) e PMF (Pré-Mistura a Frio). Em pavimentos flexíveis, semirrígidos e invertidos a camada de revestimento é a base de Concreto Asfáltico, o CBUQ, formado por areia, brita e um ligante asfáltico de petróleo (CAP). Sua aplicação na rodovia se dá pela mistura desses componentes à quente, mediante a uma usina que se desloca até o local da aplicação por meio de caminhões equipados os quais lançam o material por meio de uma vibro-acabadora. Logo após a aplicação, é feita a compactação da mistura através de rolos para que sejam atingidas as exigências de projeto, como por exemplo, o adensamento do material. 10 Figura 5 - Aplicação do revestimento asfáltico. BERNUCCI BARIANI, Liedo; DA MOTTA, Laura Maria Goretti; PEREIRA CERATTI, Jorge Augusto; BARBOSA SOARES, Jorge. Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Petrobras e Abeda, 2010. 3.2.2. Revestimento de Concreto O revestimento de concreto é aplicado em pavimentos rígidos, sendo mais usual os de concreto a simples, armado e protendido. Figura 6 - Execução do revestimento de concreto. BERNUCCI BARIANI, Liedo; DA MOTTA, Laura Maria Goretti; PEREIRA CERATTI, Jorge Augusto; BARBOSA SOARES, Jorge. Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Petrobras e Abeda, 2010. Vibro-acabadora 11 3.2.2.1 Pavimentos de Concreto Simples (PCS) O concreto é de alta resistência se comparado com os usados em edifícios, por não possuírem armadura. Eles suportam esforços de tração quando a estrutura sofre flexão e compressão. Sua composição é de baixo teor de finos, mas com um teor considerável de fibras, de modo que promova essa resistividade às tensões mecânicas e nele há a presença de juntas, sendo elas serradas para que haja o controle da retração hidráulica no período de reação do concreto. Figura 7 - Placas de concreto simples. Dtt.upfr. Disponível em: Acessado em: 12 de Outubro de 2016. 3.2.2.2 Pavimentos de Concreto Armado (PCA) Os pavimentos de concreto armado operam no regime de compressão, sem sofrer esmagamento na parte comprimida, e tração suportada pela armadura (Figura 9), assim como, no concreto convencional. Nele, do mesmo modo que PCS, há as juntas serradas, porém com maior espaçamento. Figura 8 - Seção transversal do revestimento com placa de concreto armado. Dtt.upfr. Disponível em: Acessado em: 12 de Outubro de 2016 Amadura 12 .3.2.2.3 Pavimentos de Concreto Protendido (PCPRO) O revestimento de concreto protendido possibilita o uso de placas com grandes dimensões planas e com espessuras menores. Isso é permitido, pois a protensão aplicada na armadura, irá comprimi-la operando em regime elástico, onde não há deformação permanente, promovendo uma alta resistência a tração do concreto, gerando um pavimento praticamente impermeável e sem trincas, sendo mais raro o uso de juntas de dilatação. 4 PATOLOGIAS EM PAVIMENTAÇÕES Patologias correspondem a anomalias que ocorrem nas estruturas externa ou interna nos pavimentos, devido a alguma negligência ou imperícia na hora da execução, trazendo um aspecto negativo em termos de infraestrutura, diminuindo as condições de segurança na trafegabilidade. Elas são divididas de acordo com o tipo de pavimento, concreto ou asfáltico. 4.1 Patologias em Pavimentos de Concreto 4.1.1 Patologias Estruturais Correspondem ao tipo de patologia que prejudica a capacidade de tráfego do pavimento, por causa do surgimento de trincas que podem se espalhar por toda espessura da placa de revestimento. Essas trincas ocorrem de acordo com: - Corte pouco profundo, sendo que o estipulado por norma é de 8 cm (Figura11); 13 Figura 11 - Trinca Transversal. Figura 9 - Trinca Longitudinal. ARAUJO DA SILVA, Paulo Fernando. Manual de Patologia e Manutenção de Pavimentos. 1 .ed. São Paulo: Ed. Pini, 2005. - Atraso na serragemou no corte das juntas; Figura 10 - Trinca Diagonal. ARAUJO DA SILVA, Paulo Fernando. Manual de Patologia e Manutenção de Pavimentos. 1 .ed. São Paulo: Ed. Pini, 2005. - Desalinhamento das barras de transferência, formando uma trinca transversal; Corte de 2 cm, gerando uma Trinca Longitudinal 2 cm 14 ARAUJO DA SILVA, Paulo Fernando. Manual de Patologia e Manutenção de Pavimentos. 1 .ed. São Paulo: Ed. Pini, 2005. - Restrição da sub-base, originando trincas em “Y”, pela aderência da placa de concreto com a sub-base; Figura 12 - Trinca em "Y". ARAUJO DA SILVA, Paulo Fernando. Manual de Patologia e Manutenção de Pavimentos. 1 .ed. São Paulo: Ed. Pini, 2005. 4.1.2 Patologias Funcionais Patologias que prejudicam na segurança e na dirigibilidade do pavimento, não se alongando por toda espessura da placa, de acordo com Eng. Paulo Fernand A. Silva, localizam-se no terço médio superior da placa de concreto. Elas procedem por: - Retração Hidráulica: se dá pela absorção de água durante o processo de cura do concreto. A precursora dessa patologia é a água de adensamento, pois quanta maior quantidade, maior será as condições de haver retração, causando fissuras pelo pavimento. Figura 13 - Trinca isolada longitudinal, pela presença de grande quantidade de água no concreto. 15 Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. - Rugosidade: surgida durante a má execução e aplicação do concreto sobre o pavimento. Vassoramento e sobra de concreto descarregado sobre o concreto endurecido, são alguns dos motivos que provocam esse tipo de patologia. - Retração plástica: acontece através da evaporação da água de amassamento pela ação do vento e sol. A falha na cura inicial, na cura química ou na demora no processo de pega do concreto, são alguns dos motivos da ocorrência de fissuras no pavimento. Essas, devido a esse fenômeno, não prejudicam a condição de dirigibilidade, pois possuem profundidade inferior a 6 cm, não havendo a entrada de grande quantidade de água. Apenas fissuras com aberturas superiores a 6 cm necessitam de reparos. Figura16 – Fissuras promovidas pela Plástica. Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. - Defeitos de superfície: ocorrem pela retração plástica; delaminação, ocorrendo o desprendimento da superfície, em torno de 2 mm a 4 mm de espessura, devido ao seu fechamento precoce, trancando a água na camada impermeável, durante o processo exsudação do concreto, gerando seu desprendimento; erosão; mascas de patas de animais ou pneumáticos. 16 Figura 14 – Efeito de delaminação no concreto Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. 4.2 Patologias em Pavimentos Asfálticos Se dão através de: 4.2.1 Deformações de superfície - Por afundamento: de modo plástico, sendo permanente em virtude da deformação do revestimento e das subcamadas, formando amplitudes na superfície do pavimento. Possui dois tipos: Afundamento Plástico Local, com até 6 m de alcanço e para dimensões maiores que essa é caracterizado Afundamento Plástico da Trilha. Figura 15 - Afundamento em Trilha de Roda Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. 17 - Por consolidação: acontece devido à má compactação no solo do pavimento, podendo ser: ACL (Afundamento de Consolidação Local), para dimensões de até 6 m e ACT (Afundamento de Consolidação na Trilha) para dimensões acima de 6 m. - Por corrugações: também chamadas de “Costela de Vaca”, ocorrem pela má execução, causando a instabilidade das subcamadas, juntamente ao consumo exagerado de asfalto, proporcionando baixa resistência. Essa patologia é comumente formada em subidas, rampas e curvas, em locais que necessitam ações de frenagem e aceleração pelos veículos. 4.2.2 Defeitos de superfície - Por degaste superficial: acontece devido a interação de tráfego com intemperismo, formando uma superfície polida, favorecendo a derrapagem. Figura 16 - Desgaste superficial – perda do material asfáltico Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. - Por arrancamento progressivo dos agragados: devido a ação abrasiva de tráfego com intemperismo, permitindo o desprendimento do agregado no asfalto devido ao superaquecimento ou falta do ligante asfaltico. 4.2.3 Panela Buraco que se origina no revestimento, podendo atingir a base do pavimento, formado através da compressão da água que se instala nas trincas, promovendo a volatilidade da superfície asfáltica. 18 Figura 17 - Formação de Panela no Pavimento Asfáltico Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. 4.2.4 Escorregamento do Revestimento Betuminoso Consiste na movimentação do revestimento, proporcionando o surgimento de “fendas de meia-lua”. Isso ocorre devido a não aderência entre o revestimento e a base ou pela baixa resistência do material asfáltico, ocorrendo em locais de frenagem, fazendo com que o veículo desloque a camada betuminosa de revestimento asfáltico. Figura 18 - Escorregamento asfáltico Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. 19 4.2.5 Fendas: fissuras e trinca - Trincas: correspondem a rachaduras que ocorrem na superfície do pavimento, possuindo dimensões maiores que as fissuras. Se desenvolvendo por fadiga, devido ao tráfego de veículos pesados, de modo isolado ou por interligações com outras trincas, ou sem fadiga, insolada ou em bloco. Tipos de trinca: Tricas couro de jacaré (Figura n°): estágio mais adiantado da fadiga, possuindo ângulos agudos, com arestas próximas a 30 cm de extensão, interconectadas com outras trincas. Figura 19 - Trinca Couro de Jacaré Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. Trincas em bloco: originadas pela retração do material de revestimento e pelas mudanças de temperatura que o mesmo sofre. Isso promove a superfície um alto endurecimento, tornando o pavimento pouco flexível e trincas com formato de cubos, medido de 0,1 m² a 10 m². 20 Figura 20 - Trincas em bloco Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. Trincas longitudinais: são trincas originárias má elaboração das juntas de construção, assentamento de fundação, retração da superfície asfáltica, caracterizando a fase inicial da fadiga. Elas são divididas em: Trinca Longitudinal Longa (TLL), quando esta foi maior que 1m e Trinca Longitudinal Curta (TLC), quando esta for menor ou igual a 1m. Figura 21 - Trinca Longitudinal Isolada Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. Trincas Transversais: assim como as trincas longitudinais, essas são isoladas mas perpendiculares ao pavimento e se dão pelas mudanças temperatura e de tráfego ou pelo fenômeno de retração na superfície asfáltica, podendo ser divididas em: Trinca Transversal Longa (TTL), quando for maior que 1m e Trinca Transversal Curta (TTC), quando for menor ou igual a 1m. 21 Figura 22 -Trinca Transveral Isolada Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/-e-manuais/normas/terminologia-ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. - Fendas: de acordo PRO 00/94 a TER 01/78, tricas e fissuras são uma variante das fendas, divididas em 3 classes conforme o grau de agressividade, quanto maior a classe mais perigosa é a fenda: Classe 1: trincas com aberturas maiores que fissuras e menores que 1 mm; Classe 2: trincas maiores que 1 mm, sem erosão nos lados; Classe 3: trincas maiores que 1mm, com erosão nos lados. 22 5 EMPRESAS ENTREVISTADAS QUE ATUAM NO RAMO DE PAVIMENTAÇÕES Baseado nas mais variadas patologias existentes nas pavimentações sejam elas asfálticas ou de concreto, foram realizadas entrevistas em duas empresas que compartilham na atuação dessa mesma área: construção de pavimentos. Desse modo, com intuito de associar teoria e prática concomitante a troca de conhecimentos relacionados a patologias em pavimentos, as entrevistas feitas aos profissionais dá área dessas empresas tem por finalidade compreender como procedem na resolução dessas patologias, de acordo com a análise que eles adquiriram com o tempo juntamente a conhecimentos científicos. As empresas entrevistadas foram a Construtora Giovanella LTDA e a Conpasul Construção e Serviços, atuando no ramo de construção de pavimentos asfálticos. Os profissionais entrevistados de cada empresa correspondem: ao projetista Cristiano Kist, da Construtora Giovanella, granduando em Engenheria Civil, auxiliado pelo Engenheiro Civil da empresa, Teotônio Paranhos e o Engenheiro Civil Rodrigo Martins de Britto da Conpasul Construção e Serviços. Sendo assim, para cada profissional foram enviados dois tipos de questionários que são: Questinário Genérico, voltado para saber a opinião dos profissionais sobre um estagiando em Engenharia Civil e Questionário Específico, com perguntas voltadas ao tema do estágio, Patologias em Pavimentações. 23 5.1 Questões Genéricas da UNIVATES 1. Qual o retorno que a empresa espera do trabalho de um estagiário de Ensino Superior? 2. Como a empresa visualiza a atuação do estagiário ao longo do desenvolvimento do seu estágio: acompanhamento, observação e/ou execução? 3. Quais conhecimentos prévios para a realização de um estágio em Engenharia Civil? 4. Como um profissional de Engenharia Civil pode contribuir na empresa? 5. Quais habilidades/competências/conhecimentos você julga que são necessárias para essa contribuição? 5.2 Questões Específicas 1. Em relação a reparo: a) qual é o tipo de patologia mais recorrente, necessitando de reparo? b) de quanto em quanto tempo é necessário fazer a manutenção de uma estrada de pavimento de concreto e/ou asfáltico? c) é muito recorrente a necessidade de fazer uma correção nas subcamadas devido ao surgimento das patologias na superfície? d) quanto tempo dura esse reparo? 2. Em termos de custo, a manutenção do pavimento rígido é mais cara que a do pavimento em asfalto? 3. Das patologias, quais são as piores e mais difíceis de se fazer algum reparo? 4. Sobre os tipos de materiais, qual é os mais utilizados e que menos sofrem patologias? 5. A empresa em questão terceiriza ou fabrica o material de revestimento de pavimento? 24 6 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS 6.1 Questionário Genérico De acordo com a visão dos Engenheiros Civis das empresas, o estagiário é um aprendiz e que devidamente orientado, com o tempo, pode tornar-se auxiliar ou substituto técnico, quando estiver graduado. Para isso, seu desempenho é avaliado mediante a execução e observações relacionadas a trabalho em equipe, iniciativa, comunicação, foco no resultado, flexibilidade e criatividade, sendo esses fundamentais para que se chegue a esse resultado, assim como sua permanência na empresa. Conhecimentos prévios adquiridos em sala de aula relacionados ao comportamento do solo e suas características, também são fatores que determinantes para o estagiário ter uma boa rentabilidade dentro da empresa. Instruções e orientações fornecidas pelo Engenheiro Civil da empresa podem fazer com que o estagiário dê seus primeiros passos como futuro profissional, criando novas ideias para que o serviço seja mais dinâmico e rápido. Por isso, na concepção dos Engenheiros Civis, o estágio é de suma importância para que o graduando possa ter uma visão mais ampla do conceito, de acordo com a área em que ele pretende seguir, pois tais ensinamentos que só podem ser conseguidos com a prática, a instituição não teria como lhe proporcionar. 25 6.2 Questionário Específico 6.2.1 Síntese das respostas dadas pelo projetista com auxílio do Engenheiro Civil da empresa Construtora Giovanella LTDA 1. Em relação a reparo: a) Qual é o tipo de patologia mais recorrente, necessitando de reparo? Resposta: A patologia mais recorrente é o borrachudo. b) De quanto em quanto tempo é necessário fazer a manutenção de uma estrada de pavimento de concreto e/ou asfáltico? Resposta: Nossa empresa trabalha com concreto asfáltico. A princípio a garantia é de cinco anos, mas os projetos são mal dimensionados, por isso muitas vezes este tempo acaba sendo menor. c) É muito recorrente a necessidade de fazer uma correção nas subcamadas devido ao surgimento das patologias na superfície? Resposta: Sim. d) Quanto tempo dura esse reparo? Resposta: Depende da correção efetuada. 2. Em termos de custo, a manutenção do pavimento rígido é mais cara que a do pavimento em asfalto? Resposta: Sem condições de opinar. 3. Das patologias, quais são as piores e mais difíceis de fazer algum reparo? Resposta: As piores são os borrachudos, pois demandam maior profundidade de remoção e mais material para recomposição. 4. Sobre os tipos de materiais, qual é os mais utilizados e que menos sofrem patologias? Resposta: Sem condições de opinar. 26 5. A empresa em questão terceiriza ou fabrica o material de revestimento de pavimento? Resposta: A empresa fabrica o concreto betuminoso usinado a quente. O material asfáltico utilizado em sua composição é terceirizado. 6.2.2 Síntese das respostas dadas pelo projetista com auxílio do engenheiro civil da empresa Construtora Giovanella LTDA 1. Em relação a reparo: a) qual é o tipo de patologia mais recorrente, necessitando de reparo? Resposta: O tipo de patologia mais recorrente é o “borrachudo”, responsável pela formação de crateras/panelas nos asfaltos, devido a má estabilidade solo, das subcamadas, fazendo com o revestimento trabalhe como uma borracha, ficando “solto”, propiciando essas caraterísticas. b) De quanto em quanto tempo é necessário fazer a manutenção de uma estrada de pavimento de concreto e/ou asfáltico? Resposta: Aconselhável fazer a manutenção preventiva nas rodovias pavimentadas com CBUQ (Cimento Betuminoso Usinado a Quente) de cinco em cinco anos. c) É muito recorrente a necessidade de fazer uma correção nas subcamadas devido ao surgimento das patologias na superfície? Resposta: Se a patologia for recente, sendo apenas trincas, geralmente não precisa correção nas camadas inferiores, mas quando são panelas ou afundamentos por trilho de rodas, precisa ser refeito as camadas inferiores. d) Quanto tempo dura esse reparo? Resposta: Se for localizado, deve ser feito rapidamente para não deixar as camadas inferiores expostas. 2. Em termos de custo, a manutenção do pavimento rígido é mais cara que a do pavimento em asfalto? 27 Resposta: Como é feito mais manutenção no pavimento asfáltico se comparado com o rígido, acaba sendo mais caro. 3. Das patologias, quais são as piores e mais difíceis de fazer algum reparo? Resposta: Quando atinge o subsolo, devem-se remover todas as camadas, compelo menos a largura de um rolo e reconstituí-los até o pavimento final. 4. Sobre os tipos de materiais, qual é os mais utilizados e que menos sofrem patologias? Resposta: Mais utilizados nos reparos de pavimento asfáltico é CBUQ, os que menos sofrem patologias, geralmente são os que utilizam CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) com polímeros e com estrutura reforçada. 5. A empresa em questão terceiriza ou fabrica o material de revestimento de pavimento? Resposta: Fabrica o material. 28 CONCLUSÃO De acordo com as respostas dos questionários, pode-se apontar que as empresas esperam do estagiário um perfil de estudante interessado em aprender e ter comprometimento com o trabalho, executando com êxito as tarefas propostas, a fim de agregar conhecimento à empresa, colaborando para o crescimento da mesma, tornado seu serviço o mais dinâmico, prático e qualitativo possível. O estágio de um aluno de Engenharia Civil em uma empresa que desenvolve pavimentações sejam elas asfálticas ou de concreto, mostra-se o quão importate é esse contato do aluno com a efetiva prática nessa área. Nela se faz presente muitos aspectos no que diz respeito à preparação dos materiais, selecionando qual é o melhor e mais viável para determinada via de tráfego e de como lidar com as futuras imperfeições em termos estruturais desse pavimento. Contudo, creio que os profissionais de cada empresa se propuseram a gesticular bem sobre como sua empresa lida com as patologias que surgem nos pavimentos, devido a agentes externos intempéricos e desgaste com o uso, embora não serem muito específicos em algumas respostas, sua colaboração veio a calhar muito, mostrando qual é o tipo de patologia mais recorrente na região, Lajeado/RS e cidades vizinhas, e como um projeto bem elaborado pode contribuir a prolongar a vida útil de um pavimento. 29 REFERÊNCIAS ARAUJO DA SILVA, Paulo Fernando. Manual de Patologia e Manutenção de Pavimentos. 1 .ed. São Paulo: Ed. Pini, 2005. Ipr.dnit. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/normas/terminologia- ter/dnit005_2003_ter.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. BERNUCCI BARIANI, Liedo; DA MOTTA, Laura Maria Goretti; PEREIRA CERATTI, Jorge Augusto; BARBOSA SOARES, Jorge. Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Petrobras e Abeda, 2010. SCHIMID, Manfred Theodor, Pavimentos Rígidos em Concreto Protendido. 2. ed. São Paulo: Ed. Rudloff Industrial Ltda, 2010. Dcc.ufpr. Disponível em: <http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/3/32/TC030_A%C3%A7os_x.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016. Dtt.upfr. Disponível em: <http://www.dtt.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/TextoComplementar.pdf> Acessado em: 12 de Outubro de 2016.
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