Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CRICIÚMA/SC EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CRICIÚMA/SCPizzaria Chapa Quente Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJsob o nº 00.000.000/0000-00, com sede na Rua das Pizzas, nº 123, Bairro Centro,Criciúma/SC, CEP 88888-888, por seu advogado abaixo assinado, com escritórioprofissional na Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Jurídico, Criciúma/SC, CEP 88888-888,vem, com o devido respeito e acatamento à figura de Vossa Excelência, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR em face da decisão proferida pelo MM. Juiz da 80ª Vara do Trabalho deCriciúma/SC, com fundamentos no Art. 5º, inciso LXIX da CF e na Lei 12.016/2009, de acordo com as razões abaixo: I - DOS FATOS A impetrante foi citada para responder a reclamação trabalhista ajuizada pela Sra.Evelyn Calabresa, em que esta requer o pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo, com base em suposto contato com agente insalubre em seu local de trabalho. Em sua defesa, a impetrante afirmou que a temperatura do ambiente estava dentro dos limites de tolerância estabelecidos pela legislação e que forneceu todos os equipamentos de proteção necessários à empregada. No entanto, em audiência de instrução realizada em 13/04/2023, o juízo determinou de ofício a realização de prova pericial, proibiu a apresentação de quesitos pelas partes, nomeou um perito de sua confiança e fixou os honorários periciais em R$4.000,00,determinando que a empresa antecipasse a quantia em 10 dias, sob pena de execução forçada. A impetrante protestou contra a decisão, alegando que esta viola normas jurídicas, mas o juiz consignou o protesto na ata e manteve intacta a decisão. A impetrante, então, pediu a palavra na audiência e explicou que seu negócio ainda sofre o efeito da pandemia, e que, caso seja obrigada a dispor dos R$ 4.000,00determinados pelo juiz, não terá como fechar a folha de pagamento dos funcionários naquele mês. II - DO DIREITO O presente mandado de segurança tem por objetivo proteger direito líquido e certo da impetrante, que está sendo ameaçado pelo ato do Juiz da 80ª Vara do Trabalho de Criciúma/SC, que determinou a realização de prova pericial e a antecipação dos honorários periciais pela impetrante. O ato impugnado viola o direito líquido e certo amparado pelo art. 1º da Lei12.016/2009, bem como viola o direito da impetrante à ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal, previstos nos artigos 5º, LIV e LV, da Constituição Federal. Dessa forma, demonstra que o ato cometido pelo MM. Juiz da 80ª Vara do Trabalho de Criciúma/SC, ora impetrado é arbitrário, não lhe possibilitando o direito constitucional de recorrer, em razão de ter determinado a antecipação dos honorários periciais em R$4.000,00, ainda que registrado protestado em Ata de Audiência de que não teria como fechar a folha de pagamento dos funcionários naquele mês. Além disso, o Juiz da 80ª Vara do Trabalho de Criciúma/SC também agiu com excesso de poder ao proibir a apresentação de quesitos pelas partes e a indicação de assistentes técnicos. Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que "a determinação da realização de perícia técnica, no processo judicial, não pode ser determinada de ofício pelo magistrado, ainda mais sem a apresentação de quesitos pelas partes e sem a oportunidade de indicação de assistentes técnicos" (REsp 1.651.794/PR, Rel. Min. Sérgio Kukina,Terceira Turma, DJe 22/02/2019).Por tudo isso, a impetrante tem o direito líquido e certo de não ser compelida a antecipar os honorários periciais e de que seja permitida a apresentação de quesitos pelas partes e a indicação de assistentes técnicos, bem como de que a nomeação do perito e afixação dos honorários periciais sejam feitas de forma imparcial e razoável. DA MEDIDA LIMINAR No caso em questão, a relevância do fundamento do pedido está presente, pois a impetrante teve violado seu direito à ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal, previstos nos artigos 5º, LIV e LV, da Constituição Federal, de modo que o direito pleiteado pela impetrante de fato existe, caracterizando fumus boni iuris. Além disso, a impetrante corre o risco de sofrer dano irreparável ou de difícil reparação, uma vez que o pagamento dos honorários periciais exigidos pelo Juízo pode comprometer a saúde financeira da empresa, prejudicando assim a continuidade de seu negócio e configurando a presença do periculum in mora. É importante ressaltar que, inclusive, Ainda na audiência, o titular da sociedade empresária pediu a palavra e, aflito, explicou que o seu negócio ainda sofria o efeito da pandemia, e que se precisasse dispor dos R$ 4.000,00 determinados pelo juiz, não teria como fechar a folha de pagamento dos funcionários naquele mês, ou seja, deixando evidente a existência indiscutível do periculum in mora e do fumus boni iuris. III - DO PEDIDO ANTE O EXPOSTO, requer-se: 1. A concessão de medida liminar, para que seja suspensa a decisão do Juiz da 80ªVara do Trabalho de Criciúma/SC, que determinou a realização de prova pericial e a antecipação dos honorários periciais pela impetrante, até o julgamento final do presente mandado de segurança; 2. A intimação do magistrado coator, para que preste informações sobre o ato impugnado, no prazo legal; 3. A notificação da autoridade coatora e do representante do Ministério Público para, querendo, ingressar no processo; 4. A citação da União, nos termos do artigo 7º, I, da Lei nº 12.016/2009, para integrar a relação processual; 5. A procedência do presente mandado de segurança, para que seja reconhecido o direito líquido e certo da impetrante à ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal, e para que seja determinada a suspensão da realização da prova pericial e da antecipação dos honorários periciais pela impetrante; 6. A condenação da autoridade coatora ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, nos termos da legislação vigente. Dá-se à causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) Nestes termos, pede deferimento. Goiânia, 13 de abril de 2023. Advogado/OAB
Compartilhar